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A expectativa era aprovar a pauta econômica na Câmara até sexta-feira. Mas a realidade parece que vai ser outra. Alvo de uma ofensiva lobista, além da pressão de governadores e prefeitos, a reforma tributária dominou e travou a agenda. Líderes partidários e técnicos legislativos afirmaram ao Painel que pautar a reforma para esta semana foi um erro do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), que tentou impor seu ritmo sem consultar os líderes e as bancadas. Nos bastidores, alguns veem ainda uma intenção do alagoano de desviar a atenção das investigações sobre desvios no kit robótica. Além da reforma tributária, dois projetos são centrais para o governo. A votação do voto de qualidade no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (Carf) estava prevista para segunda-feira, mas alterações incluídas pelo relator, Beto Pereira (PSDB-MS), adiaram a apreciação. Enquanto isso não ocorrer, devido ao seu regime de urgência, o arcabouço fiscal não pode ser votado. Avalia-se, no governo e no Congresso, que a concentração de tantas pautas estratégicas em uma mesma semana tumultuou as negociações. (Folha)

O relator da reforma, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou ontem à noite que ao menos três itens foram alterados: a definição de regras para o Conselho Federativo, o Fundo de Desenvolvimento Regional e um novo cálculo de transição para o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), união entre ICMS e ISS, recolhidos por estados e municípios. O Conselho Federativo, previsto para gerir a arrecadação do IBS e motivo de queixa dos governadores, vai ser mantido, mas com detalhamento de sua formação. (Globo)

Prefeitos e governadores, que temem perda de arrecadação com o IBS, estiveram ontem em Brasília para discutir e defender mudanças na reforma. Segundo o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Edvaldo Nogueira, de Aracaju, o texto “fere o pacto federativo, tira impostos dos municípios e diminui a possibilidade de arrecadação, causando prejuízos”. (Metrópoles)

“É consenso que a reforma do sistema tributário brasileiro é necessária e urgente.” Assim, começa o manifesto assinado por mais de 70 economistas e empresários em defesa da reforma tributária. Affonso Celso Pastore, Arminio Fraga, Edmar Bacha, Guido Mantega, Maílson da Nóbrega, Jorge Gerdau e Pedro Passos estão entre os signatários. “Essa mudança tem sido discutida há 35 anos e a proposta atual foi ampla e democraticamente debatida nos últimos quatro anos. Agora, temos a melhor janela para aprovação das últimas décadas.” (Poder360)

Já o presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, afirma que a proposta tem qualidades e grandes defeitos. “A principal qualidade é simplificar o sistema tributário brasileiro, que hoje é complexo”, diz. Mas alerta que “o IVA sair de uma extrema complexidade para uma simplificação para alíquota única, com poucas variações, é uma ingenuidade”. (Estadão)

Enquanto isso... Gabriel Galípolo foi aprovado como novo diretor de Política Monetária do Banco Central. No Senado, ele recebeu 39 votos a favor e 12 contra, além de uma abstenção. Os senadores também aprovaram, por 42 a 10, Ailton de Aquino Santos no comando da Diretoria de Fiscalização. Com mais de 25 anos de BC, ele será a primeira pessoa preta a assumir uma diretoria da autarquia. (Folha)

A troca de comando no Ministério do Turismo pode ocorrer nesta semana, afirmou ontem o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.  Marido da ministra Daniela Carneiro (UB-RJ), o prefeito de Belford Roxo, Waguinho (Republicanos-RJ), esteve ontem no Palácio do Planalto para finalizar as negociações. Ele se reuniu com Padilha e deve se encontrar também com o presidente Lula. Igor Gadelha conta que, devido à perda da pasta – que deve ficar com Celso Sabino (UB-PA) –, o casal receberá cargos no segundo escalão, principalmente no Rio de Janeiro. (Metrópoles)

A inelegibilidade imposta pelo TSE a Jair Bolsonaro, com chance de ser ampliada pelo TCU, não impacta somente a extrema direita. No Meio Político de hoje, o cientista político Christian Lynch mostra que mesmo a direita liberal, tradicionalmente ligada aos tucanos, também se rearranja para voltar a ser uma alternativa viável ao petismo. O Meio Político, que circula às 11h, é exclusivo para assinantes premium. Assine!

Menos de uma semana após dizer que o conceito de democracia é “relativo”,  o presidente Lula reconheceu, ao assumir a presidência do Mercosul, que há “problemas” na Venezuela, mas defendeu que o bloco não deve “isolar” o país comandado por Nicolás Maduro. “Em relação à Venezuela, todos os problemas que a gente tiver em democracia, a gente não se esconde deles, a gente enfrenta. Eu não conheço pormenores do problema com a candidata da Venezuela, pretendo conhecer”, afirmou em referência à inelegibilidade por 15 anos da principal candidata da oposição, a ex-deputada María Corina Machado. (Globo)

Na reunião de cúpula do bloco, em Puerto Iguazú, na Argentina, Lula afirmou que os países do Mercosul devem responder de forma “rápida e contundente” às condições propostas pela União Europeia, consideradas inaceitáveis, para a conclusão do acordo comercial negociado desde 1999. (g1)

Já o presidente do Uruguai, Lacalle Pou, disse que manterá as negociações de um acordo bilateral com a China, caso Brasil, Argentina e Paraguai não se juntem à mesa de negociação. Pela quarta vez seguida, o Uruguai se recusou a assinar o comunicado conjunto do bloco. (Valor)

Durante a Ditadura Militar, a relação do regime com a direção da Folha de S. Paulo foi mais profunda do que já se sabia, de acordo com 12 testemunhos de ex-funcionários e militares, levantados pela Unifesp e revelados pela Agência Pública. O jornal empregou como repórteres, redatores ou mesmo na segurança policiais encarregados da repressão. Foi o caso dos irmãos Robert e Edward Quass, do DOPS, e do delegado Sérgio Fleury, líder do Esquadrão da Morte. Policiais também usavam carros de reportagem e outros veículos identificados como do jornal para prender sem levantar suspeitas militantes de esquerda, que depois seriam torturados. (Pública)

Nove pessoas ficaram feridas em Tel Aviv após um palestino atingir um ponto de ônibus com uma van. Ele chegou a deixar o veículo e esfaquear uma das vítimas antes de ser morto pela polícia. Ao menos três feridos estão em estado grave. O atentado aconteceu um dia depois da maior operação militar israelense na Cisjordânia em 20 anos, que deixou ao menos oito mortos na cidade de Jenin, oficialmente sob controle da Autoridade Palestina. Segundo Israel, a operação, que teria prendido 120 suspeitos de terrorismo, deve durar mais 24 horas. (Guardian)

Ajudinha

Marcelo Martinez