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Edição de Sábado: Doze presentes

Estava com nove anos, pulei o muro do estádio para ver o jogo do Palmeiras, mas um guarda me flagrou, fui colocado para fora. Fiquei magoadíssimo. Por que eu não era como aqueles meninos cujos pais entravam com eles para assistir aos times de São Paulo que vinham à minha terra?

Criança, só conseguia assistir às “peladas” no campo pelado de São Anastácio, sem gramado, desalinhado, esburacado, onde jogavam times da subvárzea. Trancos, encontrões, rasteiras, valia tudo, aquilo não era futebol, nem sei o que era. Mas se divertiam.

Ali pelos doze anos, pensei: e se eu jogar futebol? Entro em campo no jogo preliminar, terminada a partida fico pelo estádio, assisto ao jogo principal. Naquela época, todo jogo oficial tinha uma preliminar, era bom para os olheiros descobrirem talentos. E se eu fosse um talento?

Tentei. O professor de educação física me disse: Precisamos encontrar sua posição. Você me parece menos agressivo, é meio indeciso, não serve para o ataque. Também não para o meio campo. Talvez na retaguarda, defendendo? Só que os atacantes passavam por mim, rápidos. O técnico indagou:

— Por que você insiste? Qual é a sua?

— Jogando no infantil ou no juvenil, depois posso assistir ao jogo com os grandes times, meu sonho.

— Nunca assistiu a uma partida de futebol com um grande time?

— Nunca, não deixam, já fiz tudo, pulei muro, pedi que completassem um ingresso na porta, me olhavam com desprezo, já vendi abacate que tem no meu quintal, o bilhete era mais caro.

— Nunca vi um garoto que não tivesse assistido a uma partida dessas boas, com os grandes. Vou ver o que posso fazer.

— O senhor pode me dar um ingresso, fica como presente de Natal adiantado.

— Presente de Natal, estamos em junho? Mas boa idéia. Podemos fazer isso. Por que não?

Ficou no por que não. Ele era professor de educação física, foi dar aula em outra cidade, Bauru, esqueceu de mim. Os grandes jogos oficiais diminuíram na cidade, o time local foi rebaixado, continuou caindo, descendo de divisão para divisão, até sumir. Todos diziam que o futebol do interior era assim, estava ficando coisa de quem tem dinheiro.

Terminei o ginásio, comecei a trabalhar em um posto de gasolina, passei a garçom de um bar de periferia. Mudei para Araraquara, consegui abrir uma carrocinha de cachorro-quente, deu certo. E eu pensando, ainda tenho de ver um grande jogo, vou me presentear com um bilhete. É triste a gente dar um presente para nós mesmos. Era esquisito, principalmente um presente de Natal.

E os cachorros-quentes saíam bem, eu fazia um dinheirinho, repetia: posso me dar um presente, mas o bom é alguém me dar. Sim, loucura minha, mas era coisa que vinha desde menino, fazer o quê? Será que vou morrer sem presente de Natal? Nem imaginam o que era rondar as vitrines de lojas. Não queria comprar, meu sonho era que a pessoa dissesse: “Seu presente de Natal”.

Como desfazer o nó? Cheguei aos 17 anos e a vida inteira sem presente de Natal? Alguns me diziam: para com isso! Vai ficar maluco! Qual é??? Eu podia, mas não queria me dar. Não queria nada grandioso, importante, impossível. Qualquer coisa que me dessem, dizendo: “aqui está seu presente de Natal”.

Perto dos 18 anos, Bazzani, jogador da Ferroviária, belo time, no auge, passou pela barraca, comeu um cachorro-quente, elogiou, pediu outro. Na hora de pagar eu disse:

— É presente, admiro o senhor. E o Pio.

Ele era bom demais no meio campo. E o Pio, ponta esquerda? Ninguém parava ele. Rápido, chute mortal. Sorriu.

— Obrigado. E como posso retribuir?

— Me dando um presente de Natal.

— Qual?

— Quero entrar e assistir a um jogo dentro do campo. Esse é o presente de Natal.

— Mas no Natal não terá jogo nenhum!

— Seguinte, o senhor me dá agora, vale para o Natal.

— Antecipado?

— Não sei o que é isso. Mas pode ser agora, vai ter jogo do Santos.

— Isso é fácil, te levo comigo, dou um jeito, você assiste do banco de reservas. Não é nada fácil, vamos ter de combinar com pessoas difíceis. Mas você vai. Venha domingo.

Não sei o que fizeram, fui. No ônibus do time, desci junto e delirei, quase desmaiei quando Bazzani, entrado do vestiário me disse:

— Garoto, este é um presente de Natal de todo o time. Onze presentes, doze com o técnico Vail.

Quase caí! Não era um, eram doze. Presente maior foi a Ferroviária vencer o Santos por 4 x 1. Nunca mais assisti a nenhum jogo. Para quê? Não precisava, aquele está dentro de mim, até hoje aos 88 anos.


*Ignácio de Loyola Brandão nasceu em Araraquara em 1936. Escreveu 58 livros entre romances, contos, crônicas, teatro e infantis. Pertence às Academias Brasileira e Paulista de Letras.

Curadoria na veia

Nada melhor do que boas indicações no fim do ano. A equipe do Meio caprichou para dividir o que mais gostou de ler, ouvir, ver e jogar neste ano. Aqui escolhemos uma indicação de cada pessoa, mas no site tem ainda mais dicas.

DISCOS

BRAT, Charlie XCX
As playlists que saem agora em dezembro, do Pitchfork (na Apple Music) e no Spotify, acabo levando quase o ano todo pra ouvir tudo. Dito isso, o álbum que me acompanhou este ano foi BRAT.
(Shima, editor de arte)

É o Grelo, Grelo
Gabriel de Ângelo regravou, em ritmo de seresta, as músicas Vida Loka -Pt 1, dos Racionais, e Dias de Luta, Dias de Glória, do Charlie Brown Jr., apenas para animar os amigos numa pescaria. Alguém colocou as versões nas redes e a coisa explodiu. Foi assim que o autor de sucessos sertanejos (508 músicas gravadas) precisou criar seu alter ego, o Grelo, para faturar no Spotify. Deu mais certo ainda. Sua composição original Na Fé bombou na plataforma, foi sampleada em outros sucessos e é a música mais procurada no Google em 2024. Diversão garantida.
(Tony de Marco, diretor de arte e chargista)

Invincible Shield, Judas Priest
Um dos álbuns mais completos do metal no ano, Invincible Shield mostra toda a potência e versatilidade do Judas Priest. Rob Halford mostra que consegue chegar em notas altas no auge dos seus 73 anos.
As faixas Panic Attack, Crown of Horns e Invincible Shield são, sem sombra de dúvidas, as minhas favoritas do disco.
(Bruno Antonucci, editor-assistente de conteúdo em vídeo)

Outros Fios, de Chico Bernardes
Cada faixa é uma passagem estreita pelos pensamentos de Chico Bernardes. Em Outros Fios, seu primeiro álbum em cinco anos, ele revela o que acumulou na vida nos últimos tempos. Das inquietações de uma mente fervilhante aos encontros e desencontros de relações complexas, as músicas são embaladas pela simplicidade do violão acústico, que se mistura a arranjos sofisticados de percussões eletrônicas e sintetizadores. Vale abrir uma garrafa de vinho e dedicar a noite a essa viagem... quase em família, já que o artista traz fortes influências de seu irmão mais velho, Tim Bernardes.
(Giullia Cechia, criadora de conteúdo multimídia)

FILMES

O Amor Sangra, de Rose Glass (Max)
O segundo longa da diretora inglesa é uma ode ao cinema B americano, voltando para a época de ouro desses filmes, os anos 1980. Talvez por conta da falta de imaginação do cinemão neste ano, muitos dos filmes mais legais lançados em 2024 sejam diálogos com o passado recente. A Substância é um filme-irmão nesse sentido. Com uma baita atuação de Kirsten Stewart, bem distante do Crepúsculo, conta a história de Lou, uma gerente de academia reclusa, que se apaixona por Jackie, uma ambiciosa fisiculturista. O romance das duas desemboca em uma espiral de violência. Mais um golaço da produtora A24.
(Guilherme Werrneck, editor-executivo)

Dias Perfeitos, de Wim Wenders
Se tem um gênero gostoso no mundo dos animes é o
slice of life, pedacinho da vida, que retrata o realismo do dia a dia. Um filme que o capturou isso maravilhosamente foi Dias Perfeitos, de 2023. Do alemão Wim Wenders e indicado ao Oscar de Melhor Filme Internacional, acompanhamos janelas da vida de um zelador de Tóquio. Uma viagem por belíssimos banheiros públicos que nos dão vontade de fazer um turismo diferenciado — xixi em diferentes parques da cidade. 
(Bruna Buffara, criadora de conteúdo)

Levante, de Lillah Halla (Telecine)
Ao abordar corajosamente o tema do aborto no Brasil, o filme é mais uma estreia importante do cinema brasileiro em 2024. Ao apresentar a história de Sofia, uma jovem jogadora de vôlei que, ao descobrir uma gravidez indesejada, enfrenta os desafios de buscar um aborto seguro em um país onde o procedimento é legal, a narrativa destaca a força coletiva do elenco e a sororidade — que com abordagem naturalista se destaca e nos aproxima das personagens, evidenciando a urgência do debate sobre os direitos reprodutivos e a autonomia feminina.
(Paulo Tothy, editor de arte)

A Substância , de Coralie Fargeat (Mubi)
Cheio de referências — David Cronenberg é a maior, mas não a única —, o longa de Coralie Fargeat vai fundo no terror corporal para contar a história de uma ex-estrela de Hollywood (Demi Moore) em vias de perder o posto de apresentadora de um programa de ginástica por causa da idade. Um produto bizarro oferece a ela a chance de ser “sua melhor versão”, mas o preço acaba sendo alto. Em uma época dominada por CGI, empolga ver como os efeitos práticos funcionam bem — até seios de Margaret Qualley foram moldados pelos maquiadores. Mas não é para os fracos de estômago.
(Leonardo Pimentel, editor-executivo)

JOGOS

Dixit (tabuleiro)
Aqui em casa, temos o costume de sempre buscar novos jogos que estimulem a interação e tragam diversão para todos. Este ano, descobrimos o Dixit, um jogo de cartas que desperta a criatividade e a imaginação de um jeito único. As cartas, com ilustrações fascinantes e cheias de detalhes, convidam os jogadores a criar interpretações pessoais, enquanto os outros tentam adivinhar o que foi pensado. O mais divertido é embarcar nessas interpretações e, claro, tentar entender o raciocínio por trás das escolhas dos outros. Uma das maiores vantagens do Dixit é que ele consegue reunir pessoas de todas as idades, tornando o jogo ainda mais dinâmico e divertido.
(Carol Cassano, diretora comercial)

Phoenix Wright: Ace Attorney Trilogy (Steam, Xbox e PlayStation)
Assuma o papel de um advogado de defesa, investigue crimes, confronte testemunhas e revele a verdade nos tribunais. Com diálogos envolventes, personagens únicos e casos cheios de reviravoltas, essa trilogia é uma experiência super divertida. Apesar de não ter tradução para português (mas o inglês é acessível), e de a trilha sonora não ser tão marcante (recomendo jogar com uma boa playlist), é um clássico imperdível. Infelizmente, saiu do Game Pass recentemente. Ah, depois disso, você nunca mais ouvirá “Objection!” do mesmo jeito!
(Artur Ivo, coordenador de growth)

LIVROS

Bambino a Roma, de Chico Buarque, e A Invenção da Solidão, de Paul Auster (Companhia das Letras)
“A memória é uma ilha de edição.” A frase do poeta Waly Salomão me vem à cabeça ao pensar em dois livros que li este ano. Bambino a Roma, de Chico Buarque, e A Invenção da Solidão, de Paul Auster, são, ao mesmo tempo, livros de memória e de ficção — ou “memórias inventadas”, como diria Manoel de Barros. No primeiro, passeamos pelas ruas de Roma com o pequeno Francisco, que nos conduz pela Via San Marino, pelo Cine Rex, pela escola em que um professor irlandês passava a mão na sua bunda. Em meio às referências culturais que ajudaram a formá-lo, Chico reencontra o menino que ele foi um dia — e também o menino que queria ter sido. Na obra de Auster, mergulhamos no “retrato de um homem invisível” — seu próprio pai, sujeito indecifrável que, ao morrer, deixa para o filho a mesma ausência que lhe dedicou em vida. De recordações pessoais a ensaios filosóficos e literários, A Invenção da Solidão, escrito por Auster aos 35 anos (1982), é também um livro de experimentação artística, atravessado do início ao fim pela experiência da paternidade. Chico lançou Bambino a Roma em agosto, dois meses após completar 80 anos. Para Auster, 2024 foi o ano de sua despedida deste mundo, aos 77 anos.
(Caio Barreto Briso, editor)

Memórias de Martha, de Julia Lopes de Almeida
A minha recomendação não é um lançamento, mas foi uma descoberta minha desse ano: a escritora brasileira Julia Lopes de Almeida. Julia foi um fenômeno literário do século 19, teve livros adotados em escolas por todo o Brasil, escreveu para os principais jornais da época, foi ativista pelo fim da escravização, pela República e pelo voto feminino. Ela também integrou o grupo de intelectuais que fundou a Academia Brasileira de Letras, mas ficou sem uma cadeira por ser mulher. A minha indicação é Memórias de Martha, que retrata a vida em um cortiço do Rio de Janeiro sob a ótica de uma jovem mulher, com todas as restrições impostas à época. A obrigação de se casar e a carreira de professora como única opção possível, além de uma relação estreita com a mãe, são narradas com uma sensibilidade incrível. Leiam Julia Lopes de Almeida!
(Luiza Silvestrini, apresentadora do Central Meio)

Oração para Desaparecer, de Socorro Acioli (Companhia das Letras)
Quero indicar esse livro para as férias porque ele é uma espécie de passeio no tempo e no espaço. O contato com ele me deu ainda mais vontade de viajar. A história de uma brasileira que morre e ressurge para a vida em Portugal prende a atenção logo de cara. A personagem não lembra do passado, seu corpo foi literalmente desenterrado, muito machucado, em Almofala, Portugal. O casal que a desenterra e acolhe já esperava a chegada de uma “ressurrecta”, como são chamados os que voltam à vida no livro. A obra mistura magia e romance de um jeito original, faz com que a história ressoe por muito tempo na nossa cabeça. Uma curiosidade: existe um distrito chamado Almofala também no Ceará. O lugar foi habitado por indígenas Tremembés e, assim como no livro de Acioli, a Almofala cearense testemunhou um renascimento, no caso, de uma igreja que tinha ficado soterrada em dunas de areia por 50 anos.
(Myrian Clark, produtora)

SÉRIES

Os Bandidos do Tempo (Apple TV+)
Série para toda a família invariavelmente quer dizer tramas simplórias, diálogos toscos e finais previsíveis. Mas não quando você tem Taika Waititi revisitando um clássico de Terry Gilliam. Sua versao do filme que traz um bando de anões fugindo com um mapa roubado de ninguém mais, ninguém menos, que Deus (o Ser Supremo) e perseguidos por ninguém mais, ninguém menos, que o diabo (Pura Maldade) consegue até ser melhor que o filme original. E as crianças ainda aprendem um bocado de história não eurocêntrica. Sabe quem foi Mansa Musa? Madame Sao? Então você vai aprender também.
(Heinar Maracy, coordenador de marketing digital)

Um Cavalheiro em Moscou (Pramount+ ou Prime Video)
Não interprete esta série pela atitude excêntrica, até leve, que os primeiros episódios inspiram. Porque a história do conde Alexander Rostov (Ewan McGregor) é uma sobre o custo mais profundo da opressão. É uma história sobre o valor da liberdade. É uma história sobre ditadura, sobre totalitarismo, passada toda, inteiramente, dentro de um hotel de altíssimo luxo. Você não sairá feliz após assistir. Mas sairá tocado.
(Pedo Doria, diretor de jornalismo)

Cem Anos de Solidão (Netflix)
Recomendação em dose dupla: o livro, Nobel de Literatura de 1982, e a série, recém-lançada pela Netflix. Até poucas semanas atrás, não havia consumido essa história e me arrependo pela demora de sanar essa pendência. A obra literária deve ser lida com atenção e tempo. Sem ter de entrar na meta de leituras do mês ou da semana. Uma leitura dinâmica fará perder detalhes e a construção da cidade fictícia de Macondo. Por meio do realismo mágico, mistura elementos de fábulas e folclores, sem deixar de lado a história e formação dos países latinos. A lógica cronológica foi adotada apenas na série, um acerto por se tratar de um público mais amplo do que o do livro. E se provou acertada também pela coesão narrativa de uma adaptação difícil de ser feita. A parte 2 da série, a ser lançada em 2025, já entra na lista de temporadas mais aguardadas do ano. Cem Anos de Solidão, por ironia, prova que não há caminho único nos países latinos, não estamos sozinhos em nossas histórias e em sermos vítimas da colonização. Isso não apagou a pujança cultural e criativa da subjetividade latina. Tem pouco tempo? Comece pela série, se familiarize com a obra e então leia o livro!
(Caio Mello, redator)

Dark Matter (AppleTV+)
Uma ficção científica de primeira, com excelentes personagens interpretados por excelentes atores (Joel Edgerton, Jennifer Connely, Alice Braga). Foi a série que mais mexeu com a minha imaginação. Apesar de a premissa de ficção científica de multiversos ser um tanto batida, essa narrativa se destacou pela construção dos personagens, especialmente o personagem principal — que foi interpretado de forma extremamente humana e vulnerável pelo Joel Edgerton. No final, é uma série que usa a ficção para questionar como as nossas escolhas moldam quem acabamos por nos tornar, e como podemos ter tantos potenciais distintos, moldados por essas escolhas. E tem uma coisa de explorar realidades alternativas, em busca da realidade que o personagem principal perdeu, que é muito interessante, e foi extremamente bem executada — a Apple caprichou na produção, no roteiro e na profundidade filosófica que embasa toda a narrativa. Acho que, pelo conjunto, acaba sendo interessante para quem ama ficção científica e pra quem não liga muito também — tem muitos elementos para uma audiência mais ampla se identificar.
(Nelson Porto, editor de inteligência artificial)

Machos Alfa (Netflix)
Sou mãe de dois meninos, tenho dois irmãos e cresci com um avô que era policial federal e não podia ver um homem de brinco. Ao longo dos meus 47 anos, sempre estive imersa no mundo masculino. E em tempos de tantas mudanças na relação entre homens e mulheres, a série espanhola Machos Alfa oferece leveza e ironia para tratar do machismo e de como se adaptar a um — muito bem-vindo — mundo de empoderamento feminino. Dei boas gargalhadas ao ver os quatro amigos na casa dos 40 anos enfrentarem várias situações em que tiveram de lidar com uma “guerra ao cromossomo Y”. As duas temporadas, com episódios de cerca de meia hora, estão na Netflix. E a terceira já tem trailer.
(Andrea Freitas, editora)

Monstros — Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais (Netflix)
Se você tem uma leve tendência obsessiva, como eu, evite. Porque ao entrar no universo dos irmãos Menendez na Netflix você talvez se veja instigado a lá permanecer por dias. A começar pela série Monstros — Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais, versão ficcional da história real dos dois jovens que, em 1989, mataram brutalmente José e Kitty, em Beverly Hills. Na primeira temporada, o diretor havia retratado a história do serial killer Jeffrey Dahmer. Com os irmãos Menendez, Murphy produziu novamente alguma controvérsia ao humanizar (demais ou não o suficiente, dependendo do lado da polêmica que você escolhe) os rapazes que mataram os pais. As atuações de Javier Bardem (José) e Chloe Sevigny (Kitty) são desconfortáveis e brilhantes. Mas os protagonistas, Cooper Koch (Erik) e Nicholas Alexander Chavez (Lyle), são perigosamente cativantes. Não à toa, a tendência é ficarmos sedentos por mais. E, por isso, quase simultaneamente foi lançado o documentário O Caso dos Irmãos Menendez, com depoimentos dos irmãos de dentro da cadeia onde cumprem sua sentença. O TikTok e o Instagram oferecem ainda muito conteúdo sobre a história real. E, para saciar o vício, o caso ainda foi reaberto depois que um ex-Menudo denunciou José Menendez por abuso sexual. A nova sessão de julgamento deve acontecer dia 30 de janeiro. A minha audiência está garantida.
(Flávia Tavares, editora-chefe)

Ripley (Netflix)
Ripley é um bálsamo no oceano de mediocridade audiovisual nosso de cada dia. Escrita e dirigida por Steven Zaillian, roteirista de A lista de Schindler, American Gangster e Moneyball e diretor de The Night of, a série de oito capítulos é uma versão ultra-estilizada do romance O talentoso Ripley, de Patricia Highsmith. E extraordinariamente filmada em preto e branco por Robert Elswit, um dos grandes diretores de fotografia do cinema atual.
(André Arruda, diretor de fotografia)

O Véu (Disney+)
Para quem procura uma série rápida para maratonar na folga do Natal, O Véu é uma ótima opção. Estrelada por Elisabeth Moss (O Conto da Aia), a produção é um suspense emocionante que mostra uma espiã correndo contra o tempo para ganhar a confiança de uma mulher suspeita de envolvimento com um grupo terrorista. Em uma viagem entre Istambul e Paris, ela precisa descobrir o segredo que a outra guarda antes que um ataque mate milhares de pessoas.
(Adriano Oliveira, redator)

PODCAST

Pavulagem
Como podcaster, eu não poderia deixar de indicar um, certo? Rendo homenagens ao trabalho minucioso e sensível do meu colega de profissão Maickson Serrão, que é criador do podcast Pavulagem, que retrata as histórias dos Seres Encantados da floresta amazônica a partir de vozes de ribeirinhos e indígenas. Os episódios são preenchidos de um trabalho sonoro impecável, a partir de sons da floresta amazônica. E, se não me engano, ainda é o podcast mais ouvido no norte do Brasil.
(Yasmim Restum, podcaster)

YOUTUBE

Uma das tendências que eu mais tenho acompanhado nos últimos anos tem sido a da migração do vídeo da internet para a TV da sala. Como no digital precisamos usar as coisas para aprender, passei bastante tempo este ano assistindo YouTube à noite, largado no sofá. Apesar de, como toda rede social, o uso do YouTube ser uma experiência muito individual, acho que ficaram alguns aprendizados que vale compartilhar. Afinal, como eu faço para domar meu algoritmo? A plataforma hoje é muito boa para acompanhar esportes que sejam mais de nicho. Eu sou velejador, logo YouTube foi a forma de acompanhar algumas das principais regatas do mundo neste ano, como a volta ao mundo da Ocean Race e a bem sucedida vitória dos neozelandeses na Americas Cup, o mais antigo torneio esportivo disputado continuamente no mundo. Para 2025 a atenção vai estar na Sail GP, que não só vai ter pela primeira vez um barco brasileiro, comandado por Martine Grael, como em maio vai ter uma etapa disputada nas águas da Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.
(Vitor Conceição, CEO)

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Desta vez, em vez de olhar para a semana, trazemos os mais clicados do ano e ficamos felizes de descobrir qual foi o campeão:

1. Meio: O nosso selo personalizado de 200 mil assinantes, marca que atingimos em abril.

2. Poder360: Em março, depois de ter seu passaporte retido pela Polícia Federal, Bolsonaro foi para a embaixada da Hungria em Brasília e não faltaram memes.

3. New York Times: Foto mostra a trajetória da bala que atingiu Donald Trump de raspão durante comício na Pennsylvania em julho.

4. Poder360: Em janeiro, a operação da PF contra Carlos Bolsonaro para investigar a suposta espionagem ilegal feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) rendeu ótimos memes.

5. Meio: A pesquisa que fazemos anualmente para saber o perfil do nosso leitor.

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