Líder político do Hamas é morto no Irã

Ismail Haniyeh, principal líder político do Hamas, foi morto nesta madrugada em Teerã em um ataque por míssil a sua casa na capital iraniana, segundo informações divulgadas pelo próprio grupo islâmico. De acordo com o comunicado, um “projétil aéreo” atingiu a residência, matando o líder extremista. Em abril, três de seus filhos e quatro netos já haviam sido assassinados. Acusado de ser responsável, Israel não se pronunciou, mas Haniyeh era considerado um alvo prioritário, especialmente após os atentados promovidos pelo Hamas em 7 de outubro do ano passado. A morte dele acontece um dia após um bombardeio israelense em Beirute, capital do Líbano, matar Fouad Shukur, um dos principais comandantes do Hezbollah, grupo xiita que intensificou os ataques ao norte de Israel após a invasão da Faixa de Gaza. (AP)

O governo israelense ainda não comentou ou reivindicou autoria. O temor da comunidade internacional é que a morte de Haniyeh leve a uma reação orquestrada contra Israel pelos diversos grupos apoiados pelo Irã, podendo, no pior cenário, desaguar em uma guerra aberta entre os dois países. O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, reafirmou o compromisso com a defesa de Israel, mas disse acreditar que uma guerra pode ser evitada. Rússia, China e diversos países e grupos do Oriente Médio condenaram a ação que matou o líder do Hamas. (CNN)

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A eleição do último domingo na Venezuela “não foi democrática” e não há transparência para corroborar seu resultado, que deu um novo mandato ao presidente Nicolás Maduro. A conclusão, divulgada na madrugada de hoje, é do Carter Center, o mais importante observador independente internacional autorizado a fiscalizar o pleito. De acordo com a entidade, que atuou a convite do próprio Conselho Nacional Eleitoral (CNE), o processo eleitoral “não atendeu aos padrões de integridade” em nenhum de seus estágios e a ausência de divulgação das atas de votação “constitui uma séria violação dos princípios eleitorais”. A entidade já havia pedido sem sucesso ao CNE a publicação das atas, que, segundo a oposição, comprovaria a vitória de Edmundo González Urrutia. Na terça-feira, o Carter Center cancelou a publicação de um relatório preliminar sobre o pleito e retirou sua equipe da Venezuela “por questões de segurança”. (UOL e CNN)

Pela primeira vez desde domingo, o presidente Lula se pronunciou sobre as eleições na Venezuela. Apesar de manter o discurso de só reconhecer o resultado após a apresentação das atas de votação, o petista afirmou que não há nada “grave” nem “assustador” no processo eleitoral. “É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ainda tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo. E vai ter uma decisão, que a gente tem que acatar. Eu estou convencido que é um processo normal, tranquilo”, afirmou Lula. “Na hora que tiver apresentado as atas, e for consagrado que é verdadeira, todos nós temos a obrigação de reconhecer o resultado eleitoral da Venezuela”, completou. (g1)

Em conversa telefônica de meia hora, Lula reiterou ao presidente americano, Joe Biden, a necessidade de Maduro divulgar as atas. Os dois países ainda não reconheceram a reeleição do venezuelano. Em nota, o Palácio do Planalto informou que Biden concordou com a importância da divulgação desses documentos. O brasileiro destacou que tem acompanhado a situação por meio de seu assessor especial, Celso Amorim, que se reuniu com Maduro e o candidato opositor Edmundo González Urrutia. A Casa Branca também divulgou um comunicado sobre a conversa e elogiou o que chamou de liderança de Lula em relação ao tema. (Globo)

Já a nota do PT (íntegra), divulgada anteontem à noite, reconhecendo a reeleição de Maduro, irritou Lula, que cobrou da direção do partido como ela foi construída. Fontes no PT informaram ao Meio que o texto não chegou a ser aprovado na reunião da Comissão Executiva, mas assessores do partido afirmam que a nota foi debatida e aprovada no grupo de discussão da Executiva no WhatsApp. A ala da legenda que defende o texto critica a cobrança da apresentação das atas. Já auxiliares de Lula se limitaram a responder que o texto é uma posição da Executiva do partido, da qual o presidente não faz parte. (Meio)

Há divergências... O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) é um dos petistas críticos. “Uma eleição em que os resultados não são passíveis de certificação e onde observadores internacionais foram vetados é uma eleição sem idoneidade.” (CNN Brasil)

E em duro comunicado, a Organização dos Estados Americanos acusou as autoridades venezuelanas de tentarem “distorcer o resultado eleitoral” por meio da “manipulação mais aberrante”. O Conselho Permanente da OEA realizará uma reunião extraordinária hoje. A declaração, com base em relatório do Departamento de Cooperação e Observação Eleitoral da OEA, afirma que “o regime de Maduro zombou de atores importantes da comunidade internacional durante esses anos e voltou a entrar num processo eleitoral sem garantias”. E defende que Maduro aceite “sua derrota eleitoral”. (El País)

Figuras do alto escalão do chavismo começaram a pedir a prisão da líder opositora María Corina Machado e de González Urrutia, enquanto Maduro afirma que a dupla é responsável por “atos de vandalismo no país”. A Costa Rica ofereceu asilo a eles. Até a noite de ontem, a oposição afirmava possuir 81% das atas das urnas eletrônicas da votação de domingo e que, com essa amostragem, González Urrutia tinha 67% dos votos e Maduro, 30%. Os dados do Conselho Nacional Eleitoral falam em 51,2% para o ditador e 44,2% para o opositor. Ao menos 12 pessoas já morreram durante os atos contra a reeleição, enquanto 749 foram presas. O partido oposicionista Vontade Popular denunciou ontem em suas redes sociais o sequestro de seu líder Freddy Superlano. (Folha, El Mundo e CNN)

E uma frase curta, pinçada de uma reportagem do New York Times, do cientista político Steven Levitsky, autor de Como as Democracias Morrem: “É uma das fraudes eleitorais mais flagrantes da história moderna da América Latina.” (NYT)

No Meio Político, que sai às 11h para assinantes premium, Pedro Doria usa as eleições da Venezuela e a leitura do PT de que o processo eleitoral foi “uma jornada pacífica, democrática e soberana” para discutir o que entendemos por democracia. Nessa questão, o Meio tem lado, e é sempre o dos regimes democráticos. Faça uma assinatura e nos ajude a fazer jornalismo analítico de qualidade.

Meio em vídeo. O PT e parte da militância de esquerda teimam em não admitir o quanto Maduro e ditadores de direita têm em comum. Nisso, sacrificam a lógica de defesa irrestrita da democracia, já que, se for para lutar contra o “imperialismo”, ela pode ser relativa. Não, não pode, afirma Flávia Tavares no Cá Entre Nós. (YouTube)

Olimpíadas venezuelanas

Orlando Pedroso

Seis governadores do Rio de Janeiro foram afastados ou presos nos últimos anos – e o sétimo pode ser Cláudio Castro (PL). A Polícia Federal concluiu uma investigação e o indiciou por corrupção passiva e peculato. Seu irmão de consideração, Vinícius Sarciá, responde pelos mesmos crimes. A PF enviou ao Superior Tribunal de Justiça o relatório final do caso. Raul Araújo, ministro relator, encaminhou o material para Procuradoria-Geral da República analisar se apresenta denúncia ou se diligências complementares serão necessárias. Para os investigadores, há indício de que Castro recebeu propina e desviou dinheiro de programas do governo. (UOL)

Até 2030, o Brasil terá mais pessoas acima dos 60 anos do que crianças de 9 anos, segundo o IBGE. O mercado de trabalho está envelhecendo e é preciso se preparar para isso. Em sua 7ª edição (14, 15 e 16 de agosto), em São Paulo, o MaturiFest é o maior evento de trabalho e empreendedorismo para pessoas 50+ na América Latina. No ano passado, o festival reuniu 1.500 pessoas. Painéis temáticos comandados por especialistas, celebridades e influenciadores, oficinas práticas, mentorias individuais, feira de empreendedores e apresentações culturais somarão 60 horas de conteúdo voltado a novos paradigmas de trabalho, carreira e networking na maturidade.

Viver

As meninas da ginástica conquistaram em Paris o bronze por equipes — medalha inédita para o país. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira brilharam nos diferentes equipamentos. Mas o terceiro lugar só foi garantido após o último — e excelente — salto de Rebeca, com nota 15.100. O ouro ficou com os Estados Unidos, liderados por Simone Biles, e a prata foi para a Itália. (ge)

E a 16 mil quilômetros de Paris, o Tahiti ofereceu ao mundo uma foto inesquecível dos Jogos Olímpicos. A imagem de Gabriel Medina voando sobre o mar de Teahupo'o viralizou. Sua postura casual e em perfeito equilíbrio, desafiando a gravidade, estava na mira de Jérôme Brouillet, da Agence France-Presse. “Tirei quatro fotos e uma delas foi esta”, conta. (Guardian)

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Temperaturas de -15°C estão levando à morte patos e ovelhas na Patagônia. É a segunda onda de frio em três meses na região, que está sob alerta amarelo por risco de dano e interrupção das atividades cotidianas, segundo o Serviço Meteorológico Nacional da Argentina. O frio extremo afeta não só os animais. Comunidades estão isoladas pela imensa quantidade de gelo, e militares precisaram montar uma operação de abastecimento de comidas. As baixas temperaturas na Patagônia e no Cone Sul (Argentina, Chile, Uruguai, Paraguai e sul do Brasil) têm como causa a chegada de ar frio da Antártida. (g1)

Cotidiano Digital

O plano brasileiro de inteligência artificial, divulgado ontem pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, prevê investimentos de R$ 23 bilhões até 2028 e deve ser aprovado pelo presidente Lula antes de entrar em vigor. O Plano IA para o Bem de Todos pretende construir uma infraestrutura local que inclui um supercomputador, ao custo de R$ 1,8 bilhão, além de oferecer incentivos à indústria brasileira de IA. Serão R$ 12,72 bilhões em crédito de fundos de financiamento, como BNDES, R$ 8,47 bilhões de gastos públicos e R$ 1 bilhão de investimentos privados. (Globo)

O Senado americano aprovou ontem a Lei de Segurança Online para Crianças, para obrigar as grandes plataformas na internet, como redes sociais, jogos e streaming, a protegerem os usuários de conteúdos perigosos. Se o texto for aprovado na Câmara, as companhias podem ser legalmente responsabilizadas caso não consigam provar que atuam para proteger menores de idade dos riscos online, como exploração sexual e abuso de substâncias. Críticos expressaram preocupações com o projeto, argumentando que a lei pode ser usada para vigiar e censurar os jovens. (TechCrunch)

Cultura

As raves estão na berlinda. As reclamações contra som alto em São Paulo cresceram 50% em 2023 e os organizadores de festivais de música eletrônica alegam falta de espaços para os eventos na cidade. A solução é puxar os festivais para mais cedo. “Eu sonho fazer um festival diurno há muito tempo”, diz Marcelo Madueño, diretor de operações da Entourage, que organiza o Só Track Boa, uma das principais festas de música eletrônica. O festival acontecia durante a madrugada no Autódromo de Interlagos e era alvo de queixas. Desde 2023, o horário vem sendo mudado. Inicialmente das 16h às 8h, o Só Track Boa acabou três horas mais cedo este ano e, na próxima edição, será entre 14h e 2h. (Folha)

Richard Gadd, humorista, ator e criador de Bebê Rena, em que interpreta a si mesmo, apresentou um documento à Justiça detalhando a perseguição que diz ter sofrido de Fiona Harvey, mulher que diz ter inspirado na série da Netflix a perseguidora Martha Scott. Harvey processa a plataforma e pede US$ 170 milhões por difamação, angústia e perda de negócios, além de alegar que a plataforma não investigou a verdadeira história que inspirou a série. O humorista afirma ter recebido de Harvey 41.000 e-mails, centenas de mensagens de voz e 106 cartas. Ela nega. (Guardian)

 

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