Prezadas leitoras, caros leitores —
Nesta semana, São Paulo foi a cidade com a pior qualidade do ar do mundo. A onda de calor atinge o Brasil de Norte a Sul, e o fogo consome desde a Floresta Amazônica aos canaviais paulistas. O Cerrado arde e a chuva é negra no Rio Grande do Sul.
Na Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium, vamos olhar para o clima mostrando como o governo Lula patina nas articulações para enfrentar o problema. E abrir a lente para entender que essa não é uma circunstância excepcional e que precisamos nos preparar para um futuro em que eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes.
Na parceria do Meio com a Lupa, que monitora grupos de WhatsApp e Telegram, o assunto é como o PCC entra nas discussões eleitorais em São Paulo. E também falamos da modernização e da volta da emoção nas corridas de Fórmula 1.
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— Os editores.
Governo prepara pacote contra queimadas para apresentar na ONU
O governo federal está preparando um pacote de medidas ambientais para combater a crise climática, que deve ser implementado até o próximo dia 21, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursará na abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. As informações são de Caio Junqueira. De acordo com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, uma das iniciativas é a implementação de um “Estatuto Jurídico da Emergência Climática”, no qual regiões identificadas pelo Cemaden como suscetíveis a crises climáticas poderão decretar situação de emergência antes do desastre acontecer. O Plano Nacional de Combate a Incêndios está na Casa Civil para revisão e deve ser publicado este mês, enquanto a Medida Provisória que institui a Autoridade Climática também está em elaboração e deve sair nos próximos dias. (CNN Brasil)
Dados do Monitor do Fogo, realizado mensalmente pelo MapBiomas, mostram que a área queimada no Brasil em agosto foi 149% maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, chegando a 5,65 milhões de hectares. Para efeito de comparação, a área destruída equivale ao estado da Paraíba, representando 49% do território sob o fogo em 2024. O Cerrado foi o bioma mais afetado, com 2,4 milhões de hectares, ou 43% do total. A Amazônia vem em seguida, com 2 milhões de hectares carbonizados. (UOL)
Os incêndios florestais têm espalhado um manto de fumaça pelo Brasil. Imagens do Serviço de Monitoramento da Atmosfera, do observatório Copernicus, mostram que o material particulado produzido pelas queimadas teve aumento mais expressivo entre 1º de agosto e 9 de setembro. (Folha)
Essa fumaça aumenta a possibilidade de “chuva preta” nos próximos dias em ao menos quatro estados. De acordo com meteorologistas, o fenômeno poderá acontecer em regiões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. (Globo)
Desde 2023, o Ministério Público Federal abriu 185 investigações para apurar incêndios florestais e queimadas, segundo a Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do MPF, órgão ligado à Procuradoria-Geral da República. Destes, 164 são procedimentos extrajudiciais, envolvendo apurações preliminares, inquéritos civis, além de 34 inquéritos policiais. Outros 21 estão relacionados a incêndios florestais. (g1)
Não é só o Brasil que está em chamas. Há um corredor de queimadas e fumaça da Colômbia ao Uruguai. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais indicam 346.112 focos de incêndio em 2024 na América do Sul. O número já ultrapassou o recorde anterior, registrado em 2007. (Folha)
Crise climática e o Congresso
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que condenados por júri popular, que julga crimes dolosos contra a vida, devem ser presos imediatamente. Assim, aqueles réus que tiverem condenação em um Tribunal de Júri em crimes como homicídio, feminicídio e latrocínio, que é o roubo seguido de morte, podem recorrer, mas já devem começar a cumprir a pena. O plenário do STF se dividiu. Seis ministros entenderam que a prisão de condenados pelo Tribunal do Júri deve ser imediata; três votaram que a pena só poderia ser executada após o trânsito em julgado; e dois ministros defenderam que apenas condenados a pena a partir de 15 anos fossem presos imediatamente, a não ser em casos de feminicídio, em que a prisão imediata seria para todos. (UOL)
A missão Polaris da SpaceX entrou para a história ao fazer o primeiro voo privado no qual um turista caminhou no espaço. O bilionário Jared Isaacman foi o primeiro a sair da nave Crew Dragon, seguido pela engenheira da empresa Sarah Gillis. A missão testou com sucesso trajes espaciais mais leves e um processo para despressurização completa da cabine. A Polaris é pioneira também por ter se afastado do planeta 1.400 km, maior distância que os humanos alcançaram desde a última missão Apollo, em 1972. Há no momento 19 astronautas em órbita, número recorde na história da exploração espacial. (Reuters)
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Política
Com o efeito da propaganda eleitoral, Ricardo Nunes (MDB) reassumiu a liderança das intenções de voto na eleição para a prefeitura de São Paulo, aparecendo com 27%, segundo nova pesquisa Datafolha. Ele está empatado tecnicamente com Guilherme Boulos (PSOL), que tem 25%. Já Pablo Marçal (PRTB) ficou para trás, marcando 19%. A margem de erro é de três pontos, para mais ou para menos. Tabata Amaral (PSB) caiu de 9% para 8%. José Luiz Datena (PSDB), de 7% para 6%. A influência dos apoios dos padrinhos políticos também se movimentou. Entre os eleitores que afirmam terem votado em Lula, 48% declaram voto em Boulos — eram 44% há uma semana. E 19% desse eleitorado declaram voto em Nunes. Já os eleitores de Bolsonaro migraram de Marçal, que tinha 48% dessa fatia e caiu para 42%, para Nunes, agora com 39% do voto dos bolsonaristas ante 31% da última sondagem. (Folha)
Meio em vídeo. O voto feminino vai ser cada vez mais decisivo nas eleições. Mas homens como Trump, Bolsonaro e Marçal continuam tratando as eleitoras como coadjuvantes e vão pagar o preço. É a análise de Mariliz Pereira Jorge no De Tédio a Gente não Morre. (YouTube)
E, apesar das boas notícias na economia, oscilou negativamente o número de pessoas que aprovam a administração do presidente Lula, de 37% em julho para 35% em agosto, segundo pesquisa Ipec. Entre aqueles que consideram a gestão ruim ou péssima, o percentual subiu de 31% para 34%. E o grupo que acha o desempenho do governo regular caiu de 31% para 28%. As oscilações estão dentro da margem de erro de dois pontos percentuais, mas em março de 2023, 41% consideravam o governo ótimo ou bom, ante 30% que o julgavam ruim ou péssimo. Ou seja: a diferença entre um grupo e outro caiu de 11 pontos percentuais para apenas um ponto. (g1)
O deputado federal André Janones (Avante-MG) foi indiciado pela Polícia Federal por supostos crimes de corrupção, associação criminosa e peculato no inquérito sobre rachadinha em seu gabinete na Câmara. Alisson Alves Camargos e Mário Celestino da Silva Júnior, ex-assessores de Janones, também foram indiciados. A PF se baseia em um áudio em que o parlamentar pede a devolução de parte dos valores pagos aos funcionários da Câmara a Cefas Luiz Paulino, também seu ex-assessor. Os peritos da PF confirmaram que a voz no áudio é de Janones e o próprio deputado já havia confirmado a veracidade da gravação. (Estadão)
Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos, contou ter sido ameaçado no último dia 5 após a coluna de Guilherme Amado, no Metrópoles, denunciar Silvio Almeida por assédio sexual. Ele teria recebido ligação anônima na qual um homem dizia que “o complô vai ser desmantelado”, mandando-o “parar de falar” e afirmando que “Silvio é sócio de grandes escritórios de advocacia”, e mencionou o advogado Walfrido Warde. Pinho diz que pediu demissão do ministério após diversos episódios de assédio moral em 2023. Segundo ele, o ex-ministro gritava e o xingava. Em uma reunião em outubro, após dizer que ouviu queixas no Ministério da Igualdade Racial sobre a “relação ruim” entre Almeida e Anielle Franco, o então ministro teria respondido: “Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda”. Pinho, candidato à prefeitura de Valinhos (SP) pelo PT, lembra que chegou a chorar e que teve problemas de saúde na época. (Metrópoles)
Enquanto isso, a Polícia Federal enviou ao STF os elementos reunidos até aqui na apuração sobre os supostos casos de assédio de Almeida. Segundo informa Renata Agostini, uma pessoa a par do investigação diz que a PF entende já haver indícios suficientes para abrir o inquérito. (Globo)
O debate político desta semana em São Paulo foi da Galinha Pintadinha ao PCC. Uma paródia do hit infantil viralizou no YouTube e se espalhou em grupos de WhatsApp e Telegram, reforçando a narrativa sem provas de que Guilherme Boulos (PSOL) usa drogas. Em seguida, as campanhas trocaram acusações sobre supostas ligações com o PCC, mirando Boulos e Pablo Marçal (PRTB). No Rio, a pauta migrou da dúvida sobre o sucesso da campanha do Delegado Ramagem (PL) para a divulgação de uma notícia antiga sobre a rixa entre o vice-prefeito Nilton Caldeira e Eduardo Paes (PSD). Assine a Ebulição, da Lupa.
Galvão... Depois de um debate vitorioso para a vice-presidente democrata, Kamala Harris, na terça-feira, e de ela declarar em seguida que gostaria de um novo encontro, o candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, disse que não vai mais participar de um novo embate com a adversária. “Quando um boxeador profissional perde a luta, a primeira coisa que ele fala é que quer uma revanche. As pesquisas mostram claramente que eu ganhei o debate”, Trump publicou em sua rede social. “Não haverá um terceiro debate.” A informação é falsa. Levantamentos mostram que Kamala ganhou o debate da ABCNews. (g1)
Meio em vídeo. Pedro Doria e Cora Rónai comentam sobre o debate eleitoral entre Kamala e Trump, o posicionamento da cantora Taylor Swift via Instagram e onde acompanhar assuntos e atualizações das eleições sem o X presente na vida dos brasileiros. Confira no Pedro+Cora. (YouTube)
Cotidiano Digital
A OpenAI está lançando o 01, primeiro de uma série de modelos de raciocínio, treinados para responder perguntas complexas mais rápido do que os humanos. Usuários do ChatGPT Plus e Team receberam acesso ao o1-preview e ao o1-mini; Enterprise e Edu recebem o recurso no início da próxima semana. A companhia planeja levar o acesso ao o1-mini a todos os usuários gratuitos do ChatGPT, mas ainda não definiu um prazo. Segundo a OpenAI, enquanto o GPT atual foi ensinado a imitar padrões de dados de treinamento, o o1 foi instruído a resolver problemas por conta própria usando uma técnica conhecida como aprendizado por reforço, que ensina o sistema por meio de recompensas e penalidades. A empresa de Sam Altman afirma que a próxima atualização do o1 terá um desempenho “semelhante ao de alunos de doutorado em tarefas desafiadoras de referência em física, química e biologia”. (The Verge)
A companhia também está em negociações avançadas para levantar US$ 6,5 bilhões em uma nova rodada de investimentos, o que deve elevar seu valor para US$ 150 bilhões, segundo a Bloomberg. Entre os investidores, a Thrive Capital liderará a rodada, e a Microsoft, maior acionista da OpenAI, deve participar, com a Apple e a Nvidia também em conversas sobre possíveis aportes. (Bloomberg)
A Amazon Web Services (AWS), divisão de serviços em nuvem da Amazon, anunciou um aporte de R$ 10,1 bilhões no Brasil para expandir sua infraestrutura de data centers no estado de São Paulo até 2034. O objetivo é atender a demanda por serviços de nuvem e inteligência artificial generativa. Segundo estimativas, esses investimentos gerarão, em média, 10 mil empregos anuais em empresas locais. (Poder360)
Cultura
Paul Anka, compositor da música mais famosa da carreira de Frank Sinatra, escreveu My Way em apenas cinco horas. O documentário Paul Anka: His Way, do diretor John Maggio, reúne histórias sobre a vida e as canções da lenda canadense, que voltou ao seu país para a estreia mundial do filme. Anka era apenas um adolescente quando compôs seu primeiro hit, Diana, após sair de casa com apenas US$ 100 no bolso para tentar a sorte em Nova York. Ele lembra que criou seu maior sucesso para Sinatra, que o chamava de “The Kid”, ao saber que o astro pretendia se aposentar. (Variety)
Para ler com calma. A próxima temporada será excepcionalmente estrelada nos palcos de Nova York. Isso porque os produtores entendem que peças de curta duração com mais celebridades têm mais chances de sucesso financeiro do que novos musicais. Vencedor de um Oscar por Oppenheimer, Robert Downey Jr. estreia em uma nova peça de Ayad Akhtar, enquanto Jim Parsons, o inesquecível Sheldon de The Big Bang Theory, encenará Our Town de Thornton Wilder. Já Denzel Washington interpreta Otelo em obra homônima de Shakespeare. (New York Times)
Comemorando os 40 anos de Rock in Rio, o g1 fez uma lista dos 40 melhores e mais importantes shows do festival. E, como toda lista é feita para ser contestada, confira se você concorda. (g1)
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