Política

Governo busca meio-termo para desoneração da folha de pagamento

Frente ao impasse envolvendo a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e de municípios com população inferior a 142.633 habitantes, o governo quer chegar a um meio-termo até 20 de maio, quando começa em Brasília a Marcha dos Prefeitos. Apesar de as análises da equipe econômica e da ala política terem como foco atual a desoneração das prefeituras, podem incluir também as empresas. O secretário especial de Assuntos Federativos do governo, André Ceciliano, tem se reunido com representantes de prefeitos em busca de uma saída consensual para o fim da redução da alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha de salários de 20% para 8%. Um membro do Centrão afirma que é preciso dar uma resposta à insatisfação política em relação ao tema e líderes já discutem acelerar a tramitação de algum projeto que trate da desoneração – já apresentado ou um novo texto. Deputados governistas dizem, por outra parte, que o Executivo tem de tentar conter as despesas e que também cabe ao Congresso ter responsabilidade com as contas públicas. Até sexta-feira, os ministros Luís Roberto Barroso, Gilmar Mendes, Flávio Dino e Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, confirmaram a decisão de Cristiano Zanin de suspender trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de empresas e prefeituras até 2027. O julgamento foi interrompido após pedido de vista do ministro Luiz Fux. (Folha)

Alckmin muda estratégia nas redes sociais e ganha seguidores

“Atenção, Funk Generation! Só está liberado dar stream no novo álbum da Anitta quem já tiver concluído o pedido de isenção da taxa do ENEM 2024.” Foi assim que o vice-presidente Geraldo Alckmin usou suas redes sociais para lembrar aos estudantes o fim do prazo de pedido de isenção da taxa do Enem, aproveitando o “gancho” do lançamento do novo álbum da cantora. Essa comunicação com tom bem-humorado tem feito sucesso, principalmente no X. Das cinco postagens feitas por Alckmin com mais interações no ano, quatro foram piadas com a ajuda de desenhos, como animes japoneses. A mudança no rumo da comunicação foi ideia do próprio Alckmin após a reunião de 100 dias de governo, no ano passado, em que Lula cobrou dos ministros melhor divulgação dos feitos do governo. Com essas postagens, o número de seguidores saltou de 900 mil em 2022 para mais de 1,4 milhão. (CNN Brasil)

Pesquisa indica que Trump segue à frente de Biden na disputa pela Casa Branca

À medida que a campanha eleitoral pela Casa Branca e o julgamento criminal do ex-presidente avançam, Donald Trump continua a ter vantagem sobre Joe Biden, segundo pesquisa conduzida pelo SSRS a pedido da CNN. O apoio de Trump na pesquisa entre os eleitores registrados permanece estável em 49%, assim como em janeiro, na última pesquisa nacional da CNN sobre a disputa. Biden tem 43% das intenções, próximo aos 45% da sondagem anterior. Olhando para trás, 55% dos americanos dizem que veem a presidência de Trump como um sucesso, enquanto 44% a consideram um fracasso. Já a atual gestão de Biden é avaliada por 61% como um fracasso, enquanto 39% dizem que foi um sucesso. (CNN)

Haddad: governo tem de aprender a lidar com a extrema direita, pois será um ciclo longo

Ao fazer um balanço do governo Lula em entrevista a Mônica Bergamo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad afirma que é preciso calibrar melhor a comunicação e os discursos, aprendendo “a lidar com essa ascensão da extrema direita”. “Será um ciclo longo, um inverno longo. A extrema direita não é episódica. Ela pode até durar pouco no curso da História. Mas às custas de muita destruição às vezes”, diz. Ele destaca que o PT é um partido de centro-esquerda, mas fez em 2022 uma aliança com a direita para ganhar a eleição e governar. “Então eu diria que ele está no ponto médio entre essas duas forças. É uma coalizão para evitar o mal maior. Enquanto a extrema direita estiver com essa força e com esses instrumentos de ataque, essa aliança será uma proteção para o país. Isso ocorre também em Portugal, na Espanha, mundo afora”, afirma, acrescentando que a “repolarização em torno de perspectivas mais saudáveis e democráticas exigirá, antes, o refluxo da extrema direita no Brasil e no mundo”. (Folha)

Exército vai excluir comentários de ódio e pode alertar autoridades

O Exército publicou novas regras de moderação de comentários em suas redes sociais, prevendo a exclusão de mensagens de ódio e com incitação à violência e podendo alertar as autoridades competentes. A Política de Moderação nas Mídias Sociais do Sistema de Comunicação Social do Exército Brasileiro lista uma série de motivos e infrações que levarão à exclusão das mensagens, como linguagem inapropriada, obscena, caluniosa, grosseira, abusiva, difamatória, ofensiva ou de qualquer outra forma reprovável; apologia a práticas ilícitas; e incitação ao ódio, à violência, ao racismo ou à discriminação de qualquer ordem. O documento destaca que as redes sociais são usadas pela Força para divulgar sua atuação. E ressalta que deve haver uma atuação com moderação e filtragem dos comentários, para “melhor adequar as páginas ao público”. “O usuário que desrespeitar essas regras poderá, a critério do CComSEx (Centro de Comunicação Social do Exército), ser bloqueado imediatamente, independentemente de justificativa, consulta ou aviso, e, conforme o conteúdo, as mensagens poderão ser encaminhadas às autoridades competentes”, afirma o texto. “O Exército Brasileiro não aprova, apoia, declara nem garante a integridade, a veracidade, a exatidão ou a confiabilidade de qualquer mensagem do usuário, tampouco endossa as opiniões expressas nela.” (Folha)

Pacheco rebate Haddad: responsabilidade fiscal não é aderir ao Executivo

Rebatendo a afirmação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que o Congresso também precisa ter responsabilidade fiscal, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que responsabilidade fiscal não é aderir ao Executivo. “Uma coisa é ter responsabilidade fiscal, outra bem diferente é exigir do Parlamento adesão integral ao que pensa o Executivo sobre o desenvolvimento do Brasil”, afirmou o senador em nota. De acordo com Pacheco, “o progresso se assenta na geração de riquezas, tecnologia, crédito, oportunidades e empregos, não na oneração do empresariado, da produção e da mão de obra”. Ele destacou ainda que, do ponto de vista das despesas, a aprovação de medidas como o teto de gastos, a reforma da Previdência e marcos legislativos são obras do Congresso. “Sem contar a pauta de 2023 que cumprimos em favor de uma arrecadação recorde do estado brasileiro. Portanto, a admoestação do ministro Haddad, por quem tenho respeito, é desnecessária, para não dizer injusta com o Congresso”, concluiu. (Folha)

Israel tem uma escolha a fazer: Rafah ou Riad

Thomas L. Friedman: “A diplomacia americana para pôr fim à guerra de Gaza e forjar uma nova relação com a Arábia Saudita tem convergido numa única escolha gigante para Israel e o premiê Benjamin Netanyahu: o que querem mais – Rafah ou Riad? Querem uma invasão de Rafah para tentar acabar com o Hamas — se é que isso é possível — sem qualquer estratégia de saída de Gaza ou qualquer horizonte político para uma solução de dois Estados? Ou querem a normalização com a Arábia Saudita, uma força árabe de manutenção da paz para Gaza e uma aliança de segurança liderada pelos EUA contra o Irã? Os interesses a longo prazo de Israel estão em Riad e não em Rafah. É claro que nenhum dos dois é garantido e ambos apresentam riscos. Mas é para isso que servem os líderes: defender que o caminho para Riad tem uma recompensa muito maior no final do que o caminho para Rafah, que será um beco sem saída em todos os sentidos do termo”. (New York Times)

‘Brasil não pode entrar apenas como vítima em debate sobre reparação’, diz historiador

A discussão sobre reparação histórica devido à escravidão e aos crimes do período colonial não pode se resumir a um diálogo entre Portugal e Brasil, tendo de incluir Angola e outros países africanos, como Moçambique e Benin, afirma o historiador Luiz Felipe de Alencastro, um dos maiores pesquisadores da escravidão no país. Além disso, o Brasil não pode entrar somente como vítima. “Os afro-brasileiros são vítimas, mas houve colonos brasileiros e proprietários, fazendeiros e comerciantes brasileiros (que participaram do tráfico transatlântico de escravizados) já desde antes da independência”, diz. (BBC Brasil)

Hamas divulga vídeo de dois reféns

O Hamas publicou neste sábado um vídeo de dois reféns, o americano-israelense Keith Siegel e o israelense Omri Miran. Na gravação, Siegel, que parece estar falando sob coação, implora ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que negocie um acordo de libertação de reféns com o Hamas. É a primeira vez que Siegel aparece um vídeo desde que foi sequestrado com sua esposa em casa, no kibutz Kfar Aza, em 7 de outubro. Ela foi libertada em 26 de novembro. A data da gravação não pôde ser confirmada, mas os sequestrados disseram que não puderam celebrar o feriado da Páscoa judaica, que termina terça-feira. “Estou aqui há 202 dias”, disse Miran, sugerindo que o vídeo foi filmado na última quinta-feira. Na quarta-feira, o grupo divulgou um outro vídeo, do refém americano-israelense Hersh Goldberg-Polin. O gabinete israelense não quis comentar. (CNN)

Governo português nega que haja processo de reparação por crimes contra ex-colônias

Dias depois de o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, reconhecer publicamente que o país foi responsável por inúmeros crimes contra escravos e indígenas na era colonial, o governo português afirmou que “não esteve e não está em causa nenhum processo ou programa de ações específicas” relacionado a reparação às ex-colônias. Em nota, o governo afirma que “as relações do povo português com todos os povos dos Estados que foram antigas colônias de Portugal são verdadeiramente excelentes, assentes no respeito mútuo e na partilha da história comum". As informações são do jornal português Público. A declaração do chefe de Estado gerou críticas de parlamentares de direita e extrema direita, como Aliança Democrática, CDS-Partido Popular e o Chega. Neste sábado, Rebelo de Sousa voltou ao tema e propôs o cancelamento de dívidas e a oferta de financiamento às ex-colônias como forma de compensação. “Não podemos colocar isso debaixo do tapete ou na gaveta. Temos a obrigação de pilotar, de liderar esse processo.” (g1)