Debate em SP termina com Marçal expulso e assessor de Nunes agredido
Terminou em confusão o debate entre candidatos à prefeitura de São Paulo promovido na noite de ontem pelo Grupo Flow, em parceria com a USP. Pablo Marçal (PRTB) foi expulso pelo moderador Carlos Tramontina nos últimos instantes do programa por desrespeito às regras. No tumulto que se seguiu, seu cinegrafista Nahuel Medina esmurrou Duda Lima, marqueteiro do prefeito Ricardo Nunes (MDB). Marçal aproveitou que seria o último a fazer as considerações finais para atacar Nunes, dizendo que ele seria preso, e chamá-lo por apelidos ofensivos. Após três advertências, Tramontina anunciou a expulsão e determinou que o ex-coach deixasse o local. Vídeos dos bastidores mostram Lima rindo das advertências, levando um soco de Medina e sangrando. Os dois foram para a delegacia, de onde o publicitário foi encaminhado para um hospital e o cinegrafista prestou depoimento e foi liberado. A defesa dele alega que Lima tentou tomar-lhe o celular. (g1)
Enquanto Marçal seguiu na mesma linha, afirmando que seu funcionário agiu em “legítima defesa”, os demais candidatos criticaram a agressão. “Marçal inspira essa agressividade e incita a violência desde o dia zero”, afirmou Tabata Amaral (PSB). “Uma agressão física como essa, gravada, com todo mundo vendo, é inaceitável, de qualquer parte. É intolerável”, disse Marina Helena (Novo). (Poder360)
Pesquisas da AtlasIntel divulgadas ontem mostram um cenário muito diverso de outros institutos nas disputas eleitorais em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Na capital paulista, Guilherme Boulos (PSOL) aparece isolado na liderança com 28,3%, seguido de Nunes e Marçal, empatados com 20,9%. No segundo turno, Boulos venceria Marçal por 44,4% a 38,5% e Nunes por 41,7% a 39,5%, resultado dentro da margem de erro de dois pontos. Já o candidato do MDB derrotaria o do PRTB por 47,5% a 28%. No Rio, Eduardo Paes (PSD) tem 48,6%, o que corresponde a 51,2% dos votos válidos, o que lhe daria vitória no primeiro turno. Alexandre Ramagem (PL) vem em segundo, com 32%, e Tarcísio Motta (PSOL) tem 8,9%. E em Belo Horizonte, Bruno Engler (PL) lidera com 25,2% e outros quatro candidatos estão em empate técnico: Mauro Tramonte (Republicanos) tem 15,3%; Gabriel (MDB), 14,4%; Duda Salabert (PDT), 13,7%; e Fuad Norman (PSD), 13,5%. Mais afastado vem Rogerio Correia (PT), com 10%. Engler só venceria o segundo turno contra Correia. A AtlasIntel não mediu a rejeição aos candidatos em nenhuma das três capitais. (Meio)
Meio em vídeo. Tallis Gomes em queda, Pablo Marçal em queda e uma novidade: a capital com a eleição mais indefinida do Brasil não é mais São Paulo. É Belo Horizonte. Quer ver como todas essas histórias se juntam? Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)
Ao menos 492 pessoas morreram e 1.645 ficaram feridas em ataques aéreos israelenses contra 1.300 alvos no Líbano, ontem. O total de vítimas fatais é o maior em um único dia desde o fim da guerra civil que assolou o país de 1975 a 1990. Em meio ao bombardeio mais intenso de Israel em quase um ano de confrontos na fronteira, morreram 35 crianças e milhares de pessoas fugiram de cidades e aldeias do Sul em direção à capital, Beirute. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que a ação militar tem o objetivo de mudar o “equilíbrio de segurança” na fronteira. O presidente americano, Joe Biden, disse estar trabalhando para acalmar a situação, mas houve novos ataques à região durante a madrugada e, hoje de manhã, bombardeios dos dois lados, com o Hezbollah lançando foguetes em direção ao Norte do país vizinho. A missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (Unifil) expressou em nota “grave preocupação com a segurança dos civis no Sul”. (Guardian)
O assessor especial da Presidência da República Celso Amorim considerou os ataques israelenses no Líbano revoltantes e perigosos. Ele destacou que essa é sua opinião pessoal, não falando em nome do governo brasileiro. Em Nova York, ele ressaltou o risco de o conflito se tornar uma “guerra total” e lembrou que há muitos brasileiros vivendo no Líbano. O ex-chanceler também pontuou que os dispositivos de comunicação detonados na semana passada poderiam “explodir na mão de uma criança brasileira” em referência aos ataques via pagers e walkie-talkies. (CNN Brasil)
O Itamaraty enviou instruções à Embaixada do Brasil no Líbano para iniciar uma consulta com os brasileiros que vivem no país. O objetivo é saber se o grupo quer ajuda para ser repatriado. As respostas darão base a um plano de repatriação dos cidadãos na região. Estimativa do governo é de que 20 mil brasileiros vivam hoje no Líbano. (UOL)
Patrick Kingsley: “Após 11 meses de combates, os militares de Israel ainda não derrotaram totalmente o Hamas em Gaza. E o Hezbollah controla uma área maior e mais montanhosa do que o Hamas. A milícia libanesa também é geralmente considerada como tendo um exército mais bem treinado do que o Hamas, além de fortificações mais sofisticadas. Para invadir o Líbano, os militares israelenses precisariam muito provavelmente convocar milhares de reservistas — muitos dos quais já estão cansados de servir em Gaza desde o ano passado”. (New York Times)
Na próxima quinta-feira, dia 26, às 18h, Pedro Doria vai bater um papo com o economista e ambientalista Sérgio Besserman, introduzindo um dos cursos mais importantes já realizados pelo Meio. Crise Climática: a História do Século 21 vai mostrar como chegamos até aqui, o que pode vir por aí e o que precisa ser feito para reduzir o impacto das mudanças climáticas. Imperdível e imprescindível. Cadastre-se para ver essa live gratuita.
Viver
O Tribunal de Justiça de Pernambuco decretou ontem a prisão do cantor Gusttavo Lima. A decisão faz parte da Operação Integration, que apura o suposto esquema de lavagem de dinheiro por meio de jogos ilegais, que levou à prisão da influenciadora digital Deolane Bezerra, cuja soltura foi determinada ontem. Segundo a decisão, o cantor teria ajudado o casal José André e Aislla, investigado na operação, deflagrada no último dia 4, a fugir para a Grécia. Durante as diligências, a Polícia Civil de São Paulo apreendeu um avião de uma empresa de Gusttavo Lima, a Balada Eventos e Produções. A empresa disse que a aeronave já havia sido vendida, mas a Anac informou que a companhia ainda constava como proprietária. (g1)
Uma outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos e Participações, recebeu R$ 5,9 milhões de duas firmas investigadas, segundo a decisão judicial que determinou a prisão do artista. (Globo)
Na madrugada de segunda-feira, o cantor deixou o país. A saída dele foi confirmada pela Polícia Federal à Polícia Civil. As duas polícias atuam para descobrir o destino de Gusttavo Lima. (Jornal do Comércio)
E o ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Nunes Marques foi um dos convidados para a festa de aniversário de Gusttavo Lima, na Grécia, que está no centro da ordem de prisão. (Folha)
A defesa do cantor criticou o pedido de prisão, disse que a decisão é injusta e afirmou que medidas cabíveis estão sendo adotadas. (UOL)
O estado da Califórnia está processando a ExxonMobil por enganar o público sobre a eficácia da reciclagem de plástico e poluir cursos d’água no estado e em todo o mundo com suas embalagens. De acordo com o procurador-geral da Califórnia, Rob Bonta, a gigante do petróleo promoveu uma campanha enganosa por décadas, que “causou e exacerbou a crise global de poluição por plásticos”. Estimativas recentes sugerem que apenas 9% do material produzido mundialmente e até 6% nos Estados Unidos são reciclados. (Washington Post)
Enquanto isso... o presidente Lula, que está em Nova York para discursar hoje na abertura da Assembleia Geral da ONU, teve um encontro com o presidente global da petrolífera britânica Shell, Wael Sawan, e o presidente da Shell Brasil, Cristiano Pinto. A reunião não constava na agenda distribuída à imprensa. O teor da conversa não foi divulgado. (BBC Brasil)
Nem terminou o mês de setembro e o Brasil já registrou mais focos de incêndio em 2024 do que o ano passado inteiro. Segundo o programa BD Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, houve 200.013 focos entre o início de janeiro e o último domingo, ante os 189.926 nos 12 meses de 2023. Analisando apenas o mesmo período deste ano, esse é o pior resultado desde 2010, quando foram registrados 221.672 focos. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, reconheceu que o planejamento do governo Lula contra as queimadas e a seca extrema “não foi suficiente”. (Folha)
Panelinha no Meio. “É primavera”, já cantava Tim Maia. Para celebrar a estação das flores, nada como uma receita que leva seu nome, o cavatelli (um tipo de macarrão parafuso) à primavera, com pimentão, abobrinha, cenoura, ervilha e – muito importante – azeite temperado.
Cultura
Dirigido por Walter Salles, Ainda Estou Aqui foi escolhido para representar o Brasil na disputa do Oscar 2025 de melhor filme em língua estrangeira. O longa estrelado por Fernanda Torres e Selton Mello estava entre os seis finalistas aprovados pela Academia Brasileira de Cinema. Vencedor do prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza, a obra recebeu críticas positivas da mídia internacional, que a colocou entre os favoritos ao Oscar. O filme tem estreia marcada para 7 de novembro, mas será exibido antes na Mostra de Cinema de São Paulo, que acontecerá entre 17 e 30 de outubro. A Academia de Hollywood deve anunciar a lista com os pré-selecionados em 17 de dezembro. (g1)
Embora tenha vencido o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, feito inédito para um filme indiano, All We Imagine as Light não foi indicado ao Oscar como representante do país. O drama de amor, amizade e autodescoberta de Payal Kapadia não encantou os jurados da Film Federation of India (FFI), que preferiram a comédia Laapataa Ladies, de Kiran Rao, sucesso de streaming na Netflix sobre duas noivas que são trocadas por engano em um trem. A FFI disse que Laapataa “é um filme que pode fazer sentido universalmente”, mas desconfia-se que pesou o poder de um de seus produtores — o gigante indiano Jio Studios, do bilionário Mukesh Ambani. (Variety)
O Prêmio São Paulo de Literatura anunciou ontem os finalistas da edição de 2024 nas categorias Romance do Ano e Romance de Estreia do Ano. Entre os concorrentes estão autores como Socorro Acioli, Rogério Pereira, Luciany Aparecida, Airton Souza e Giovana Proença. Após um erro na inscrição que impediu a Companhia das Letras de participar no ano passado, a editora retorna com quatro livros entre os finalistas, seguida por Todavia, Urutau, Autêntica e Patuá, com dois cada. O vencedor de cada categoria receberá R$ 200 mil e será escolhido pelo júri em 30 dias. (Estadão)
Cotidiano Digital
A criadora do ChatGPT lançou ontem um projeto para investir em desenvolvedores e organizações, em países de baixa e média renda, que utilizam inteligência artificial para resolver problemas e impulsionar o crescimento econômico de suas comunidades. A ideia do OpenAI Academy é criar uma rede global de desenvolvedores e oferecer treinamento e orientação, com US$ 1 milhão em créditos de API, para acesso a modelos da empresa. Haverá também concursos e incubadoras para apoiar organizações que enfrentam desafios em áreas como saúde, agricultura, educação e finanças. Não há detalhes sobre quantos projetos serão escolhidos, tampouco quando isso deve ocorrer. Créditos de API são um tipo de moeda, uma forma de pagar pelo uso da tecnologia de uma plataforma. (Meio)
Para ler com calma. A popularização da IA generativa, como o ChatGPT, gerou uma onda de otimismo sobre a tecnologia, mas nem todos compartilham desse entusiasmo. O chefe de pesquisa de ações do Goldman Sachs, Jim Covello, tornou-se o principal cético em Wall Street. Em um artigo de pesquisa, ele questionou, há alguns meses, se as empresas veriam um retorno suficiente sobre os gastos estimados em US$ 1 trilhão com essa tecnologia nos próximos anos. Covello prevê que o boom da IA perderá força quando as companhias que estão adotando a ferramenta cortarem gastos após seus lucros caírem. “Construir coisas em excesso para as quais o mundo não tem utilidade ou para as quais não está preparado geralmente termina mal”, disse. (New York Times)
A Panasonic criou um projetor de tela que combina água pressurizada e ar comprimido para pulverizar uma névoa tão fina que nem parece molhar com o toque, fazendo com que as imagens flutuem no ar. Segundo a companhia, o sistema de pulverização chamado Silky Fine Mist (névoa fina e sedosa, em tradução livre) foi criado para aliviar o calor e tem sido adotado por estações de trem e instalações públicas no Japão desde 2019. Recentemente, a fabricante tem levado o pulverizador e projetor a algumas exposições de tecnologia para mostrar como pode ser usado para sinalização digital. (The Verge)
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