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Após atingir com mísseis alvos nos vizinhos Paquistão e Iraque e na Síria, exibindo sua capacidade militar, o Irã mostrou que está determinado a atacar inimigos. “Somos uma potência mundial de mísseis”, afirmou o ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani. “Onde quer que ameaçarem a República Islâmica do Irã, nós reagiremos, e esta reação será definitivamente proporcional, dura e decisiva.” O Irã frequentemente ataca seus inimigos por procuração, contando com os grupos armados que financia e apoia, como Hezbollah (Líbano), Hamas (Gaza) e Hutis (Iêmen). Mas, nesta semana, agiu por conta própria e anunciou suas ações como vingança. Segundo fontes da Guarda Revolucionária, a demonstração de força teve o objetivo de tranquilizar os conservadores do país e os aliados no exterior, além de alertar Israel, Estados Unidos e grupos terroristas de que vai contra-atacar. Os apoiadores do regime islâmico ficaram indignados com os ataques que mataram dezenas no início do mês. Analistas indicam, no entanto, que as ações iranianas foram pensadas para evitar um enfrentamento direto, parando antes de iniciar uma escalada na região. (New York Times)

A tensão chegou a um novo patamar após o bombardeio iraniano a dois alvos no vizinho Paquistão, deixando ao menos duas crianças mortas. Teerã disse ter feito um “ataque de precisão” a duas bases do grupo militante sunita Jaish al-Adl na província do Baluquistão, na fronteira entre os dois países. Islamabad reagiu atingindo bases de supostos grupos separatistas paquistaneses dentro do Irã. (CNN)

Enquanto isso... No Fórum Econômico Mundial, em Davos, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian, afirmou que o fim do conflito em Gaza encerrará outros embates na região, referindo-se diretamente ao Hezbollah e aos Hutis. (CNN)

Já o governo americano anunciou a inclusão dos Hutis, que estão atacando embarcações no Mar Vermelho em apoio ao Hamas, como grupo “terrorista global”. Com isso, as instituições financeiras dos EUA devem congelar fundos dos Hutis e seus membros serão banidos do país. (Guardian)

A ordem no Palácio do Planalto é evitar atritos. Na última reunião ministerial — em um trecho que não foi divulgado —, o presidente Lula orientou aos ministros que participarem das campanhas nas eleições municipais que evitem fricção, especialmente em relação à base do governo. “Que os ministros não esqueçam que são ministros”, disse, segundo um dos presentes. O objetivo é evitar que membros do primeiro escalão estejam em palanques em que o governo federal venha a ser atacado, já que candidatos de alguns partidos com ministérios – como PP, MDB e União Brasil – devem ser apoiados por bolsonaristas. (g1)

Na mesma linha, Lula cobrou de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, que encontre uma solução política para o impasse da desoneração, conta a Coluna do Estadão. A equipe econômica acredita na vitória de um eventual recurso ao Supremo Tribunal Federal contra a extensão da desoneração, mas Lula acha que esse deve ser o último recurso, evitando atrito com o Congresso. (Estadão)

Meio em vídeo. Beatriz Rey é a convidada do Conversas com o Meio desta semana. A cientista política e pesquisadora que estuda o Legislativo defende que se enalteçam suas virtudes para que se consertem seus defeitos. Confira! (YouTube)

Mais Meio em vídeo. Vamos conversar sobre ideologias? Como é que a gente entende o Brasil? Como é que a gente entende o mundo? Assista ao Ponto de Partida, com Pedro Doria. (YouTube)

A isenção tributária sobre salários de ministros de confissão religiosa, como pastores, foi suspensa pelo secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas. A medida foi adotada no governo passado e a decisão de suspendê-la segue determinação do Tribunal de Contas da União. A concessão do benefício foi assinada, às vésperas da eleição de 2022, por Julio César Vieira Gomes, que também esteve envolvido na tentativa de liberação das joias sauditas que Jair Bolsonaro (PL) tentou incorporar ao seu patrimônio. A isenção foi considerada atípica por não passar pela Subsecretaria de Tributação da Receita. (g1)

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, que assumirá o Ministério da Justiça e da Segurança Pública em 1º de fevereiro, escolheu Mario Luiz Sarrubbo para a Secretaria Nacional de Segurança Pública. “Sarrubbo é um dos melhores quadros do Ministério Público brasileiro, atual procurador-geral de Justiça de São Paulo, que dedicou grande parte de sua carreira ao combate ao crime organizado”, afirmou. Considerado “linha-dura” na área de segurança, sua ida para Brasília depende apenas da desincompatibilização do MP. O procurador tem boa relação com o vice-presidente Geraldo Alckmin, é próximo do ministro do STF Alexandre de Moraes e considerado um nome que também transita bem na esquerda. (Globo)

Lewandowski optou por Sarrubbo, em vez do secretário municipal de Segurança Pública de Diadema (SP), Benedito Mariano, que era preferido pelo PT, para passar à sociedade e ao próprio governo Lula a mensagem de que será implacável no combate ao crime organizado, conta a Coluna do Estadão. (Estadão)

E, atendendo a um pedido de Lula e da primeira-dama Janja, para a Secretaria Nacional de Justiça, Lewandowski pretende nomear uma mulher, conta Igor Gadelha. Ele busca alguém com perfil acadêmico, que possa liderar uma reforma do sistema. (Metrópoles)

Enquanto isso... No Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, afirmou que a Corte é um tribunal cujas decisões têm repercussão política, mas não é um órgão relacionado à política partidária. Ao anunciar Lewandowski como sucessor de Flávio Dino, Lula elogiou a “cabeça política” do ex-governador do Maranhão, que tomará posse como ministro do STF em fevereiro. (Estadão)

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, nomeou como secretária executiva Kelli Mafort, doutora em Ciências Sociais e ex-coordenadora do MST. O caso ainda reflete a polêmica viagem de Macêdo para um carnaval fora de época em Aracaju (SE). Mafort substitui Maria Coelho, que se recusou a autorizar o uso de recursos públicos na viagem de três assessores para a acompanhar o ministro na folia – o próprio Macêdo acabou autorizando a despesa. (UOL)