Política

‘Fogo, para mim, nunca é amigo’, diz ministra da Saúde

Alvo do Centrão, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, afirmou nesta quinta-feira a Basília Rodrigues que fogo “nunca é amigo” e que é alvo de machismo por comandar uma das pastas com maior orçamento da Esplanada dos Ministérios. “Isso me incomoda, ‘Nísia versus Centrão’. Eu acho uma visão muito superficial. O Brasil, de 2017 para cá, teve uma mudança muito grande da questão dos papéis do Legislativo e do Executivo. É disso que se trata. Não é de pessoas, de partidos isolados. É essa reflexão que o Brasil precisa fazer, a meu ver. E fogo, para mim, nunca é amigo”, disse. E afirmou que o presidente Lula nunca lhe pediu que falasse “grosso”. “Com certeza, a questão de gênero está mais do que evidenciada no meu caso, apesar de até o momento eu nunca ter falado disso. Não tenho a menor dúvida. Isso não diz respeito a políticos de partidos A ou B. Vemos manifestações de machismo em qualquer ambiente. E, no caso do Ministério da Saúde, com o orçamento que sabemos, com a capilaridade, com a importância, claro que isso é acentuado”, ressaltou. “O machismo é claro e está claro na imprensa. Infelizmente, ficam discutindo se eu chorei ou não chorei. Aproveito para dizer que o presidente Lula jamais me mandou falar grosso. Seria uma grosseria da parte dele, que nunca cometeu.” (CNN Brasil)

Governo impõe sigilo de 100 anos a mais de 1.300 documentos

Muito criticada durante o governo Bolsonaro, a imposição de sigilo de um século sobre documentos segue usada em larga escala pelo Executivo. Ao longo de 2023, o governo negou 1.339 pedidos de acesso a informações sob a justificativa de conterem dados pessoais, o que, na prática, impõe um bloqueio de 100 anos. O número supera os 1.332 pedidos negados em 2022. Entre as informações bloqueadas pelo governo Lula estão as visitas oficiais à primeira-dama, a identificação dos militares que estavam de guarda na Praça dos Três Poderes no 8 de Janeiro e a ficha funcional do tenente-coronel Mauro Cid. A Controladoria Geral da União (CGU) diz que há razões legítimas para a imposição do sigilo, mas afirma que o governo anterior usava o recurso indevidamente. (Estadão)

EUA apresentam à ONU pedido de cessar-fogo imediato em Gaza, diz Blinken

Numa aparente mudança de postura, o secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken disse nesta quinta-feira, na Arábia Saudita, que seu país apresentou ao Conselho de Segurança da ONU numa proposta de resolução determinando cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, associado à libertação dos reféns ainda em poder do Hamas. Em sua sexta viagem à região desde o início do conflito, Blinken reafirmou o apoio americano a Israel, mas disse que o foco agora deveria estar nos “civis em risco e que estão sofrendo terrivelmente”. Nos últimos meses, os EUA foram muito criticados por vetarem no Conselho de Segurança resoluções sobre o fim imediato dos combates no território palestino. (NBC News)

Lula resiste a acenos para os evangélicos

Apesar da forte reprovação de seu governo entre os evangélicos, o presidente Lula rejeita uma aproximação direta com o grupo, no qual é mais resiliente o apoio a Jair Bolsonaro. Ele já vetou propostas de ministros como a criação de um grupo de trabalho voltado especificamente para esse segmento e uma reunião com pastores. Em público, Lula diz que deseja se aproximar dos evangélicos mostrando que eles também são beneficiados pelas políticas do governo e que não quer fazer uso político da fé, comparando sua conduta à de Bolsonaro. Privadamente, afirma que aceitaria um encontro com pastores, mas que a resistência é maior entre os líderes religioso, muitos dos quais o apoiaram em governos anteriores, mas depois mergulharam no bolsonarismo. (Globo)

Câmara aprova limite às ‘saidinhas’, que segue para sanção de Lula

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que limita as saídas temporárias de presos, a chamada “saidinha”. A proposta foi aprovada em votação simbólica. O texto passou no Senado em fevereiro com modificações e, por isso, teve de voltar à Casa. Agora, segue para sanção ou veto presidencial. E não está claro se Lula vai ou não sancionar o texto, que tramitou por 13 anos. O PL mantém as “saidinhas” apenas para presos em regime semiaberto que estudam. O autor do projeto, deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), afirma que a versão final desvirtua o original, “acabando com o mecanismo de ressocialização”. (UOL)

União Brasil afasta Luciano Bivar da presidência do partido temporariamente

A Executiva do União Brasil decidiu nesta quarta-feira — por 11 votos a favor, cinco contra e uma abstenção — pelo afastamento temporário do deputado e atual presidente do partido, Luciano Bivar. O comando da sigla foi assumido pelo vice-presidente e presidente eleito, Antonio Rueda (PE). O pedido de afastamento foi motivado por ameaças contra Rueda, eleito em 29 de fevereiro para comandar o partido, e seus parentes. A reunião foi marcada por pedidos de “questão de ordem” de Bivar, que, por vídeo, tentou impedir a participação de Rueda e sua irmã, Maria Emília de Rueda, tesoureira do partido. Ambos tiveram suas casas de praia em Ipojuca (PE) incendiadas, lançando suspeitas sobre Bivar. O conselho de ética do partido vai analisar o caso em até 60 dias, podendo decidir pela expulsão do parlamentar. Bivar terá cinco dias para enviar sua defesa. (Poder360)

‘Ninguém quer trocar tiro com bandido; quer tocar ação que dê mídia’, diz Lira sobre PF

Durante jantar da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) na noite de terça-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu uma ação mais enérgica do Estado e uma integração entre as polícias para resolver os problemas da segurança pública. Disse também que a PF tenta se desviar do foco e que o combate ao crime organizado no Brasil é ineficaz. “Ninguém quer trocar tiro com bandido, o cara quer tocar ação que dê mídia, que não tenha resistência e que não faça força”, afirmou. Para o parlamentar, a segurança pública vai pautar a disputa presidencial de 2026. A afirmação ocorre às vésperas da votação da versão final do projeto de lei que acaba com as saídas temporárias no regime semiaberto, as “saidinhas”, e em meio à crise causada pela fuga de dois presos de uma unidade federal de segurança máxima em Mossoró (RN). (Estadão)

MP denuncia Jair Renan por suposta fraude em empréstimo bancário

O Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios denunciou Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e uso de documento falso. O “zero quatro” foi investigado por supostamente usar um documento com informações falsas de sua empresa para obter um empréstimo bancário que não foi pago. Segundo as investigações, ele e seu sócio Maciel Alves contraíram ao menos três empréstimos no Santander. (Globo)

Após Lula culpar Bolsonaro e comprar itens de luxo, governo encontra móveis do Alvorada

A Presidência da República encontrou todos os 261 bens do patrimônio Palácio da Alvorada que estavam desaparecidos e foram motivo de tensão entre os casais Lula da Silva e Bolsonaro. Durante a transição de governo, Lula e a primeira-dama Janja reclamaram das condições da residência oficial. Também apontaram a falta de alguns móveis após a mudança de Jair Bolsonaro (PL) e sua mulher Michelle. A falta desses itens foi um dos motivos para o gasto de R$ 196,7 mil em móveis de luxo. “Os trabalhos foram finalizados somente em setembro do ano passado, quando todos os bens foram encontrados em dependências diversas da residência oficial. Ou seja, houve um descaso com onde estavam esses móveis sendo necessário um esforço para localizá-los todos novamente”, diz em nota a Secretaria de Comunicação Social. Bolsonaro reagiu nesta quarta-feira e falou em “falsa comunicação de furto” do atual presidente. (Folha)

Após homologação de delação premiada, defesa de Ronnie Lessa abandona o caso

A defesa de Ronnie Lessa anunciou nesta quarta-feira que está deixando o caso. A decisão ocorre no dia seguinte à homologação da delação premiada do ex-policial militar pelo Supremo Tribunal Federal nas investigações da morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes. Os advogados Fernando Santana e Bruno Castro representavam Lessa em 12 processos. “Por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores”, afirmam em nota. “Desde o primeiro contato, deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada. Talvez, não por outro motivo que nós não fomos chamados por ele para participar do processo de delação firmado.” Acusado de ser um dos executores do crime, Lessa está preso desde 2019. (g1)