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Prezadas leitoras, caros leitores —

Na pesquisa da Quaest divulgada na última segunda-feira, o cantor Gusttavo Lima aparece com um percentual de intenções de voto para presidente que varia de 12% a 18%, a depender do cenário traçado pelo instituto. Ao longo da história, música popular e política sempre andaram juntas. Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, vamos nos debruçar sobre o universo da música sertaneja para entender não só como ela se tornou o gênero musical mais ouvido do Brasil, mas também a relação dos principais expoentes do estilo com a política, que muda ao longo da história e ganha contornos mais definidos em tempos de polarização.

Seguindo nas trilhas do Brasil, contamos a experiência bem-sucedida de escolas do Piauí com inteligência artificial. E ainda damos uma espiada no esquadrão ajambrado por Elon Musk para desmontar as agências e a estrutura governamental nos Estados Unidos.

São muitas as formas de atuar politicamente e de entender a política. E, aqui no Meio, buscar sentidos para esses movimentos é algo que faz parte do nosso DNA. Quer caminhar conosco nessas investigações? Seja um assinante premium e nos ajude a produzir um jornalismo original.

Os editores.

Lula sugere à população que boicote alimentos caros

Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula aproveitou uma entrevista a rádios baianas para justificar o peso da inflação no bolso dos brasileiros. Além de responsabilizar a gestão anterior do Banco Central, de Roberto Campos Neto, orientou consumidores a não comprar o que está caro como forma de pressionar empresários a uma redução nos preços dos alimentos, que encerraram o ano com alta de 7,69%, bem acima dos 4,83% do IPCA. “Tivemos um aumento do dólar, porque tivemos um BC totalmente irresponsável que deixou uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para outra. Eu não posso fazer congelamento [de preços], não posso colocar fiscal para ir em fazenda ver se o gado está guardado ou não”, disse Lula. “Se todo mundo tivesse a consciência de não comprar aquilo que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar.” Segundo Lula, o governo está “trabalhando, conversando com empresários, utilizando a competência dos ministérios para que a gente encontre uma solução para reduzir preços”. (CNN Brasil)

As declarações do chefe do Executivo foram um prato cheio para parlamentares de oposição. “Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Se a gasolina está cara, é só ficar em casa. Nada de cortar gastos nos ministérios, colocar gente competente nas estatais ou gerir melhor a economia”, publicou o senador Ciro Nogueira, presidente do PP. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) fez coro: “Se a comida está cara, ‘não compra’. Se o aluguel está caro, ‘mora na rua’. Se o remédio está caro, ‘morre’. E assim segue o governo do cinismo”, postou. Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), saiu em defesa do presidente: “Com diálogo e ação, a prioridade é reduzir o preço da carne e outros produtos essenciais da cesta básica. Lula reafirma: comida boa e barata na mesa de todos”. (g1)

Com popularidade em baixa, Lula pretende repetir a tática usada durante a crise do mensalão: intensificar viagens pelo país com o objetivo de melhorar a imagem de seu governo. Pesquisa da Genial/Quaest divulgada na última semana mostrou pela primeira vez um índice de desaprovação (49%) do mandato maior do que o de aprovação (47%). E a primeira parada foi o Rio de Janeiro, onde Lula participou ontem da cerimônia de reabertura da emergência do Hospital Federal de Bonsucesso. O novo ministro da Secretaria de Comunicação, Sidônio Palmeira, vai adotar uma nova dinâmica nas viagens presidenciais, com menos tempo de palanque com autoridades e falas políticas mais enxutas. Já o contato com o povo será intensificado tanto nas ruas quanto nas redes sociais. (Globo)

O caminho proposto por Sidônio para sair da crise também prevê a divisão de tarefas com a primeira-dama Janja, o vice Geraldo Alckmin e vários ministros. Para Lula, “2026 já começou” e, nesta segunda metade do governo, é preciso fazer a disputa “no gogó” com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, além do enfrentamento nas redes. (Estadão)

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Meu boné é melhor que o seu

Marcelo Martinez

O presidente americano, Donald Trump, afirmou ontem que Israel entregará a Faixa de Gaza aos Estados Unidos depois que os combates terminarem e os palestinos deixarem a região. Os palestinos “já teriam sido reassentados em comunidades muito mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas”. E acrescentou que “nenhum soldado dos EUA” será necessário. Apesar da condenação internacional do desejo de Trump de assumir e controlar Gaza, o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, ordenou que militares preparem um plano para permitir a saída voluntária de palestinos do território. Segundo ele, a ideia é oferecer opções de saída por meio de travessias terrestres, e arranjos especiais para saída por mar e ar. (Reuters)

Seguindo os passos americanos, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, anunciou que o país deixará de participar do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Embora nenhum dos dois países fossem membros formais do conselho, ambos mantinham status de observadores. Segundo Sa’ar, Israel foi alvo de mais de 100 resoluções condenatórias, mais de 20% do total. (Times of Israel)

Steven Erlanger: “Por mais irrealista e bizarro que possa parecer, Trump apontou para um sério desafio: o futuro de Gaza como um lugar seguro, pacífico e até próspero. O ex-embaixador francês em Washington Gérard Araud expôs o dilema de forma clara. ‘A proposta de Trump para Gaza é recebida com descrença, oposição e sarcasmo, mas como faz frequentemente, à sua maneira brutal e desajeitada, levanta uma questão real: o que fazer quando 2 milhões de civis se encontram num campo de ruínas, cheio de explosivos e cadáveres?’”. (New York Times)

Enquanto isso... Uma juíza federal proibiu, liminarmente, o Tesouro dos EUA de fornecer dados do seu sistema de pagamentos a terceiros, num primeiro golpe legal na cruzada de Elon Musk para reduzir os gastos do governo. Representantes de funcionários públicos e aposentados entraram com uma ação para impedir o compartilhamento de dados confidenciais com Musk e outros do recém-criado Departamento de Eficiência Governamental, argumentando que tais medidas estavam “privando-os das proteções de privacidade que lhes são garantidas pela lei federal”. (Financial Times)

E um outro juiz federal americano suspendeu o prazo, que terminaria ontem, para que funcionários federais aceitassem o pacote de demissão voluntária do governo, enquanto a legalidade do programa é analisada. (CNN)

Os democratas estão começando a acordar e a esboçar um plano para reconquistar a classe trabalhadora: transformar Musk, o homem mais rico do mundo, em bicho-papão. Munidos de novas pesquisas que mostram a popularidade de Musk descendo a ladeira, os líderes democratas estão focando no bilionário, que está desmantelando o governo federal. Até os membros mais conservadores do partido se uniram aos progressistas para atacá-lo. (Politico)

A democracia precisa ser defendida – e entendê-la é o primeiro passo. Democracia: Uma História Sem Fim é o primeiro documentário original do Meio Premium, feito para quem sabe que informação de qualidade faz a diferença. Assinantes Meio Premium financiam esse novo modelo de jornalismo e têm acesso exclusivo ao nosso streaming, que não para de crescer. Assine agora por R$ 15 e faça parte da construção de um jornalismo que transforma.

Viver

Mês passado foi o janeiro mais quente da história, com temperatura média em terra de 13,23°C, informou o observatório Copernicus, da União Europeia (íntegra). Considerando a média do mês entre 1991 e 2020, a elevação é de 0,79°C. O último janeiro também ficou 1,75°C acima do nível anterior à Revolução Industrial – além de ser o 18º mês dos últimos 19 em que a temperatura média global foi mais de 1,5°C superior ao nível pré-industrial. Já o gelo marinho do Ártico atingiu sua menor extensão mensal, 6% abaixo da média. (Meio)

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No maior estudo já realizado sobre o tema, pacientes com transtorno de uso de cannabis — incapacidade de parar de usar mesmo quando causa danos — têm três vezes mais chances de morrer nos cinco anos seguintes do que aqueles sem o transtorno, e dez vezes mais probabilidade de cometer suicídio do que a população em geral. Eles também têm mais chance de morte por causas como câncer de pulmão. A pesquisa aponta que esse transtorno representa metade do perigo causado pelo vício em opioides e um pouco menos que em bebidas alcoólicas. Pesquisas recentes sugerem que três em cada dez usuários de maconha desenvolverão tal transtorno. (New York Times)

A capacidade de prever o padrão e a estrutura da turbulência tem sido um desafio para cientistas nos últimos 200 anos. Mas um estudo publicado na revista Science Advances mostra uma nova abordagem para simular o fenômeno natural observado em fluidos como água em movimento, fluxo sanguíneo, correntes oceânicas, nuvens de tempestades e reações químicas. Uma equipe internacional de pesquisadores modelou as flutuações na turbulência probabilisticamente, levando em conta a variação aleatória. Um algoritmo inspirado na computação quântica conseguiu calcular em poucas horas o que um código clássico levaria vários dias para fazer. Prever melhor o fenômeno permitiria ter aplicações práticas no cotidiano, como melhor design de aviões e carros, corações artificiais e previsão do tempo mais precisa. (CNN)

Meio em vídeo. Mariliz Pereira Jorge e outras jornalistas do Meio foram cobradas a se posicionar por causa da opinião de Pedro Doria sobre o episódio CPF na Nota, da Rádio Novelo, como se tivessem alguma responsabilidade sobre o posicionamento alheio. A insanidade nas redes é o tema do De Tédio A Gente Não Morre. Confira! (YouTube)

Cultura

A Warner Music Group adquiriu uma participação controladora na Tempo Music, proprietária de um catálogo de direitos que abrange gravações de Bruno Mars, Adele e Wiz Khalifa. O acordo avalia a Tempo em US$ 450 milhões (R$ 2,6 bilhões). A Warner ajudou a formar a Tempo com a Providence em 2019, quando o valor dos catálogos de música estava disparando. A Tempo então adquiriu milhares de músicas ou, em muitos casos, a parte dos compositores nos direitos de uma música. (Globo)

Após as polêmicas envolvendo a atriz principal do longa Emilia Pérez, a editora espanhola Dos Bigotes anunciou o cancelamento de um livro escrito por Karla Sofía Gascón. A decisão foi tomada devido à repercussão de antigas postagens da atriz espanhola, que voltaram à tona recentemente, sobre suas opiniões de teor racista a respeito de George Floyd, a população muçulmana e as buscas por diversidade na Academia do Oscar. Em comunicado, a editora afirma que “sempre esteve comprometida com a igualdade, inclusão e diversidade”, ao condenar as antigas falas de Gascón. Publicado no México em 2018, o romance biográfico receberia uma edição corrigida pelo livreiro. (Folha)

Um novo documentário sobre a morte acidental da diretora de fotografia Halyna Hutchins no set de filmagens de Rust tem estreia marcada para 11 de março nos Estados Unidos pela plataforma Hulu. Dirigido e produzido por Rachel Mason, amiga da diretora, Last Take: Rust and the Story of Halyna inclui relatos em primeira mão dos eventos que ocorreram em seus últimos 12 dias. O documentário examina o dia trágico, quando a arma cenográfica de Alec Baldwin disparou uma bala real, matando a cineasta ucraniana e ferindo o diretor Joel Souza, além das investigações e julgamento dos envolvidos. (Variety)

Cotidiano Digital

O Google está adicionando marcas d'água SynthID a imagens que foram editadas usando a ferramenta reimagine no Magic Editor do aplicativo Fotos. O SynthID foi criado pela equipe DeepMind do Google, que incorpora uma tag de metadados digitais diretamente em imagens, vídeos, áudios e textos para identificar se eles foram criados ou alterados com IA. Mas o recurso de IA generativa reimagine pode fazer edições tão pequenas nas fotos que o próprio Google reconhece que seu sistema liberado nesta semana pode não conseguir detectar e rotular todo o conteúdo adulterado. Especialistas também afirmam que apenas a marca d'água não é suficiente. (Verge)

Pesquisadores de Stanford e da Universidade de Washington conseguiram treinar um sistema de IA especializado em raciocínio por menos de US$ 50 em créditos de computação em nuvem. Batizado de s1, o modelo apresentou desempenho semelhante ao de sistemas avançados, como o o1 da OpenAI e o R1 da DeepSeek, em testes matemáticos e de programação. O s1 foi criado a partir da destilação de um modelo do Google, o Gemini 2.0 Flash Thinking Experimental. A técnica permite que um modelo menor aprenda padrões e habilidades de um sistema mais robusto, reduzindo significativamente os custos de treinamento. Segundo os pesquisadores, o s1 foi treinado em apenas 30 minutos usando 16 GPUs Nvidia H100 e um conjunto de dados de mil perguntas. (TechCrunch)

Meio em vídeo. Como a inteligência artificial pode ajudar as empresas a crescerem e se desenvolverem? Para tratar desse tema, Pedro Doria e Cora Rónai recebem Rodrigo Assad, especialista em inovação. Assista! (YouTube)

Democracia se faz na conversa, na troca de ideias – e também nas indicações. O Pioneiros, nosso programa de indicações, ajuda a levar o Meio para mais pessoas que querem se informar sem ruído, sem partidarismo, com qualidade. Cada amigo indicado fortalece esse projeto e ainda rende brindes como forma de agradecimento. Convide alguém para sair da polarização e sentar na mesa para um bom papo. Indique o Meio e seja Pioneiro.

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