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Prezadas leitoras, caros leitores —

Domingo vamos às urnas escolher prefeitos e vereadores Brasil afora. Neste ano, a despeito de ter um presidente de esquerda no poder, o que se desenha é uma ampliação da representação de candidaturas de direita nas câmaras e nas prefeituras. Mas que direita é essa? Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, conversamos com caciques políticos e pesquisadores para tentar entender qual direita tem mais chances nas urnas: a radicalizada ou a tradicional?

Já os nossos parceiros da Lupa vão analisar como se comportaram durante os últimos debates os canais públicos de WhatsApp e Telegram monitorados. E como nem tudo é política, vamos falar de uma nova febre: a dos perfumes árabes.

Mas este é um fim de semana especial. No domingo, estaremos no ar com a live Eleições 2024 em nosso canal no YouTube, a partir das 17h. Pedro Doria, Flávia Tavares, Christian Lynch e Mariliz Pereira Jorge vão acompanhar a apuração dos votos. A transmissão também terá a participação da repórter especial Luciana Lima direto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília, além de entrevistas com os cientistas políticos Jairo Nicolau, Ana Carolina Evangelista e Carolina Botelho, com a jornalista Cristina Tardáguila e com o antropólogo Juliano Spyer.

A gente respira política aqui no Meio. Mais do que isso, a gente se alimenta de democracia, e nosso jornalismo é uma busca de entender e traduzir os principais movimentos políticos assim que eles acontecem, de forma reflexiva, original e acessível. Una-se à causa do bom jornalismo e assine.

Os editores.

Últimos debates são marcados por trocas de acusações

Reprodução/TV Globo

Faltando apenas três dias para as eleições municipais, a Rede Globo realizou na noite de quinta-feira debates entre os candidatos mais bem colocados nas pesquisas das capitais. Em São Paulo, onde há um empate técnico triplo, o confronto (íntegra) até começou com propostas, mas descambou para ataques, ou melhor, defesas. Guilherme Boulos (PSOL), alvo de acusações de uso de drogas, apresentou um exame toxicológico negativo, enquanto Ricardo Nunes (MDB) levou um boletim de ocorrência para desmentir acusações de violência doméstica. Tabata Amaral (PSB) disse que Pablo Marçal (PRTB) usava um “gesso cenográfico” para simular um ferimento pela cadeirada que levou de Datena (PSDB) em um debate anterior. (g1)

No Rio, o prefeito Eduardo Paes (PSD), líder nas pesquisas, foi o alvo prioritário dos demais candidatos (íntegra), especialmente sobre suas alianças políticas, corrupção e segurança – uma atribuição prioritariamente estadual. Paes defendeu sua gestão, enquanto Alexandre Ramagem (PL) fez acenos a camelôs e procurou se distanciar do governador Claudio Castro, de seu partido. Tarcísio Motta (PSOL) criticou os pedidos por “voto útil” no prefeito. (g1)

Veja também como foram os debates em Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e outras cidades no país.

E confira o que foi verdade, o que foi mentira e o que ficou no meio do caminho nos debates em São Paulo, Rio e Porto Alegre. (Lupa)

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Reta final vale tudo

Marcelo Martinez

Nova pesquisa do Datafolha divulgada ontem, apenas três dias antes das eleições, mantém o triplo empate técnico na disputa pela prefeitura de São Paulo. O cenário, no entanto, está mais embolado do que no levantamento anterior. Guilherme Boulos (PSOL) aparece na frente, com 26%, um ponto percentual a mais do que há uma semana. Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos com 24%, vêm em seguida. Mas enquanto o atual prefeito recuou três pontos percentuais, o ex-coach avançou exatamente na mesma proporção. Os dois disputam o eleitorado à direita e ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tabata Amaral (PSB) avançou de 9% para 11% e José Luiz Datena (PSDB) recuou de 6% para 4%. Ao analisar apenas os votos válidos – sem brancos e nulos –, os únicos considerados pela Justiça Eleitoral para calcular os resultados, Boulos aparece com 29%, seguido por Nunes e Marçal, com 26% cada um. Nessa leitura, os três também estão tecnicamente empatados. Já Tabata tem 12% e Datena, 4%. A margem de erro é de dois pontos percentuais. (Folha)

E a rejeição a Marçal voltou a crescer, passando de 48% para 53%. O segundo mais rejeitado é Datena, que avançou de 36% para 39%, ultrapassando Boulos, que manteve os 38% de uma semana antes. A taxa de Nunes também acelerou, indo de 21% para 23%. (Folha)

Assim como na sondagem anterior, Marçal aparece com dificuldades no segundo turno. Nunes venceria Boulos por 52% a 37% e o influenciador, por 56% a 28%. O psolista também derrotaria o ex-coach, mas por 48% a 36%. (g1)

Lauro Jardim: “Nos arraiais do petismo já se esboça a articulação para a criação de ‘uma frente ampla contra o fascismo’ igual à que foi formada em 2022 em torno de Lula. Em 2022, o fascismo atendia por Jair Bolsonaro; agora, tem outro nome e sobrenome, Pablo Marçal. Este será o tom do discurso da esquerda se Marçal bater Nunes e for para o segundo turno contra Boulos”. (Globo)

No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PSD) mantém a liderança, mas viu sua vantagem cair em relação a Alexandre Ramagem (PL). Ele passou dos 59% registrados nas duas últimas pesquisas para 54% das intenções de voto. Ramagem manteve a tendência de alta, chegando a 22%. Há duas semanas, ele tinha 17% e há um mês, 11%. Já Tarcísio Motta (PSOL) encolheu de 7% para 4%. Considerando apenas os votos válidos, o atual prefeito tem 63%, Ramagem, 25% e Tarcísio, 5%. A margem de erro é de três pontos percentuais. (Folha)

Já a presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Cármen Lúcia, defendeu que o pleito municipal ocorra com “tranquilidade democrática e civismo responsável” e pediu aos eleitores que não depositem nas urnas seus “dissabores na vida ou ideológicos”. Ela destacou que a Justiça Eleitoral já tomou as providências necessárias para evitar transtornos no dia da eleição, garantindo a locomoção dos eleitores e o livre acesso aos locais de votação. (Poder360)

Aniversário do Meio. O ano era 2021, Bolsonaro era nosso projeto de autocrata no poder, Trump já havia deixado a Casa Branca e visto sua tentativa de golpe fracassar. Na Edição de Sábado, que abrimos para todos os assinantes hoje, Pedro Doria partia do livro Como As Democracias Morrem, dos cientistas políticos Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, para tentar entender o reverso da tese dos americanos: como as democracias sobrevivem.

Morreu ontem o ex-prefeito do Rio de Janeiro Roberto Saturnino Braga, aos 93 anos. Ele estava hospitalizado sob cuidados paliativos devido a uma doença pulmonar obstrutiva crônica. Iniciou a carreira como deputado federal em 1963, mesmo cargo do pai e do avô. Em 1966, sua candidatura à reeleição foi impugnada pela ditadura. Foi senador de 1975 a 1985 após se filiar ao MDB. Em 1986, foi eleito prefeito do Rio pelo PDT, o primeiro após a redemocratização. Desentendimentos com Leonel Brizola o levaram a romper com o partido e se filiar ao PSB. Também foi vereador no Rio e secretário de Desenvolvimento Econômico de Niterói. Em 1998, voltou ao Senado, onde encerrou a carreira política. (g1)

Israel realizou na noite de ontem mais um bombardeio pesado a Beirute, agora tendo como alvo Hashem Safieddine, provável sucessor de Hassan Nasrallah na liderança da milícia xiita Hezbollah. Fontes militares israelenses dizem que Safieddine estaria em um bunker na capital libanesa, mas ainda não há confirmação por parte do grupo islâmico. Nasrallah foi morto em outro ataque aéreo na semana passada (New York Times)

O Exército libanês anunciou ontem que seus soldados trocaram tiros com militares israelenses pela primeira vez desde o início da incursão de Israel. Até então, os combates se deram exclusivamente entre as tropas do país vizinho e militantes Hezbollah. Em publicação no X, o comando do Exército do Líbano disse que forças de Israel atiraram contra um posto militar de Bint Jbeil, matando um soldado, e que a guarnição respondeu. Segundo analistas, é improvável que o incidente leve a um envolvimento direto das Forças Armadas regulares do Líbano no conflito, visto como uma questão entre Israel e a milícia apoiada pelo Irã. (Guardian)

O presidente americano, Joe Biden, deixou a porta aberta para um ataque israelense às estruturas petrolíferas do Irã. Ao ser perguntado por jornalistas se apoiaria esse tipo de ataque, respondeu: “Estamos discutindo isso, mas não vai acontecer nada hoje; falaremos sobre isso mais tarde”. E o petróleo fechou em alta de 5%. Na véspera, o democrata deixou claro que não apoiaria um ataque de Israel às instalações nucleares iranianas. (CNN)

Isabel Kershner: “Um ano depois do que talvez tenha sido o pior desastre militar e de inteligência de Israel, os militares estão reabilitando sua imagem. Pesquisa realizada nesta semana pela Universidade de Tel Aviv mostrou que 87% da população judaica de Israel tem uma confiança elevada ou muito elevada nos militares. Apenas 37% expressaram tais níveis de confiança em relação ao premiê, Benjamin Netanyahu.” (New York Times)

Meio em vídeo. Faltando um mês para as eleições americanas, uma parte do novo livro de memórias de Melania Trump ganhou o noticiário e pode se transformar num grande incômodo na campanha do seu marido. A ex-primeira-dama dos Estados Unidos declara ser a favor do aborto, posição contrária à de seu marido Donald Trump e do Partido Republicano. Veja o que diz Mariliz Pereira Jorge na coluna De Tédio a Gente Não Morre. (YouTube)

O Meio Premium ficou mais premium. Pelos mesmos R$ 15 mensais de sempre, você ganha agora o acesso a programas exclusivos, documentários e entrevistas, que podem ser vistos em nosso serviço de streaming, na TV, no computador ou celular. Durante o mês de outubro, estamos convidando assinantes selecionados para testar nosso aplicativo. Quer estar entre os primeiros a ver o Meio Premium na TV? É só fazer sua assinatura.

Viver

O Ministério da Fazenda divulgou uma nova lista de empresas de apostas online que estão aptas a operar no Brasil. Ao todo, 205 plataformas, pertencentes a 93 empresas, foram autorizadas, além de 18 bets estaduais. A relação completa está disponível no site da do ministério. A pasta informou que erros no sistema de recepção de notificações deixaram de fora algumas empresas que cumpriram os requisitos na primeira lista divulgada. (g1)

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Dados do Censo da Educação Superior divulgados ontem mostram que, em 2023, os estudantes cotistas que ingressaram em universidades e institutos federais tiveram um desempenho melhor do que os da ampla concorrência. Segundo o levantamento, 51% dos cotistas concluíram o curso ante 41% dos não cotistas. Na rede privada, o índice de concluintes pelo Fies foi de 49% ante 34% dos que não utilizaram o programa. O total de matriculados no ensino superior chegou a 9,9 milhões, alta de 5,6% frente a 2022 e o maior em nove anos. (Globo)

Meio em vídeo. Nesta edição especial de Pedro+Cora, Pedro Doria recebe o jornalista Márvio dos Anjos, que conta sobre Presença de Espírito, a primeira série inédita do novo streaming do Meio. Márvio entrevista personalidades que revelam sua religiosidade. A primeira delas é a coreógrafa Deborah Colker. (YouTube)

Cultura

O telejornalismo brasileiro perdeu ontem um de seus mais importantes símbolos com a morte de Cid Moreira, aos 97 anos, 27 deles comandando a bancada do Jornal Nacional, da TV Globo, líder absoluto de audiência no período. Ele sofria de insuficiência renal crônica. Sua voz profunda, o olhar sério e a cabeleira – que migrou de grisalha para branca no decorrer dos anos – se tornaram presença familiar nos lares brasileiros. Paulista de Taubaté, Cid estreou no rádio aos 17 anos em sua cidade natal. Em 1963, apresentou seu primeiro noticiário, o Jornal de Vanguarda, da TV Rio. Em setembro de 1969, já na TV Globo, comandou com Hilton Gomes a primeira edição do Jornal Nacional, o primeiro telejornal brasileiro em rede nacional. Sua atuação no Fantástico lhe permitia adotar um estilo mais descontraído, em particular no quadro do ilusionista Mr. M. Em 2011, concluiu o projeto de gravar em CDs a Bíblia completa, o que se converteu em um enorme sucesso. (Meio)

Três anos após a tragédia que matou a diretora de fotografia Halyna Hutchins no set de filmagem, o faroeste Rust terá sua estreia mundial no Festival de Cinema Camerimage 2024, de 16 a 23 de novembro, na Polônia. Além da exibição, haverá um painel de discussão sobre os eventos em torno da obra, o papel das mulheres na cinematografia e a segurança nos sets de gravação. Ainda não se sabe se Alec Baldwin, inocentado das acusações de homicídio culposo pelo disparo acidental que matou Hutchins, estará na estreia. (Deadline)

Um dia antes da abertura da primeira rodada de votação do 67º Grammy Awards, que vai até o dia 15, a Recording Academy divulgou um relatório mostrando que, desde 2019, incluiu mais de 3 mil mulheres como eleitoras, superando a meta de 2,5 mil até 2025. A academia integrou 66% do eleitorado nos últimos cinco anos. Foram 8.700 novos membros, com crescimento entre negros (90%), latinos (43%) e asiáticos (100%). Mas ainda falta diversidade: 62% são homens, 32% são mulheres e os demais são não binários ou outros gêneros. (Variety)

Cotidiano Digital

Uma atualização dos óculos inteligentes Ray-Ban da Meta inclui os lembretes anunciados no mês passado. Com o recurso, o usuário pode pedir, por exemplo, para a Meta AI lembrar onde o carro foi estacionado. A ferramenta também pode escanear QR codes ou ligar para números encontrados no caminho. Outras novidades incluem a capacidade de gravar e enviar mensagens de voz pelo WhatsApp ou Messenger sem tirar o telefone do bolso. E é possível chamar o assistente dizendo “Hey, Meta” uma única vez para perguntas seguidas. O assistente de IA está disponível apenas nos Estados Unidos e Canadá. (The Verge)

Um juiz federal dos EUA bloqueou temporariamente uma das novas leis de IA da Califórnia, menos de duas semanas após sua sanção pelo governador Gavin Newsom. A controvérsia começou quando Christopher Kohls, autor de um deepfake da vice-presidente Kamala Harris, processou o estado alegando que sua obra era uma sátira, protegida pela Primeira Emenda. O juiz John Mendez decidiu a favor de Kohls, emitindo uma liminar que impede temporariamente a aplicação da lei, por ser excessivamente abrangente e poder censurar discursos legítimos, como sátiras políticas. (TechCrunch)

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