O Meio utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar sua experiência. Ao navegar você concorda com tais termos. Saiba mais.
Assine para ter acesso básico ao site e receber a News do Meio.

PF mira entidades suspeitas por golpe bilionário no INSS

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A investigação da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União sobre o golpe de R$ 6,3 bilhões em aposentados e pensionistas do INSS enquadrou 11 entidades de classe, mas um total de 31 são suspeitas de fraude nas cobranças de “mensalidade associativa”. Desconfiada da lisura em 1.374 descontos entre 2016 e maio de 2024, a CGU procurou os beneficiários. De abril a julho do ano passado, o órgão entrevistou presencialmente 1.273 pessoas para perguntar se elas haviam autorizado as cobranças. “Apenas 52 informaram estar filiadas a uma entidade, e 31 autorizaram o desconto, indicando a possibilidade de 98% dos casos serem indevidos”, escreveu a CGU em relatório que municiou a PF. Para 21 entidades, 100% dos entrevistados disseram não ter autorizado o desconto. Para sete entidades, esse percentual variou de 71% a 99%. Para outras três, essa proporção variou de 17% a 33%. A entidade com mais descontos irregulares foi a Caixa de Assistência dos Aposentados e Pensionistas do INSS (Caap), que promete auxílio psicológico, apoio jurídico e desconto em clínicas de saúde, e realizou 214 descontos irregulares dos 215 efetuados. (UOL)

Atas de reuniões mostram que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, foi alertado em junho de 2023 sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias, mas levou quase um ano para tomar as primeiras providências. O primeiro sinal a Lupi ocorreu no Conselho Nacional da Previdência Social, presidido por ele e que reúne as cúpulas do ministério e do INSS, associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais. Quem deu o alerta ao ministro foi a então conselheira Tônia Galleti, representante do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), em reunião no dia 12 daquele mês. Segundo a ata, o ministro respondeu que “seria necessário realizar um levantamento mais preciso”. Prometeu tratar do tema na reunião seguinte, em julho, mas não o fez. (TV Globo)

Em entrevista à CBN, Tônia disse que suspeitou das fraudes no INSS dois anos antes, em 2021, logo após entrar no conselho. Ela afirma ter feito inúmeros alertas, tanto no governo de Jair Bolsonaro quanto na gestão do presidente Lula. Como nada foi feito, adotou a medida que classificou como ‘extrema’ de levar a pauta ao próprio colegiado. Só em março do ano passado o INSS tomou a primeira providência, quando o esquema já era investigado pela CGU. Na ocasião, o órgão suspendeu novos acordos de cooperação e deixou mais rígidas as regras para firmar esses acordos, mas a suspensão daqueles sob suspeita só ocorreu na semana passada, após operação da PF. Tônia lamenta ter ficado “de mãos atadas”. (CBN)

Lupi se defendeu usando com o argumento de que as irregularidades, que levaram à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, são herança do governo anterior. O ministro afirma ter certeza de que o caso tem “safadeza de muita gente”, mas argumenta que o governo não foi omisso. “Muitas instituições abusaram e devem pagar por isso. Os beneficiários têm de ser restituídos. Mas não pode generalizar, senão a gente instaura um tribunal de inquisição.” (Folha)

PUBLICIDADE

“Não ligo para pressão”, disse Luís Roberto Barroso ao Globo. O presidente do Supremo Tribunal Federal se opõe à anistia aos golpistas do 8 de janeiro e afirma que o melhor cenário seria concluir o julgamento de Bolsonaro ainda este ano. Segundo Barroso, “não acho que seja o caso de anistia, porque anistia significa perdão. E o que aconteceu é imperdoável”. Mas ele pondera que “redimensionar a extensão das penas, se o Congresso entender por bem, está dentro da sua competência”. Barroso elogiou Hugo Motta (Republicanos-PB) e disse que o presidente da Câmara é um “exemplo de civilidade e de boas relações”, mas que eles não têm conversado sobre a principal pauta da extrema direita e do centrão. (Globo)

Por falar no ex-presidente, ele segue internado desde 13 de abril no Hospital DF Star, em Brasília. Bolsonaro está estável clinicamente e apresenta “melhora progressiva” dos exames laboratoriais do fígado, de acordo com boletim médico. Segue na UTI, sem previsão de alta e ainda sem conseguir comer. Segundo a equipe médica, o político está se alimentando por via endovenosa. (CNN Brasil)

Unidade de Vitimização Intensiva

Spacca

Virou cela a sala do diretor do presídio Baldomero Cavalcanti, em Maceió, desocupada para abrigar Fernando Collor de Mello, preso no local desde sexta-feira. Esse era o único espaço capaz de atender às demandas de saúde do ex-presidente, conforme orientado na decisão judicial. O local tem ar-condicionado, banheiro, é maior do que as celas comuns e fica no corredor administrativo do presídio, longe dos outros detentos. (Folha)

Donald Trump completa 100 dias de um dos começos de mandato mais desestabilizadores da história americana. Ele lançou uma série de decretos que prejudicaram agências e departamentos governamentais inteiros. Ameaçou tomar a Groenlândia à força, assumir o controle do Canal do Panamá e anexar o Canadá. Eviscerou grande parte do serviço público, removendo mais de cem mil funcionários federais. Entrou em guerra com universidades, meios de comunicação, escritórios de advocacia, museus. Perdoou ou reduziu a pena de todos os réus do ataque ao Capitólio. Desencadeou uma guerra comercial global que fez os mercados despencarem. E embarcou o país em seu prometido programa de deportação em massa, mobilizando todo o governo, da Receita Federal ao Serviço Postal, para encontrar, deter e expulsar imigrantes. Leia o especial da Time sobre esse período. (Time)

Informação transforma – sobretudo quando é compartilhada por quem busca diálogo. Assinar o Meio Premium é fazer parte de uma comunidade que valoriza o contexto, a análise profunda e o entendimento real do Brasil e do mundo. Com newsletters especiais, reportagens exclusivas, streaming e curadoria inteligente, você amplia seu repertório e constrói uma visão que vai além do imediato. Assine e fortaleça esse movimento.

Viver

Reis, presidentes e 400 mil pessoas se despediram do Papa Francisco no sábado. Os ritos finais começaram na Praça de São Pedro, com a Missa das Exéquias, diante de uma multidão de fieis, cardeais, 50 chefes de Estado, 130 delegações e dez monarcas. O cortejo seguiu pelas ruas de Roma, com o caixão transportado no papamóvel até a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde Francisco escolheu ser sepultado. Quando o corpo chegou ao local, os últimos a dizerem adeus foram 40 pessoas representando imigrantes, detentos e transsexuais. Francisco foi sepultado em um túmulo simples, com uma cruz prateada, “no chão e sem decoração especial”, como ele pediu (veja imagens). O túmulo foi aberto à visitação no domingo. O sepultamento deu início ao Novendiali, nove dias de luto e orações em sua memória. (Guardian e BBC)

Mais de 220 cardeais se encontram no Vaticano nesta manhã para definir a data de início do conclave que elegerá o próximo papa. Segundo o New York Times, o lado mais conservador da Igreja já se mobiliza para influenciar a escolha do sucessor de Francisco. Apenas os 135 cardeais com menos de 80 anos podem entrar na Capela Sistina para participar da eleição, mas as congregações gerais, espécie de pré-conclave, estão abertas a todos os 252 homens do Colégio Cardinalício – e começaram no dia seguinte à morte do pontífice. (New York Times e National Catholic Reporter)

Até que a fumaça branca transborde da chaminé do Vaticano, o conclave vai capturar todas as atenções. Está em jogo a capacidade de reencontro da Igreja com o caminho da comunhão e a sintonia de sua cúpula com as diferentes demandas e anseios de seu rebanho. Estudiosos afirmam que os católicos estão sedentos por um senso de comunidade e espiritualidade, mas enquanto uma parte dos fieis vê essa convergência num ambiente de tradição, outra quer congregar num espaço de progressão. Leia na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium. (Meio)

Quem será o próximo papa? Entre os candidatos mais fortes está o secretário de Estado do Vaticano, Pietro Parolin, cardeal italiano de fala mansa que foi braço direito de Francisco em seu papado. (New York Times)

E um dos desafios do futuro líder dos mais de 1,4 bilhão de católicos é a queda no número de fieis na América Latina, embora a Igreja tenha escolhido em 2013 seu primeiro papa latino. (Globo)

PUBLICIDADE

O presidente Lula sancionou um conjunto de leis que reforça a proteção às mulheres. Uma delas atualiza a Lei Maria da Penha, autorizando o uso de tornozeleiras eletrônicas para monitorar agressores durante medidas protetivas. O equipamento estará conectado a um aplicativo que envia alertas à vítima e à Polícia Militar caso o agressor se aproxime. Outra norma eleva em 50% a pena para violência psicológica com uso de inteligência artificial. E uma terceira lei combate a discriminação contra gestantes e mães em processos seletivos para bolsas de estudo ou pesquisa. (Globo)

Cultura

Um novo Basquiat redescoberto – que não era visto há 36 anos, por estar em uma coleção particular – será leiloado pela Sotheby’s, em Nova York, com expectativa de ser vendido por US$ 10 milhões a US$ 15 milhões. A obra (sem título) é de 1981, quando Jean-Michel Basquiat tinha apenas 20 anos. Trata-se de uma fase de ouro do artista: nove das dez maiores vendas em leilão de Basquiat são de obras de 1981 a 1983. A tela tem 1,5 metro de largura e representa uma figura frenética rabiscada em bastão de óleo sobre papel. Será destaque do Leilão Noturno de Arte Contemporânea, que começa em 13 de maio. (ARTnews)

“O amor da gente é como um grão.” O primeiro verso de Drão, escrito por Gilberto Gil após separar-se de Sandra Gadelha, abriu o momento mais emocionante até aqui de sua turnê de despedida, Tempo Rei, na noite de sábado, em São Paulo. Gil chorou ao cantar a música com sua filha Preta Gil, que há 11 dias ganhou alta após mais uma etapa do tratamento contra um câncer no intestino, diagnosticado há dois anos. Depois de quatro shows lotados para 45 mil pessoas, a equipe de Gil deve abrir novas datas na capital paulista. (Meio)

Obcecado pelo acorde exato, Gil, em grande forma aos 82 anos, mantém o hábito de continuar ensaiando antes das apresentações com os 16 músicos que o acompanham na turnê. Leia a Edição de Sábado em que contamos os bastidores de um ensaio de Gil e seu método rigoroso de trabalho. (Meio)

Meio em vídeo. Como será o futuro do livro, do mercado editorial e do próprio conceito de produção autoral com a inteligência artificial? Para conversar sobre esse e outros temas, o cientista político Christian Lynch recebe no Diálogos com a Inteligência José Mario Pereira, editor e fundador da editora Topbooks. Ele fala sobre a influência do digital no mundo das letras e diz não conhecer quem tenha abandonado seus livros e passado a existir apenas como leitor digital. O Diálogos com a Inteligência é uma parceria da Insight, editora da revista Insight Inteligência, com o Meio. (YouTube)

Cotidiano Digital

Vinte bilhões de ligações são disparadas no Brasil mensalmente. Metade delas – 10 bilhões – é realizada por robôs que são programados para discar. São as chamadas “robocalls”: ligações automáticas feitas por computadores para um número gigantesco de pessoas. Na tela do celular de quem recebe uma robocall, aparece um número que não existe, criado virtualmente. Segundo o Fantástico, essas chamadas funcionam como “prova de vida”. Se as ligações são atendidas, indicam que o dono da linha está vivo e é um cliente em potencial. Com as informações fornecidas pelos robôs, os atendentes de call center não perdem tempo telefonando para números inexistentes. E, no telemarketing, tempo é dinheiro. (TV Globo)

Um relatório do Google afirma que a adoção da inteligência artificial no trabalho poderia adicionar até € 400 bilhões (mais de R$ 2,5 trilhões) à economia britânica. A estimativa parte de programas piloto conduzidos no país com pequenas empresas, sindicatos e fundos educacionais. Além disso, trabalhadores que passaram por um treinamento básico com as ferramentas economizaram em média 122 horas por ano em tarefas administrativas, com destaque para grupos menos inseridos no mundo digital. (Reuters e CNN Brasil)

Para ler com calma. Durante meses, uma estação de rádio de Sydney transmitiu um programa apresentado por uma voz gerada por inteligência artificial sem que o público soubesse. O programa Workdays with Thy, da rádio CADA, manteve o segredo enquanto quis. O apresentador “Thy” foi criado com tecnologia da ElevenLabs, inspirado na voz de um funcionário da empresa. Estreando em novembro de 2024, o programa atingiu pelo menos 72 mil ouvintes, com quatro horas de duração e um conteúdo que abordava hip hop, R&B e pop. A falta de transparência gerou críticas da Associação Australiana de Dubladores, que acusou a emissora de trair a confiança do público. (The Verge)

Atualizar-se é fácil. Construir repertório é para poucos. O Central Meio entrega, todos os dias, às 12h15, análises com contexto histórico, leitura crítica e a experiência de quem conecta o noticiário às tendências de amanhã. Assista, compartilhe e forme sua própria visão. E não deixe de se inscrever em nosso canal no YouTube.

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.