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O presidente Lula sancionou nesta segunda-feira a prorrogação da Lei Paulo Gustavo para dezembro de 2024. Com a medida, estados e municípios terão mais tempo para executar os recursos no setor cultural, que tinha como prazo final o próximo dia 31. Como justificativa do projeto, o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), um dos autores, afirma que os governos tiveram pouco prazo para submeter os pedidos de recurso, e que o atual prazo era “tarefa inexequível”. A legislação foi criada para reaquecer o mercado cultural após o fim do isolamento sanitário em resposta à pandemia de covid-19. Em maio deste ano, o Ministério da Cultura anunciou repasse de R$ 3,8 bilhões para fomento dessas atividades. (Folha)

Fim de ano tem duas constantes: as listas de melhores discos e as polêmicas que elas provocam. Billboard, bíblia do mercado fonográfico nos EUA, deu ênfase ao pop, hip-pop e alternativo (que venda bem, claro) ao escolher sua lista de 50 melhores do ano. Os primeiros colocados foram Guts (Spotify), de Olivia Rodrigo; The Record (Spotify), de Boygenius; e Something to Give Each Other (Spotify), de Troye Sivan. A opinião foi compartilhada pela publicação inglesa New Musical Express, mas com ordem diferente: Boygenius em primeiro, Rodrigo em segundo e Sivan em quarto, atrás de Heavy Heavy (Spotify), dos Youngfathers. Com uma pegada mais tradicional e focada no rock, como o próprio nome indica, a Classic Rock Magazine escolheu Hackney Diamonds (Spotify), dos Rolling Stones, como melhor disco de 2023, seguido por 72 Seasons (Spotify), do Metallica, e But Here We Are (Spotify), do Foo Fighters. (Billboard, NME e Classic Rock)

Paul McCartney se despediu do Brasil na noite de sábado no Maracanã com uma apresentação que, se não escondeu o peso de seus 81 anos, mostrou o carisma, o talento e o repertório de um dos artistas mais importantes dos últimos 60 anos. A plateia de todas as idades cantou junto clássicos tanto dos Beatles quando do Wings, com destaque para o obrigatório coro de Hey Jude. Arriscando frases em “carioquês” com a ajuda de uma cola, o cantor esbanjou simpatia enquanto se revezava entre baixo, guitarra, piano e até ukulele e bandolim, com apoio de uma banda de primeira linha. John Lennon e George Harrison, os Beatles que já nos deixaram, foram homenageados no palco e na plateia, que deixou o estádio na esperança de que o “até a próxima” do encerramento seja para valer. Confira como foi.

Morreu na última sexta-feira em Paris, aos 90 anos, o filósofo, professor e pesquisador italiano Antonio Negri, líder do movimento de esquerda Autonomia Operaria, que atuou na década de 1970. Natural de Pádua, graduou-se na em filosofia e estudou nomes como Hegel e Marx. Suas obras, como Império, em coautoria com Michael Hardt, tratam de marxismo, globalização democrática e anticapitalismo. Em 1973, fundou o Autonomia Operaia, sendo seu líder até sua dissolução em 1979. O grupo teve papel importante na Itália durante os Anos de Chumbo. Em 1983, foi eleito deputado pelo Partido Radical, mas acabou se refugiando na França após ser acusado e preso por liderar o grupo paramilitar Brigadas Vermelhas. Em 1997, retornou para a Itália para cumprir 12 anos de prisão, mas foi liberado em 2003. “Permanecerá a importância cultural e intelectual de Toni Negri, que espero que também seja lembrada pelos seus inimigos. Para mim é uma grande perda”, disse o filósofo italiano Massimo Cacciari sobre a morte do colega. (Ansa)

Colin Burgess, baterista original do AC/DC, morreu aos 77 anos. O anúncio foi feito pela banda, que homenageou o músico. “Muito triste em saber do falecimento de Colin Burgess. Ele foi nosso primeiro baterista e um músico muito respeitado. Boas lembranças, rock em paz, Colin”, escreveu o AC/DC. A causa da morte não foi divulgada. O australiano Burgess se juntou a Malcolm Young, Angus Young, Dave Evans e Larry Van Kriedt em 1973, tendo tocada na versão original do primeiro single do AC/DC, Can I Sit Next To You Girl (YouTube), que contava com George Young, irmão de Angus e Malcolm, no baixo. Burgess foi dispensado em 1974 por subir ao palco bêbado. Anos depois, ele voltou ao AC/DC por algumas semanas. (The Blabbermouth e TMZ)

Morreu na madrugada deste sábado, aos 90 anos, o cantor e compositor Carlos Lyra (Spotify). Ícone da bossa nova, foi um dos grandes nomes da música brasileira. Para o jornalista Mauro Ferreira, foi “um compositor extraordinário, criador de belas melodias que beiram o sublime”. O carioca, parceiro de nomes como Vinicius de Moraes e Ronaldo Bôscoli, era considerado por Tom Jobim o “maior melodista do Brasil”. Começou a fazer música com um piano de brinquedo aos sete anos de idade e, na adolescência, conheceu Roberto Menescal, com quem montou a Academia de Violão, uma espécie de academia musical por onde passaram Marcos Valle, Edu Lobo, Nara Leão e Wanda Sá. Menino (IMS), gravada em 1956 por Sylvia Telles (Spotify), levou-o à fama. Compôs também Maria Ninguém (Spotify) e Lobo Bobo (Spotify), que viraram clássicos na voz de João Gilberto. Coisa Mais Linda, Minha Namorada, Primavera, Sabe Você e Você e Eu são outros clássicos da bossa nova de sua autoria. Lyra estava internado desde quinta-feira com quadro de febre. Na sexta-feira, seu estado de saúde piorou devido a uma infecção. A causa da morte não foi divulgada. (g1 e Globo)

De olho no sucesso da Netflix, a maioria dos grandes estúdios de Hollywood decidiu montar a próprias plataformas, tirando da agora concorrente suas produções. Como disse um executivo da Disney, a empresa não iria “vender tecnologia nuclear para um rival perigoso”. O problema é que, passados cinco anos, a maioria dos serviços de streaming dos estúdios ainda não é lucrativa, enquanto os balanços das empresas mostram números desanimadores. Nessa hora, a Netflix voltou a ser uma alternativa. Ninguém está entregando as joias da coroa, como as franquias Star Wars e Marvel, da Disney, ou as séries Game of Thrones e Succession, da HBO. Mas produções mais antigas estão sendo negociadas com a concorrente. É uma nova versão do licenciamento, prática comum nas redes de TV dos EUA. Uma rede nacional produzia uma série e, depois de seu cancelamento, licenciava para reprise em emissoras locais. (New York Times)

A canção natalina All I want for Christmas is you (Spotify), de Mariah Carey, tem se mantido no topo das paradas da Billboard Hot 100 nesta época nos últimos quatro anos. Não mais. A música Rockin’ around the Christmas tree (Spotify), gravada por Brenda Lee, em 1958, chegou agora ao primeiro lugar do ranking. O single de Lee teve 34,9 milhões de streams na primeira semana de dezembro, ante os 32,4 milhões do clássico de Carey, de acordo com o serviço de rastreamento Luminate. Esse é o primeiro hit número 1 da cantora de 78 anos, desde 1960, e o período mais longo que uma música demorou para chegar ao topo do Hot 100. (Globo)

Mesmo os brasileiros fazendo mais atividades culturais em 2023, a diferença de poder de consumo ainda é um fator determinante dos hábitos culturais entre as classes sociais. É o que revela uma pesquisa realizada pelo Itaú Cultural e o Datafolha. No Brasil, esse tipo de consumo ocorre principalmente por meio das plataformas de streaming: 82% ouviram músicas online e 74% consumiram séries e filmes pelas plataformas. Mas os índices mudam quando olhamos para o poder aquisitivo: 92% das classes A e B ouviram música e 89%, filmes e séries, enquanto nas classes D e E, a taxa cai para 70% e 45%. Enquanto 62% dos primeiros leram livros digitais, apenas 22% desses últimos o fizeram. Os grupos mais ricos frequentam mais atividades culturais e de esporte, e as classes D e E consomem mais mídia, como TV e internet, que não exige deslocamento. (Folha)

Estrelado por atores como Norman Reedus, Mads Mikkelsen, Léa Seydoux e Margaret Qualley, o premiado vídeo game Death Stranding (trailer) já era praticamente um filme interativo. Agora vai se tornar um filme de fato graças a uma parceria entre a produtora de seu criador, Hideo Kojima, e a A24, responsável por sucessos como Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo Agora e A Baleia. Segundo os produtores, o longa deve enfocar o evento apocalíptico que dá nome ao jogo, um cataclisma que “apagou a linha entre a vida e a morte”. Kojima explica que o filme não será uma transcrição do jogo para a telona, mas “a criação de um universo de Death Stranding nunca visto antes”. Ainda não há previsão de lançamento nem confirmação se os atores do jogo estarão envolvidos. (Variety)