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Prezadas leitoras, caros leitores —

O casal Donald e Melania Trump já seria o assunto da semana, após a posse presidencial da segunda-feira. Mas um fenômeno que nada tem a ver com festa, sermão, imigração ou guerra de tarifas saltou aos olhos de quem acompanha o mundo das criptomoedas. As recém-criadas memecoins de Trump e de Melania viram seu valor disparar nestes dias.

Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, vamos explicar o fenômeno desse filho da cultura dos memes com o mundo cripto. Não só para entender o que são as memecoins, como são feitas e para que servem, mas também para saber o que elas podem representar politicamente no momento em que Trump se torna o primeiro presidente americano francamente a favor das criptomoedas.

Já na bolsa de apostas de Brasília, vemos como se desenha o futuro de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco depois que eles deixarem as presidências da Câmara e do Senado. E trazemos a história da versão brasileira de um clássico da arte contemporânea, o Dial-a-Poem — obra criada nos anos 1960 pelo americano John Giorno —, com um 0800 para ouvir poemas falados por artistas como Arnaldo Antunes e Ana Martins Marques.

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Os editores.

‘Ainda Estou Aqui’ faz história

Sony Classics/Divulgação

Não importa o que digam os envelopes no dia 2 de março, o Oscar de 2025 já entrou para a história do cinema brasileiro. Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, tornou-se o primeiro longa nacional indicado como melhor filme, prêmio máximo da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Concorre ainda nas categorias de melhor filme internacional e melhor atriz, com sua estrela, Fernanda Torres, repetindo o feito da mãe, Fernanda Montenegro, que concorreu por Central do Brasil em 1999. A concorrência está acirrada. Emilia Pérez, musical sobre um chefão mexicano do tráfico que passa por uma cirurgia de redesignação sexual, liderou as indicações e está na disputa em 13 categorias — incluindo as três do longa brasileiro. Foi seguido por O Brutalista, épico histórico sobre a experiência do imigrante, e Wicked, versão para as telas de um sucesso da Broadway, ambos com dez indicações. Conclave, um thriller sobre a eleição de um novo papa, e Um Completo Desconhecido, sobre os primeiros anos de Bob Dylan, receberam oito indicações. Os vencedores serão anunciados na cerimônia do Oscar, em Los Angeles, que cairá no domingo de Carnaval. (CNN Brasil e Variety)

As três chances de um filme brasileiro ganhar o Oscar pela primeira vez criaram uma onda de celebração no país, com reações de artistas, políticos, famosos e anônimos. O presidente Lula cumprimentou a equipe do filme. “Quanto orgulho!”, postou Lula em suas redes. “Meu coração de mãe está em estado de graça”, escreveu Fernanda Montenegro, vendo aos 95 anos a filha ganhar o mundo. “Saber que a história da nossa família é um símbolo da memória, do resgate que foi a luta contra a ditadura, é um final feliz para uma história que começou como uma tragédia, e muito nos honra, muito nos orgulha”, disse Chico Paiva, neto de Rubens e Eunice Paiva. (UOL)

Tio Paulo tinha razão. Em uma entrevista ao programa Roda Viva em 1998, Fernanda Torres contou a história de quando um tio seu “lá na Tijuca” lhe disse, após ela vencer o prêmio de melhor atriz em Cannes, que queria vê-la um dia no Oscar. “O Oscar não vai rolar nunca”, ela respondeu para ele. Um trecho da entrevista viralizou nas redes após sua indicação. (g1)

Com o Brasil todo ligado nas escolhas da Academia, era de se esperar que um filme nacional fazendo história no Oscar geraria um mar de memes — essa “forma superior de arte”, como disse Fernanda. E os brasileiros não decepcionaram. (Estadão)

As indicações de Ainda Estou Aqui foram recebidas com surpresa por alguns veículos internacionais e revistas especializadas, como Hollywood Reporter, que chamou Fernanda Torres de “azarona do Oscar”. O New York Times também recebeu com surpresa a indicação ao prêmio de melhor filme e Fernanda Torres como melhor atriz. O jornal destacou o papel exercido pelo Globo de Ouro, dando visibilidade ao filme junto aos votantes do Oscar, enquanto a Variety credita as indicações também ao engajamento dos fãs nas redes. (Hollywood Reporter, New York Times e Variety)

Crítico do Washington Post, Ty Burr afirma que o filme brasileiro “é um épico dentro de um épico: um drama familiar intenso contido no melodrama de um país enlouquecendo”. Já Sonia Rao disse que Ainda Estou Aqui “está em todo lugar”, sendo uma das grandes surpresas na categoria de melhor filme, ainda que esperado nas outras duas. (Washington Post)

Leonardo Sanchez: “O longa de Walter Salles trata de um dos capítulos mais sombrios dos livros de história, na ressaca da ascensão de um discurso que rejeita os horrores da ditadura militar e, por tabela, tentou grudar a maior parte do cinema nacional e a classe artística à pecha de inimigos da nação. Para além da guerra ideológica que se instaurou no Brasil, as indicações desta semana também servem de injeção de otimismo num setor cambaleante desde a pandemia de Covid-19”. (Folha)

Renata Almeida Magalhães:Ainda Estou Aqui é o resultado dessa insistência, desse ciclo evolutivo, mas, sobretudo, é um filme que nos faz lembrar que o Brasil vale a pena. Continuamos únicos e interessantes, capazes de fazer com que uma história profundamente brasileira, contada por um cineasta brasileiro, se conecte com o mundo”. (Globo)

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Política

Com apenas quatro dias no poder, Donald Trump sofreu ontem seu primeiro revés. O juiz John Coughenour, da Justiça Federal em Seattle, emitiu uma ordem de restrição temporária para bloquear o decreto executivo assinado pelo presidente que anula o direito à cidadania americana para crianças que nasçam no país. Trump queria impedir com o decreto que filhos de imigrantes ilegais ou com vistos temporários, como turistas, estudantes e trabalhadores sob contrato, já nascessem cidadãos americanos. O magistrado considerou a medida “flagrantemente inconstitucional”, atendendo ao argumento do procurador-geral do estado de Washington, Nick Brown, e de outros três estados que pediram a suspensão da medida pelos próximos 14 dias. Os democratas afirmam que o texto assinado por Trump viola a 14ª Emenda da Constituição, que garante cidadania a todas as crianças nascidas em solo americano. Coughenour voltará a analisar o caso em duas semanas, e a Casa Branca já avisou que vai recorrer, o que pode levar a disputa à Suprema Corte. (CNN)

Trump provocou surpresa e apreensão no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, ao afirmar, em discurso por vídeo, que vai exigir imediatamente a queda dos juros nos Estados Unidos. Segundo ele, a taxa de juros aprofundou os déficits e provocou a “calamidade econômica” do governo de Joe Biden. A pressão de Trump viola a independência do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), um dos fundamentos da economia no país. (BBC)

E o presidente anunciou o fim do sigilo dos documentos oficiais sobre os assassinatos do líder do movimento de direitos civis Martin Luther King Jr., do ex-presidente John Kennedy e do irmão deste, o senador Robert Kennedy. “Tudo vai ser revelado”, afirmou Trump, que nomeou Robert Kennedy Jr. secretário de Saúde de seu governo. Em 15 dias, o Departamento de Justiça e o serviço de inteligência devem apresentar os planos para liberação dos dados sobre o ex-presidente, morto em novembro de 1963. Para os casos de King e do senador, assassinados em 1968, o prazo é de 45 dias. (Guardian)

Enquanto isso... O bilionário e ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg disse que vai levantar fundos para financiar as iniciativas da ONU de combate às mudanças climáticas, abandonadas por Trump. (Reuters)

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Política de dois gêneros

Marcelo Martinez

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu pela primeira vez, de forma indireta, que será difícil reverter sua inelegibilidade até 2030, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em entrevista, ele levantou a possibilidade de lançar a esposa, Michelle Bolsonaro, candidata à presidência. Se ela vencer, Bolsonaro disse que assumiria o ministério da Casa Civil. “Vi na pesquisa do Paraná Pesquisas que ela está na margem de erro do Lula. Esse evento lá fora vai dar uma popularidade enorme para ela. Não tenho problemas, seria também um bom nome com chances de chegar. Obviamente, ela me colocando como ministro da Casa Civil, pode ser”, afirmou. (CNN Brasil)

O governo federal recorreu da decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que bloqueou R$ 6 bilhões do Pé de Meia, programa que paga R$ 200 mensais a alunos de baixa renda no Ensino Médio. O tribunal concluiu por unanimidade que a transferência desses recursos precisa estar prevista na Lei Orçamentária, ainda não aprovada pelo Congresso. No recurso ao próprio TCU, a Advocacia-Geral da União (AGU) alega, entre outras coisas, que as transferências aconteceram dentro da lei e que, sem esses recursos, o benefício poderá não ser pago já em janeiro, prejudicando 4 milhões de estudantes. (Jornal Nacional)

Viver

Os governos federal e do estado do Pará devem concluir nos próximos meses a entrega de florestas desmatadas para a iniciativa privada com o objetivo de restaurar florestas destruídas para vender créditos de carbono. As empresas que vencerem o edital a ser publicado poderão faturar mais de R$ 1 bilhão com a venda desses créditos para outras companhias que queiram compensar suas emissões de carbono, muitas delas altamente consumidoras de energia. Antes gerados em áreas privadas arrendadas ou compradas pelas desenvolvedoras, o novo modelo vai permitir que os créditos sejam produzidos em áreas públicas, desde que parte do faturamento com a venda vá para os governos. (Folha)

Pela primeira vez, a produção de energia solar (17%) superou a de carvão (16%) na União Europeia, em 2024, segundo relatório do grupo Ember nesta quinta-feira. A geração de eletricidade a partir do gás também diminuiu pelo quinto ano seguido, enquanto a de origem fóssil caiu a níveis históricos, de 39% em 2019 para os atuais 29%. A guerra na Ucrânia foi responsável por elevar a procura de alternativas para criar energia no bloco europeu, que dependia significativamente do gás russo. O Acordo Verde Europeu de 2019 também teve papel importante na transição da UE para fontes mais limpas, ao estipular a redução para até 55% até o final da década no bloco e neutralizar as emissões europeias até 2050. (UOL)

A Universidade de São Paulo foi classificada entre as 100 melhores universidades do mundo em cinco áreas no THE World University Rankings by Subject 2025, elaborado pela consultoria britânica Times Higher Education (THE). As áreas de destaque da USP foram Direito (58ª posição), Educação (67ª), Medicina e Saúde (86ª), Artes e Humanidades (98ª) e Ciências Sociais (97ª). As universidades americanas dominaram o ranking em nove áreas, enquanto a inglesa Universidade de Oxford liderou em Ciências da Computação e Medicina e Saúde. No contexto global, a USP segue como referência na América Latina, alcançando a 199ª posição do ranking, e voltando a figurar entre as 200 melhores do mundo após uma década. (InfoMoney)

Cotidiano Digital

A OpenAI está lançando uma prévia de seu agente de IA, o Operator, para assinantes do ChatGPT Pro nos Estados Unidos. A ferramenta é capaz de automatizar tarefas como preencher formulários, fazer reservas em restaurantes e pedir compras de supermercado ao executar tarefas na web. Os usuários podem assumir o controle da tela a qualquer momento. A companhia disse que planeja expandir o recurso para mais países e usuários Plus, Team e Enterprise e integrar o Operator ao ChatGPT. É possível não participar de parte da coleta de dados e treinamento do Operator desativando a configuração “melhorar o modelo para todos” no chatbot. (CNBC)

O Tribunal Nacional de Apelações de Direito Societário da Índia suspendeu temporariamente uma proibição de cinco anos que impedia o WhatsApp de compartilhar dados de usuários com sua controladora, a Meta. A decisão representa uma vitória para o conglomerado de Mark Zuckerberg em seu maior mercado global, onde mais de 700 milhões de pessoas utilizam o aplicativo de mensagens mensalmente. A disputa começou em 2021, quando o WhatsApp implementou uma política de privacidade que exigia dos usuários o consentimento para o compartilhamento expandido de dados com outras plataformas da Meta. Enquanto os europeus podiam optar por não compartilhar as informações, os indianos não tinham essa escolha, o que levou o regulador antitruste local, a Comissão de Concorrência da Índia, a classificar a prática como abusiva. Embora a suspensão do tribunal represente um alívio para a Meta, a empresa foi ordenada a depositar cerca de US$ 12,35 milhões, metade de uma multa inicial, em até duas semanas. O caso será reavaliado em 17 de março. (TechCrunch)

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