Prezadas leitoras, caros leitores —

Em função do feriado nacional pela Proclamação da República, este Meio não vai circular amanhã, dia 15 de novembro. Estaremos de volta na quarta-feira com as informações fundamentais para começar o dia.

Um bom descanso a todos.

— Os editores.

PT já tem estratégia para aprovar PEC da Transição

A 48 dias da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o PT já tem pronta a estratégia para aprovar a chamada PEC da Transição, que permitirá tirar da limitação do teto de gastos os recursos para manter em R$ 600 o Auxílio Brasil, entre outras promessas de campanha. A equipe de Lula pretende apresentar a emenda primeiro no Senado e, no mesmo dia, aprová-la na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e no Plenário em dois turnos. Já na Câmara, para acelerar a tramitação, a PEC deve ser mesclada a outra emenda, da deputada Luísa Canziani (PSD-PR), que tira do teto despesas de determinadas instituições federais de ensino. Como esta proposta já está numa comissão especial, seria possível, na avaliação dos petistas, votá-la com a PEC da Transição ainda este ano. (CNN Brasil)

Para isso, claro, é preciso combinar com o Centrão, cujos votos são necessários para aprovar uma PEC. Ontem, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), um dos principais nomes do grupo, defendeu que ela seja aprovada apenas para garantir o auxílio de R$ 600 e o aumento real do salário-mínimo em 2023. “A PEC da Transição, como o próprio nome diz, é para a TRANSIÇÃO. Deve garantir somente os pontos comuns das duas candidaturas: 600 reais de auxílio e aumento real do salário-mínimo em 2023”, disse o ministro em nota. (Poder360)

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O presidente do Brasil ainda é Jair Bolsonaro (PL), mas o país vai ser representado extraoficialmente na Conferência da ONU sobre o clima (COP27) por seu sucessor eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que embarca hoje para o Egito. Ele vai discursar na quarta-feira em um fórum da ONU depois de participar do evento Carta da Amazônia junto a governadores dos estados da região. Oficialmente, a delegação brasileira é chefiada pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. (Poder360)

No sábado, Lula se submeteu a exames de rotina em um hospital de São Paulo e descobriu que estava com uma inflamação na garganta, atribuída pelos médicos ao “esforço vocal” das últimas semanas. O problema, disse a equipe, não tem relação com o câncer na região identificado em 2011 e curado. (Metrópoles)

Meio em vídeo. Temos um governo democrata pela frente. A gente percebe isso porque os debates difíceis estão começando a surgir, agora, já na transição. O primeiro é o da representatividade. O segundo é o do digital. Tem pouca gente que entende disso na equipe. O fascismo é digital. E, por fim, tem o debate econômico. E esse é bastante difícil. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) apontam indícios de organização ou pelo menos apoio coordenado aos atos golpistas nas portas de quartéis: a padronização de faixas e bandeiras, a instalação de banheiros químicos e o fornecimento gratuito de comida a manifestantes. O MPF tem procurado identificar os financiadores desses atos. (Estadão)

Feira-livre, orações, churrasco e muita fake news. Essa é a rotina das cerca de 400 pessoas, incluindo crianças levadas pelos responsáveis, que permanecem acampadas em frente ao Comando do Exército em Brasília pedindo um golpe de Estado. (Veja)

Meio em vídeo. A exemplo de 2018, as eleições presidenciais foram marcadas pela ação maciça nas redes sociais. A diferença é que desta vez foi pelos dois lados, especialmente após a entrada na campanha do presidente eleito Lula do deputado André Janones (Avante-MG), entrevistado de amanhã no #MesadoMeio. Temas como a força das redes, fake news e os limites éticos da campanha online estão na mira de Mariliz Pereira Jorge, Pedro Doria e Christian Lynch. Nesta terça-feira, ao vivo, às 19h. (YouTube)

Embora pareçam estar perto de obter uma estreita maioria na Câmara dos Deputados dos EUA, os republicanos amargaram uma derrota dolorosa no Senado. Com a reeleição de Catherine Masto em Nevada, os democratas chegaram a 50 das 100 cadeiras e, como o voto em caso de desempate cabe à vice-presidente Kamala Harris, garantiram o controle da Casa. O partido ainda tem chance de conquistar a maioria de fato, pois haverá segundo turno na Geórgia, onde o democrata Raphael Warnock chegou na frente, mas não atingiu os 50% exigidos por lei. A manutenção do Senado foi uma vitória crucial do presidente Joe Biden, pois é ali que são confirmadas suas nomeações para cargos e votadas leis aprovadas pela Câmara. (New York Times)

As eleições americanas foram devastadoras para o negacionismo eleitoral estimulado pelo ex-presidente Donald Trump. Em 2020, ele tentou reverter, por coação de autoridades ou ações na Justiça, sua derrota em seis estados. Este ano, os eleitores desses locais rejeitaram todos os candidatos apoiados por Trump – incluindo em cargos como governador ou secretário de Estado, que têm enorme poder sobre o processo eleitoral. (Washington Post)

Me dá uma PECzinha aí? Me dá, me dá, me dá!

Orlando Pedroso

Luz no fim do túnel 560

Viver

O Enem 2022 começou ontem com o dia da redação, cujo tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil” foi anunciado pelo ministro da Educação, Victor Godoy, logo após o início das provas. Além do texto, os participantes também responderam 90 questões objetivas dos cadernos de Ciências Humanas e Linguagens. Professores elogiaram a escolha do tema e destacaram a abrangência de povos contemplados na redação, como comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas e ribeirinhos. (Folha)

Além de professores, lideranças indígenas e especialistas elogiaram o tema da redação do Enem. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) publicou nota em suas redes sociais considerando o assunto “muito importante”. O procurador jurídico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari, no Amazonas (Univaja), Eliésio Marubo, disse que “a sociedade se fortalece quando trata dos seus problemas. Falar dos desafios para a valorização das comunidades e da história dos povos indígenas tem esse significado. Mais ainda é incutir nas novas gerações a preocupação que os adultos deveriam ter”. (O Globo)

O Enem do ano passado contou com apenas um em cada quatro estudantes concluintes do ensino médio da rede pública de ensino. Em 2019, a presença desse grupo era de 50% dos inscritos na prova. Durante o governo Bolsonaro, a participação desses estudantes caiu pela metade. (Folha)

A internet não deixou a data passar em branco e gerou uma onda de memes nas redes sociais. Um caso curioso da edição foi uma estudante, que mesmo chegando no horário, perdeu a prova porque tinha saído da escola para fumar e não voltou a tempo de encontrar os portões abertos.(g1)

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que o mês passado teve o pior outubro de desmatamento na Amazônia desde que os dados começaram a ser compilados, em 2015. Foram 904 km² de desflorestamento, 3% maior que o antigo recorde, em 2021. No acumulado do ano, já foram desmatados 9.494 km², o maior valor da série histórica do sistema Deter, do Inpe. (Estadão)

A ex-deputada Flordelis foi condenada, neste domingo, a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em 2019. Ela foi considerada culpada de homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada. Sua filha biológica Simone dos Santos Rodrigues também foi condenada a 31 anos e quatro meses. (g1)

Cultura

Terminou ontem uma era. Milton Nascimento encerrou aos 80 anos a turnê A Última Sessão de Música diante de 60 mil pessoas em Belo Horizonte dizendo adeus aos palcos e dedicando o show à amiga Gal Costa, que morreu na última quarta-feira. Bituca celebrou seu legado recebendo no palco os amigos do Clube da Esquina, movimento que, partindo de Minas, mudou a MPB nos anos 1970. Wagner Tiso, Lô Borges, Toninho Horta e Beto Guedes subiram ao palco para cantarem juntos Para Lennon e McCartney. (g1)

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Há 50 anos Gilberto Gil celebrou a volta do exílio com um disco impecável (um dos muitos lançados naquele ano fértil): Expresso 2222, que juntava à “geleia geral” da Tropicália as experiências do artista em Londres. Agora, essa obra-prima ganha outro formato com o lançamento, previsto para dezembro, de um livro homônimo organizado pela escritora Ana Oliveira, amiga e parceira literária de Gil. Cada uma das oito faixas é analisada por meio de um texto — a cargo de nomes como Hermano Vianna e Fernanda Torres — e por uma ilustração inédita. (Globo)

Chega amanhã às livrarias, inclusive no Brasil, Nossa Luz Interior, novo título da advogada e ex-primeira-dama dos EUA Michelle Obama. Escrito ao longo da pandemia de covid-19, o livro é uma espécie de continuação do best seller, Minha História, de 2018, que vendeu 17 milhões de exemplares em todo o mundo. Desta vez, ao lado das memórias do período, Michelle usa uma abordagem de autoajuda para falar sobre raça, gênero, visibilidade e poder. “Para mim esse momento de quietude e isolamento foi um grande desafio, assim como sei que foi para muitos outros. Foi como abrir um alçapão para uma montanha de preocupações que eu não conseguia entender nem controlar”, escreve. Não quer esperar até amanhã? Tudo bem, leia O poder das pequenas coisas, primeiro capítulo do novo livro de Michelle Obama. (Estadão)

Continuação de um dos mais aclamados filmes da Marvel, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre (trailer) fez jus à expectativa e faturou inacreditáveis US$180 milhões em seu primeiro fim de semana em cartaz nos EUA — a maior bilheteria de estreia em novembro em todos os tempos no país. Além de animar a indústria cinematográfica, os números tiveram um gostinho especial para a Marvel, pois Wakanda Para Sempre desbancou Adão Negro (trailer) – bem-sucedida aposta da rival DC –, que ocupara há três semanas o topo das bilheterias. (CNBC)

Além do sucesso comercial, Pantera Negra: Wakanda Para Sempre e Adão Negro têm em comum a perspectiva de sofrerem censura na China. Tanto Marvel quanto DC esperam que a ditadura chinesa imponha restrições aos longas. No primeiro caso, pela presença de personagens abertamente gays; no segundo, pela escalação de Pierce Brosnan no elenco. O ator já posou em fotos com o Dalai Lama, líder do Tibet, país anexado pela China em 1950. (Rolling Stone)

Cotidiano Digital

Na mesma semana foi lançado e suspenso o Twitter Blue, plano de assinaturas da companhia e principal aposta de Elon Musk para aumentar o faturamento da empresa. No momento, novos assinantes não podem adquirir o pacote, sem previsão de normalização. O anúncio saiu na plataforma de comunicação corporativa interna do Twitter, onde Musk justifica dizendo que a decisão foi “para ajudar a resolver problemas de representação”. A rede social vinha enfrentando uma série de problemas com o surgimento de perfis falsos de celebridades e de empresas com o selo azul de verificado. Antes de suspender o serviço, Musk disse em uma reunião na empresa que, a depender da recessão nos EUA, o Twitter poderá perder bilhões de dólares em 2023 e a “falência não está descartada”. (g1)

O fundador do Orkut, o turco Orkut Buyukkokten, anunciou que lançará uma nova rede social com resgate de valores da plataforma que fez sucesso na internet brasileira no início dos anos 2000. Orkut está no Brasil para participar da Campus Party 2022, evento de tecnologia que acontece em São Paulo até a próxima terça-feira, dia 15. Durante sua palestra no evento, o engenheiro também fez críticas às redes sociais existentes atualmente. Para ele, o que antes buscava união e o empoderamento, hoje virou uma ferramenta de gerar lucro, que divide as pessoas e alavanca fake news. (Folha)

Meio em vídeo. Mark Zuckerberg anunciou a maior demissão da história da Meta: 13% dos funcionários estão desempregados, ou seja, mais de 11 mil pessoas. Com isso, o principal escritório da empresa no Brasil, em São Paulo, deve fechar. O que fez a dona do Facebook e do WhatsApp demitir tanta gente? Seria mais uma crise de identidade da empresa? Entenda tudo com Pedro Doria e Cora Rónai. (YouTube)

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