Nacionalismo cristão e democracia no Brasil
No Brasil, Estados Unidos, Índia, Hungria, Israel, Polônia e outros países, o nacionalismo religioso tem surgido como um componente explosivo no debate político. No caso brasileiro, assim como nos EUA, a fusão de um cristianismo de viés conservador com a ideia de uma identidade política nacional e controle da democracia desafia os analistas e todos os que desejam uma sociedade mais plural. Nesta quinta-feira, às 19h, em uma transmissão ao vivo no Youtube do Meio, o pastor e teólogo Ronilso Pacheco, a jornalista Anna Virginia Balloussier, e os cientistas políticos Ana Carolina Evangelista e Guilherme Casarões conversam sobre o que é o nacionalismo cristão e qual a sua real dimensão e impacto na política brasileira. (Meio)
Toffoli assistiu à final da Champions em Londres em camarote de empresário
Assistir à final da Champions League em Wembley foi para poucos. Entre os sortudos está o ministro Dias Toffoli, que testemunhou o jogo entre Real Madrid e Borussia Dortmund, no último sábado, como convidado do camarote do empresário Alberto Leite, dono da FS Security e próximo do governo de Jair Bolsonaro (PL). Questionado pela coluna de Lauro Jardim, o ministro afirmou que passagens, hospedagem e outras despesas foram pagas por ele. Mas se recusou a informar se houve gastos com segurança na viagem. Já Leite negou que Toffoli tenha ido ao jogo como seu convidado, mas confirmou que encontrou Toffoli e posou para foto ao lado dele – postada e apagada de suas redes sociais. Leite patrocinou em abril o 1º Fórum Jurídico Brasil de Ideias, também em Londres, reunindo nomes como Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Paulo Gonet e o próprio Toffoli. (Globo)
Lira pauta projeto de petista para anular delações que pode ajudar Bolsonaro
Em uma manobra que pode abrir caminho para anular a delação do tenente-coronel Mauro Cid, que comprometeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em diversas investigações da Polícia Federal, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), desenterrou o projeto de um ex-deputado petista para invalidar delações feitas por réus presos. O texto, conta Bernardo Mello Franco, foi apresentado em 2016 pelo então deputado Wadih Damous (PT-RJ), atual secretário Nacional do Consumidor, para anular delações de empreiteiros presos pela Lava-Jato. Se antes o principal beneficiário seria Lula, mencionado nas colaborações firmadas com força-tarefa de Curitiba, agora quem tem a ganhar é Bolsonaro, delatado por Cid por participação na tentativa de golpe, falsificação de cartões de vacinação e desvio de joias da Presidência. Surpreendidos com a manobra, deputados do PT tentam convencer Lira a adiar a votação da urgência. Mas o presidente da Câmara ironizou: “Vocês eram a favor disso… agora são contra?”. (Globo)
Senado aprova taxação de importados de até US$ 50 e Mover volta para a Câmara
O “jabuti” da chamada “taxação das blusinhas” voltou a ser incluído no projeto que cria o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que dá incentivos à indústria automotiva. Em votação simbólica, o Senado rejeitou a supressão do trecho que prevê alíquota de 20% de Imposto de Importação sobre bens de até US$ 50. Na véspera, o relator do Mover no Senado, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), havia retirado a taxação do e-commerce do projeto, aprovado pela Câmara, por considerá-la um “corpo estranho” ao texto original. E gerou atrito com o presidente da Câmara, Arthur Lira, já que a alíquota havia sido acordada entre governo e deputados. Apesar da aprovação da taxação, outras mudanças no texto foram feitas por Cunha, que rejeitou as novas regras para a produção de petróleo e gás e os incentivos fiscais para a fabricação de bicicletas. Por isso, o projeto retornará à Câmara dos Deputados. Ao analisar novamente o projeto, a Câmara pode incluir os trechos retirados. No início da sessão desta quarta-feira no Senado, o texto-base do projeto, sem a taxação, foi aprovado por 67 a 0. Em seguida, os senadores apreciaram os destaques, mudanças propostas no texto, como o que previa a volta da taxação ao texto. (Estadão)
Nos 80 anos do Dia D, guerra na Ucrânia mostra que paz do pós-guerra foi destruída
Para ler com calma. Enquanto os líderes mundiais se reúnem nas praias da Normandia, nesta quinta-feira, para marcar o Dia D, o esforço final dos Aliados para derrotar o totalitarismo na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a guerra assola novamente o solo europeu. Devido ao número de ameaças geopolíticas atuais à ordem global do pós-guerra, é pouco provável que o clima na Normandia seja animador. Os últimos veteranos sobreviventes da guerra homenagearão os milhares de jovens que morreram na invasão da Normandia em 6 de junho de 1944. Mas, 80 anos depois, a paz que proporcionaram à Europa foi destruída, com a Ucrânia lutando contra as tropas russas, em um paralelo desanimador da Segunda Guerra. (Politico)
Conselho de Ética da Câmara arquiva processo de cassação de Janones por ‘rachadinha’
Por 12 votos a 5, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados arquivou nesta quarta-feira o processo contra André Janones (Avante-MG) por suposta quebra de decoro parlamentar. Ele é acusado de “rachadinha” em seu gabinete, mas nega as acusações. Segundo as investigações, centradas no período de 2019, primeiro ano de Janones como deputado federal, assessores e ex-assessores do parlamentar tiveram de devolver a ele parte do salário recebido. Há três semanas, o relator Guilherme Boulos (PSOL-SP) apresentou parecer defendendo o arquivamento do caso. Para ele, “não há justa causa” para o prosseguimento do processo. Em seu voto, Boulos argumentou que as denúncias começaram antes do atual mandato de Janones, iniciado em 2023. Janones compareceu à reunião do Conselho de Ética desta quarta-feira e reforçou a tese de Boulos. (CNN Brasil)
PF diz ter provas de que Bolsonaro sabia da venda de joias
A Polícia Federal afirma já ter provas de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tinha pleno conhecimento de que joias presenteadas pela Arábia Saudita estavam sendo vendidas nos EUA em vez de serem incorporadas ao acervo da presidência, conta Bela Megale. No inquérito a ser concluído e entregue à Procuradoria-Geral da República ainda esta semana, os agentes vão incluir mensagens e imagens sobre a venda de um lote de peças, recomprado após o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que os itens não eram de uso pessoal de Bolsonaro. O ex-presidente deve ser indiciado, juntamente com outros participantes da negociação. (Globo)
PGR recorre da decisão de Toffoli que livrou Marcelo Odebrecht da Lava Jato
A Procuradoria-Geral da República entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira para reverter a decisão do ministro Dias Toffoli, que derrubou todos os processos e investigações contra o empresário Marcelo Odebrecht na Operação Lava Jato. O executivo fechou acordo de colaboração com a força-tarefa e admitiu propinas a centenas de agentes públicos e políticos, mas a defesa alega que ele foi forçado a assinar a delação. Seus advogados usaram mensagens hackeadas da força-tarefa, obtidas na Operação Spoofing, para recorrer ao STF e pedir a extensão de uma decisão que beneficiou o presidente Lula. Toffoli concluiu que houve “conluio processual” entre o ex-juiz Sergio Moro e a força-tarefa e que os direitos do empresário foram violados nas investigações e ações penais. Por isso, declarou a “nulidade absoluta de todos os atos processuais” contra Odebrecht na Lava Jato. O procurador-geral, Paulo Gonet, defende que as situações de Lula e Odebrecht são diferentes e que a decisão que beneficiou o presidente não pode ser estendida ao empresário. (Estadão)
Biden autoriza fechamento temporário de fronteira com o México
Em uma guinada à direita na política migratória americana, o presidente Joe Biden emitiu nesta terça-feira uma ordem executiva que impede que imigrantes busquem asilo na fronteira entre os Estados Unidos e o México quando a travessia de pessoas superar uma média de 2.500 pessoas por dia. Em ano eleitoral, a medida buscar aliviar a pressão sobre o sistema de imigração e resolver uma grande preocupação entre os eleitores. A medida é a política de fronteira mais restritiva já instituída por um democrata moderno e ecoa o esforço feito por Donald Trump em 2018 para interromper a imigração, bloqueado na Justiça. “Esta ação vai nos ajudar a obter o controle de nossa fronteira e a restaurar a ordem no processo”, disse Biden. Ciente das comparações com Trump, ele tentou diferenciar suas ações. “Continuamos a trabalhar em estreita colaboração com os nossos vizinhos mexicanos, em vez de os atacar”, disse. Normalmente, um imigrante que atravessa ilegalmente a fronteira e pede asilo é solto nos EUA para esperar o julgamento de seu caso. Mas isso pode levar anos. O novo sistema foi concebido para impedir as travessias ilegais. A fronteira só será reaberta aos requerentes de asilo quando o número de travessias ficar abaixo da média diária de 1.500 por sete dias consecutivos. A União Americana pelas Liberdades Civis disse que planeja contestar a ação executiva na Justiça. (New York Times)