Claudia Sheinbaum será a primeira mulher a presidir o México

Pela primeira vez em sua história, o México será presidido por uma mulher. Dados preliminares divulgados pela autoridade eleitoral do país indicam que a esquerdista Claudia Sheinbaum, de 61 anos, ex-prefeita da Cidade do México, foi eleita com uma votação entre 58% e 60%, com uma margem de quase 30 pontos sobre sua principal concorrente, a senadora e empresária de centro-direita Xóchitl Gálvez, também de 61 anos. Sheinbaum, que toma posse no dia 1º de outubro, é afilhada política do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, e já disse que fará um governo de continuidade, no que chama de “segundo andar” das reformas introduzidas pelo atual mandatário. Formada em Física com doutorado em Engenharia Energética, a futura presidente tinha uma carreira sólida como cientista nos EUA, especializada em mudanças climáticas, antes de entrar para a política como secretária do Meio Ambiente da capital quando López Obrador era prefeito. Os eleitores também escolheram todos os membros do Congresso e governadores de oito estados, bem como o chefe do governo da Cidade do México. O fato de as duas principais candidatas serem mulheres foi um marco em um país com tradição machista como o México, mas a campanha foi ofuscada pela violência, que, segundo o governo, matou mais de 20 candidatos, embora dados independentes apontem 37 mortos. (BBC)

Impulsionado por ativistas feministas, o México adotou ao longo dos últimos anos leis cada vez mais amplas que incentivam uma maior representação das mulheres na política, incluindo na Constituição, em 2019, a paridade de gênero nos três poderes. Hoje, metade do Legislativo é composto por mulheres. E elas chefiam o Supremo Tribunal, ambas as casas do Congresso e o Banco Central. Também estão à frente dos ministérios do Interior, Educação, Economia, Segurança Pública e Relações Exteriores. (New York Times)

Apesar disso, o país é um lugar perigoso para ser mulher. Segundo dados da ONU, em média dez mulheres são assassinadas diariamente no país. (CNN)

Andrés Oppenheimer: “As eleições podem colocar em jogo o futuro da democracia e a estabilidade política do México, com enormes consequências para seus vizinhos latino-americanos e os EUA. López Obrador propôs uma reforma para emendar 51 dos 136 artigos da Constituição, que, se aprovada, converteria todo o país em um Estado populista autoritário. Sheinbaum disse que apoiará a reforma.” (Estadão)

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O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou ontem que o país está trabalhando para encontrar um substituto para o governo do Hamas na Faixa de Gaza e prometeu que a guerra não terminará até que o grupo seja desmantelado. Os comentários foram uma resposta ao presidente americano, Joe Biden, que na sexta-feira defendeu o fim da guerra e apoiou o que descreveu como a mais recente proposta israelense para um acordo de reféns e cessar-fogo. Apesar de o premiê Benjamin Netanyahu insistir que não haverá paz até o fim do Hamas, os chefes dos dois partidos ultranacionalistas do governo, o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, e o da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, ameaçaram derrubar a coalizão se o novo acordo for adotado. (Times of Israel)

O Congresso Nacional Africano (CNA) perdeu o monopólio político na África do Sul ao obter nas eleições de sábado apenas 40% dos votos, longe da maioria absoluta que mantinha desde o fim do apartheid, há 30 anos. O partido terá duas semanas para formar um governo de coalizão com outras legendas, em particular a Aliança Democrática, de centro-direita, que se disse aberta ao diálogo. O país enfrenta uma das maiores taxas de desemprego do mundo, alta criminalidade e escassez de eletricidade e água. Fundado em 1912 em resposta às primeiras leis de segregação racial no país, o CNA teve como mais famoso líder Nelson Mandela (1918-2013), primeiro presidente negro da África do Sul. (New York Times)

O ex-presidente americano Donald Trump entrou no TikTok apesar de ter tentado banir o aplicativo chinês quando estava à frente da Casa Branca. Seu primeiro post foi em um evento do UFC em New Jersey. O vídeo traz uma montagem do republicano com o público da luta aplaudindo. Dana White, CEO do UFC, aparece dizendo: “O presidente está no TikTok”. Mas quem realmente fez sucesso nas redes no fim de semana foi Joe Biden ao recriar um meme icônico de Britney Spears. Ele iluminou o rosto com a expressão famosa da cantora quando questionado sobre o veredito que considerou Trump culpado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels. (CNN e Metro)

E Trump afirmou na sexta-feira que vai apelar da condenação e chamou seu julgamento de “fraude”. Ele renovou seus ataques ao juiz e ao procurador do caso e sugeriu, sem provas, que Biden está envolvido. (Washington Post)

O Ministério das Relações Exteriores manifestou indignação e condenou ontem o bombardeio ocorrido na véspera em Saddikine, no sul do Líbano, que deixou três brasileiros gravemente feridos, uma mulher e seus dois filhos. “O episódio ocorreu no contexto de ataques das forças armadas israelenses no sul do Líbano e do Hezbollah no norte de Israel”, destacou o Itamaraty. “O Brasil exorta as partes envolvidas nas hostilidades à máxima contenção, assim como ao respeito aos direitos humanos e ao direito humanitário, de forma que se previna o alastramento do conflito em Gaza e se evitem novas vítimas civis inocentes.” A Embaixada do Brasil em Beirute acompanha o caso. (CNN Brasil)

Fatima Boustani, de 30 anos, está em estado gravíssimo. “Ela está sangrando pela cabeça e pelo pulmão”, afirmou Hussein Ezzddein, primo de Ahmad Aidibi, marido de Fatima. Uma das filhas do casal, de 10 anos, também está internada na UTI. Já um filho, de 9 anos, sofreu ferimentos leves e está na enfermaria. O pai das crianças vive no Brasil há cinco anos. A família quer a ajuda do governo brasileiro para retirá-los do Líbano. Outros dois filhos, de 12 e 7 anos, estavam na casa da avó durante o ataque. (g1)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, desmembrou o caso que levou à prisão preventiva de dois suspeitos de ameaçarem sua família e pregarem contra o Judiciário e o Estado de Direito. Ele se declarou impedido de seguir na relatoria do caso no que diz respeito às mensagens endereçadas a seus parentes. E manteve as prisões preventivas de Raul Fonseca de Oliveira, que é fuzileiro naval, e de seu irmão Oliverino de Oliveira Júnior pelos indícios de crime contra a democracia. (g1)

Já o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Beto Simonetti, criticou Moraes por ter ordenado a prisão de suspeitos de terem feito ameaças ao ministro e seus familiares. “A lei brasileira não permite que a vítima julgue o próprio caso”, afirmou. (Folha)

Sonho de liberdade

Marcelo Martinez

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Viver

Com muito verde e amarelo e as cores do arco-íris, a 28ª Parada do Orgulho LGBT+ reuniu ontem milhares de pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo. O tema deste ano, Basta de Negligência e Retrocesso Legislativo — Vote Consciente por Direitos da População LGBT+, visou promover a importância de eleger representantes que apoiem a comunidade LGBTQIA+. O evento contou com shows de Pabllo Vittar, Glória Groove e Filipe Catto, entre outros, além de mais de 16 trios elétricos. Veja as fotos da parada. (g1)

Segundo cálculos do grupo Monitor do Debate Político, da USP, a parada teve, em seu momento de maior concentração, 73,6 mil pessoas. (Globo)

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A última década registrou um aumento significativo em recordes de enchentes e secas, segundo o Serviço Geológico do Brasil. De 2014 a 2023, houve 314 enchentes e 406 secas frente a 182 enchentes e 92 secas aos dez anos anteriores. Este aumento é atribuído às mudanças climáticas, que alteram os regimes de chuvas, resultando em eventos mais extremos e frequentes. Os exemplos incluem recordes de cheias nos rios Taquari e Caí, no Rio Grande do Sul; a maior cheia do rio Amazonas em 2021; e a pior seca do rio Madeira em 2023. Especialistas afirmam que as mudanças climáticas são responsáveis por essas variações. Responsável pelo monitoramento hidrográfico no Brasil, o SGB destaca a necessidade de aprimorar sistemas de alerta e monitoramento para mitigar os impactos dessas mudanças. (Folha)

Mesmo após assinar um acordo de cooperação para combater fake news sobre as enchentes no RS, o YouTube continua permitindo que canais lucrem com vídeos contendo desinformação e discursos negacionistas sobre mudanças climáticas, segundo o NetLab da UFRJ. O laboratório identificou que vídeos monetizados pela plataforma, alguns com mais de 2,3 milhões de visualizações, distorcem fatos e propagam informações falsas sobre a atuação do governo e outras questões relacionadas às enchentes. (Globo)

Cultura

Imagine ir a um torneio de MMA e não querer ver violência ou assistir a um stand up e se incomodar por haver piadas? Pois é, após assistir a um show da Celebration Tour na Califórnia, o americano Justin Lipeles está processando Madonna por não ter sido avisado previamente de que haveria simulação de “atos sexuais” no palco e por ela ter usado playback – prática realmente condenável, mas onipresente na atual cena pop. Além disso, e com alguma razão, ele reclama do atraso de uma hora e meia e do calor, alegando que a cantora teria mandado desligar o ar-condicionado do espaço onde aconteceu a apresentação. (Rolling Stone)

Uma ativista climática foi presa em Paris no sábado após colar um adesivo em uma pintura de Claude Monet no Museu d'Orsay em protesto contra o aquecimento global. O grupo ao qual ela pertence, Riposte Alimentaire, tem realizado uma série de atos semelhantes em diversas partes da França. Apesar de a pintura não ter sofrido danos permanentes, o incidente é mais um exemplo de ataque a obras de arte por grupos ambientalistas, sob a alegação de chamar a atenção para sua causa. (DW)

As inscrições para o Prêmio Pallas de Literatura 2024 começam hoje. O prêmio visa descobrir novos autores negros, oferecendo-lhes a chance de publicar um romance pela primeira vez. A Pallas é conhecida por publicar autores consagrados como Conceição Evaristo e Nei Lopes. Os romances devem ter entre 120 mil e 500 mil caracteres, em formato PDF, e os autores não podem ter nenhum romance publicado anteriormente. A competição é destinada a brasileiros e estrangeiros residentes no Brasil, autodeclarados negros, a partir de 18 anos. As inscrições podem ser feitas pelo site até 28 de junho. O resultado será divulgado em setembro, e o livro vencedor será publicado em 2025. (Meio)

Cotidiano Digital

Documentos internos vazados do Google dão pistas de como o algoritmo de busca funciona. Cerca de 2,5 mil páginas de documentação de APIs contendo mais de 14 mil atributos foram enviadas por uma fonte a Rand Fishkin, referência em SEO, o trabalho de otimização em mecanismos de busca. Segundo ele, os documentos descrevem, entre outras coisas, como os dados são coletados e utilizados, e qual o tratamento dado a sites pequenos. E há trechos que contradizem informações que o Google publicou oficialmente. (Sparktoro e Olhar Digital)

E após erros graves, como dizer aos usuários para colocarem cola em suas pizzas, o Google reduziu o uso de respostas geradas por inteligência artificial em alguns resultados de busca. Há duas semanas, a big tech começou a colocar respostas de IA no topo dos resultados de pesquisa para usuários nos EUA. (Washington Post)

A Live Nation Entertainment confirmou o vazamento de dados da Ticketmaster com informações de 560 milhões de clientes roubadas e oferecidas à venda na dark web. A empresa afirmou que o problema não afetou significativamente as operações ou finanças e que está trabalhando para remediar a situação. (Variety)

No Brasil, o Procon-SP notificou a Ticketmaster para apurar se o possível vazamento de dados afetou brasileiros. As respostas devem ser enviadas em 48 horas a partir de hoje. (g1)

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