Seca já atinge quase 70% dos municípios brasileiros
A mais grave estiagem em quatro décadas, que afeta 16 estados e o Distrito Federal, pode ajudar a explicar os incêndios que atingem diferente partes do país. Os dados da seca são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), considerando informações de maio a agosto desde 1981, início da série histórica. Na análise preliminar do Cemaden para este mês, 69% dos municípios (3.850 de 5.570) enfrentam algum tipo de seca, e 1.313 deles estão em situação de seca severa. A falta de chuvas é reflexo do El Niño, do ano passado, e da La Niña do Atlântico, caracterizada pelo resfriamento do oceano na costa da África, enfraquecendo o fluxo de ventos úmidos para o Brasil. (Folha)
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o governo mobilize urgentemente as forças de segurança para combater os incêndios na Amazônia e no Pantanal, que podem ter origem criminosa. Ele ordenou a elaboração de um plano de combate e propôs a abertura de crédito para financiar as ações. (UOL)
E uma análise do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia revelou que os focos de incêndio no interior de São Paulo geraram fumaça quase simultaneamente, sugerindo a origem criminosa e coordenada. Seis pessoas já foram presas. (g1)
Para ler com calma. “Estamos assistindo à biodiversidade do Pantanal desaparecer em cinzas”, disse ao New York Times Gustavo Figueirôa, biólogo da SOS Pantanal. Cientistas que atuam na região acreditam que o número de animais mortos, incluindo onças, possa exceder o dos incêndios que devastaram um terço do bioma em 2020, matando cerca de 17 milhões de animais. (New York Times)
António Guterres, secretário-geral da ONU, emitiu um alerta sobre a rápida elevação do Oceano Pacífico, que ele define como “catástrofe em escala mundial”. A declaração foi feita em Tonga, onde foi lançado um relatório que mostra que o nível do mar aumentou em média 9,4 centímetros nos últimos 30 anos e 15 centímetros no Pacífico tropical. Segundo Guterres, trata-se da região mais vulnerável do planeta, pois cerca de 90% da população de arquipélagos vive a apenas cinco quilômetros da costa. O documento afirma que a região enfrenta um triplo golpe: aumento do nível do mar, aquecimento do oceano e acidificação do mar pela absorção de dióxido de carbono. (BBC)
Um outro relatório da ONU, que reúne estimativas e análises sobre o impacto do aumento do nível do mar, cita duas cidades no Rio de Janeiro: a capital e o distrito de Atafona, em São João da Barra. A estimativa é de um aumento entre 12 e 21 centímetros até 2050. (g1)
Gosta de política, gosta do Meio, mas ainda não é Premium? Então chegou a hora. Assinando o Meio Premium você ganha acesso aos quatro cursos de política do Meio: Ideologias Brasileiras, O Fim da Nova República, Israel e Palestina e Você Pode Ser Liberal e Não Sabe. Tudo por um preço imbatível: R$ 290, um desconto de 50% em relação ao preço dos quatro cursos. Se animou? Então assine e aumente seu capital político e intelectual.
Política
Após sindicância aberta no ano passado, o Exército identificou os quatro autores e os 37 signatários da Carta ao Comandante do Exército de Oficiais Superiores da Ativa do Exército Brasileiro, recebida pelo tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro (PL), em 28 de novembro de 2022. Os autores são alvo de inquérito policial militar por haver “indícios de crime”. Dois são da ativa (Alexandre Castilho Bitencourt da Silva e Anderson Lima de Moura) e dois, da reserva (Carlos Giovani Delevati Pasini e José Otávio Machado Rezo Cardoso). A carta foi encontrada no celular de Cid após o ex-comandante da Força general Marco Antônio Freire Gomes revelar a existência do documento. (Estadão)
E o ministro do Supremo Alexandre de Moraes proibiu Filipe Garcia Martins, ex-assessor de Bolsonaro, de dar entrevista à Folha. Suspeito de ter participado de uma trama golpista, ele ficou preso por seis meses sob alegação de que poderia fugir do Brasil. Sua prisão foi revogada por Moraes no último dia 9, mas condicionada a medidas cautelares como uso de tornozeleira eletrônica. (Folha)
“Des filhes deste solo és mãe gentil, pátria amada, Brasil.” E assim se formou mais uma polêmica nas eleições municipais de São Paulo: com uma intérprete cantando o hino nacional em linguagem neutra. Foi no palco de um comício de Guilherme Boulos (PSOL), no qual também estavam o presidente Lula e a candidata à vice Marta Suplicy (PT). O evento ocorreu no sábado, mas o vídeo só ganhou as redes ontem. A oposição considerou a releitura do hino um desrespeito a um símbolo nacional. Horas depois, a campanha de Boulos retirou o vídeo das redes e disse, em nota, que a produtora do evento foi responsável pela contratação da intérprete. (Poder360)
A Justiça Eleitoral em São Paulo negou o pedido de liminar do Ministério Público Eleitoral para suspender o registro de candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo por turbinar a própria audiência nas redes sociais com impulsionamento irregular de publicações, omitindo o dinheiro utilizado. Ainda cabe recurso. (Carta Capital)
No Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium, Ana Carolina Evangelista parte do trabalho de Ranieri Costa sobre Teologia Coaching para discutir o que sujeitos da cena gospel como Marçal e Tiago Brunet já nos indicavam sobre o que está acontecendo na eleição municipal de São Paulo. Quer entender mais a fundo os fenômenos políticos de hoje? Assine.
Assassino confesso da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e do motorista Anderson Gomes, o ex-policial Ronnie Lessa afirmou ontem em audiência virtual no Supremo Tribunal Federal que aceitou executar o crime por ganância, classificando-o como uma asneira. E voltou a dizer que foi contratado pelos irmãos Domingos e Chiquinho Brazão e que a recompensa seria a exploração de terrenos na zona oeste do Rio de Janeiro. Ele também reafirmou que os irmãos Brazão lhe garantiram o envolvimento do delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil, no planejamento do crime. A pedido de Lessa, o depoimento ocorreu sem a presença dos demais réus. “São pessoas de alta periculosidade, assim como eu fui.” (Folha)
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, afirmou ontem que a incursão de suas tropas na região russa de Kursk faz parte de um “plano de vitória” que ele apresentará ao presidente americano, Joe Biden, no próximo mês. Zelenski revelou ainda que a Ucrânia realizou recentemente o primeiro teste bem-sucedido de um míssil balístico produzido internamente, mas se recusou a compartilhar detalhes. (BBC)
Meio em vídeo. Em uma edição especial do Cá Entre Nós, Flávia Tavares traz notícias direto da Ucrânia, que está há mais de dois anos e meio em guerra com a Rússia. De um bunker em Kharkiv, a editora-chefe do Meio fala sobre o clima no país depois dos bombardeios intensos dos últimos dias. (YouTube)
A vice-presidente americana, Kamala Harris, e o governador de Minnesota, Tim Walz, darão sua primeira entrevista conjunta amanhã à CNN. Conduzida pela âncora Dana Bash, a entrevista irá ao ar no horário nobre. E será a primeira de Harris desde que o presidente Joe Biden desistiu de concorrer a um segundo mandato. O fato de a democrata não ter feito uma coletiva ou uma entrevista individual formal gerou críticas de seus rivais republicanos. No início do mês, Harris havia prometido que daria uma entrevista ainda em agosto. E vai cumprir. (CNN)
Já Trump afirmou ontem que participará do debate organizado pela ABC News no próximo dia 10 e que as regras serão iguais às do debate de junho na CNN contra Biden. Na véspera, ele ameaçou não comparecer ao debate caso o microfone não seja desligado quando os candidatos não estiverem falando. (The Hill)
Marc A. Thiessen: “Para vencer em novembro, Kamala Harris terá de desafiar a história – porque apenas uma vez nos últimos 188 anos um vice-presidente em exercício foi eleito presidente dos EUA. O único vice-presidente em exercício a conquistar o cargo mais alto do país na era moderna foi George Bush em 1988 – e foi o primeiro a fazê-lo desde que o vice-presidente Martin Van Buren foi eleito presidente em 1836. Bush teve sucesso por uma razão simples: os americanos queriam um terceiro mandato Reagan. Hoje, ninguém quer outro mandato de Biden”. (Washington Post)
Cultura
Começa hoje a 81ª edição do Festival de Veneza. Coringa: Delírio a Dois, com Joaquin Phoenix e Lady Gaga, e The Room Next Door, de Pedro Almodóvar, estão entre os destaques na disputa pelo Leão de Ouro. O cinema brasileiro estará representado com Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, e outros filmes em mostras paralelas. Kleber Mendonça Filho integra o júri, que será presidido pela atriz francesa Isabelle Huppert. Outros destaques incluem produções do espanhol Luca Guadagnino, do chileno Pablo Larraín e do chinês Wang Bing, além de homenagens a Claude Lelouch, Sigourney Weaver e Peter Weir. (Folha)
Asas do Desejo, Até o Fim do Mundo, Buena Vista Social Club, Dias Perfeitos... Com uma obra diversa e premiada, Wim Wenders receberá mais um prêmio pelo conjunto de seus filmes no 37º European Film Awards, em 7 de dezembro, em Lucerna, na Suíça. Já laureado em Cannes, Veneza e Berlim, Wenders também tem no currículo um Bafta e três indicações ao Oscar, sendo a mais recente por Dias Perfeitos. O alemão presidiu a Academia Europeia de Cinema, que lhe dará a honraria, entre 1996 e 2020, e também já venceu pelo conjunto de sua obra um Urso de Ouro em 2015. (Variety)
Sonny Boy, apelido que a mãe de Al Pacino deu a ele, é o título de sua autobiografia, que chega em outubro às livrarias. Em um trecho publicado pela New Yorker, o ator narra sua infância no Bronx, morando em um cortiço com a mãe e os avós sicilianos, a relação com os amigos que, juntos, formavam uma gangue no bairro, as paixões pelo New York Yankees e por boxe, suas primeiras atuações em casa e em peças da escola, que ele abandonou aos 16 anos. Também fala de seus trabalhos como carregador de móveis e recepcionista do Teatro Rivoli, na Times Square, quando declamava sozinho, nas ruas de Manhattan, monólogos de Hamlet. (The New Yorker)
Cotidiano Digital
Pavel Durov, fundador do Telegram, foi preso devido a acusações relacionadas à falta de moderação da plataforma em casos de abuso sexual infantil, facilitação de tráfico de drogas, fraude organizada, lavagem de dinheiro e outras transações ilegais, informou a Justiça francesa. O Telegram também é acusado de não cooperar com as autoridades quando solicitado a fornecer informações ou documentos e de falhar em certificar suas características criptográficas. A prisão gerou especulação e atenção internacional, com alguns sugerindo motivações políticas por parte do governo francês, que negou qualquer envolvimento na detenção, afirmando que a ação é resultado de uma investigação judicial independente. (Techcrunch)
Mark Zuckerberg, CEO da Meta, acusou o governo americano de pressionar o Facebook a censurar conteúdo relacionado à Covid-19 em 2021. Em carta ao Comitê Judiciário da Câmara dos EUA, ele afirmou que a Casa Branca insistiu na remoção de informações, incluindo humor e sátira. E admitiu que a empresa cedeu à pressão. A Casa Branca respondeu, defendendo suas ações como medidas para proteger a saúde pública durante a pandemia. A controvérsia ocorre em meio a acusações de que o Facebook censurou pontos de vista conservadores, o que foi rejeitado pela Suprema Corte, que declarou que as decisões de censura foram da rede social e não do governo. (Ars Technica)
Hackers ligados ao governo chinês, conhecidos como Volt Typhoon, exploraram uma vulnerabilidade desconhecida em um software da Versa Networks para atacar provedores de internet nos Estados Unidos. A falha foi descoberta por pesquisadores da Black Lotus Labs, que alertaram as autoridades. O objetivo era ter acesso a outras redes conectadas aos servidores vulneráveis. A Versa lançou um patch de emergência para corrigir a falha. O incidente foi reportado à Cisa, agência de cibersegurança dos EUA. (Techcrunch)