Cotidiano Digital

Nova atualização do Ray-Ban Meta permite enviar mensagens de voz no WhatsApp

Uma atualização dos óculos inteligentes Ray-Ban da Meta traz os lembretes anunciados em seu evento Connect no mês passado. Com o recurso, o usuário pode pedir para a Meta AI lembrar de seu entorno, como onde seu carro foi estacionado. A ferramenta de IA também pode escanear QR codes ou ligar para números de telefones encontrados pelo caminho. Outras novidades incluem a capacidade de gravar e enviar mensagens de voz pelo WhatsApp ou Messenger sem tirar o telefone do bolso. Agora, será possível chamar o assistente apenas dizendo “Hey, Meta” uma única vez para perguntas seguidas, em vez de repetir a cada questão. Mas esse assistente de IA está disponível apenas nos Estados Unidos e Canadá. Futuramente, a Meta pretende lançar a tradução de falas em tempo real inicialmente nos idiomas inglês, francês, italiano e espanhol. (The Verge)

Google Maps lança novos recursos com IA na Índia

O Google anunciou a adição de novos recursos ao Google Maps na Índia, integrando tecnologia de inteligência artificial (IA). A novidade foi divulgada durante o evento anual Google for India e inclui resumos automáticos de avaliações, novos mecanismos de busca por experiências e alertas meteorológicos. Com os novos recursos, o Google Maps agora analisará avaliações de usuários para criar resumos dos locais visitados, facilitando a navegação e escolha de destinos. Além disso, será possível pesquisar itens e experiências específicas no aplicativo. Por exemplo, os usuários poderão buscar por “locais para piqueniques”, com o Google Maps mostrando fotos e recomendações associadas, baseadas em reconhecimento de imagem e descrições fornecidas por empresas e usuários.

Justiça bloqueia lei de IA da Califórnia após ação que envolvia Kamala

Na última quarta-feira, um juiz federal dos EUA bloqueou temporariamente uma das novas leis de IA da Califórnia, menos de duas semanas após ela ter sido sancionada pelo governador Gavin Newsom. A legislação foi criada para combater a distribuição de deepfakes eleitorais nas redes sociais, especialmente aqueles que se assemelham a candidatos políticos e podem confundir os eleitores. A lei se aplica diretamente aos autores dos deepfakes, ao invés das plataformas onde os conteúdos são veiculados. Mas a controvérsia começou quando Christopher Kohls, autor de um deepfake da vice-presidente Kamala Harris, processou o estado alegando que sua obra era uma sátira, protegida pela Primeira Emenda. O juiz John Mendez decidiu em favor de Kohls, emitindo uma liminar que impede temporariamente a aplicação da lei, afirmando que ela é excessivamente abrangente e poderia censurar discursos legítimos, como sátiras políticas. O juiz reconheceu o interesse da Califórnia em proteger a integridade eleitoral, mas argumentou que o impacto sobre a liberdade de expressão e a crítica política não pode ser ignorado. (TechCrunch)

Disputa pelo Mar da China Meridional ameaça conectividade na Ásia

A disputa pelo controle do Mar da China Meridional está prejudicando a manutenção e expansão da rede de cabos submarinos que garantem a conectividade de países do Sudeste Asiático. As empresas responsáveis por esses cabos têm dificuldades enfrentadas para obter autorização da China, resultando em atrasos nos reparos e na construção de novos projetos. Esses cabos submarinos são exclusivos para o tráfego de internet intercontinental e conectam países como Cingapura, Hong Kong e Japão. A pressão dos EUA para que os países evitem colaborações com empresas chinesas também aumenta a complexidade da situação. Cabos submarinos que ligavam os EUA a Hong Kong foram bloqueados por preocupações de espionagem, enquanto outros projetos estão sendo desviados para evitar o Mar da China Meridional, aumentando os custos. A China nega as acusações de interferência e alega apoiar a instalação de cabos submarinos internacionais. (New York Times)

Assistentes de IA podem revelar conversas embaraçosas em reuniões de trabalho

A inteligência artificial tende a assumir algumas funções humanas e uma delas parece ser o caso das fofocas de corredores. O pesquisador e engenheiro Alex Bilzerian contou no X que, após uma reunião com investidores pelo Zoom, recebeu um e-mail automatizado da Otter.ai, um serviço de transcrição com um “assistente de reunião de IA”, que lhe encaminhou toda a conversa em texto, incluindo a parte depois que ele saiu, quando os investidores discutiram as falhas estratégicas e métricas adulteradas de sua empresa. Outros funcionários que utilizam esses recursos de IA também correm o risco de serem constrangidos ao compartilharem informações prejudiciais. Hatim Rahman, professor associado da Kellogg School of Management da Northwestern University avalia que a responsabilidade de que esse uso não leve a consequências inesperadas é tanto das empresas quanto dos usuários. (Washington Post)

Novidade no iOS 18 dificulta surgimento de novos aplicativos sociais

Menos notada do que outras novidades anunciadas no novo iOS 18, um ajuste importante em um recurso que permite aos usuários escolher quais contatos de sua lista compartilhar com um aplicativo pode prejudicar o desenvolvimento de novos apps sociais. A “sincronização de contatos”, como é conhecida pelos desenvolvedores, foi uma ferramenta fundamental para o crescimento de novas redes sociais e serviços de mensagens nas últimas décadas, como Instagram, WhatsApp e Snapchat, conectando rapidamente milhões de usuários a pessoas que já conheciam e sugerindo outras para que elas seguissem. Com a atualização, críticos dizem que apps baseados em amigos se tornam “mortos na chegada”. A Apple justifica a mudança alegando que melhora a privacidade, enquanto seus rivais veem a medida como uma jogada dissimulada para prejudicar seus concorrentes. (New York Times)

OpenAI conclui rodada de investimentos com avaliação de US$ 157 bilhões

A OpenAI concluiu sua rodada de investimentos ao arrecadar US$ 6,6 bilhões de grandes empresas tecnológicas lideradas pela Thrive, que já planejava injetar US$ 1 bilhão, Microsoft, NVidia e SoftBank. Com o novo aporte, a dona do ChatGPT passa a ser avaliada em US$ 157 bilhões, quase o dobro dos US$ 80 bilhões do início deste ano e muito acima dos US$ 29 bilhões de 2023. “O novo financiamento nos permitirá dobrar nossa liderança em pesquisa de IA de ponta, aumentar a capacidade de computação e continuar a construir ferramentas que ajudem as pessoas a resolver problemas difíceis”, publicou a companhia nesta quarta-feira. Atualmente, a empresa tem 250 milhões de usuários ativos semanais no ChatGPT, 11 milhões de assinantes do ChatGPT Plus e 1 milhão de usuários empresariais pagantes. O financiamento ocorre em meio a dificuldades de crescimento e uma sequência de perdas de executivos importantes, como a diretora de tecnologia, Mira Murati. (CNBC)

Chatbots são ruins em matemática por conta de tokenização

IA é de humanas? Um estudo recente revela que, apesar da habilidade em gerar textos complexos, modelos de inteligência artificial, como o ChatGPT, enfrentam dificuldades em tarefas matemáticas simples. A pesquisa, conduzida pelo professor Yuntian Deng da Universidade de Waterloo, destaca que o ChatGPT e outras IAs, como Claude, Gemini e Llama, têm um desempenho fraco em operações com números, com a precisão do modelo padrão GPT-4o ficando em menos de 30% para multiplicações de quatro dígitos. A tokenização, o processo pelo qual a IA divide dados em partes menores, contribui para esses problemas, porque ao tratar números como sequências de dígitos, muitas vezes os chatbots destroem a relação entre eles. Além disso, os sistemas de IA operam como máquinas estatísticas, aprendendo padrões em grandes conjuntos de dados, mas frequentemente falham em cálculos que exigem etapas intermediárias precisas. (TechCrunch)

União Europeia pressiona TikTok, Snapchat e YouTube por algoritmos

Não é só antitruste. A União Europeia intensificou sua fiscalização sobre as grandes plataformas de mídia social ao solicitar mais informações de Snapchat, TikTok e YouTube sobre o funcionamento de seus algoritmos de recomendação de conteúdo. A ação se enquadra no conjunto de regras do Digital Services Act, legislação que regula plataformas online de grande porte. As empresas têm até o dia 15 de novembro para fornecer os dados solicitados pela Comissão Europeia. A principal preocupação da UE é o impacto desses algoritmos na disseminação de conteúdos com desinformação, discurso de ódio, além de materiais que afetem a saúde mental dos usuários. Além disso, a Comissão questiona como as plataformas lidam com riscos relacionados a processos eleitorais, uma vez que algoritmos voltados ao engajamento podem amplificar conteúdos nocivos. Especificamente no caso do TikTok, a Comissão busca informações adicionais sobre as medidas de mitigação de riscos sistêmicos e manipulação de conteúdo. A plataforma já está sob investigação formal desde fevereiro, quando a União Europeia levantou preocupações sobre a proteção de menores. (TechCrunch)

Extrema-direita usa IA para promover nazismo e Hitler nas redes

Extremistas têm utilizado ferramentas de inteligência artificial para criar vídeos e áudios com vozes clonadas de Adolf Hitler, o colocando como uma figura "incompreendida", além de expor discursos antissemitas e anti-imigrantes. Esses conteúdos, que já alcançaram milhões de visualizações em plataformas como TikTok, X, Instagram e YouTube, e incluem versões em inglês de seus discursos notórios, como o de 1939 no Reichstag. Especialistas alertam que a facilidade de criar e compartilhar esses conteúdos torna a IA uma poderosa ferramenta de radicalização, especialmente entre jovens. Em fóruns online e canais da deepweb, extremistas se gabam de como os discursos manipulados estão ajudando a normalizar as ideias nazistas e redirecionar narrativas para novas audiências. Enquanto isso, as redes sociais têm enfrentado dificuldades para moderar e remover esses vídeos, apesar de ações rápidas após denúncias. (Estadão e Washington Post)