Chineses contornam proibição de chips Nvidia com ajuda de Google e Microsoft
Parece que os esforços do governo Biden para limitar o acesso chinês à tecnologia americana de inteligência artificial não estão funcionando como o presidente democrata gostaria. Regras rígidas do Departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre a exportação de chips avançados de IA da Nvidia proíbem empresas chinesas de comprarem esses produtos, mas elas têm conseguido acesso a alguns desses chips alugando servidores da Nvidia em data centers fora da China. Quem aluga para os chineses? Empresas americanas como Google e Microsoft. Além das duas big techs, há um mercado de provedores de nuvem com companhias menores sediadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia especializadas em oferecer acesso a servidores com tecnologia Nvidia ao redor do mundo – e seus serviços estão disponíveis para clientes chineses. Uma brecha nas regras de exportação do governo americano permite a prática: a computação em nuvem é considerada um serviço, não um produto, o que faz com que esses alugueis driblem o controle do Departamento de Comércio, já que os serviços de nuvem em data centers fora da China não envolvem envio de chips para o território chinês. A justificativa do governo Biden para impor a proibição é que os chips de IA da Nvidia, os mais avançados do mundo, possam servir a interesses militares no país asiático. (The Information)
Maior ação judicial do país em proteção de dados cobra R$ 1,7 bilhão do WhatsApp
Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo e Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) ajuizaram uma ação contra o WhatsApp por danos morais coletivos, por agir de forma contrária às leis brasileiras e violar direitos dos usuários no país desde que a empresa mudou suas políticas de privacidade em 2021. Na ocasião, houve coleta e compartilhamento de dados com outras empresas, entre elas Instagram e Facebook, também do grupo Meta. O MPF e o Idec pedem R$ 1,733 bilhão em indenização, que seria destinada a grupos e projetos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. O valor torna esta a maior ação judicial do país em proteção de dados pessoais – e é semelhante ao que a União Europeia cobrou da Meta por violações na lei da política de privacidade da rede social. Resultado de uma petição encaminhada pela organização global Ek? ao MPF em abril de 2021, a ação pretende que o WhatsApp respeite as leis brasileiras, assim como fez na Europa, e ofereça a opção do usuário de decidir quais dados quer fornecer para a empresa. Os órgãos pedem a interrupção imediata do compartilhamento de dados do WhatsApp. O processo também questiona a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) pela atuação insuficiente e opaca no caso. Com cerca de 150 milhões de usuários, o Brasil é o terceiro maior mercado do WhatsApp no mundo – 99% dos brasileiros que usam celular têm o aplicativo. A Meta disse que ainda não foi notificada. (Meio)
Brasil pode ser competitivo em IA, afirma estrategista da BlackRock
Quando se pensa em inteligência artificial, o Brasil costuma ser lembrado como um grande mercado consumidor, mas não como grande produtor. Axel Christensen, estrategista-chefe da BlackRock – maior gestora de ativos do mundo – na América Latina, tem uma visão mais ampla. Ele entende que a tecnologia está em fase embrionária e que o país pode se destacar nos avanços em diversas frentes. Por exemplo, muito se discute sobre o consumo de energia para desenvolvimento e uso da IA. Para Christensen, o Brasil leva vantagem por ter uma matriz energética diversificada e, em grande parte, sustentável. Além disso, por ter água doce em abundância, o país pode atrair empresas de países que passam por desafios hídricos e de energia. Outra questão é a crescente demanda por data centers para realizar treinamento de IA. E o gestor lembra também que as ferramentas novas podem aumentar a produtividade do setor farmacêutico, no qual o Brasil tem potencial. Apesar disso, segundo ele, México e Índia largam na frente entre os mercados emergentes. (InfoMoney)
Startup cria implante cerebral com IA para ajudar paciente a se comunicar
Uma startup de neurotecnologia está usando os modelos de inteligência artificial mais recentes da OpenAI para criar novos recursos de conversas, ajudar pessoas com paralisia a se comunicar e manter alguma independência controlando smartphones, computadores e outros dispositivos com seus pensamentos. Por meio de implantes cerebrais, a interface da Synchron recebe entradas de texto, áudio e imagens e gera prompts que os pacientes podem usar enquanto enviam mensagens de texto. Mark, um homem de 43 anos com esclerose lateral amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa que faz o paciente perder o controle dos músculos, tem testado a nova tecnologia há dois meses e diz que o recurso tem ajudado a economizar tempo e energia ao enviar mensagens. “Em vez de eu digitar palavras isoladas, estou apertando um ou dois botões ou cliques, e já tenho a maioria de uma frase pronta”, explica. Ele também pode usar a ferramenta para marcar consultas médicas e manter contato com as filhas. (CNBC)
WhatsApp lança aba de ‘favoritos’ no aplicativo
O WhatsApp anunciou o lançamento do filtro “favoritos” para permitir que usuários selecionem chats com pessoas e grupos que julgarem mais importantes. O início do filtro se deu nesta terça-feira, mas apenas para alguns usuários, ainda em fase de testes. Nas próximas semanas, o recurso deve estar disponível para todos. O filtro também tornará mais simples ligar ou fazer chamadas de vídeos para estes contatos. O formato foi testado primeiro no iOS e na versão do WhatsApp Web em fevereiro, e depois no modelo Android em abril. A atualização segue mudanças nos filtros implementadas recentemente, com a possibilidade de dividir a aba entre todas as conversas, mensagens não lidas e apenas os grupos. (TechCrunch)
Microsoft enfrenta investigação antitruste no Reino Unido por contratações
A Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido, CMA na sigla em inglês, abriu investigação contra a Microsoft para apurar supostas práticas nocivas à concorrência após a contratação de funcionários da Inflection AI. O movimento aconteceu meses depois que a maioria dos funcionários da Inflection se juntou à nova divisão de IA da Microsoft. A CMA está agora começando a investigar o episódio, com prazo até 11 de setembro para decidir se a apuração avançará para uma segunda fase. Caso isso ocorra, o episódio pode frear o ímpeto de desenvolvimento de inteligência artificial pela Microsoft. Pesa contra a companhia a recente acusação de violações antitruste na União Europeia por incluir seu aplicativo Teams nas assinaturas do Office 365 e Microsoft 365. Se a Microsoft for considerada culpada de violações antitruste na Europa, a multa pode chegar a 10% do faturamento anual global da empresa. (The Verge)
YouTube Music lança rádio gerado por IA e novo recurso de descoberta de músicas
O YouTube Music está introduzindo duas novas maneiras de descobrir músicas em sua plataforma. Uma delas é um recurso de rádio conversacional gerado por IA, que está sendo lançado para assinantes premium dos Estados Unidos, criando uma estação personalizada com a descrição sobre o que querem ouvir, como “refrões pop cativantes” ou “hinos pop animados”. Os usuários que tiverem acesso à ferramenta vão ver um novo card “Peça música do jeito que quiser” na tela inicial. A outra novidade é semelhante ao aplicativo Shazam, para ajudar os usuários a encontrarem o nome de uma música cantando um trecho da letra, cantarolando ou tocando partes da canção. (TechCrunch)
Apple lança versões beta ao público de sistemas como iOS 18 e macOS Sequoia
A Apple disponibilizou nesta segunda-feira as versões beta para o público de seus novos sistemas iOS 18, iPadOS 18, macOS Sequoia e watchOS 11. Apesar de não contar com o Apple Intelligence, conjunto de recursos de inteligência artificial da companhia, que só deve chegar aos dispositivos no segundo semestre, o iOS 18 traz novas ferramentas que já podem ser testadas pelos usuários no iPhone, como novas opções de personalização que permite deixar os aplicativos em qualquer lugar da tela ou aplicar uma tonalidade aos ícones e widgets. Já o iPadOS 18 finalmente ganha o aplicativo Calculadora nativo para o iPad, enquanto o Sequoia permite espelhar o iPhone na tela de um Mac. (The Verge)
Google se aproxima de compra de startup de segurança cibernética
A Alphabet, controladora do Google, está negociando a aquisição de uma startup de segurança cibernética, a Wiz, por nada menos que US$ 23 bilhões. Se concluída nesses termos, esta será a maior aquisição da Alphabet até hoje. O Google tem um histórico de compras menores se comparado a outras big techs. A última aquisição da companhia, a Motorola Mobility, deu-se por US$ 12,5 bilhões há doze anos. A eventual aquisição pode fortalecer os esforços da Alphabet no setor de computação em nuvem, mercado no qual a empresa ocupa a terceira posição atualmente, atrás da Amazon e da Microsoft. A Wiz foi fundada em 2020 e chama atenção pela capacidade de valorização rápida, tendo atingindo US$ 350 milhões em receita recorrente anual em 2023, com parcerias com grandes empresas de nuvem como Amazon, Microsoft e a própria Google. (Valor Econômico)
Documentário generativo tem versão diferente em cada sessão
Quem assistir ao documentário Eno, de Gary Hustwit, e gostar tanto a ponto de ficar para outra sessão vai ter uma surpresa. Será um filme diferente. Graças a um software desenvolvido pelo próprio cineasta e por seu parceiro Brendan Dawes, os trechos do longa se rearranjam a cada exibição, proporcionando uma experiência diferente. Não se trata de inteligência artificial, mas da recombinação de 30 horas de entrevistas e 500 de registros em filme e vídeo sobre o produtor e multi-instrumentista Brian Eno (Spotify), ele próprio um desbravador da tecnologia na arte. “Estávamos experimentando [com o software] e logo percebemos que Brian seria o tema ideal para aquela abordagem. Mostramos a ele uma versão bem inicial do software generativo que criamos, e ele adorou. Disse: ‘Isso é exatamente o que eu quero fazer’”, conta Histwit. Eno estreia neste sábado no Film Forum de Nova York. (The Verge)