EUA vetam resolução no Conselho de Segurança pedindo cessar-fogo em Gaza
Os Estados Unidos usaram seu poder de veto no Conselho de Segurança da ONU para impedir nesta quarta-feira a aprovação de uma resolução exigindo o cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, invadida por Israel após os atentados de 7 de outubro do ano passado. A alegação para o veto é de que o texto, proposto pela Guiana, não incluía como condição para o fim das hostilidades a libertação dos cerca de cem reféns israelenses ainda em poder do grupo terrorista Hamas. (AP)
PF prevê encerrar ainda este mês relatório sobre tentativa de golpe
A operação que prendeu na terça-feira quatro militares e um agente da Polícia Federal suspeitos de envolvimento em um plano para matar autoridades e manter Jair Bolsonaro (PL) no poder não deve atrasar a conclusão do inquérito da PF sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do caso, estabeleceu em setembro o prazo até o dia 27 deste mês para o encerramento das investigações, e os documentos apreendidos na operação de ontem já estão em análise. A expectativa é que, além de Bolsonaro, sejam indiciados os ex-ministros Augusto Heleno (GSI), Braga Netto (Casa Civil) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). (UOL)
Após prisão de militares, Flávio Bolsonaro ameaça Moraes com impeachment
O senador Eduardo Bolsonaro (PL-RJ) ameaçou cassar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes tão logo a direita radical “tenha maioria” no Senado. “Moraes tem duas opções: ou a gente aprova a anistia ampla, geral e irrestrita, e algum parlamentar faz uma emenda para incluir ele [ministro] nessa anistia, porque ele cometeu crimes, ou a gente da mesma forma vai aprovar a anistia e, quando tivermos maioria nesse Senado, vamos cassar o Alexandre de Moraes”, disse Flávio. A afirmação foi feita horas depois da prisão, determinada pelo ministro de quatro militares de alta patente e um agente federal suspeitos de participação e um plano para dar um golpe de Estado em dezembro de 2022, após a derrota eleitoral de Jair Bolsonaro (PL), pai do senador. A conspiração, segundo relatório da PF (íntegra), envolvia o assassinato do então presidente eleito Lula, do vice Geraldo Alckmin e do próprio Moraes. (IstoÉ)
EUA fecham embaixada em Kiev por motivos de segurança
O governo dos Estados Unidos fechou nesta quarta-feira sua embaixada em Kiev, após receber “informações específicas de um ataque aéreo potencialmente significante”. Os funcionários e cidadãos que estavam no prédio foram encaminhados para um abrigo antiaéreo, enquanto sirenes tocavam ao longo de toda a manhã na cidade. A representações diplomáticas de Grécia, Espanha e Itália também fecharam por questões de segurança. A invasão da Ucrânia por tropas russas completou mil dias com uma nova elevação de tensões, após soldados norte-coreanos serem enviados para reforças as forças de Moscou e o governo da Ucrânia lançar, com autorização de Washington, mísseis americanos de longo alcance contra o território russo. (CNN)
Central Meio: Trama golpista tem cada vez mais as digitais de Jair Bolsonaro
A Operação Contragolpe, da Polícia Federal, que prendeu um policial federal e quatro militares, sendo um deles um general da reserva, por participar de um plano para assassinar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes deixa cada vez mais clara a participação de Jair Bolsonaro na tomada violenta de poder. A editora-chefe do Meio, Flávia Tavares, defende que o relatório divulgado pela PF nesta terça-feira é o mais importante envolvendo a trama golpista que vai das altas patentes militares ao então presidente Jair Bolsonaro. “Esse documento é o mais contundente na descrição do planejamento que vai da sala de Jair Bolsonaro aos atos golpistas de 8 de janeiro”, assevera.
Câmara aprova PL que altera regras das emendas parlamentares
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira o projeto de lei que define novas regras para o uso das emendas parlamentares com o objetivo de encerrar o impasse com o Judiciário sobre o pagamento desses recursos, bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal desde agosto por falta de transparência. O texto segue agora para sanção presidencial. Como o conteúdo já havia passado pelos deputados, eles analisaram somente as mudanças feitas no Senado. E eles rejeitaram algumas mudanças. Com isso, retomaram a obrigatoriedade de destinar ao menos 50% do valor das emendas de comissão para a saúde. Esse ponto era considerado prioritário para o governo, pois os recursos dessas emendas estão incluídos no valor do Orçamento obrigatório para a saúde, evitando cortes em outras áreas. A Câmara também restabeleceu o limite de até oito emendas de bancada, em vez de dez, como definiu o Senado, além de três de remanejamento. Quanto às emendas individuais, os deputados reincorporam a priorização de obras inacabadas de autoria do próprio autor da emenda em vez de destinação do recurso para qualquer obra não finalizada.
Análises: plano do golpe vestia farda dos pés à cabeça
Bruno Boghossian: “O planejamento de um golpe para manter Jair Bolsonaro no cargo foi uma operação essencialmente militar. Integrantes das Forças Armadas fizeram preparativos para anular as eleições, sequestrar autoridades e assassinar o futuro presidente. Armaram a instalação de um regime de exceção que seria controlado pelos generais que haviam patrocinado a ascensão do capitão em 2018. O plano do golpe vestia farda dos pés à cabeça. A tentativa de ruptura nunca foi apenas um sonho pessoal de Bolsonaro, seguido de forma obediente por seus aliados na caserna. Os fardados que estiveram no poder durante o mandato do ex-presidente tinham seus próprios interesses. Não é difícil imaginar quem exerceria autoridade dentro de um regime iniciado por um golpe militar”. (Folha)
Ministro aposentado do STF, Celso de Mello diz que a História se repete como farsa
Em manifestação publicada no site do Supremo Tribunal Federal, o ministro aposentado da Corte Celso de Mello afirma que o plano de militares de alta patente para assassinar o presidente Lula, seu vice Geraldo Alckmin e ministro do STF Alexandre de Moares é a História se repetindo como farsa e destaca a importância do poder civil sobre as Forças Armadas. Ele relembra no texto a Revolta dos Sargentos, quando meses antes do golpe de 1964, militares da FAB e da Marinha sequestraram por uma hora e meia o então membro da Corte Victor Nunes Leal. “O poder castrense, que NÃO dispõe de atribuição moderadora NEM de função arbitral que lhe permita resolver – como se fosse uma anômala (e estranha) instância de superposição – eventuais conflitos entre as instituições civis do Estado, há de submeter-se, por inteiro e incondicionalmente, à autoridade suprema da Constituição, sob pena de a República democrática – sob cuja égide vivemos – dissolver-se, esmagada pelo peso e deslegitimada pelo estigma de uma estratocracia desestabilizadora da ordem democrática e opressora das liberdades e franquias individuais!!!”, afirma Celso de Mello. “Enfim, parece-me haver, entre a detenção e o sequestro, em 1963, perpetrados por militares amotinados contra o ministro Victor Nunes Leal, do STF, e o noticiado plano, agora revelado, de oficiais militares de assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF, um indissociável vínculo histórico, um indisfarçável liame entre a tragédia e a farsa…” (STF)