Os diamantes de Michelle

Colar, brincos, relógio, abotoaduras, caneta, diamantes. O assunto do fim de semana foram as joias enviadas ao Brasil pela Arábia Saudita por meio da missão oficial que esteve no país em outubro de 2021. Peças avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões seriam destinadas à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas foram apreendidas na alfândega por não terem sido declaradas nem como item pessoal, nem como presente para o Estado brasileiro — ultrapassavam mil dólares. As joias estavam na mochila de um militar que integrava a comitiva oficial. A partir de então, diversas ações foram realizadas pelo governo passado para liberar as peças confiscadas. A última delas ocorreu no apagar das luzes da gestão anterior, em 29 de dezembro, quando o primeiro-sargento da Marinha Jairo Moreira da Silva tentou conseguir a liberação dos itens em uma visita “em caráter de urgência” à Base Aérea de Guarulhos. (Estadão)

Um outro pacote, incluindo estojo com relógio, abotoaduras, anel, caneta e um tipo de rosário, da marca suíça Chopard, de valor não mensurado de forma pública, não foi apreendido pela Receita Federal na alfândega no regresso da comitiva ao Brasil. Estes presentes seriam para Bolsonaro. Quase um ano após a entrada das peças no país, em 29 de novembro passado, o assessor especial do Ministério de Minas e Energia Antônio Carlos de Ramos Mello entregou os itens ao Palácio do Planalto. Ele alegou que a demora ocorreu porque havia tratativas quanto a quem receberia as joias e que os objetos estavam sob a guarda da pasta. Não se sabe por que a Receita não apreendeu tudo. (Folha)

A Receita Federal acionou na sexta-feira o Ministério Público Federal em Guarulhos para apurar o caso. Informações e imagens dos bens já foram enviadas para o MPF. Nos EUA, o ex-presidente Bolsonaro negou que tenha conhecimento das joias, disse não saber do que se trata e que nada recebeu. Michelle Bolsonaro recorreu às redes sociais para ironizar o valor milionário do presente, disse não ter conhecimento dos itens e criticou a imprensa. (g1 e CNN Brasil)

Ainda nos EUA, o ex-presidente americano Donald Trump afirmou, no sábado, que Bolsonaro é “um homem muito popular na América do Sul” e chamou seu filho Eduardo de “amigo”. Trump foi a atração principal do Conservative Political Action Conference, evento promovido por conservadores americanos em Washington. Bolsonaro, que discursou na conferência horas antes de Trump, foi aplaudido pelo público presente e chamado de “mito”. Na sua apresentação, o brasileiro voltou a questionar o resultado das eleições presidenciais e disse que sua missão ainda não acabou. (Metrópoles e Poder 360)

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A escolha de Alessandro Moretti como diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) causou incômodo na cúpula da Polícia Federal. O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, está insatisfeito com a escolha do número dois do órgão, que acabou de deixar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e migrou para a Casa Civil. Moretti é homem de confiança do delegado Luiz Fernando Corrêa, indicado por Lula para o comando da agência, mas tem sido visto com desconfiança no governo por ter sido chefe do setor de inteligência da PF durante o governo Bolsonaro. A relação de Rodrigues com a antiga cúpula da polícia é cercada por ruídos desde a campanha presidencial, quando o atual diretor-geral coordenou a segurança do então candidato Lula. (CNN Brasil)

Os líderes da bancada do União Brasil na Câmara e no Senado emitiram, ontem, nota de apoio ao ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e com críticas à presidente do PT, Gleisi Hoffman, que defende o afastamento do ministro. Eles compararam a situação de Juscelino com a de políticos do PT que já foram alvos de denúncias e pediram o mesmo tratamento. (CNN Brasil)

O governo avalia incluir na reforma tributária sobre a renda uma revisão das regras de tributação da folha de pagamento, um dos principais alvos de reclamação das empresas por elevar o custo de contratação. Hoje, o empregador paga alíquota de 20% sobre o salário para financiar a Previdência Social, além de contribuições para o Sistema S e o salário educação. Ainda não há uma proposta fechada, mas alguns integrantes do governo defendem como ideia central desonerar ao menos a parcela equivalente a um salário mínimo (R$ 1.302) da remuneração do trabalhador. (Folha)

Em audiência de custódia, realizada na manhã de ontem, em Presidente Venceslau (SP), a Justiça manteve a prisão preventiva dos líderes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), José Rainha Júnior e Luciano de Lima, ocorrida na véspera. Eles são suspeitos de extorquir dinheiro de donos de propriedades rurais na região do Pontal do Paranapanema (SP). (g1)

Então... O governo brasileiro não aderiu a uma declaração conjunta de 55 países denunciando os crimes de Daniel Ortega, mantendo-se em silêncio diante das denúncias contra a Nicarágua em reunião no Conselho de Direitos Humanos da ONU na sexta-feira. A decisão do Itamaraty chamou a atenção de governos da América Latina e de outras partes do mundo. O documento incluiu potências como EUA e Alemanha, assim como países à esquerda, como Chile e Colômbia. No Itamaraty, há expectativa de que o governo emita sua posição hoje, quando a ONU examina os resultados da primeira investigação independente realizada pela instituição. (UOL)

Sergio Cabral está solto desde 19 de dezembro. Foram cinco anos preso. Na primeira entrevista desde que saiu cadeia, ao jornalista Guilherme Amado, ele admite caixa 2, mas tenta atenuar seu envolvimento com corrupção, afirmando, principalmente, que não superfaturou nada. Faz acusações e diz que foi vítima do juiz Marcelo Bretas, afastado na semana passada pelo Conselho Nacional de Justiça. Critica também a imprensa e outros nomes da Lava Jato, como Sergio Moro e Deltan Dallagnol. Menciona mágoas em relação a Luiz Fernando Pezão e Eduardo Paes. Diz que, durante sua prisão, Bolsonaro sempre perguntou a seu filho como estava, mas conta que torceu pela vitória de Lula. Afirma ter distorcido fatos em delações contra o ex-presidente do STF Dias Toffoli e o atual presidente do TCU, Bruno Dantas, agora invalidadas. Pede desculpas, assume erros e, no fim, garante que não volta à vida política: quer ser consultor de comunicação, de gestão. (Metrópoles)

Uma lembrancinha refinada

Spacca

Uma lembrancinha refinada

Viver

O laboratório japonês Takeda Pharma anunciou que seu imunizante contra a dengue Qdenga (TAK-003) deve estar disponível em clínicas particulares brasileiras no segundo semestre deste ano. O Ministério da Saúde também disse que trata como prioridade a inclusão da vacina no Sistema Único de Saúde (SUS) e que vai solicitar avaliação do imunizante pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Contec). A Qdenga foi aprovada pela Anvisa na quinta-feira para pessoas entre quatro e 60 anos, independentemente de já terem tido a doença. No Brasil, 1.016 pessoas morreram de dengue no ano passado, um número recorde. (g1)

Após 15 anos de negociações, os Estados-membros da ONU chegaram a um acordo histórico neste sábado para proteger os oceanos. O tratado estabelece a meta de colocar 30% dos mares sob proteção internacional até 2030. Foram mais de 35 horas seguidas de discussão em cinco rodadas de debates entre os países até chegar ao consenso sobre como usar a biodiversidade oceânica com sustentabilidade. De acordo com o Greenpeace, para que a meta seja alcançada, 11 milhões de quilômetros quadrados de mar devem ser colocados sob proteção por ano até 2030. (UOL)

Cultura

Morreu neste sábado o cartunista Paulo Caruso, aos 73 anos, em São Paulo. Ele estava internado nas últimas semanas por complicações de um câncer no cólon com o qual sofria desde 2016. Caruso cursou arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, mas não exerceu a profissão. Começou a carreira publicando charges no Diário Popular, mas também mostrou sem humor com ironia e acidez em veículos importantes da imprensa alternativa, como O Pasquim e Movimento. Suas caricaturas satíricas ganharam o Brasil retratando a história política do país. Desde a estreia do Roda Viva, da TV Cultura, esteve na bancada do programa fazendo as charges dos entrevistados, acompanhando suas reações e declarações. Ele recebeu vários prêmios por seu trabalho, como o de melhor desenhista, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), em 1994. Caruso deixa cinco filhos e um neto. (Estadão)

Na sexta, a perda foi do jornalismo esportivo. Morreu o apresentador e comentarista Márcio Guedes, aos 75 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um câncer. Em 54 anos de carreira, ele passou por redações como Jornal do Brasil, Correio da Manhã, Jornal da Tarde e Estadão. Também foi colunista e comentarista em emissoras de TV como Globo, Record, Band, ESPN e TV Brasil, onde trabalhava desde 2001. Guedes venceu por duas vezes o Prêmio Esso de Jornalismo com reportagens sobre futebol, sua grande paixão. (Folha)

O fim de semana terrível se encerrou com a morte da cantora e compositora Sueli Costa, aos 79 anos, no Rio. A causa não foi divulgada. Como cantora, lançou apenas seis álbuns nos mais de 50 anos de carreira. Mas foi na composição que se destacou, com suas músicas interpretadas pelos maiores nomes da MPB, como Elis Regina, em 20 Anos Blue (YouTube), Gal Costa, em Vida de Artista (YouTube), e Angela Ro Ro, Nenhum Lugar (YouTube). (UOL)

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Demorou quase um ano, mas o comediante Chris Rock devolveu o tapa que recebeu de Will Smith na cerimônia do Oscar no ano passado em seu especial de stand-up transmitido ao vivo pela Netflix. Em Indignação Seletiva, Rock afirma que assistiu ao filme Emancipação, drama sobre escravidão estrelado por Smith, apenas para vê-lo “levar uma surra”. Ele também explicou por que não reagiu ao tapa que levou do ator, após fazer uma piada com sua mulher, Jada Smith. “Eu tenho pais, e vocês sabem o que os meus pais me ensinaram? Não brigue na frente de pessoas brancas.” (Istoé)

A uma semana da cerimônia do Oscar, o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo (trailer) segue vencendo prêmios. No sábado, foi a vez de bater o recorde de vitórias no Spirit Awards, principal premiação de filmes independentes nos Estados Unidos. Foram sete categorias conquistadas, incluindo melhor filme, direção, roteiro e atuação. Na semana passada, o filme de Daniel Kwan e Daniel Scheinert já tinha batido a marca de mais estatuetas no SAG Awards, o prêmio do sindicato dos atores, vencendo em quatro categorias. (Folha)

Cotidiano Digital

O Procon de Minas Gerais multou a Apple em R$ 12 milhões por vender iPhone sem carregador. O órgão alega que a prática configura venda casada, o que força o consumidor a comprar separadamente o smartphone e o carregador, essencial para o funcionamento do celular. A Apple foi procurada para uma tentativa de acordo com as autoridades, mas a empresa “não registrou qualquer interesse”, segundo o Procon. Com a multa, a fabricante do iPhone tem 10 dias para recorrer da decisão ou, do contrário, deve pagar a multa em até 30 dias. A companhia também já foi multada outras vezes pelo mesmo motivo pelo Ministério da Justiça (R$ 12,2 milhões), pelo Procon-SP (R$ 10,5 milhões) e pela Justiça de São Paulo (R$ 100 milhões). (Poder360)

E a Amazon suspendeu a construção de sua segunda sede nos EUA, no estado da Virgínia. O empreendimento, chamado de HQ2, consiste em duas partes: a primeira, o Metropolitan Park, é um campus urbano com capacidade para 25 mil trabalhadores, enquanto o PenPlace é um complexo com três prédios de 22 andares, além de uma torre de vidro com mais de 100 metros de altura. Entretanto, a empresa ainda espera inaugurar a primeira fase do projeto em junho. A paralisação é mais uma medida da Amazon para cortar custos. Em novembro, a companhia demitiu mais de 18 mil funcionários. (The Verge)

A Loft, especializada em compra e venda de imóveis, é a mais recente startup a realizar uma demissão em massa. Foram 340 funcionários demitidos na sexta-feira, cerca de 15% do total de 2,2 mil pessoas. Trata-se da quarta rodada de demissões em massa da companhia, que já soma mais de 1.195 demitidos desde abril de 2022. (Estadão)

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