Lula admite corrupção na Petrobras

A corrupção durante os governos petistas foi, se não o tema central, o primeiro assunto que William Bonner e Renata Vasconcellos abordaram na entrevista (íntegra) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Jornal Nacional ontem. O candidato não negou casos como o mensalão e o petrolão, mas enfatizou que eles foram investigados de forma independente pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “A corrupção, ela só aparece quando você permite que ela seja investigada”, afirmou. Lula não se comprometeu com a nomeação de um procurador-geral da República oriundo da listra tríplice, como nos governos petistas anteriores, mas disse que não deseja um PGR leal a ele. Indagado sobre a política econômica do governo Dilma Rousseff, ele afirmou que governará à sua maneira. Lula criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL), a quem chamou de “bobo da corte”, afirmando que este não tem controle sobre o Orçamento. Disse que, se eleito, irá dialogar com o Congresso para rever o “Orçamento secreto”. O ex-presidente atribuiu sua dificuldade junto ao agronegócio às políticas de preservação da Amazônia e do Cerrado, e fez uma defesa do “novo MST”. Hoje o JN encerrará o ciclo de entrevistas com Simone Tebet (MDB). (g1)

Bela Megale: “Integrantes da campanha de Bolsonaro podem não admitir publicamente, mas lamentaram o desempenho de Lula no Jornal Nacional. A avaliação de três membros da equipe foi de que o petista ‘estava muito bem’ e ‘confortável’. Questionados se avaliam que o desempenho foi melhor que o de Bolsonaro, apenas um deles respondeu com um seco ‘sim’.” (Globo)

Igor Gielow: “O Lula que se postou à frente das câmeras foi capaz de algo até aqui impensável: fez uma crítica às ditaduras da China e de Cuba, ao compará-las de forma negativa a processos democráticos brasileiros. Sobrou até para Dilma Rousseff, o que não deve ter sido difícil para o petista. E ele ainda conseguiu introduzir, ao menos em quatro ocasiões claras, sua novidade na campanha: Geraldo Alckmin.” (Folha)

Lauro Jardim: “A entrevista de Lula impactou 15 milhões de pessoas com postagens nas redes sociais. É um número maior do que os alcançados por Jair Bolsonaro (9 milhões) e Ciro Gomes (2 milhões) somados, de acordo com uma pesquisa inédita da Quaest. Na média, Lula obteve 48% de menções positivas, contra 52% de menções negativas considerando todo o período da entrevista. Bolsonaro alcançou 35% favoráveis e Ciro 54%.” (Globo)

Meio em vídeo. Lula ganhou votos em sua entrevista ao Jornal Nacional. Falou com o Centro, elogiou Fernando Henrique, driblou as acusações de corrupção sem nunca negar fatos. O bolsonarismo tomou uma surra no primeiro round de campanha. Confira a análise de Pedro Doria no Ponto de Partida. (YouTube)

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O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ontem, por unanimidade, reforçar a proibição do uso de aparelhos eletrônicos na cabine de votação em outubro. Pela resolução, celulares, tablets e outros gadgets devem ser deixados com os mesários – a regra anterior proibia o uso, mas permitia que o eleitor levasse o aparelho consigo. Na avaliação dos ministros, a medida preserva o sigilo do voto, servindo como proteção para o próprio eleitor. (Poder360)

A decisão sobre celulares é uma prévia de um debate mais espinhoso sobre o qual o TSE vai se debruçar na próxima terça-feira: a suspensão do porte de armas nos dias de votação. A medida tem apoio dos comandantes das Polícias Militares e atenderia a um pedido feito por partidos de oposição em julho. (CNN Brasil)

A Fiesp divulgou ontem uma nota em defesa da liberdade de expressão após setores do empresariado criticarem a articulação pela entidade de um manifesto em defesa da democracia e dos tribunais superiores. É grande a irritação com o ministro do STF Alexandre de Moraes por ter autorizado uma operação a PF de busca e apreensão contra empresários bolsonaristas, que, como revelou Guilherme Amado no Metrópoles, pregavam um golpe de Estado no grupo de WhatsApp do qual os investigados participam. A nota, porém, não critica diretamente nem o ministro nem o Supremo. (Estadão)

Moraes e o presidente Jair Bolsonaro (PL) ficaram frente a frente ontem durante a posse da ministra Maria Thereza de Assis Moura como presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Separados por uma fileira de cadeiras, os dois não se falaram nem se cumprimentaram. (Metrópoles)

Meio em vídeo. André Janones tem incomodado o bolsonarismo sem trégua, com as mesmas armas usadas por eles nos últimos anos. Janones xinga, espalha informações sem fonte, provoca Bolsonaro, os filhos e correligionários. É o único jeito de combater de igual para igual a extrema-direita? Mariliz Pereira Jorge conta mais na coluna De Tédio A Gente Não Morre, no ar às 11h. (YouTube)

A Polícia Federal interceptou, com autorização da Justiça, uma conversa telefônica em que o presidente da Funai, Marcelo Xavier, oferece apoio ao funcionário Jussielson Silva, preso por suspeita de participação num esquema de arrendamento ilegal de áreas indígenas em Mato Grosso. Nas gravações, Xavier diz que procurou a delegacia da PF responsável pela investigação e promete acionar a corregedoria da corporação contra os policiais. Para a PF, ele tentou interferir no inquérito, enquanto a Funai nega irregularidades. (Globo)

A Edição de Sábado do Meio vai tratar nesta semana da geração Alpha, a primeira 100% digital. São os nascidos a partir de 2010, acostumados desde o berço às novas tecnologias e à comunicação pelas redes sociais. Vamos falar dos impactos na saúde e no comportamento desses jovens e na forma como eles vão lidar com o futuro — e moldá-lo. Também ouvimos uma pesquisadora do projeto que mapeia, pela primeira vez, as masmorras da antiga sede do DOI-CODI na rua Tutoia, em São Paulo. Por fim, uma breve biografia de Pedro IV, ou D. Pedro I, o dono do coração no pote que está em tour pelo Brasil. A Edição de Sábado é um dos conteúdos exclusivos para assinantes premium. Assine!

Bolsonaro quer tratores no 7 de setembro

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Cultura

Confira os destaques da agenda cultural

Já está acontecendo e vai até 14 de setembro a primeira edição do Encontro do Violão Brasileiro no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio. Consagrados mestres das seis cordas se apresentam sozinhos e em dupla. Confira a programação completa.

Michael Jackson faria 64 anos na segunda-feira. Para celebrar, a Orquestra Opus, sob a regência de Leonardo Cunha, faz amanhã, no Teatro Centro Cultural Unimed-BH, uma apresentação dando roupagem erudita a clássicos do Rei do Pop, como Billie Jean e Beat It, entre outras.

Também no sábado a Osesp apresenta, sob a regência de Marin Alsop, um programa duplo com obras de Nikolai Rimsky-Korsakov e Heitor Villa-Lobos. O concerto começa às 20h30 na Sala São Paulo e com transmissão via YouTube.

Confira aqui a agenda completa.

O trio americano de rap Migos não vai mais se apresentar no Rock In Rio, que começa no próximo dia 2. Aliás, é provável que não se apresentem mais em lugar algum, pois são fortes os rumores de que Quavo, Offset e Takeoff estão se separando. Em nota, a produção do festival anunciou o grupo mineiro Jota Quest como atração substituta. Eles vão abrir os shows do dia 4 no Palco Mundo, seguidos de Iza, Demi Lovato e Justin Bieber. (Tangerina)

Para ler com calma. Mesmo com a vacinação contra a covid-19 já avançada, o público brasileiro ainda não tomou coragem para voltar presencialmente às atividades culturais, segundo o levantamento Hábitos Culturais III, parceria do Itaú Cultural e do Datafolha. O cinema, programa preferido da maioria, foi o que mais perdeu público: 26% dos entrevistados disseram ter visto um filme na telona no ano passado, contra 59% de antes da pandemia. (Folha)

Viver

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou, nesta quinta-feira, que mais de um milhão de pessoas morreram de covid-19 entre janeiro e agosto deste ano em todo o mundo. Ao todo, mais de 6,4 milhões de pessoas morreram pelo coronavírus desde que a pandemia foi declarada pela OMS, em março de 2020. O diretor-geral Tedros Adhanom lamentou as mortes e pediu para os governos “fortalecerem os esforços na vacinação dos profissionais de saúde, idosos e demais populações de risco”. O Brasil já passa dos 683 mil óbitos. (Estadão)

No mesmo dia, a OMS também atualizou os dados mundiais sobre a varíola dos macacos. São mais de 41 mil casos confirmados e 12 mortes pela doença em 96 países. Os Estados Unidos seguem liderando o ranking dos mais infectados, com 34% do total. Segundo o último relatório epidemiológico, de domingo, o número de contaminados diminuiu 21% após um mês com tendência de alta. (Folha)

Na Itália, cientistas da Universidade da Catania relataram o primeiro caso de coinfecção dos vírus da varíola dos macacos, do SARS-CoV-2 e do HIV. O paciente é um homem de 36 anos, que viajou por cinco dias à Espanha, e contou que teve relações sexuais sem proteção. (g1)

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Uma nova lei aprovada no Congresso da Espanha exige que as relações sexuais ocorram após a demonstração explícita de consentimento entre as pessoas. O silêncio e a passividade passam a não ser mais considerados sinais de permissão para o ato. Por 205 votos a favor contra 141, a lei conhecida como “Só ‘sim’ significa sim”, também retira a diferença na legislação entre abuso e estupro, e as vítimas desses crimes não terão mais de provar que foram coagidas por meio de violência ou intimidação, ou que resistiram à agressão. Também estabelece multa por assédio nas ruas ou para quem divulgar imagens íntimas de pessoas que não autorizaram o compartilhamento. A medida ocorre após o país registrar um aumento de 34% nos relatos de estupro em 2021, em relação ao ano anterior. (O Globo)

“O único bom fotógrafo de guerra é o fotógrafo contrário à guerra.” A frase define o caráter e o trabalho de seu autor o fotógrafo britânico-australiano Tim Page, que morreu ontem de câncer, aos 78 anos. Entre o fim dos anos 1960 e início dos 70, ele foi um dos fotojornalistas a melhor documentar o lado humano (e desumano) da guerra do Vietnã, ajudando a virar a opinião pública americana contra o conflito. Foi “a primeira e última guerra sem censura”, dizia. O hábito de captar imagens na linha de frente fez com que ficasse ferido pelo menos quatro vezes – na última, chegou a ser declarado morto. (CNN)

Cotidiano Digital

Nem o PlayStation 5 escapou da inflação global. A Sony anunciou ontem que vai reajustar o preço do console em alguns países, incluindo a Europa, Japão, China e México. O Brasil não será afetado pela medida. Jim Ryan, presidente da Sony Interactive Entertainment, explicou que o cenário de inflação obrigou a companhia a aumentar o preço sugerido do PS5 em diferentes mercados. A desaceleração econômica causada pela guerra na Ucrânia e os gargalos na cadeia de suprimentos têm feito as gigantes de tecnologia repensarem seus preços e produções. Foi o que aconteceu com a Apple e Samsung. Em fevereiro, a própria Sony reduziu de 14,8 milhões para 11,5 milhões as unidades de PS5 a serem entregues em 2022. (Estadão)

Mais uma vez a Apple foi multada por vender iPhone sem carregador na caixa. A decisão foi do Procon do Rio de Janeiro, que obriga a empresa pagar R$ 12,27 milhões por conta do iPhone 12 sem o item. Para o órgão de defesa do consumidor, a prática é considerada abusiva, configurando venda casada. O Procon também enviou à Apple outras duas notificações, referentes aos celulares da linha iPhone 13 e sobre o iPhone 14, cujo lançamento está marcado para 7 de setembro. (TecMundo)

Meio em vídeo. A nova moda no Vale do Silício é o surgimento de delatores que informam os problemas que as empresas não querem que sejam divulgados. O Twitter teve alguns segredos revelados, confirmando algumas suspeitas de Elon Musk sobre os robôs que estão na rede social. Pedro Doria e Cora Rónai explicam. (YouTube)

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