PL tenta acelerar votação de anistia a golpistas

O PL protocolou na Câmara dos Deputados um requerimento de urgência pedindo a votação do projeto de lei que pretende anistiar golpistas do 8 de janeiro. O partido conseguiu 262 assinaturas válidas, cinco a mais do que o necessário para que o pedido se tornasse elegível para votação. Apesar disso, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não é obrigado a pautá-lo. As assinaturas são apenas uma forma de demonstrar apoio à matéria. Na semana passada, Motta afirmou que não pautaria propostas que pudessem gerar “crises institucionais”. Aos líderes mais próximos, disse que “não é o momento” para avançar com essa ideia. O requerimento de urgência, depois de aprovado em plenário, acelera a análise de propostas na Casa. Neste caso, o projeto deixaria para trás a tramitação em seis comissões, passando diretamente ao plenário, onde precisaria ser analisado em até 45 dias. Motta está de férias até 22 de abril, e quem está no comando até sua volta é Altineu Côrtes (PL-RJ), vice-presidente da Câmara e aliado de Jair Bolsonaro. Mais da metade (146) das assinaturas a favor da urgência veio de partidos da base do governo Lula. (Globo)
Líder do PL, o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ) disse que protocolou o requerimento porque, ao monitorar a lista de adesões, observou que havia parlamentares retirando assinaturas. “Deputados me ligaram para avisar que foram cobrados pelo governo. Entendi que o governo poderia fazê-los tirar a assinatura, fazendo chantagem”, alegou. Após protocolada, a urgência só pode ser retirada se mais da metade dos deputados desistir do apoio. “Dei um xeque-mate dentro do regimento. Duvido o governo conseguir tirar 133 assinaturas”, desafiou. Segundo o líder, ele não esperou Motta voltar ao trabalho para protocolar o pedido porque o Palácio do Planalto está “jogando pesado”. (CNN Brasil)
O governo sabe que, cedo ou tarde, o projeto chegará ao plenário da Câmara. E um mapa de cargos é a aposta para frear a adesão do Centrão à anistia. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pediu a elaboração do mapa (o que já foi feito) assim que assumiu a pasta. A constatação no Planalto é que há deputados com indicações nos órgãos federais que estão muito “soltos” e deixando de votar com o governo. Haverá cobranças em Brasília e, quem não se dobrar, perderá as indicações. (g1)
Conheça os deputados que assinaram o pedido de urgência. (Estadão)
Alvaro Costa e Silva: “Com o argumento furado de pacificar o país, a Câmara trabalha — trabalha como nunca — contra o equilíbrio democrático. Passam o seguinte recado: se vocês tentarem de novo, podem contar com a gente. Em tempo: por que 23 senadores pediram ao Supremo para conversar com o general Braga Netto, que está preso na Vila Militar do Rio? Qual a pauta? Os kids pretos?”. (Folha)
Cassar o mandato de Glauber Braga (PSOL-RJ), como a Câmara parece inclinada a fazer, será punição inédita em um caso de agressão. Em abril de 2024, ele chutou e empurrou um membro do Movimento Brasil Livre acostumado a provocar políticos de esquerda e jornalistas. A história do Legislativo é repleta de episódios de violência que jamais resultaram em perda de mandato. Em 1991, Nobel Moura (PTB-RO) deu dois socos no rosto da então colega e conterrânea Raquel Cândido (PRN-RO), que o acusou de ser envolvido com narcotráfico e prostituição e não foi punido. (Folha)
Meio em vídeo. O que Glauber Braga fez é absurdo. Um deputado não pode expulsar um cidadão da Casa do Povo. Mas a Câmara não pretende cassá-lo por isso, pois jamais cassou um único deputado por não saber se comportar. O problema é o fato de que o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, não gosta de suas críticas, que são corretas. No Ponto de Partida, Pedro Doria afirma que o psolista periga ser cassado pelo que fez certo, não errado. (YouTube)
O governo de Donald Trump cortou US$ 2 bilhões em doações públicas à Universidade de Harvard após a instituição se recusar a cumprir uma série de exigências, incluindo denunciar estudantes estrangeiros por violações de conduta e o fim imediato de programas de diversidade, equidade e inclusão. Segundo Alan Garber, presidente da instituição, “nenhum governo deve ditar como uma universidade privada deve operar”. Harvard é a primeira grande universidade a desafiar o ataque trumpista à educação. A resposta atende a mais de 800 professores, que assinaram em março uma carta pedindo a Garber que “organizasse uma oposição coordenada aos ataques antidemocráticos”. A campanha de Trump contra universidades, cujo primeiro alvo foi Columbia, faz parte de uma estratégia mais ampla de conservadores para conter o que veem como “viés progressista” no ensino superior americano. (New York Times)
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De olho na segurança digital
O Brasil registrou 1,24 milhão de tentativas de fraudes em janeiro de 2025, o maior volume contabilizado pela Serasa Experian em dois anos. O número representa uma tentativa a cada 2,2 segundos e marca uma alta de 41,6% em relação ao mesmo mês do ano passado. O setor mais visado pelos golpistas foi o de bancos e cartões, alvo de mais da metade das investidas (52,5%), seguido por serviços, financeiras e telefonia. A população mais impactada foi a economicamente ativa, com pessoas entre 26 e 50 anos concentrando 60% das ocorrências. O Sudeste liderou em números absolutos, com destaque para São Paulo (338 mil tentativas), mas, proporcionalmente, o Distrito Federal foi o mais afetado, com 8,6 mil casos por milhão de habitantes. (CNN Brasil)
Por falar nisso... Segundo a PSafe, os golpes mais comuns envolvem perfis falsos no WhatsApp, links de phishing por e-mail e SMS, promoções mentirosas nas redes sociais e tentativas de roubo de dados via falso suporte técnico. A recomendação dos especialistas passa por desconfiar de mensagens que pedem dinheiro, verificar a procedência de links e ativar a verificação em duas etapas. (Terra)
Viver
O Brasil participou do badalado voo da Blue Origin apenas com mulheres. Não com uma tripulante, mas com batata-doce e grão-de-bico. Os vegetais foram enviados como parte de uma pesquisa da Embrapa e da Agência Espacial Brasileira sobre produção de alimentos em ambientes com alta radiação e baixa gravidade. Quem conduziu os experimentos foi a engenheira aeroespacial Aisha Bowe, uma das seis tripulantes da expedição. O passeio, que incluiu a cantora Katy Perry e Lauren Sanchez, noiva do CEO da empresa, Jeff Bezos, foi a primeira viagem espacial só com mulheres desde 1963, quando a cosmonauta soviética Valentina Tereshkova decolou sozinha para o espaço. (g1 e CNBC)
Famoso pela basílica da Sagrada Família em Barcelona, o arquiteto catalão Antoni Gaudí está no caminho para ser canonizado pela Igreja Católica. O anúncio foi feito pelo próprio Vaticano. Os devotos de Gaudí pedem que ele seja declarado santo há mais de três décadas, destacando como suas obras convenceram pessoas a se converterem ao catolicismo. (Guardian)
A Anvisa aprovou o pedido de registro definitivo da vacina contra chikungunya desenvolvida pelo Instituto Butantan, em parceria com a farmacêutica franco-austríaca Valneva. A decisão autoriza a aplicação em maiores de 18 anos do primeiro imunizante contra a doença, que afetou 620 mil pessoas no mundo em 2024. O estudo clínico de fase 3, feito com adolescentes brasileiros após uma dose da vacina, mostrou a presença de anticorpos neutralizantes em 100% dos voluntários com infecção prévia e em 98,8% dos que não tiveram contato anterior com o vírus. (g1)
Panelinha no Meio. Que tal misturar tradições no almoço da Páscoa? Uma boa pedida é o cordeiro marroquino, feito com grão-de-bico, azeitonas e montes de especiarias.
Cultura
Com a showrunner Francesca Gardiner e o diretor Mark Mylod à frente do projeto, a HBO confirmou os primeiros nomes do elenco da série Harry Potter. O único que já era conhecido era John Lithgow, de Conclave, que será Alvo Dumbledore, enquanto Janet McTeer fará o papel de Minerva McGonagall, Paapa Essiedu viverá Severo Snape e Nick Frost será Hagrid. Também foram confirmados Luke Thallon como o Professor Quirrell e Paul Whitehouse como Argus Filch. As gravações estão programadas para começar em meados deste ano, enquanto a estreia deve ocorrer em 2026. O projeto deve durar uma década e sete temporadas, uma para cada um dos sete livros da saga de J.K. Rowling. (Variety)
O novo filme de Alejandro González Iñárritu, que deve estrear em 2 de outubro de 2026, ainda não tem título, mas já tem grande elenco. Além de Tom Cruise, a estrela de House of the Dragon, Emma D'Arcy confirmou sua participação no longa, que também terá nomes como Sandra Hüller (Anatomia de uma Queda e Zona de Interesse), John Goodman (Argo e O Grande Lebowski) e Sophie Wilde (Babygirl). A produção conta a história do homem mais poderoso do mundo que embarca em uma missão frenética para provar que é o salvador da humanidade antes que o desastre que ele desencadeou destrua tudo. (Deadline)
Escrito por Keanu Reeves, em parceria com China Miéville, chega ao Brasil o livro de algum outro lugar (assim mesmo, em letras minúsculas), uma expansão do universo criado pelo protagonista de Matrix com o roteirista de quadrinhos Matt Kindt. A história se passa em um universo alternativo ao da série de HQs BRZRKR, no qual o herói/anti-herói Unute narra a saga de um guerreiro imortal em uma jornada milenar para compreender sua vida. (Meio)
Cotidiano Digital
Começou nos Estados Unidos o julgamento antitruste contra a Meta, acusada pela Comissão Federal de Comércio (FTC) de consolidar um monopólio nas redes sociais ao adquirir o Instagram e o WhatsApp. Segundo a acusação, a empresa de Mark Zuckerberg agiu para “comprar ou enterrar rivais”, restringindo a concorrência e prejudicando consumidores. A FTC quer que as aquisições sejam desfeitas, mas a defesa argumenta que enfrenta forte concorrência de plataformas como TikTok e YouTube, e que o governo aprovou as fusões há mais de uma década. O julgamento deve durar oito semanas. (New York Times)
Aliás, a big tech anunciou que começará a usar interações com seu assistente Meta AI, além de postagens e comentários públicos de adultos, para treinar seus modelos de inteligência artificial na União Europeia. Usuários do Facebook e Instagram receberão notificações com detalhes sobre a coleta de dados e acesso a um formulário para rejeitar o uso. Segundo a empresa, mensagens privadas e dados de adolescentes não serão utilizados. (Reuters)
E a OpenAI apresentou o GPT-4.1, sucessor do modelo de IA multimodal GPT-4o. A nova versão foi lançada como uma opção aperfeiçoada em “praticamente todas as dimensões”, sobretudo em codificação e no acompanhamento de instruções. O GPT-4.1 já está disponível para desenvolvedores pela API, junto com as versões Mini e Nano, este último anunciado como o “menor, mais rápido e mais barato” da companhia até o momento. Os três modelos podem processar até um milhão de tokens de contexto (texto, imagens ou vídeos incluídos em um prompt), ante os 128 mil do GPT-4o. (The Verge)
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