Promotor pede a prisão de Netanyahu e de líder do Hamas
O procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, provocou um terremoto diplomático ontem ao revelar que havia apresentado um pedido de prisão do premiê de Israel, Benjamim Netanyahu, e do líder do Hamas, Yahya Sinwar, além de outras figuras de destaque em ambos os lados. Segundo ele, todos são acusados de crimes de guerra e contra a humanidade em função dos atentados terroristas do Hamas em 7 de outubro e da posterior invasão israelense à Faixa de Gaza. Israel e os EUA, seu principal aliado, não fazem parte do TPI, mas a corte alega ter jurisdição sobre os territórios palestinos ocupados pelos israelenses. Caso os juízes do tribunal atendam ao pedido, Netanyahu, Sinwar e os demais acusados podem ser presos caso entrem em um dos 124 países signatários do Tratado de Roma, que criou o TPI. (CNN)
Embora as relações entre Washington e Tel Aviv não estejam em seu melhor momento, o presidente Joe Biden classificou como “ultrajante” o pedido de prisão de Netanyahu e outras autoridades israelenses ao TPI. “Deixe-me ser claro. O que quer que esse promotor esteja insinuando, não há equivalência alguma entre Israel e o Hamas”, disse Biden em nota. (Reuters)
Na contramão dos EUA e da maioria dos países europeus, a França apoiou o movimento do procurador do TPI. Em nota, o Ministério do Exterior francês disse que o país “apoia o Tribunal Penal Internacional, sua independência e sua luta contra a impunidade em todas as situações”. A nota também lembra que o país condenou o massacre de 7 de outubro feito pelo Hamas e vem alertando há meses para a “inaceitável morte de civis em Gaza”. (RFI)
Para ler com calma. Longe de um sinal enfraquecimento, o pedido de prisão no TPI pode ser a tábua de salvação política para Netanyahu. No fim de semana, Benny Gantz, oposicionista que integra o Gabinete de Guerra, havia ameaçado deixar o conselho se não fosse apresentado um plano viável para o pós-guerra em Gaza. Ontem, porém, saiu em defesa do premiê. “Traçar paralelos entre líderes de um Estado democrático determinado a se defender e líderes de uma organização terrorista sanguinária é uma distorção da Justiça e um sinal de falência moral”, disse. Não era só Gantz. O próprio comando do Exército israelense vinha se afastando de Netanyahu. Agora, criou-se uma situação interna que força uma reaproximação do grupo político que começava a se afastar do premiê. (Politico)
A morte do presidente iraniano, Ebrahim Raisi, num acidente de helicóptero, desencadeou uma rápida transição de liderança que as autoridades insistem que deixará a República Islâmica em mãos firmes e provavelmente levará a poucas mudanças na direção do país. “A nação iraniana não deveria estar preocupada”, disse o aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã. Raisi era visto como um aplicador dos decretos de Khamenei e não como um ator independente, segundo analistas. Mohammad Mokhber, primeiro vice-presidente, foi nomeado presidente interino até as novas eleições, em 50 dias. Analistas acreditam que a repressão interna vai aumentar, mas regionalmente não deve haver mudanças. O gabinete iraniano também nomeou Ali Bagheri Kani, até então principal negociador nuclear, como chanceler interino, substituindo Hossein Amir-Abdollahian. A morte de Raisi levantou outras questões, como a sucessão de Khamenei, de 85 anos. Alguns consideravam-no um dos principais candidatos, juntamente com o filho do líder supremo, Mojtaba. (Washington Post)
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), afirmou ontem que a PEC do Quinquênio passará por nova avaliação de impacto financeiro antes de ir a plenário. “Optamos por retirar da pauta em função de todos os acontecimentos do Rio Grande do Sul, e também para dar o tempo para uma avaliação de impacto financeiro, sobretudo do Poder Judiciário e do Ministério Público, que são as carreiras inseridas na originalidade da PEC, por razões que todos já conhecem”, afirmou. A proposta cria um bônus salarial ao Judiciário e ao MP de 5% ao ano até o teto de 35%. O impacto em três anos aos cofres públicos será de R$ 82 bilhões, segundo a consultoria do Senado. Apesar de ter avançado com tranquilidade até o momento no Senado, a PEC deve enfrentar obstáculos na Câmara. Antes de a CCJ do Senado incluir outras carreiras como beneficiárias, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já havia informado que o texto dificilmente teria trânsito fácil na Casa. (Estadão)
Devido ao que consideram “arrogância” de Ricardo Nunes (MDB) na pré-campanha à prefeitura de São Paulo, aliados de Jair Bolsonaro (PL) se articulam para que o ex-presidente apoie um nome alternativo para a eleição municipal. O incômodo, conta Bela Megale, é causado pelo clima de “já ganhou” do atual prefeito e a falta de gestos aos bolsonaristas. O influenciador Pablo Marçal, pré-candidato pelo PRTB, é um dos cogitados. Membros do PL já procuraram a cúpula do União Brasil, também insatisfeito com Nunes. (Globo)
E em meio aos rumores sobre uma possível migração do Republicanos para o PL, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desconversou ao ser questionado sobre o futuro. “Não teremos esse movimento neste momento”, afirmou. O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, disse ao Globo que a migração já estaria bem encaminhada e deveria ser finalizada até julho. (InfoMoney)
Meio em vídeo. O cenário do pesadelo é o seguinte: o Congresso anistia Bolsonaro, ele sai candidato à presidência contra Lula em 2026 e vence com o apoio de Donald Trump, na presidência. Acha impossível? Não é. Confira no Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)
Na próxima quinta, às 19h, assista a aula inaugural do curso Você Pode Ser Liberal e Não Sabe, com Pedro Doria. Excepcionalmente, esta aula será aberta a todos os interessados que se cadastrarem para receber o link da transmissão, não somente aos assinantes premium (liberou geral). Convide seus amigos de esquerda e de direita para chacoalhar seus conceitos e preconceitos sobre liberalismo.
Viver
Ministros do Tribunal Superior Eleitoral disseram a Vera Magalhães que não há chance de adiar as eleições municipais no Rio Grande do Sul devido às enchentes que assolam o estado desde o fim de abril. Segundo eles, o pleito só poderia ser adiado em condições que inviabilizassem a votação de outubro, o que não pode ser verificado agora. Outro impedimento seria a prorrogação dos mandatos dos atuais prefeitos. O possível adiamento foi levantado pelo governador Eduardo Leite (PSDB), ao dizer que “trocas de governos municipais podem atrapalhar o processo de reconstrução” do estado. (Globo)
As águas do Guaíba voltaram a baixar ontem, marcando 4,25 metros em Porto Alegre. Com isso, a cidade retomou algumas atividades, como as aulas em parte da rede municipal de ensino. E, a partir do dia 27, as famílias atingidas poderão acessar o portal gov.br e confirmar os dados passados pelas prefeituras para receber o Auxílio Reconstrução – um PIX de R$ 5,1 mil. Já os candidatos do RS ficarão isentos da taxa de inscrição do Enem, mesmo aqueles que não se enquadram nos critérios tradicionais para receber o benefício. O estado terá um calendário próprio de inscrições. (g1)
Apesar da devastação causada pelas enchentes, o prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Segabinazzi (PSDB), afirma que a cidade terá condições de receber turistas no inverno. (UOL)
A base aérea de Canoas receberá, a partir de amanhã, voos comerciais que fazem parte de um plano de aviação emergencial para o RS. A venda de bilhetes será liberada a partir de hoje. A operação será feita pela Fraport, que administra o aeroporto Salgado Filho. (Metrópoles)
O governo federal decidiu zerar o imposto de importação de dois tipos de arroz até 31 de dezembro para evitar o desabastecimento no país. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, 70% da produção do cereal vem do RS. (Poder360)
Para ler com calma. Por uma infeliz ironia, Rafael Guimaraens, autor de A Enchente de 41, que retrata a até então maior inundação de Porto Alegre, viu o bairro onde mora há 30 anos ser tomado pela água agora. E compara as duas tragédias: “Nos dois casos, aconteceu a mesma coisa do ponto de vista climático e meteorológico. Cada enchente tem um cálculo baseado na combinação de fatores que resulta em um tempo de recorrência, quando o fenômeno pode se repetir novamente. No cálculo da enchente de 1941, era uma conta de 360 anos.” (Meio)
Panelinha no Meio. Há muitos mitos na cozinha, e dois deles podem ser desfeitos de uma vez só: picles é só de pepino e talo de couve é lixo. Não precisa muita coisa: azeite, vinagre, sal, pimenta e, claro os talos de couve. Deixe um dia na geladeira e vai ter um componente maravilhoso e crocante para sanduíches, sopas, risotos etc.
Cultura
Publicado ao longo de 1880 na forma de folhetim na Revista Brasileira, Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, tornou-se esta semana um inesperado, embora merecido, sucesso internacional de vendas. Sua versão em inglês, publicada pela Penguin Classics, chegou ao segundo lugar na lista de livros mais vendidos da Amazon na categoria ficção latino-americana e caribenha, desbancando o colombiano Gabriel García Márquez e o argentino Jorge Luis Borges. A responsável pelo fenômeno foi a influenciadora americana Courtney Henning Novak, que viralizou no TikTok com uma resenha apaixonada sobre o livro. “É o melhor livro já escrito”, sentenciou. A rigor, Machado deveria ser o primeiro da lista na Amazon, já que o primeiro colocado, O Idiota, foi escrito pelo russo Fiodor Dostoievski, que jamais passou perto da América Latina. (Globo)
Um dos maiores sucessos recentes na Netflix, a minissérie britânica Bebê Rena deve dar dor de cabeça à plataforma de streaming. Fiona Harvey, exposta como inspiração para a personagem Martha, confirmou ontem que vai processar a empresa e “todos os que mentiram” sobre ela e usaram sua imagem para “ganhar altas somas de dinheiro”. Criada e estrelada por Richard Gadd e baseada em livro autobiográfico dele, a série mostra a obsessão de uma mulher (Martha/Fiona) por um jovem aspirante a comediante (Donny/Gadd), a ponto de ela ser denunciada e presa. Fiona disse que jamais foi procurada para dar sua versão e que a série abalou sua saúde, reputação e perspectivas profissionais. A Netflix e Gadd não comentaram. (Deadline)
Cotidiano Digital
A Microsoft anunciou ontem uma nova linha de computadores Copilot Plus em parceria com outras empresas, como Lenovo, Asus e Dell. Os PCs terão unidades de processamento neural (NPUs) projetadas para potencializar novas ferramentas de IA no Windows 11, podendo ser 58% mais rápidos que o MacBook Air M3 da Apple. Um dos principais recursos de IA disponíveis é o Recall, que será executado diretamente no computador, permitindo pesquisar e recuperar conteúdo com o qual o usuário interagiu. O Copilot Plus também está recebendo o novo modelo GPT-4o, da OpenAI, permitindo que a IA responda perguntas com base no que é visto na tela. (The Verge)
E os advogados de Scarlett Johansson estão exigindo que a OpenAI revele como desenvolveu uma voz da assistente pessoal de IA Sky, do GPT-4o, semelhante à da atriz. Há nove meses, o CEO da empresa, Sam Altman, entrou em contato com Johansson para licenciar sua voz. Após pensar, ela declinou. Dias antes do lançamento da Sky, ele tentou novamente. “Fiquei chocada, irritada e sem acreditar que Altman buscasse uma voz que soava tão estranhamente semelhante à minha que meus amigos mais próximos e a mídia não pudessem notar a diferença”, disse a atriz, que atua no filme Ela, sobre um homem que se apaixona pela voz feminina de uma assistente digital inteligente. Altman chegou a postar no X a palavra “Ela”, referindo-se ao filme, depois que a empresa anunciou a nova versão do ChatGPT. Os executivos da OpenAI, no entanto, negaram qualquer conexão. (NPR)
A Meta aprovou uma série de anúncios políticos manipulados por IA que espalharam desinformação e incitaram a violência religiosa durante as eleições na Índia, de acordo com relatório das organizações India Civil Watch International e Eko. Segundo o documento, o Facebook aprovou publicidade contendo insultos conhecidos contra os muçulmanos do país, como “vamos queimar estes vermes”, além de linguagem supremacista hindu e desinformação sobre líderes políticos. Dos 22 posts enviados pelos pesquisadores, 14 foram aprovados pela plataforma e três conseguiram burlar os filtros de rejeição após ajustes que não alteraram a mensagem. “Quando encontramos conteúdo, incluindo anúncios, que viola os padrões ou diretrizes da comunidade, nós o removemos”, disse a rede social. (Guardian)