Cotidiano Digital

Os perigos da IA generativa como ferramenta de manipulação política

Para ler com calma. Os chatbots de inteligência artificial são cada vez mais populares. IAs como ChatGPT ou o Gemini já são amplamente usadas como ferramentas de busca ou em tarefas como escrita e programação. Mas o uso político dessas tecnologias generativas acendem um alerta. Em um mundo polarizado, especialistas temem que os algoritmos dos chatbots, assim como no Facebook, YouTube e TikTok, alimentem e intensifiquem a polarização ideológica. A reportagem do New York Times explica como os modelos de IA podem expressar preferências políticas e cita um novo estudo do pesquisador David Rozado, que analisou 24 modelos de linguagem em IA. (NYT)

Escolas canadenses processam Meta, TikTok e Snapchat por danos à saúde mental de jovens

Escolas canadenses abriram um processo contra algumas das maiores empresas de mídias sociais, alegando que as plataformas estão prejudicando a saúde mental e a aprendizagem das crianças. Instituições de Toronto, Ottawa e da região de Peel entraram com ações judiciais contra a Meta, o TikTok e o Snap, controladora do Snapchat, e acusam as big techs de criarem produtos projetados para serem viciantes para crianças, causando perturbações na sala de aula e tornando os jovens mais vulneráveis ao abuso e à exploração sexual. “O uso endêmico das redes sociais está causando uma crise de saúde mental juvenil sem precedentes”, afirmou o Conselho Escolar do Distrito de Toronto, na queixa apresentada ao Tribunal Superior de Ontário. O grupo de escolas pede 4,5 bilhões de dólares canadenses (US$ 3,3 bilhões) em indenizações. (Bloomberg)

Documentos revelam que Facebook espionou dados de usuários em aplicativos rivais

A Meta espionou e interceptou dados de usuários em aplicativos rivais, como Snapchat e YouTube em 2016. É o que revelam documentos que fazem parte de um processo contra a companhia nos Estados Unidos. De acordo com os arquivos, a big tech buscava entender como os usuários interagiam com outros aplicativos, o que atraía o público e como o Facebook poderia reduzir a popularidade da concorrência. O caso mais detalhado no processo é o do Projeto Caça-Fantasmas, que seria tanto uma homenagem ao filme homônimo quanto uma referência ao logo da rede social Snapchat. A empresa de Mark Zuckerberg teria utilizado o serviço Onavo para burlar a criptografia da plataforma e coletar os dados dos usuários sem o consentimento da rede ou das pessoas. Em nota, a Meta disse que as acusações são “sem fundamento”. (Tecmundo)

O programa de reconhecimento facial usado por Israel na Faixa de Gaza

Para ler com calma. Em novembro do ano passado, Mosab Abu Toha, um prestigiado poeta e escritor palestino, foi preso por autoridades israelenses quando tentava atravessar a passagem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, para chegar ao Egito com a família e fugir do conflito. Ele foi um entre os centenas de palestinos que tiveram seu rostos escaneados sem consentimento por um programa de reconhecimento facial. Toha, que foi liberado no mesmo mês, foi confundido com um militante do Hamas. A reportagem do New York Times mostra como uma tecnologia inicialmente criada para procurar reféns israelenses em Gaza passou a ser usada para capturar e prender militantes e pessoas ligadas ao Hamas, identificando civis de forma errônea como procurados. (NYT)

Inteligência artificial pode afetar 8 milhões de empregos no Reino Unido

Quase 8 milhões de empregos no Reino Unido poderão ser substituídos pela inteligência artificial, segundo um relatório do Institute for Public Policy Research (IPPR). O estudo alerta que as mulheres, os profissionais mais jovens e aqueles que recebem salários mais baixos correm um risco maior por conta da automação. Empregos de nível júnior e cargos administrativos estão mais propensos a serem substituídos pela IA nos próximos cinco anos, devido à criação de novas tecnologias. Entre as áreas em risco citadas pelo relatório estão a gestão de bases de dados, secretariado, administração e atendimento ao cliente. No entanto, o levantamento alertou que tarefas de criação, como redação e design gráfico, também estão em risco, afetando até mesmo os profissionais com salários altos. (The Guardian)

Amazon recebe multa de US$ 7,8 milhões da Polônia

A Amazon foi multada em US$ 7,8 milhões pelo governo da Polônia por enganar clientes sobre a disponibilidade de produtos e datas de entrega. O órgão de vigilância do consumidor polonês disse ter recebido reclamações de clientes que não receberam suas encomendas. “Embora a grande maioria de nossas entregas chegue dentro do prazo, os clientes podem entrar em contato conosco no raro caso de sofrerem um atraso ou cancelamento de pedido, e nós resolveremos isso”, afirmou a Amazon em comunicado. A gigante do comércio eletrônico afirmou que segue “rigorosamente os padrões legais em todos os países” onde opera e que vai recorrer da decisão. (Reuters)

UE publica diretrizes sobre segurança eleitoral para big techs

A União Europeia publicou nesta terça-feira um documento com as diretrizes sobre segurança eleitoral destinado a grandes plataformas de tecnologia, como Meta, Google, TikTok, YouTube e X, regulamentadas pela Lei de Serviços Digitais (DSA, em inglês). O projeto tem como objetivo reduzir problemas de desinformação durante o pleito deste ano, incluindo o uso de deep fakes, enquanto garante a liberdade de expressão e privacidade dos usuários. De acordo com as orientações, os reguladores esperam que as big techs implementem recursos capazes de melhorar a moderação de conteúdo nos diferentes idiomas do bloco, garantindo que tenha funcionários suficientes para responder com eficácia aos fluxo de informações nas plataformas e ação com base em verificação de fatos de terceiros sob pena de multas pesadas em caso de descumprimento das expectativas da UE. (TechCrunch)

Brasileiro está entre os que mais confiam na IA no mundo, aponta pesquisa

Um estudo da consultoria americana Oliver Wyman mostrou que o Brasil tem um dos mais altos níveis de familiaridade (81%) e de confiança (94%) em relação à inteligência artificial. As taxas superam a de países como os Estados Unidos e Reino Unido, que lideram os investimentos no setor. O levantamento, que entrevistou 25 mil pessoas em 16 países, também mostrou que 87% dos brasileiros entrevistados afirmam que começaram a utilizar a inteligência artificial no trabalho - taxa que supera a média do restante dos países (79%). De acordo com a consultoria, esse resultado é fruto de uma cultura que costuma ser “mais permeável” a inovações digitais e extremamente adepta às redes sociais. Por outro lado, os investimentos em IA no Brasil não refletem esse entusiasmo. Em termos de fluxo de capital, o país fica bem atrás de nações como EUA, Canadá, Itália e Alemanha. (O Globo)

Flórida proíbe redes sociais para menores de 14 anos

O governador do estado da Flórida, Ron DeSantis, sancionou uma lei para proibir que menores de 14 anos usem redes sociais. Com a medida, plataformas não poderão criar para menores e devem encerrar a contas que se acredita serem utilizadas por menores de 14 anos. "A mídia social prejudica as crianças de várias maneiras", disse DeSantis em comunicado, acrescentando que o novo projeto de lei "dá aos pais uma capacidade maior de proteger seus filhos". A nova lei, que entrará em vigor em janeiro de 2025, também determina que os adolescentes entre 14 e 15 anos podem ter acesso às redes, desde que obtenham consentimento dos pais. (UOL Tilt)

Juiz rejeita processo da rede social X contra grupo que combate discurso de ódio

Um juiz federal dos Estados Unidos rejeitou nesta segunda-feira uma ação movida pela rede social X contra o Center for Countering Digital Hate (CCDH), uma organização sem fins lucrativos que combate discursos de ódio online. No ano passado, a instituição descobriu que a plataforma de Elon Musk não atuava em conteúdos de ódio publicados por 99% das contas premium nem tomou medidas rápidas contra mais de 200 publicações abertamente racistas e anti-semitas. Musk processou o CCDH alegando que a campanha afastou anunciantes gerando prejuízo de “dezenas de milhões de dólares” em receitas publicitárias. Mas, na decisão, o juiz Charles Breyer afirma que a “motivação de X para abrir este caso” é “punir o CCDH pelas publicações que criticaram a X Corp. — e talvez para dissuadir outros” de reprovar a companhia no futuro. (The Verge)