Biden pede aos EUA para ‘baixar a temperatura’

“É hora de baixar a temperatura.” Essa foi a tônica do pronunciamento de seis minutos à nação (íntegra no YouTube) que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fez na noite de domingo sobre o atentado sofrido na véspera pelo ex-presidente Donald Trump. Biden reconheceu que a paixão está alta em ambos os lados da disputa e que há questões fundamentais em jogo na eleição. “Mas não podemos jamais decair para a violência”, afirmou, conclamando a população a se unir contra a radicalização. “Nós debatemos e discordamos, comparamos... mas na América nós resolvemos nossas diferenças nas urnas”, afirmou. “A política não deve jamais ser literalmente um campo de batalha.” Biden voltou a pedir que não sejam feitas especulações antes de se saberem os motivos do atentado e, com um certo tom de campanha, listou no rol da violência política a invasão do Capitólio por apoiadores de Trump e outros ataques a políticos democratas. Mais cedo, Biden anunciou uma “revisão independente” da segurança do ex-presidente. (AP)

Trump chegou na noite de domingo a Milwaukee, no estado de Wisconsin, onde começa hoje a convenção que deve confirmá-lo como candidato republicano à Casa Branca. O comando de campanha do ex-presidente fez circular um memorando à equipe que novas medidas de segurança estão sendo implementadas. Segundo Brian Schimming, presidente do diretório republicano no estado, o Fiserv Forum, palco da convenção, é “provavelmente uma das áreas mais seguras do planeta” no momento. (Politico)

Novas informações sobre Thomas Mathew Crooks, suspeito de ser o atirador, começaram a circular, embora ainda não haja indicação dos motivos do crime. O FBI acredita que Crooks agiu sozinho e o tiroteio estava sendo investigado como um potencial ato de terrorismo doméstico. O jovem de 20 anos, morto pelos agentes de segurança, vivia com os pais em Bethel Park, foi um aluno premiado no Ensino Médio, mas era considerado solitário por colegas. Frequentava um clube de tiro e trabalhava em um centro de reabilitação na cidade. Também não dava sinais de ser violento. Já o espectador morto no comício foi identificado como Corey Comperatore, um ex-chefe do corpo bombeiros de 50 anos. Segundo o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, Comperatore usou o próprio corpo para proteger a família quando os tiros começaram. (NBC News e CNN)

Inicialmente elogiado, o Serviço Secreto dos EUA está agora recebendo críticas por sua atuação. A principal é sobre como Crooks conseguiu chegar armado ao telhado de um prédio a apenas 140 metros de onde Trump discursava. A alegação de que o edifício estava fora do perímetro de segurança não agradou, uma vez que um fuzil do tipo AR tem alcance de grande precisão a até 400 metros. (CNN)

Então... O atentado contra Donald Trump é mais um na longa lista de ataques contra presidentes e candidatos à Casa Branca — e cinco deles foram fatais. (Estadão)

David Frum: “O desprezível atentado contra Trump assegura agora a sua posição imerecida como aliado nos rituais de proteção da democracia que ele despreza. As expressões apropriadas de consternação e condenação de todas as vozes proeminentes na vida americana têm o efeito adicional de habituar os americanos à legitimidade de Trump. Perante tal indignação, a prática familiar e adequada é sublinhar a unidade, proclamar que os americanos têm mais coisas em comum do que aquilo que os divide. Essas palavras reconfortantes, verdadeiras no passado, são menos verdadeiras agora.” (The Atlantic)

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A pesquisa “A Cara da Democracia” mostra que o apoio de Lula a candidatos nas eleições municipais ajuda mais e atrapalha menos do que o de Bolsonaro. Foram 40% dos entrevistados que rechaçaram votar em um aliado do petista, enquanto 53% ao menos consideram essa possibilidade. Já no caso de Bolsonaro, 49% rejeitam votar em um candidato que receba seu apoio. Os que ao menos consideram votar em um aliado dele são 46%, mas apenas dois em cada dez eleitores dizem que o apoio garantiria seu voto. O levantamento foi feito entre os dias 26 de junho e 3 de julho pelo Instituto da Democracia, que reúne pesquisadores da UFMG, Unicamp, UnB e Uerj. Os dados apontam também que PT e PL concentram os brasileiros que têm simpatia por algum partido: entre os 23% dos entrevistados que dizem simpatizar com alguma legenda, 52% optam pelo PT e 23% pelo PL. (Globo)

Agentes da Polícia Federal que participam das investigações sobre o esquema de espionagem ilegal feito durante o governo de Jair Bolsonaro acreditam que o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, hoje deputado pelo PL-RJ, possa ter outras gravações comprometedoras do ex-presidente, conta Bela Megale. A PF está fazendo uma busca no computador de Ramagem, apreendido em janeiro durante operação sobre a “Abin paralela”, que teria espionado ilegalmente ministros do STF, políticos e jornalistas. Os policiais já descobriram a gravação de uma reunião na qual Ramagem e Bolsonaro discutiram formas de blindar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), então investigado por prática de “rachadinha”. Segundo aliados, o ex-presidente está furioso por ter sido gravado e por Ramagem ter preservado o arquivo comprometedor, o que pode abortar a candidatura do ex-diretor da Abin à prefeitura do Rio. (Globo)

Meio em vídeo. No Diálogos com a Inteligência desta semana, Christian Lynch recebe Luiz Augusto Campos, doutor em Sociologia e professor de Ciências Políticas do IESP-UERJ. Ele fala sobre a cara da nova esquerda no Brasil, as mudanças em relação à esquerda tradicional e o identitarismo. Diálogos com a Inteligência é uma parceria do Meio com a revista Insight Inteligência. (YouTube)

A caserna de Jair Babá

Spacca

O ressentimento pode ser terreno dos mais férteis para os pensamentos da extrema direita. É o que defende o cientista social Celso Rocha de Barros ao tratar do tema no último Foro de Teresina. O podcast de política da revista piauí trouxe o assunto na esteira da 5ª edição da CPAC Brasil, Conferência de Ação Política Conservadora, realizada em Balneário Camboriú, SC. No episódio, Celso e os jornalistas Fernando de Barros e Silva e Ana Clara Costa também comentam o indiciamento de Jair Bolsonaro pela tentativa de venda ilegal de joias e analisam as recentes pesquisas para a eleição no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Viver

O governo federal suspeita que haja fraude em quase metade dos 629 mil pedidos de auxílio-reconstrução no Rio Grande do Sul. O benefício de R$ 5,1 mil foi criado para socorrer pessoas que perderam tudo nas enchentes deste ano. Caíram na malha fina 300 mil pedidos, com irregularidades que vão de mais de uma família usando o mesmo endereço à utilização de nomes de pessoas mortas – 1,2 mil fraudes desse tipo já foram identificadas. O pagamento dos pedidos sob suspeita está suspenso até a conclusão das investigações. (Jornal Nacional)

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A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, posicionou-se contra o projeto que equipara o aborto ao crime de homicídio. Evangélica, Marina voltou a dizer que qualquer mudança na legislação deve ser debatida por meio de um plebiscito, mas que é preciso trabalhar para que as mulheres possam ter condições de fazer suas escolhas. Ela também disse que o debate não deve ser demonizado, “nem de quem é a favor nem de quem é contra”. (Globo)

De Tony Blair a Kim Kardashian. De Bill Gates a Rihanna. O casamento de Anati Ambani, filho mais novo do homem mais rico da Ásia, Mukesh Ambani, com Radhika Merchant durou quatro dias e lotou Mumbai, na Índia, de celebridades (veja fotos). Foi uma extravagância (veja mais fotos), bastante criticada pela ostentação num país com índices vergonhosos de pobreza. A estimativa é de que tenha custado até US$ 156 milhões. O dinheiro foi usado para pagar o cachê de artistas como Katy Perry e Justin Bieber — e para a construção de 14 templos na propriedade da família, onde foram feitas cerimônias coletivas de casamento para 50 casais pobres. Conheça o significado e a tradição de cada uma das cerimônias do casamento de Ambani. (Vogue India, BBC e NPR)

https://www.canalmeio.com.br/edicoes/2024/07/13/edicao-de-sabado-o-identitarismo-promove-uma-sociedade-conflituosa-e-hostil/

Estaria o identitarismo esticando a corda da polarização com o populismo de direita? Leia a entrevista com Yascha Mounk, cientista político que estuda a crise das democracias ocidentais em nossa última Edição de Sábado, exclusiva para assinantes premium.

Cultura

O fim de semana foi triste para a cultura. Morreu no domingo, aos 87 anos, Sérgio Cabral, jornalista, escritor, pesquisador musical e pai do ex-governador do Rio Sérgio Cabral Filho. Carioca de Cascadura, era autor de mais de 20 livros, incluindo biografias de Nara Leão, Tom Jobim e Ataulfo Alves. Foi um dos fundadores, em 1969, do Pasquim. Cabral sofria há anos com a doença de Alzheimer. (g1)

Fãs das séries Barrados no Baile e Charmed ficaram de luto com a morte da atriz americana Shannen Doherty, estrela das duas produções. Ela tinha 53 anos e lutava desde 2015 contra um câncer. Atriz mirim, participou de séries de sucesso como Os Peregrinos até ser escalada em 1990 como Brenda, protagonista de Barrados. Apesar do sucesso, acabou demitida em 1994 por brigas com o resto do elenco. O mesmo aconteceu em Charmed, onde viveu a bruxa boa Prue nas três primeiras temporadas. Colegas lamentaram sua morte. (Deadline)

Também nos Estados Unidos, morreu, aos 73 anos, o novaiorquino Bill Viola, considerado um dos mais importantes nomes da videoarte. Formado em Belas Artes em 1973, expandiu os limites da videoarte em diálogo constante com a arte clássica, além de levar suas instalações a apresentações de música erudita e rock, como as do grupo Nine Inch Nails. (Guardian)

Listas, sabemos, são feitas para discordarmos delas — ou não. O New York Times lançou uma ambiciosa com aqueles que considera os 100 melhores livros do século 21. As obras foram escolhidas por 503 autores, críticos, amantes de livros e editores do jornal. No topo do ranking ficou A Amiga Genial, de Elena Ferrante, primeiro de quatro livros que deu início à “febre Ferrante” no mundo. Em segundo lugar aparece Isabel Wilkerson, primeira mulher negra a vencer o Pulitzer de jornalismo, com seu The Warmth of Other Suns, ainda não lançado no Brasil. (New York Times)

E a Esquire, célebre revista masculina que mistura moda, cultura e política, fez uma lista com os 68 filmes mais sexies da história do cinema. (Esquire)

E neste sábado aconteceu o festival em comemoração aos 50 anos do Chic Show, mais tradicional baile de música negra de São Paulo. Lauryn Hill, Sandra Sá, YG Marley, Rael, Criolo, Jimmy “Bo” Horne e Mano Brown botaram todo mundo para dançar. Meio foi conferir e conta tudo sobre a festa. (Meio)

Cotidiano Digital

A Agência Federal de Aviação dos EUA está investigando uma falha considerada grave em um foguete Falcon 9, estrela da SpaceX de Elon Musk, crucial tanto para os sistemas de satélites quanto para a Nasa. Um Falcon 9 deveria colocar em órbita 20 satélites da rede Starlink, mas o segundo estágio do foguete não funcionou. Os satélites acabaram instalados em uma altura incorreta. Todos os lançamentos dos Falcon 9 estão suspensos até o fim das investigações. (CNN)

Quem assistir ao documentário Eno, de Gary Hustwit, e gostar tanto a ponto de ficar para outra sessão verá um filme diferente. Um software rearranja os trechos do longa a cada exibição, proporcionando uma experiência diferente. Não se trata de inteligência artificial, mas da recombinação de 30 horas de entrevistas e 500 de registros em filme sobre o produtor e multi-instrumentista Brian Eno, um desbravador da tecnologia na arte. Eno estreou no último sábado no Film Forum de Nova York. (The Verge)

Para ler com calma. A inteligência artificial estimula a criatividade de quem não é criativo, mas pode prejudicar a de quem é. Essa foi a conclusão de um estudo realizado na Inglaterra com 293 pessoas que participaram de um teste de criatividade ao escrever. Cada pessoa produziu textos com e sem ajuda do GPT-4. Os textos passaram por avaliadores que não sabiam do uso da inteligência artificial. A conclusão foi que participantes naturalmente menos criativos produziram textos melhores com os temas fornecidos pela ferramenta. Já os mais criativos não demonstraram ganho, havendo casos em que os resultados com ajuda da IA foram considerados piores. (Techcrunch)

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