Em noite de Vance, pressão sobre Biden aumenta

Os republicanos chegam ao último dia da convenção do partido, em Milwaukee, com um tom mais trumpiano, após terem ensaiado uma postura unificadora nos primeiros dias do encontro nacional. Cartazes pediam “deportação em massa agora” e o chefe da imigração do ex-presidente, Thomas D. Homan, disse aos imigrantes ilegais: “É melhor vocês começarem a fazer as malas”. O momento mais esperado da convenção será hoje à noite com o pronunciamento de Donald Trump. Ontem, J.D. Vance fez o maior discurso de sua carreira política ao aceitar a indicação para vice-presidente. Ele passou a primeira parte de sua fala elogiando Trump antes de se voltar para sua própria biografia. “Os barões de Wall Street destruíram a economia”, bradou, em tom populista. Prometeu trazer suas raízes de classe trabalhadora para Washington e disse que ajudaria a lutar “pelas pessoas que construíram este país”. Vance focou nos três estados com maior percentual de eleitores brancos da classe média: mencionou Michigan seis vezes, Pensilvânia cinco vezes e Wisconsin três vezes. E procurou uma mensagem mais branda do que a dos colegas. “Prometo a todos os americanos, não importa seu partido, que darei tudo o que tenho.” (New York Times)

Enquanto isso, cresce a pressão para Joe Biden desistir de sua candidatura. Ele foi diagnosticado com Covid-19, o que o forçou a cancelar um evento de campanha em Las Vegas. De acordo com a assessora de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, Biden tomou todas as doses da vacina e “apresenta sintomas leves” da doença. Ele está em isolamento, mas mantendo as atividades administrativas. O diagnóstico não poderia vir em pior momento. Uma pesquisa revela que 70% dos americanos, incluindo quase metade dos democratas, não confiam que o presidente tenha capacidade mental para seguir no cargo. Antes do diagnóstico, ele chegou a dizer em uma entrevista que poderia abandonar a disputa “caso surgisse alguma condição médica”. (New York Times)

Mais cedo, o deputado Adam Schiff, um dos mais influentes democratas no Congresso e favorito para a vaga de senador pela Califórnia, pediu abertamente que o presidente abandone a campanha. E ele não está sozinho. Em duas reuniões separadas na semana passada, os líderes do partido na Câmara, Hakeem Jeffries, e no Senado, Charles E. Schumer, disseram a Biden que sua insistência em permanecer candidato pode prejudicar o desempenho dos democratas nas eleições legislativas. (Washington Post)

Um a um, os democratas vão deixando de apoiar Biden. E a ex-presidente da Câmara Nancy Pelosi, considerada por muitos como a última com a estatura e a inteligência necessárias para convencer o presidente a desistir da disputa, também se convenceu de que o candidato não pode ser ele. Pelosi teria feito uma “avaliação terrível” e comunicado a Biden o perigo político que o Partido Democrata enfrenta se ele permanecer no topo da chapa. (Axios)

Até o momento, o atentado contra o ex-presidente Donald Trump e o anúncio de seu companheiro de chapa, J.D. Vance, não tiveram grande impacto nas intenções de votos. É o que indica uma pesquisa da Ipsos na qual Trump aparece com 43% e o presidente Joe Biden, com 41%. No levantamento anterior, dos dias 1 e 2 de julho, ambos tinham 40% (veja os números). É preciso lembrar, porém, que o presidente dos EUA é eleito por um Colégio Eleitoral, e que Trump chegou à Casa Branca em 2016 mesmo perdendo no voto popular. (Meio)

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No Meio Político, exclusivo para assinantes premium, Laura Jackli, professora da Harvard Business School, analisa o que faz a juventude dos países da Europa Centro-Oriental aderir à extrema direita. As principais razões são a queda no entusiasmo com o multiculturalismo, além de terem crescido em países governados por partidos da direita radical. A íntegra desse artigo estará na edição de outubro do Journal of Democracy, publicado pela Plataforma Democrática (Fundação FHC e Centro Edelstein de Pesquisas Sociais). Quer ter acesso a textos exclusivos antes da sua publicação? Faça uma assinatura premium.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reclamar das críticas à política fiscal de seu governo e afirmou que o país tem uma dívida social “impagável”. Ao participar da 5ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, ele questionou o custo de o Brasil não ter tomado medidas sociais no tempo certo. Lula voltou a dizer que vê determinados gastos como investimento. “Não custa nada fazer universidade, fazer instituto federal e formar pessoas”, afirmou. Apesar da retórica do presidente, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que Lula vai provar seu compromisso com a responsabilidade fiscal. (UOL e CNN Brasil)

A primeira-dama, Janja da Silva, bem que tentou... O próprio Lula disse que ela o havia orientado a ler um texto pronto na cerimônia em vez de falar de improviso. “Ela falou: ‘Amor, tome cuidado com cada palavra que você vai falar. Essa gente tem a sensibilidade aguçada’”. Ele derrapou ao usar o termo “portador”, considerado capacitista. Janja o corrigiu na hora: “Não é portador, é pessoa com deficiência”. (UOL)

E o Ministério da Fazenda decidiu reagir com bom humor à ofensiva de memes nas redes sociais contra o ministro Fernando Haddad, apelidado de “Taxad” por conta da cobrança de impostos sobre compras no exterior. O perfil da pasta no X usou os personagens da animação Divertida Mente 2 para exaltar a reforma tributária. (Metrópoles)

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Viver

O governo do Amazonas afirma que o estado pode estar vivendo a maior seca da última década, o que já impacta diretamente a vida de pelo menos 10 mil pessoas que vivem em regiões isoladas, além de prejudicar muitas outras pela quantidade de embarcações comerciais encalhadas e queda no abastecimento de insumos básicos. Estimativas apontam que 20 das 62 cidades do estado estão em situação de emergência. Em comunidades ribeirinhas, sete mil pessoas já foram atingidas pela seca dos Rios Tarauacá e Envira. (g1)

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Faltando menos de dez dias para o início dos Jogos Olímpicos, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, cumpriu sua promessa e nadou no Rio Sena, onde devem ocorrer diversas provas, como triatlo, natação em maratona e paratriatlo. Desde 2016, o governo francês investiu € 1,4 bilhão para despoluir o rio e seu principal afluente, o Marne. O processo incluiu a modernização das estações de tratamento de esgoto e a coleta de resíduos plásticos. (g1)

Os Jogos Olímpicos, que vão de 26 de julho a 11 de agosto, terão uma seleção estelar de adolescentes de 14 a 17 anos disputando medalhas. Um dos principais nomes será Rayssa Leal, a “Fadinha”, de 16 anos, que fez história em Tóquio 2021 ao se tornar a brasileira mais jovem a conquistar uma medalha olímpica. (ge)

Confira a lista de atletas brasileiros rumo aos Jogos Olímpicos de Paris. (CNN Brasil)

Para ler com calma. O litoral de Fukutsu, no Sul do Japão, proporciona uma paisagem deslumbrante com seu espelho natural formado sobre as águas do mar, atraindo multidões de turistas. Para evitar que a pequena cidade de 60 mil habitantes tivesse o mesmo destino que outros pontos turísticos, com as toneladas de lixo formadas nas praias do Mediterrâneo, os moradores locais decidiram se mobilizar. Eles mesmos se comprometeram a retirar qualquer lixo encontrado nas ruas, enquanto fazem suas caminhadas pela praia, e organizações sem fins lucrativos também realizam atividades ambientais e de conservação. (CNN Brasil)

Panelinha no Meio. Risoto é bom quentinho, na hora que fica pronto. Mas o que fazer com o que sobra? Basta levar à frigideira e transformar em um delicioso rosti (não, rosti não é só batata) que fica perfeito com legumes refogados.

Cotidiano Digital

A Meta disse que interrompeu o acesso a recursos de inteligência artificial generativa em suas redes sociais, como Facebook e Instagram, no Brasil. A medida foi tomada após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) proibir que a companhia utilize informações de usuários para treinar seus sistemas de IA. Um dos recursos bloqueados é o criador de figurinhas do WhatsApp, que gera imagens novas a partir de solicitações por comandos de texto. A big tech planeja lançar o Meta AI no país, em julho, sua assistente de inteligência artificial integrada às plataformas, capaz de gerar imagens, textos e conversar com os usuários. (g1)

Ministério Público Federal (MPF) de São Paulo e o Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) ajuizaram uma ação contra o WhatsApp por danos morais coletivos, por agir de forma contrária às leis brasileiras e violar direitos dos usuários no país desde que a empresa mudou suas políticas de privacidade em 2021. Na ocasião, houve coleta e compartilhamento de dados com outras empresas, entre elas Instagram e Facebook. O MPF e o Idec pedem R$ 1,733 bilhão em indenização, que seria destinada a grupos e projetos do Fundo de Defesa de Direitos Difusos. O valor torna esta a maior ação judicial do país em proteção de dados pessoais. Os órgãos pedem a interrupção imediata do compartilhamento de dados do WhatsApp. A Meta disse que ainda não foi notificada. (Meio)

Parece que os esforços do governo Biden para limitar o acesso chinês à tecnologia americana de inteligência artificial não estão funcionando. Regras rígidas do Departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre a exportação de chips avançados de IA da Nvidia proíbem empresas chinesas de comprarem esses produtos, mas elas têm conseguido acesso a alguns desses chips alugando servidores da Nvidia em data centers fora da China com ajuda de empresas americanas como Google e Microsoft. Também há um mercado de provedores de nuvem com companhias menores sediadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia especializadas em oferecer acesso a servidores com tecnologia Nvidia ao redor do mundo — e seus serviços estão disponíveis para clientes chineses. (The Information)

Cultura

Um grupo de seis jovens decide invadir e vandalizar uma loja de móveis para chamar atenção para sua causa ambiental. O que eles não esperavam é que um dos guardas daria início a uma terrível noite de violência e terror. Esse é o enredo do longa Hora do Massacre, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira. Baseado em uma história real, O Sequestro do Papa conta o caso de um menino judeu batizado secretamente pela Igreja Católica e retirado à força de sua família por guardiões religiosos. Para suavizar, dois filmes inspiradores sobre mulheres na música erudita e instrumental. Confira todas as estreias e veja os trailers no site do Meio.

Outra estreia de destaque é o documentário A Música Natureza de Lea Freire, de Lucas Weglinski, que retrata a vida e, principalmente, a música de uma das mais importantes e versáteis compositoras e instrumentistas do país. Guilherme Werneck, editor executivo do Meio, conferiu e conta tudo sobre o longa. (Meio)

The Bear, série sobre um chef de cozinha à frente de uma lanchonete de sua família em Chicago, quebrou um recorde do Emmy, a maior premiação da TV americana, com impressionantes 23 indicações para sua segunda temporada. Protagonizada por Jeremy Allen White, a comédia da FX agora é dona do maior número de nomeações de um projeto do gênero da história do prêmio. The Bear foi novamente indicada na categoria melhor série de comédia, e os atores White e Ayo Edebiri receberam novas indicações, a exemplo da última edição do Emmy, quando o projeto venceu as estatuetas nessas três categorias e também em melhor roteiro e melhor direção de série de comédia, e ainda melhor ator coadjuvante com Ebon Moss-Bachrach. (Deadline)

Meio em vídeo. No Conversas com o Meio desta semana, o editor-executivo Guilherme Werneck entrevista a atriz Denise Fraga, em cartaz com peça O que só sabemos juntos, no teatro Tuca, em São Paulo. Ela fala sobre a relação do sofrimento humano com a arte, sua trajetória no teatro, na TV e nas redes, casamento, fidelidade, meditação e sonhos para o futuro. “Se você é uma pessoa que consome arte, que lê, que vai ao teatro, ao cinema, que escuta boa música, você sofre mais bonito”, diz.

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