Marina: 80 milhões de brasileiros estão expostos a crises como do RS
A calamidade que se abate sobre o Rio Grande do Sul não é um incidente isolado, restrito a uma região. Em entrevista exclusiva ao Meio, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, revela que, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), 80 milhões de brasileiros em 1.942 municípios vivem expostos a eventos climáticos extremos e que sua pasta trabalha em um plano de prevenção para essas pessoas, o que ela chama de “uma UTI climática”. Colocar esse plano em prática, entretanto, não depende apenas de um dos Poderes. “O novo normal requer um novo estado jurídico, e o diálogo com o Congresso vai ser fundamental”, diz Marina. Não que seja uma tarefa simples, mas o que acontece hoje aos gaúchos pode transformar a forma de pensar daqueles que não levam a sério a urgência das mudanças climáticas. “É uma pedagogia do luto. Do luto da perda de vidas, da perda econômica, da perda simbólica”, avalia a ministra. Marina falou também de um inimigo que tornou ainda mais grave a catástrofe: as fake news, que procuraram criar um clima de animosidade entre a população e as esferas do poder público, prejudicando o trabalho de socorro e apoio às vítimas das enchentes. “As fake news são o roubo da decência, o roubo da verdade.” Confira a íntegra da conversa entre Marina Silva, o diretor de jornalismo do Meio, Pedro Doria, e a editora-chefe, Flávia Tavares. (Meio)
Entre as propostas que o governo federal avalia para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul estão uma ajuda financeira de R$ 5 mil em parcela única para cerca de 100 mil famílias e a inclusão no Bolsa Família de desabrigados que perderam a renda temporariamente. O pacote deve ser debatido hoje entre o presidente Lula e o governador Eduardo Leite (PSDB). O voucher de R$ 5 mil, que deve custar cerca de R$ 500 milhões ao governo, tem o objetivo de garantir que as famílias adquiram bens básicos, como fogão, geladeira e cama. Inicialmente, o governo sugeriu a abertura de linhas de crédito, mas Lula considerou que as pessoas economicamente mais fragilizadas não têm como assumir dívidas neste momento, tampouco cumprir critérios burocráticos do setor bancário para conseguir financiamento. Já o governador gaúcho anunciou os critérios de repasse dos R$ 93 milhões arrecadados por meio do Pix do estado aos atingidos pelas chuvas: serão destinados R$ 2 mil a cerca de 45 mil famílias afetadas. (g1)
O governo federal também anunciou a suspensão, por três anos, do pagamento da dívida do estado com a União. “Para além disso, os juros serão zerados sobre o estoque, todo o estoque da dívida, pelo mesmo prazo. O que significa dizer que nós poderemos contar com R$ 11 bilhões que seriam destinados ao pagamento da dívida para um fundo contábil que deverá ser investido na recuperação do estado”, explicou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Juntas, essas medidas podem liberar R$ 23 bilhões para o caixa do Rio Grande do Sul nesse período. Leite classificou a medida como “um passo muito importante”, mas reforçou que o estado quer a quitação da dívida, não só o adiamento. (g1)
O nível do Guaíba voltou a atingir o patamar dos cinco metros ontem, chegando a 5,05 metros, segundo a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestruturas e a Agência Nacional de Águas. A projeção da Defesa Civil é chegar a 5,6 metros nos próximos dias, batendo um novo recorde. A máxima das cheias no Guaíba ocorreu no domingo, quando a água atingiu 5,33 metros, ultrapassando os 4,75 metros da enchente de 1941. (UOL)
E moradores de Caxias do Sul deixaram suas casas após tremores de terra serem sentidos em alguns bairros, na madrugada de ontem. Segundo especialistas, o movimento é resultado da acomodação do terreno após as fortes chuvas e enchentes que vêm atingindo o estado. A orientação dos bombeiros é para os moradores saírem de suas residências caso identifiquem rachaduras ou outros abalos estruturais. (Folha)
Meio em vídeo. A gente precisa falar sobre desinformação nas redes. Em momentos de tragédia como a atual, desinformação tem muitos impactos, inclusive, pode levar à morte de pessoas. O problema é grave e precisa ser encarado. Veja o que pensa Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)
Mais Meio em vídeo. As enchentes que devastam o Rio Grande do Sul levantam uma série de questões. É possível voltar à vida normal? Como se reconstrói uma região devastada por desastres? Quais são as diretrizes do governo? Confira as respostas em mais um episódio de Meio Explica. (YouTube)
Meio errou. O valor desembolsado para desastres naturais em 2021 foi de R$ 914 milhões, não bilhões, como foi publicado. Pedimos desculpas.
O cronograma do Enem 2024 foi publicado ontem no Diário Oficial da União. As provas serão aplicadas em 3 e 10 de novembro, e os candidatos devem se inscrever entre 27 de maio e 7 de junho pela Página do Participante, no site oficial. (g1)
Panelinha no Meio. Ainda não muito popular por aqui, a coleslaw, salada americana de repolho cru com maionese, cenoura e passas (é, passas sim) é um acompanhamento ótimo e leve para carnes. E fica ainda mais gostosa se for feita de véspera.
Quer aprender inglês em um ambiente internacional, praticando ao vivo com pessoas do mundo todo, e estudar de uma maneira intuitiva e focada nos seus interesses? O Cambly oferece tudo isso em aulas com tutores nativos, particulares ou em grupo de até três alunos, para você fazer na hora que quiser e se desenvolver de acordo com seus objetivos (carreira, entrevistas, viagem). Tudo isso com o menor preço da história: a partir de R$ 49/mês, utilizando o código PROMOMEIO. Corra que esta oferta só vale pelas próximas 72 horas.
Política
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, pôs um freio na rigidez de decisões que envolvem Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados nos últimos meses. Segundo fontes, o objetivo é reduzir o risco de mais atritos da Corte com o Congresso e ataques de apoiadores do ex-presidente ao Judiciário, além de diminuir a possibilidade de a opinião pública enxergar que há uma perseguição ao ex-presidente. Bolsonaro, porém, continua na mira de inquéritos sob a relatoria de Moraes, como o das milícias digitais e o dos ataques de 8 de janeiro, que foram recentemente prorrogados pelo ministro até o segundo semestre deste ano. (Folha)
Eliane Cantanhêde: “Pesquisas de opinião são retratos do momento e cada um olha como bem entende, mas a última rodada da Genial/Quaest é clara: não chega a ser péssima, mas boa também não é para o presidente Lula. O copo está meio cheio e meio vazio, mas parece mais vazio do que cheio para Lula, inclusive porque ele tem o governo, a caneta, os recursos e a visibilidade inerentes ao cargo. Moral da história: a dois anos e meio da eleição, uma eternidade na política, a polarização está cristalizada, os nomes são óbvios, estão embolados e não há alternativas. O Brasil sempre foi um país do centro, mas cadê o centro? Morreu sem choro nem vela?”. (Estadão)
Michael Cohen, ex-advogado e faz-tudo de Donald Trump, afirmou aos jurados ontem que combinou secretamente com o então candidato a presidente e o editor-chefe do tabloide National Enquirer, David Pecker, um esquema para bloquear histórias negativas que poderiam prejudicar a campanha presidencial do republicano, em 2016. “Certifique-se que isso não seja publicado”, teria dito Trump, de acordo com Cohen. O advogado é a principal testemunha da acusação no julgamento criminal contra o ex-presidente pelo pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels para silenciá-la sobre relações sexuais com Trump em 2006. Trump é acusado de ter escondido o pagamento a Daniels, reembolsando Cohen com honorário advocatício falso, registrado irregularmente nos arquivos de sua empresa imobiliária. (CNN Brasil)
O desejo de mudança e o descontentamento com a economia e a guerra em Gaza entre os eleitores jovens, negros e hispânicos ameaçam o atual presidente americano, Joe Biden, e dão força a Trump, que lidera as pesquisas em cinco dos seis estados cruciais na disputa pela Casa Branca: Michigan, Arizona, Nevada, Geórgia e Pensilvânia. O democrata só bate o republicano no Wisconsin. (New York Times)
Joseph Stiglitz: “Em meio a mais um período eleitoral, nosso impulso para debater a democracia americana através de uma única lente política é compreensível. Mas estaríamos melhor servidos considerando também uma segunda questão estreitamente relacionada: qual sistema econômico serve a mais pessoas? O capitalismo ‘neoliberal’ fracassou, não proporcionou crescimento, muito menos prosperidade partilhada. Mas também falhou na sua promessa de nos colocar num caminho seguro para a democracia e a liberdade e, em vez disso, colocou-nos numa rota populista, aumentando as perspectivas de um fascismo no século 21. Existe uma alternativa. Uma economia do século 21 só pode ser gerida por meio da descentralização, com um rico conjunto de instituições — de empresas com fins lucrativos a cooperativas, sindicatos, sociedade civil empenhada, organizações sem fins lucrativos e instituições públicas. Chamo este novo conjunto de arranjos econômicos de ‘capitalismo progressista’”. (Washington Post)
Quem tem tempo de ler um jornal inteiro? Quem consegue passar pelos gols da rodada, pela enchente, por celebridades grávidas e comerciais de carro para conseguir assistir o bloco de telejornal que finalmente lhe interessa? Este Meio foi criado para facilitar a vida de quem quer se manter bem-informado, mas não tem tempo para os modelos de mídia do passado. Assine o Meio e vem com a gente criar o jornalismo do futuro.
Cultura
O Prêmio da Música Brasileira anunciou ontem a lista completa de indicados a sua 31ª edição, que tem como homenageado o cantor Tim Maia. Entre os destaques estão Jards Macalé e Marcelo D2, com três nomeações cada. Os organizadores já confirmaram as apresentações de Simone e Ney Matogrosso, cantando suas versões para clássicos de Tim, como Azul da Cor do Mar e Primavera. Outros artistas ainda serão anunciados. A cerimônia de premiação será no dia 12 de junho, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e terá transmissão ao vivo pelo Canal Brasil e pelo canal do evento no YouTube. (Estadão)
Morreu nos Estados Unidos, aos 78 anos, em decorrência de um câncer de próstata, o saxofonista David Sanborn (Spotify), um dos mais influentes instrumentistas de sua geração. Antes de lançar seu primeiro álbum solo, Taking Off, de 1975, já era um músico consagrado, tendo tocado com astros como David Bowie, Stevie Wonder e os Rolling Stones. Transitava com maestria pelos mais diferentes gêneros, do jazz ao pop, passando por rock e R&B. Conquistou seis Grammys ao longo da carreira. (CNN)
Cotidiano Digital
A OpenAI anunciou ontem uma nova versão de seu chatbot de inteligência artificial generativa, GPT-4o – “o” de omni. O modelo tem capacidade para lidar com texto, áudio e vídeo simultaneamente e com qualidade superior ao GPT-4. “E isso é extremamente importante, porque estamos olhando para o futuro da interação entre nós e as máquinas”, afirmou a CTO da OpenAI, Mira Murati, durante uma apresentação em São Francisco. A IA oferece resposta em tempo real, podendo ser interrompida enquanto responde. Ela conversa, numa experiência muito distinta daquela com as assistentes atuais. Também capta nuances emocionais na voz do usuário, gerando uma variedade de respostas em tons diferentes. O modelo foi aprimorado em cerca de 50 idiomas. A novidade será liberada gradualmente, inclusive para usuários da versão gratuita. (TechCrunch)
O Instagram expandiu seu marketplace de criadores de conteúdo para mais países. O recurso visa facilitar a aproximação entre marcas e influenciadores para novas oportunidades de parcerias. O marketplace começou a ser testado em 2022 nos Estados Unidos e agora será lançado também na Coreia do Sul, Alemanha, Holanda, França, Espanha, Israel, Turquia, México, Argentina e Indonésia. Os criadores de conteúdo precisam ter ao menos 18 anos, possuir conta profissional e cumprir os requisitos da rede social, como número “significativo” de seguidores. No Brasil, o marketplace de influenciadores foi lançado em fevereiro deste ano. (TechCrunch)
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