Pandemia e petrolão marcam debate entre Lula e Bolsonaro

Pandemia de um lado, petrolão do outro. O primeiro debate para o segundo turno (leia a íntegra) entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi marcado pela troca de acusações e respostas evasivas. Logo no início, o petista indagou se o adversário não se sentia culpado pelas 400 mil mortes atribuídas à demora na compra de vacinas, ao que Bolsonaro desconversou, dizendo que os imunizantes se destinavam a quem não estava infectado. O presidente, por sua vez, chamou o petrolão de “maior esquema de corrupção da história da Humanidade”. Lula reagiu destacando o crescimento da Petrobras em seu governo e afirmando que quem roubou foi preso porque houve investigação, aproveitando para citar os cem anos de sigilo impostos por Bolsonaro a uma série de informações sobre o governo e sua família. Perguntado sobre um aumento no número de ministros do STF, ideia citada por ele mesmo e por aliados, o presidente disse que não estudava a ideia, mas não se comprometeu contra ela. Já Lula voltou a dizer que não nomeou “amigos” para a Corte. No último bloco, Bolsonaro tentou se impor fisicamente sobre Lula, desconcentrando o adversário que se atrapalhou com o tempo e cedeu quase seis minutos para o presidente falar sem ser interrompido. (UOL)

Lula escolheu não trazer o assunto à tona, mas fez uma discreta provocação a Bolsonaro em relação a sua declaração sobre ter pintado “um clima” com menores venezuelanas. O petista usou na lapela um pin de campanha do combate à violência sexual contra crianças e adolescentes. (g1)

E... Uma figura chamou a atenção entre os acompanhantes de Bolsonaro: o ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, senador eleitor pelo União Brasil do Paraná. A presença dele surpreendeu até o comando da campanha do presidente. Moro, que deixou o ministério acusando Bolsonaro de interferir na Polícia Federal, passou a apoiá-lo na reta final da campanha. (UOL)

Saltou aos olhos do comentarista Merval Pereira, na GloboNews. “A presença do Moro como assessor do Bolsonaro num debate só mostra uma coisa: que o alvo dele sempre foi o Lula”, afirmou. “Depois de ter falado tanto de Bolsonaro, voltar a apoiá-lo para derrotar Lula é um atestado de que, desde o início, estava com esse objetivo.” Assista. (g1)

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O presidente Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, concedeu liminar à campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) proibindo o PT de usar um vídeo em que ele narra um encontro durante uma motociata com meninas venezuelanas, diz que “pintou um clima” e insinua que elas se prostituíam. A fala aconteceu durante uma entrevista a um pool de podcasts de torcedores de futebol na sexta-feira. Ao afirmar que o PT transformaria o Brasil na Venezuela, Bolsonaro disse ter cruzado numa motociata numa comunidade do Distrito Federal com “menininhas bonitas, de 14, 15 anos. ‘Pintou um clima’, voltei. Posso entrar na tua casa? Entrei”, contou (vídeo). Segundo o presidente, ali havia de 15 a 20 meninas, “todas venezuelanas”. “Eu pergunto: meninas bonitinhas, 14, 15 anos se arrumando no sábado. Pra quê? Ganhar a vida!”, disse. (Metrópoles)

Uma das venezuelanas visitadas por Bolsonaro se disse chocada e negou que houvesse prostituição no local. Segundo ela, naquele dia estava havendo uma ação social para refugiados, incluindo um curso de estética, daí as meninas estarem se maquiando. De acordo com ela, que não revelou seu nome temendo represálias, a filha e a sobrinha estavam no local. (UOL)

A entrevista viralizou nas redes sociais. Políticos de oposição, artistas e outras personalidades a usaram para criticar o presidente, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que Bolsonaro seja investigado por prevaricação, quando um agente público não toma providências diante de uma ilegalidade. Diante da repercussão, o presidente fez uma live na madrugada de domingo, mas não explicou o que quis dizer com “pintou um clima”. Ele apresentou um vídeo que teria sido feito na casa das meninas e que não faz menção a prostituição. (g1)

A campanha de Bolsonaro tenta agora apagar o incêndio. Segundo Malu Gaspar, a primeira-dama Michelle está tentando às pressas marcar uma reunião com líderes da comunidade e fazer fotos para “estender as mãos” às meninas. Tanto ela quanto o filho Zero Um, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), afirmaram que o presidente usa com frequência a expressão “pintou um clima”. (Globo)

Fundador do Novo e seu candidato à presidência nas eleições de 2018, o empresário João Amoêdo declarou na sexta-feira apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Anteriormente, ele havia dito que pretendia anular o voto. Ao explicar sua decisão, Amoedo citou declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre planos para aumentar o número de ministros do STF e a eleição de nomes de extrema direita para o Congresso. “É ingênuo quem acredita que Bolsonaro não representa uma ameaça à democracia num eventual segundo mandato”, disse, afirmando que o voto no petista buscava o “direito de continuar existindo oposição no país”. (CNN Brasil)

A manifestação de Amoêdo provocou irritação no partido que ajudou a fundar. Em nota, a direção do Novo disse que “a triste declaração constrange a instituição, que se mantém coerente com seus princípios e valores e reforça que Amoêdo não faz mais parte do corpo diretivo do partido desde março de 2020”. Hoje a legenda é comandada pelo empresário Eduardo Ribeiro. (UOL)

O corregedor geral da Justiça Eleitoral e ministro do TSE Benedito Gonçalves intimou o ministro da Justiça, Anderson Torres, e o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro, a se explicarem sobre “indícios do desvio de finalidade em tese caracterizado pelo uso de órgãos administrativos para lograr objetivos eleitorais”. Ele se refere a investigações de ofício abertas por ordem dos dois contra institutos de pesquisa, especificamente Datafolha, Ipec e Ipespe. Os inquéritos foram abortados na quinta-feira pelo presidente do TSE, Alexandres de Moraes, sob a alegação de que o ministério e o conselho usurpavam a competência do tribunal e que as ações se baseavam em presunções. (Poder360)

Em vias de conquistar um inédito terceiro mandato como presidente da China, Xi Jinping abriu ontem o 20º Congresso do Partido Comunista dizendo que o país não renunciará ao direito de usar a força contra Taiwan. Refúgio dos nacionalistas após a revolução comunista de 1949, a ilha é vista por Beijing como uma província rebelde. Xi ressaltou ainda que a China alcançou “controle total” sobre Hong Kong, acrescentando que a cidade passou “do caos para a governança”. Ele defendeu também sua política de confinamento contra a covid-19. Com a confirmação de seu terceiro mandato, Xi se tornará a pessoa a governar o país por mais tempo desde Mao Zendong, que comandou a revolução e presidiu o país de 1949 a 1959 e de 1966 até sua morte, em 1976. (g1)

Saudade não tem idade

Orlando Pedroso

Saudades 560

Viver

Dados da Fiocruz mostram que, em média, a cada dois dias uma criança menor de cinco anos morre de covid no Brasil. Esse público também equivale a 9% das internações pela doença. Os números contrariam as declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL), que disse em um podcast, na sexta-feira, sem apresentar provas, que crianças não morrem de covid. Especialistas criticam a demora na liberação da vacina pelo Ministério da Saúde para essa faixa etária, apesar de já ter recebido autorização da Anvisa. (g1)

O Conselho Federal de Medicina (CFM) restringiu, nesta sexta-feira, o uso de canabidiol a apenas dois casos de doenças no país. Com a nova resolução, médicos ficam proibidos de receitar o medicamento à base de maconha que não seja para dois tipos de epilepsia, relacionados à Síndrome de Dravet e Lennox-Gastaut e ao Complexo de Esclerose Tuberosa. Os profissionais também estão proibidos de ministrar cursos e palestras sobre uso da substância “fora do ambiente científico”. O novo texto ainda impede a prescrição de cannabis in natura para uso medicinal ou qualquer outro derivado além do canabidiol. (Poder360)

A Justiça Federal de Sergipe informou a prisão de três policiais rodoviários federais envolvidos na morte de Genivaldo de Jesus Santos, após uma abordagem no município de Umbaúba, interior do estado, em 25 de maio. O homem, que tomava remédios para distúrbios psiquiátricos, foi colocado no porta-malas da viatura e asfixiado por spray de pimenta e gás lacrimogêneo pelos agentes da PRF. Eles tiveram a prisão decretada após serem denunciados pelo Ministério Público Federal por abuso de autoridade, tortura e homicídio qualificado. (UOL)

Cultura

Baseado na história real de uma agricultora trans que sonha em se casar na igreja, Paloma (trailer), de Marcelo Gomes, foi o grande vencedor do Festival do Rio, que terminou na noite de ontem. Além de melhor filme de ficção, o longa levou os prêmios de melhor filme brasileiro e melhor atriz para Kika Sena, a segunda mulher trans premiada na história do festival. Outro destaque foi Mato Seco em Chamas (trailer), de Adirley Queirós e Joana Pimenta, que levou melhor fotografia e o prêmio especial do júri. Melhor direção foi para Julia Murat por Regra 34 (trailer). (Globo)

Veja a lista completa de premiados no Festival do Rio. (g1)

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Bruce Springsteen brindou os fãs com mais uma palhinha de seu próximo álbum, Only The Strong Survive, previsto para ser lançado no próximo dia 11 e composto inteiramente por covers de clássicos da soul music. Na sexta-feira ele soltou o single Nightshift (Spotify e YouTube), lançada originalmente pelos Commodores em 1985. A canção foi composta em homenagem a Marvin Gaye e Jackie Wilson, que morreram no ano anterior, e se tornou o primeiro sucesso do grupo após a saída de Lionel Richie. “Decidi fazer algo que nunca fiz antes: um álbum baseado no canto, no desafio à minha voz”, disse The Boss sobre o disco de soul. (UCR)

Morreu na sexta-feira, aos 72 anos, o ator escocês Robbie Coltrane, famoso mundialmente como o simpático e atrapalhado meio-gigante Hagrid, dos filmes de Harry Potter. A causa não foi informada. Coltrane entrou para a Escola de Arte de Glasgow, sua cidade natal, pensando em ser pintor, mas mudou para atuação e estreou na TV em 1979. A consagração no Reino Unido veio com o papel do médico Fitz da série Crackers, que lhe valeu o Bafta de melhor ator por três anos consecutivos. Em 2001, deu vida a Hagrid, um dos personagens mais queridos do universo criado por J.K. Rowling. (Guardian)

Cotidiano Digital

Se depender do Google, as reuniões de trabalho virtuais com representações 3D realistas serão comuns no futuro. Após resultados positivos em testes com a tecnologia no ano passado, a companhia vai expandir o projeto Starline, as cabines de videochamada em 3D onde você pode conversar com versões holográficas de seus amigos, familiares ou colegas de trabalho. Disponíveis em escritórios do Google nos EUA, as instalações do Starline serão testadas até o final do ano em mais de 100 parceiros convidados, incluindo Salesforce e WeWork. (CNBC)

E o WhatsApp finalmente começou a permitir que seus usuários escondam quando estão online. Agora, é possível escolher quem pode visualizar o status e configurar para que ninguém tenha acesso. O recurso estava em testes desde setembro e, agora, chega à versão estável do app. Além do recurso de esconder o “online”, estão sendo liberadas aos poucos as opções de sair de grupos silenciosamente e de bloqueio de captura de tela em mensagens de visualização única. (Canaltech)

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