EUA confirmam nova taxação que afeta Brasil
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Cumprindo a promessa feita no domingo, Donald Trump oficializou ontem uma taxação extra de 25% sobre importações de aço e alumínio de todos os países a partir de 4 de março. Em teleconferência com jornalistas, um representante da Casa Branca disse que desta vez não haverá exceções, ao contrário do que aconteceu em 2018. As duas ordens executivas ameaçam parceiros comerciais como Brasil, Canadá e México, mas foram bem recebidas pelas siderúrgicas americanas, que alegam dificuldade de competir com metais estrangeiros mais baratos. Como no primeiro mandato de Trump, as metalúrgicas têm feito lobby junto ao governo por medidas protecionistas, e a equipe de Trump concorda que manter esse setor forte domesticamente é essencial para a segurança nacional. Em suas primeiras três semanas no cargo, Trump já ameaçou impor mais tarifas a nível global do que nos quatro anos em que já foi presidente. Embora Trump tenha falado em tornar a América rica novamente, a nova taxação pode ter efeito reverso e aumentar drasticamente os custos para fabricantes americanos que importam aço e alumínio. (New York Times e Financial Times)
O Brasil é um dos principais exportadores de aço e alumínio para os EUA. Em 2024, foi o segundo maior fornecedor de aço para o país, atrás apenas do Canadá. E o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, antecipou seu retorno a Brasília para se reunir com sua equipe e preparar uma resposta ao anúncio de Trump. Após o encontro, no entanto, não disse quais medidas o Brasil vai adotar como resposta. “Da outra vez que isso foi feito, teve cotas, então vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração”, disse. (g1)
Mais cedo, quando as novas taxas ainda eram ameaça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também pregou cautela. Em sua conta no X, negou informação publicada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha, de que o Brasil reagiria taxando plataformas de tecnologia dos EUA, como Meta, Spotify e Amazon. “Não é correta essa informação. Vamos aguardar a orientação do presidente”, postou Haddad. À noite, a Secretaria de Comunicação (Secom), comandada por Sidônio Palmeira, confirmou que as big techs não serão taxadas. (X e Folha)
O anúncio de Trump tem grande abrangência. Se por um lado há ganhadores, por outro há perdedores. As tarifas, segundo o Washington Post, têm como um dos alvos a China, que responde por mais da metade da produção global de aço. (Washington Post)
Economist: “No ano passado, dezenas de países propuseram ou introduziram novas tarifas sobre as importações de aço. A maioria direcionou as medidas à China, acusada de inundar os mercados internacionais com metal barato. Tais tarifas ameaçam punir mais os aliados dos EUA do que os seus inimigos — e prejudicarão a própria economia americana”. (Economist)
David Goldman: “Se você está confuso com o plano tarifário do presidente Donald Trump, você não está sozinho. Mas há um método por trás disso. A América está com um déficit orçamentário enorme e Trump acredita que as tarifas compensarão a receita perdida. É por isso que ele chamou ‘tarifa’ de a quarta palavra mais bonita do dicionário, atrás de ‘Deus’, ‘amor’ e ‘religião’. É uma ferramenta para atingir três objetivos: aumentar a receita, equilibrar o comércio e submeter países rivais”. (CNN)
O Hamas acusou Israel de quebrar o acordo de cessar-fogo e anunciou que a próxima libertação de reféns, prevista para sábado, será adiada “até novo aviso”. Porta-voz do braço armado do Hamas, Abu Obeida elencou várias supostas violações nas últimas três semanas, como “atrasar o regresso dos deslocados ao Norte da Faixa de Gaza, atingi-los com bombardeios e tiros em várias áreas do enclave, e não permitir a entrada de suprimentos de socorro em todas as suas formas”. Mais tarde, em um novo comunicado, o Hamas disse que ainda havia uma chance de a libertação seguir como planejado e que a medida “serve como um aviso” para Israel “honrar totalmente” os termos do acordo. Israel descreveu o adiamento como uma “violação total do cessar-fogo”. (CNN)
Enquanto isso... Donald Trump disse, em entrevista à Fox News, que os quase 2 milhões de palestinos que ele quer deslocar da Faixa de Gaza não seriam autorizados a regressar. E que poderia cortar a ajuda à Jordânia e ao Egito se eles recusassem a sua exigência de acolher permanentemente a maioria dos palestinos de Gaza. (New York Times)
Depois de afirmar que os atos de 8 de janeiro de 2023 não foram uma tentativa de golpe e que houve “exagero” em algumas punições, o novo presidente da Câmara, Hugo Motta, conversou com alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os magistrados procurados, conta Bela Megale, estão Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Motta decidiu ligar diretamente para Moraes e outros ministros “para não deixar o ruído crescer”. Na conversa, disse que as condenações de parte dos envolvidos nos ataques golpistas têm criado um sentimento de vitimização e defendeu que as penas duras fossem aplicadas apenas a quem vandalizou e depredou os prédios. Os magistrados enfatizaram a Motta que os condenados vandalizaram instalações dos Três Poderes e que a ampla maioria concordou com as sentenças. (Globo)
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Cotidiano Digital
Um grupo de investidores liderado por Elon Musk apresentou uma oferta de US$ 97,4 bilhões, cerca de R$ 564 bilhões, para adquirir a organização sem fins lucrativos que controla a OpenAI. A proposta, segundo o Wall Street Journal, foi formalmente entregue ao conselho da companhia pelo advogado de Musk, Marc Toberoff, na manhã de ontem. É a investida mais recente de Musk a uma organização que ele ajudou a criar há quase dez anos. Em nota, o bilionário afirmou: “É hora de a OpenAI voltar a ser focada em código aberto e segurança como já foi”. Se bem sucedida, a aquisição poderia provocar a fusão entre a OpenAI e a empresa de IA de Musk, a xAI. (Wall Street Journal)
Apesar de uma fonte afirmar que a criadora do ChatGPT ainda não viu a proposta, seu CEO, Sam Altman, já negou — de forma irônica — qualquer intenção de venda. “Não, obrigado, mas compraremos o Twitter por US$ 9,74 bilhões se você quiser”, postou no X. Musk respondeu, chamando Altman de “vigarista”. O caso agrava uma disputa profundamente pessoal entre os dois pelo futuro da inteligência artificial. (New York Times)
A OpenAI vive um momento crucial no qual Altman tenta transformar a companhia em uma estrutura com fins lucrativos, levantar US$ 40 bilhões com uma avaliação de US$ 340 bilhões e lançar um projeto de infraestrutura de IA de US$ 500 bilhões. Para Musk, que cofundou a OpenAI com Altman em 2015, deixando-a em 2019, a oferta representa a sua jogada mais ousada até o momento para desafiar o que ele vê como uma traição da empresa à sua missão original de desenvolver a IA de forma segura e aberta, motivo pelo qual está atualmente processando a criadora do ChatGPT. (The Verge)
Ainda não está claro quão sérios são o grupo de investidores integrado por Musk e suas intenções. Uma análise plausível que circula pela internet é que a proposta pode ser fictícia. Alguns dizem que é uma tentativa de Musk de aumentar o preço que a equipe de Altman teria de pagar para comprar os ativos restantes da OpenAI para reestruturá-la a partir de seu estatuto original de organização sem fins lucrativos. (TechCrunch)
Viver
Dois novos estudos publicados na revista Nature Climate Change sugerem que a Terra pode já ter ultrapassado o limite de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais de aquecimento global estabelecido pelo Acordo de Paris. Uma das pesquisas, conduzida por Alex Cannon, do departamento de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas do Canadá, calcula que há uma chance de 60% a 80% de que a meta já tenha sido violada. O segundo estudo, liderado pelo cientista climático Emanuele Bevacqua, do Helmholtz Centre, na Alemanha, aponta que, se as tendências atuais de aquecimento se mantiverem, 2024 fará parte do primeiro período de 20 anos em que a temperatura média do planeta ultrapassará o limite. Outros especialistas são ainda mais pessimistas: James Hansen afirma que a meta de 1,5°C está “mais morta que um prego de porta”, pois o planeta pode ultrapassar 2°C de aquecimento nas próximas décadas. (CNN)
O governo federal já solicitou à Anatel o bloqueio de 11,5 mil sites de apostas e jogos online sem autorização para operar no Brasil. De acordo com Regis Dudena, secretário de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, 153 marcas têm permissão para atuar no país, sendo que 68 já receberam autorização oficial, totalizando R$ 2,1 bilhões em outorgas pagas ao governo. A fiscalização também tem mirado influenciadores que promovem plataformas ilegais. Em janeiro, 51 criadores de conteúdo foram investigados, enquanto 24 operadoras autorizadas passaram por auditoria. Ontem, o governo abriu uma consulta pública para definir a agenda regulatória do setor entre 2025 e 2026. (Globo)
A Polícia do Vaticano prendeu um homem de origem romena após ele pular no altar da Basílica de São Pedro e danificar seis candelabros. O incidente foi filmado e viralizou nas redes sociais. Matteo Bruni, diretor de comunicação da Santa Sé, disse que o homem tem “uma deficiência mental grave”. Os itens quebrados, do século 19, são avaliados em € 30 mil. O altar da basílica é considerado um dos locais mais sagrados do cristianismo, construído sobre o túmulo de Pedro, um dos 12 apóstolos de Jesus. (The Art Newspaper)
Cultura
O filme sobre a vida de Ney Matogrosso, Homem com H, teve seu primeiro trailer e cartaz divulgados. Escrito e dirigido por Esmir Filho, o longa traz Jesuíta Barbosa no papel do icônico cantor. A trama acompanha a trajetória de Ney desde a juventude na cidade de Bela Vista (MS), passando pelos conflitos com o pai, sua mudança para São Paulo, a entrada e saída da banda Secos e Molhados e o relacionamento com Cazuza. A trilha sonora traz sucessos como Rosa de Hiroshima, Sangue Latino, Bandido Corazón e Homem com H. (Omelete)
E o cinema brasileiro registrou no último fim de semana seu melhor desempenho neste ano, com 2,75 milhões de espectadores e uma arrecadação de R$ 29,42 milhões em bilheteria. O aumento de 148% no público foi impulsionado por ingressos promocionais a R$ 10 em salas de todo o país. O grande destaque foi Ainda Estou Aqui, que teve seu segundo melhor fim de semana desde a estreia, em novembro. Outro filme nacional que segue em alta é O Auto da Compadecida 2, o quinto mais assistido entre sábado e domingo. (Globo)
O julgamento de Hadi Matar, acusado de esfaquear o escritor Salman Rushdie em 2022, começou ontem no Tribunal do Condado de Chautauqua, em Nova York. Matar, que se declarou inocente, responde por tentativa de homicídio e agressão contra o autor de Os Versos Satânicos, obra sobre a vida do profeta Maomé. O livro gerou uma fátua do Irã, pedindo sua morte em 1989 e provocou o assassinato, em 1991, do tradutor japonês do livro. Já Rushdie foi atacado em um evento literário e perdeu a visão de um olho. Os promotores planejam convocar 15 testemunhas, incluindo o próprio escritor. (New York Times)
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