Prezadas leitoras, caros leitores —

Cá no Meio começamos a semana animada de campanha com muitas novidades no canal de YouTube.

A primeira entrou no ar sábado agora — é o programa Reage!, com o editor Pedro Doria, que vai ao ar terças, quintas e sábados até o fim das eleições presidenciais. Uma versão comentada do programa eleitoral gratuito da TV, revelando táticas e estratégias por trás do que os publicitários levam para o vídeo.

Agora de manhãzinha publicamos o Meio Explica — todos os episódios de uma temporada inteira com curiosidades a respeito do sistema eleitoral brasileiro. Apresentado pela jornalista Giullia Cechia, o especial traz cinco episódios que vão do Fundão ao papel do TSE, passando pela formação do Congresso Nacional e as regras da campanha eleitoral.

Também dentro da programação especial de Eleições 2022, estreia hoje mais tarde o Meio Pergunta, uma serie de vídeos curtos com depoimentos de candidatos a deputado federal das principais bancadas do país. O primeiro será com Chico Alencar, que concorre pelo PSOL do Rio de Janeiro. No ar nesta segunda à noite, com divulgação pelas nossas redes sociais.

A eleição, uma eleição histórica, está só começando.

— Os editores

Para indecisos, Simone Tebet venceu debate; Bolsonaro perdeu

A senadora Simone Tebet (MS), candidata da coligação de MDB, PSDB/Cidadania e Podemos, foi considerada a vencedora do primeiro debate entre os concorrentes ao Planalto, segundo pesquisa do Datafolha com eleitores indecisos. Já o pior desempenho foi do presidente Jair Bolsonaro (PL). Organizado pela Band, a TV Cultura, a Folha e o UOL, o debate (íntegra) foi tenso, com Bolsonaro atacando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e quem chamou de “ex-presidiário”, ao que o petista respondeu se dizendo “mais limpo que os parentes” do presidente. Lula tentou o tempo todo desviar do tema corrupção e focar nas ações de seu governo. Quando a senadora Soraya Thronicke (União Brasil) disse não ter visto esse país que ele descrevia, o petista respondeu que o motorista, a empregada e o jardineiro dela viram. Na maior parte da noite o alvo preferencial foi Bolsonaro, que se irritou quando Ciro Gomes (PDT) lembrou sua declaração de que não havia fome no Brasil e com as críticas de Tebet e Thronicke a seu comportamento na pandemia. Felipe D’Ávila (Novo), candidato mais rico, com patrimônio declarado de R$ 24,6 milhões, virou meme ao se apresentar como “um cidadão como você”. Confira as principais falas de Tebet, Ciro, Bolsonaro e Lula. (UOL)

Nas redes, o primeiro bloco do debate alcançou 19 milhões de pessoas. Os blocos dois e três, 13 milhões cada, de acordo com estudo da Quaest. Na análise de sentimento, Simone Tebet também levou a melhor. Bolsonaro e Felipe D’Ávila ficaram tecnicamente empatados em último. (Twitter)

Talvez o pior momento de Bolsonaro tenha sido quando atacou a jornalista Vera Magalhães, que, em pergunta a Ciro, afirmou que o presidente espalhou desinformação sobre vacinas. Bolsonaro, na réplica, disse que Vera dormia pensando nele. “Você tem alguma paixão por mim. Fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”, disse. As candidatas/senadoras reagiram. “Nós temos que dar exemplo, exemplo que lamentavelmente o presidente não dá quando desrespeita as mulheres”, afirmou Tebet. “Quando homens são tchutchucas com outros homens, mas vem para cima da gente [mulheres] sendo tigrão, eu fico extremamente incomodada. Aí eu fico brava sim”, disse Thronicke. (Poder360)

Confira o que foi falso e o que foi verdadeiro nas falas dos candidatos. (Folha)

O clima também esquentou nos bastidores, onde acompanhantes dos candidatos assistiam ao encontro. O deputado André Janones (Avante-MG), hoje o principal cabo-eleitoral digital de Lula, envolveu-se em três bate-bocas com candidatos a deputados bolsonaristas. Primeiro foi o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, numa troca de berros que só não descambou para a agressão por interferência de seguranças. Depois, quando dava uma entrevista, Janones foi provocado pelo ex-presidente da Fundação Palmares Sérgio Camargo (PL) e pelo ex-BBB Adrilles Jorge (PTB) e reagiu, chamando Camargo de “capitão do mato” e Adrilles de “vagabundo”. Ao fim, Janones usou o Twitter para explicar a briga com Salles. O ex-ministro, segundo o parlamentar, reagiu quando Janones ameaçou plantar uma árvore na porta de sua casa. (g1)

Bela Megale: “O desempenho de Lula no primeiro debate entre os candidatos à Presidência frustrou boa parte de seus aliados na cúpula do PT e em outros partidos. A leitura foi a de que o ex-presidente adotou uma postura ‘apática’ e diferente daquela celebrada pela coordenação da campanha na entrevista concedida ao Jornal Nacional.” (Globo)

Lauro Jardim: “A pesquisa qualitativa encomendada pela campanha de Bolsonaro detectou: o ponto baixo do presidente no debate da Band foi a grosseria atirada contra Vera Magalhães no segundo bloco do programa. Foi alvo de críticas não apenas das mulheres que participaram da pesquisa que era feita em tempo real, como também dos homens.” (Globo)

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O PDT entrou com uma ação no TSE para impedir que o presidente Jair Bolsonaro (PL) participe de eventos “do porte e da natureza” da Festa de Peão de Barretos (SP), revela Lauro Jardim. Na noite de sexta-feira, Bolsonaro visitou a tradicional festa de rodeios, com direito ao jingle de campanha tocado no sistema de som e palavras de ordem gritadas pelo locutor oficial do evento. O PDT o acusa de ter subvertido a festa, transformada num “showmício”, o que viola a legislação eleitoral. Além de impedir que participe de outros eventos do gênero, a legenda quer que os vídeos de Bolsonaro em Barretos sejam retirados das redes sociais. (Globo)

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) disputa a reeleição para deputado este ano amparado por uma decisão “provisória” que já completou quatro anos. Em 2016, o Tribunal de Justiça de Alagoas confirmou a condenação dele por improbidade administrativa quando era deputado estadual e estabeleceu a perda de seus direitos políticos por uma década. Dois anos depois, porém, o desembargador Celyrio Adamastor Tenório Accioly, do mesmo TJ-AL, concedeu a Lira uma liminar suspendendo a decisão do colegiado e permitindo que ele concorresse e fosse eleito para o Congresso. O caso está parado desde 2018 no Superior Tribunal de Justiça (STJ). (Folha)

A morosidade do STJ não é a única aliada de Lira na campanha. Por ordem do pastor Samuel Ferreira, bispo da Assembleia de Deus Madureira, uma das maiores igrejas neopentecostais do país, toda a estrutura da denominação em Alagoas está a serviço da reeleição do deputado. Aliado do PT em 2014, Ferreira chegou a ser investigado na Lava-Jato, suspeito de fornecer uma conta bancária para operações do deputado cassado Eduardo Cunha, fiel de sua igreja. (Veja)

A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) deu parecer favorável à candidatura de Pablo Marçal (Pros) ao Planalto, retirada pela atual direção do partido, aliada ao PT. Segundo a PGE, a mudança de comando da legenda não anula os atos da gestão anterior. O caso será decidido pelo TSE. (CNN Brasil)

Candidatos vão às ruas

Marcelo Martinez

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Viver

Mais de cinco décadas após o programa Apollo, que enviou o primeiro homem à Lua, a Nasa lançará seu foguete mais poderoso da história com o mesmo objetivo. Nesta segunda-feira, a agência espacial lança a missão Artemis I, em uma viagem não tripulada. Se tudo der certo, astronautas poderão dar uma volta pelo satélite natural em 2024, e fazer um pouso em solo lunar no ano seguinte. A cápsula Orion deve fazer uma viagem de seis semanas, da decolagem na Flórida até o pouso no Oceano Pacífico. (g1)

Passados seis meses desde a promulgação da lei que instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, o governo federal ainda não distribuiu nenhum absorvente para estudantes de baixa renda em escolas públicas e para mulheres em situação de rua, no sistema prisional e internas de unidades socioeducativas. O presidente Jair Bolsonaro (PL) havia vetado os artigos que previam a distribuição dos produtos de higiene, que depois foram mantidos pelo Congresso. Segundo o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA), quatro milhões de estudantes não têm acesso a itens básicos de cuidados menstruais nas escolas. (Metrópoles)

Para ler com calma. A Funai anunciou a morte do índio do buraco, o último integrante de uma comunidade isolada, que havia sido dizimada por madeireiros. Solitário, como conta Rubens Valente, ele era acompanhado pelo órgão de proteção há 26 anos e vivia na Terra Tanaru, em Rondônia. O homem foi descoberto em junho de 1996, sobrevivendo da caça de animais e da plantação de milho, batata, cará, banana e mamão. Morreu sem que soubéssemos seu nome, compreendêssemos sua língua, conhecêssemos sua tribo. Recusava a comida que os técnicos lhe deixavam, possivelmente por conta da comida envenenada que deixaram para seu povo no passado. O indígena foi encontrado morto em sua rede sem sinais de violência, durante uma ronda de monitoramento. O corpo foi levado para perícia, que deve indicar a causa da morte. (Agência Pública)

Cultura

Não bastou ser a primeira artista solo brasileira a se apresentar (vídeo) na entrega dos Video Music Awards da MTV. Anitta ainda terminou a festa com outro feito inédito para o país: o prêmio de melhor clipe de música latina por Envolver. Em seu discurso, ela lembrou a criminalização do funk no Brasil e agradeceu à família e aos fãs. Taylor Swift levou melhor clipe e melhor clipe longo com All Too Well, Harry Styles ganhou melhor álbum com Harry’s Housee Bad Bunny foi o artista do ano. (g1)

Confira a lista completa de vencedores. (MTV)

Quem fez uma participação virtual foi Johnny Depp, que teve o rosto projetado no capacete do astronauta símbolo da MTV, fazendo comentários na volta dos intervalos. “Querem saber? Eu precisava trabalhar”, foi uma de suas tiradas. (Variety)

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A música se tornou menor com a morte no sábado, aos 78 anos, do violonista e compositor espanhol – ou melhor, andaluz – Manolo Sanlúcar, um dos mais importantes nomes do flamenco. Nascido Manuel Muñoz Alcón, em 1943, em Sanlúcar de Barrameda, tornou-se ainda menino, por influência da família, discípulo do já idoso mestre Javier Molina (1868-1956), el brujo de Jerez, e aos 15 anos começou sua carreira profissional. Era “Manolito el de Sanlúcar”, de onde tirou seu nome artístico. Sua primeira gravação foi de 1967 acompanhando a lendária cantora Francisca Mendéz, La Paquera de Jerez, e o primeiro álbum de sua longa discografia solo, Recital Flamenco, foi lançado no ano seguinte. Manolo respirava a cultura da Andaluzia e, paralelamente a sua carreira musical, dedicou 15 anos à criação da “enciclopédia audiovisual do flamenco”. Definia-se como “metade planta”, enraizado no flamenco, “metade pomba”, capaz de voar para além dos limites do estilo. (El Espanhol)

Luto também no reggae, pela perda do cantor jamaicano Cecil “Skelly” Spence, do trio Israel Vibrations, aos 69 anos. Ele conheceu os futuros parceiros ainda na infância, no fim dos anos 1950, num centro de tratamento para portadores de poliomielite, então epidêmica na Jamaica. Formaram o grupo anos depois e estouraram em seu país em 1978 com o compacto The Same Song, mas a consagração veio na década seguinte, quando se mudaram para os EUA. Spence sofria de câncer no pulmão. (Jamaica Observer)

Lançada em julho pela Netflix como uma das principais apostas do ano, a série Resident Evil, baseada nos célebre videogame, uniu público e crítica: todos odiaram. A plataforma de streaming decidiu cancelá-la após somente uma temporada, informando que aproveitará parte do elenco em outras produções. A série até começou bem, ocupando a segunda posição entre as mais assistidas em sua primeira semana, mas, conforme as críticas e reações foram se disseminando, sua audiência desabou. (Deadline)

Cotidiano Digital

Um dos maiores escândalos do mundo da tecnologia pode estar próximo de um desfecho nos tribunais. A Meta, controladora do Facebook, chegou a um acordo para encerrar uma ação movida por usuários da plataforma que envolve o compartilhamento ilegal de dados com a Cambridge Analytica. O acordo, cujos termos não foram revelados, teria sido definido em conjunto entre as duas partes do processo, que agora pedem um prazo de 60 dias para entregá-lo por escrito ao tribunal. A notificação do acordo foi feita antes de o presidente executivo da companhia, Mark Zuckerberg, e a ex-diretora de operações, Sheryl Sandberg, terem de prestar depoimento em audiência que estava marcada para setembro. O caso veio à tona em 2018, após uma denúncia de que a Cambridge Analytica, empresa ligada à campanha presidencial de Donald Trump de 2016, teve acesso a dados de 87 milhões de usuários da rede social. (Reuters)

E as Comunidades do WhatsApp, função que pode agregar grupos de até 5.120 pessoas, vão chegar ao Brasil só em 2023. A decisão foi comunicada pela empresa ao Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo. Em julho, procuradores enviaram um ofício recomendando o adiamento para janeiro do ano que vem por preocupações sobre o potencial da ferramenta de espalhar desinformação durante as eleições. (g1)

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