Prezadas leitoras, caros leitores —
Vocês conhecem o Telegram?
Sim, claro, o app concorrente do WhatsApp. Talvez até o tenham instalado em seus smartphones. E, como leitores do Meio, sabem que é a única plataforma popular no Brasil com a qual o Tribunal Superior Eleitoral não consegue qualquer contato.
Uma plataforma que talvez tenha seu acesso bloqueado no país por desinformação.
O app utilizado pelo movimento anti-vacinas radical que ocupou, no Canadá, o centro de Ottawa.
A única das muitas plataformas experimentadas pela extrema-direita do mundo, de Donald Trump a Jair Bolsonaro, em que há milhões de usuários e o controle de conteúdo é quase nenhum.
Um raro canto da rede no qual a pornografia da vingança, quando fotos de mulheres são vazadas contra sua vontade, segue sem qualquer controle.
Um sistema de mensagens que já foi banido na Rússia e está impossibilitado de ser usado no Irã e na China.
Ferramenta que garante a comunicação e a segurança para ativistas em inúmeras ditaduras.
Também local que abrigou, na grande rede, os extremistas islâmicos do Isis.
Não é possível compreender o Telegram sem conhecer Pavel Durov, 37 anos, o programador que fundou a maior rede social russa, a perdeu para o governo Putin e deixou o país para criar um sistema de mensagens mundial. O nono homem mais rico da Rússia e o 112o do mundo, na lista da Forbes.
A história de Durov e de seu app libertário, incômodo para ditadores e democratas, é o tema do Meio de Sábado.
Conheça o Telegram.
E a edição, vocês sabem, os assinantes premium a recebem. E eles têm acesso a todas as edições passadas.
Por menos de dez reais.
— Os editores.
Violência separatista pode levar à invasão russa da Ucrânia
O violento ataque com morteiros que ocorreu na região de Stanytsia Luhanska, na fronteira leste da Ucrânia com Rússia, marcou nesta quinta-feira o ponto máximo de crise na revolta separatista. Em Washington, em conversa com repórteres, o presidente Joe Biden afirmou que a suspeita é de que se trata de uma desculpa. “É uma operação de bandeira falsa para que possam invadir”, ele afirmou. A expressão é uma referência às antigas guerras navais, quando navios levantavam bandeiras de outras nações para culpá-las por certos ataques. “É um genocídio”, afirmou em Moscou o presidente Vladimir Putin, sugerindo que cidadãos que ele considera etnicamente russos estão sendo atacados no país vizinho. A tensão retornou ao ambiente diplomático. (New York Times)
Biden se reúne virtualmente hoje com o francês Emmanuel Macron, o alemão Olaf Scholz e o britânico Boris Johnson para uma cúpula convocada às pressas. (Washington Post)
The Economist: “Sem disparar um tiro, Mr Putin se tornou o centro global das atenções, provando que a Rússia é relevante. Ele desestabilizou a Ucrânia e deixou claro que o que ocorrerá no futuro do país depende dele. Pode, inclusive, ganhar concessões da OTAN para evitar uma guerra. Mas tais ganhos são táticos. Embora todos os olhos estejam nele, também galvanizou seus oponentes. Liderado por Joe Biden, o Ocidente concordou com um pacote de sanções duro. A OTAN, descrita por um presidente francês em 2019 como em ‘morte cerebral’, encontrou novo propósito na proteção contra a ameaça na fronteira russa. Tendo sempre preferido guardar distância, Suécia e Finlândia talvez se juntem à aliança. A Alemanha compreendeu que o gasoduto que conecta o país com a Rússia lhe é prejudicial. Se Mr Putin acreditou que suas ameaças iam fazer o Ocidente encolher, se enganou.”
Pois é... “Vemos uma narrativa falsa de que nosso engajamento com o Brasil em relação à Rússia envolve pedir ao Brasil que escolha entre os Estados Unidos e a Rússia. Esse não é o caso. A questão é que o Brasil, como um país importante, parece ignorar a agressão armada por uma grande potência contra um vizinho menor, uma postura inconsistente com sua ênfase histórica na paz e na diplomacia. O momento em que o presidente do Brasil se solidarizou com a Rússia, enquanto as forças russas estão se preparando para potencialmente lançar ataques a cidades ucranianas, não poderia ter sido pior.” A afirmação é de um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA à repórter Raquel Krähenbühl. (g1)
Após dois dias na Rússia, o presidente Jair Bolsonaro desembarcou em Budapeste, capital da Hungria, para se encontrar na quinta-feira com o primeiro-ministro Viktor Orbán. “Considero seu país o nosso pequeno grande irmão”, afirmou, “pelos valores que nós representamos, que podem ser resumidos em quatro palavras: Deus, pátria, família e liberdade.” Citou assim, adicionando apenas a palavra liberdade, o lema fascista da Ação Integralista Brasileira. Ao seu lado, Orbán criticou a União Europeia e a quantidade de estrangeiros que chegam a seu país. “Sobre os valores cristãos, gostaríamos muito de preservar nossas raízes, e a imigração na verdade não colabora muito para essa questão.” (Metrópoles)
Assista aos dois discursos. (g1)
Aliás... Em agosto de 2019, o Meio dedicou uma edição especial de sábado para contar a história de como Viktor Orbán inaugurou a nova extrema-direita autoritária e nacionalista que inclui Bolsonaro. Esta edição, hoje, fica aberta a todos os leitores.
Então… Com o Brasil, a Rússia se limitou a assinar um acordo burocrático de classificação de documentos. Mas, enquanto Bolsonaro estava por lá, os russos assinaram um acordo de cooperação militar com a Venezuela de Nicolás Maduro. (Poder 360)
O Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou a ação que pedia o fim das restrições à propaganda eleitoral na imprensa escrita e internet. A ação, proposta pela Associação Nacional dos Jornais (ANJ) em 2019, contestou o trecho da legislação, de 1997, que limita a propaganda eleitoral a dez anúncios por veículo em datas diversas para cada candidato até a antevéspera das eleições. A maior parte dos ministros votou para manter as atuais restrições. A partir da semana que vem, o colegiado deverá tomar decisões sobre o fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões, aprovado no ano passado, e tratar do tempo em que condenados pela Ficha Limpa devem ficar inelegíveis. (UOL)
Um nome surge entre as especulações sobre quem será o vice na chapa do presidente Jair Bolsonaro para a eleição de outubro. Trata-se de Gilson Machado, o chefe da pasta do Turismo conhecido como o ministro sanfoneiro. Seu nome circula entre interlocutores próximos ao mandatário, que enxergam nele uma possível identificação com eleitores do Nordeste, onde Bolsonaro vai mal nas pesquisas de intenção de voto, visto que Machado é pernambucano. Além disso, ele daria equilíbrio a uma chapa encabeçada por um candidato do Sudeste, questão recorrente nos pleitos presidenciais. O nome dele se junta a outros especulados, como Walter Braga Netto, ministro da Defesa, e Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal. (Folha)
Meio em vídeo: Saiu no fim de semana um manifesto assinado por muita gente, inclusive não-petistas, defendendo o voto em Lula no primeiro turno. A ideia seria encerrar de vez o jogo. Essa é a melhor estratégia para o não-petista que teme o risco à democracia representado por Jair Bolsonaro? Quais são os argumentos a favor? E os contra? Assista ao novo Ponto de Partida no YouTube.
Viver
Petrópolis (RJ) é uma cidade localizada em um vale no alto da Serra da Estrela, a 838 metros atitude. O Centro Histórico da cidade, onde ficam o Museu Imperial e o Museu Casa de Santos Dumont, está mais abaixo do que as entradas da cidade. Durante o temporal de terça, elas serviram de caminho para a água da chuva até o Centro. Em uma delas, na rua Washington Luiz, dois ônibus que faziam a rota contrária encontraram a enxurrada. Eles pararam, o volume de água aumentou e veio uma onda causada pela queda de um barranco próximo. Um vídeo mostra quando os veículos afundaram e foram arrastados pela correnteza. Não se sabe o que aconteceu com os passageiros. (g1)
O número de mortos até o fechamento desta edição era de 120, dos quais 13 são menores de idade. Foram identificados 33 corpos, além de registrados o desaparecimento de 116 pessoas. (g1)
Ruy Castro: “Não são números, por mais assustadores. Cada um representa uma pessoa que trabalhou, amou, riu e cuja história só agora nos está sendo revelada, por ela não existir mais. Como nunca antes, podemos conhecê-la, ver seu rosto, porque ela nos é mostrada em seu esplendor, numa foto tirada num dia feliz — talvez na véspera — pelo celular de um amigo ou parente. A morte agora tem rosto, vozes, gestos, que, para consolo ou dor dos que ficaram, podem ser acessados com um clique. É como se a pessoa nunca se fosse de todo.” (Folha)
Voltou a chover forte na cidade durante a tarde de quinta. A Defesa Civil acionou 14 sirenes e disparou SMS para a alertar a população. Um deslizamento foi registrado, e as autoridades determinaram que os moradores de Rua Nova deixassem a área. (Estadão)
Veja como doar para as vítimas da tragédia em Petrópolis. (Metrópoles)
O Brasil registrou 1.129 mortos por covid-19 em 24 horas, mais do que os 1.046 registrados na terça. Quanto aos casos, foram 129.266 no mesmo período. A média móvel de óbitos completou dez dias acima de 800, e a de casos, que segue em tendência de queda, ficou em 116.566. (UOL)
A Anvisa aprovou o primeiro autoteste para covid-19 nesta quinta. É o produto Novel Coronavírus (Covid-19) Autoteste Antígeno, que funciona com uma amostra nasal não profunda coletada pelo swab (cotonete). O resultado sai em 15 minutos. A disponibilidade do produto depende da empresa fabricante. Desde que o órgão autorizou a venda de autotestes, ele recebeu 69 pedidos para comercializá-los, dos quais 10 foram rejeitados. (Estadão)
E... Passou pelo Congresso um projeto de lei determinando a volta às atividades presenciais de gestantes não vacinadas. O texto vai para sanção do presidente Jair Bolsonaro. (Folha)
A polícia de Ottawa, capital do Canadá, começou a prender os manifestantes que se concentram há três semanas no centro da cidade em protesto contra as restrições sanitárias para enfrentar a covid-19. Tamara Lich, uma das líderes do movimento, foi presa ontem. Dagny Pawlak, porta-voz do protesto, disse que a prisão é “absolutamente sem base e uma desgraça para qualquer democracia liberal”. A polícia também prendeu Chris Barber, outro organizador. Antes dessas ações, na quinta-feira, a polícia estabeleceu um perímetro e cercou os manifestantes. (New York Times)
Cultura
Morreu nesta quinta-feira o escritor, acadêmico e advogado Cândido Mendes de Almeida aos 93 anos, vítima de embolia pulmonar. Ele foi membro da Academia Brasileira de Letras e reitor da Faculdade Candido Mendes, fundada em 1902 por seu avô, o senador do Império Cândido Mendes de Almeida. Seu corpo será cremado na ABL. Mendes era casado com a médica e pesquisadora Margareth Dalcolmo. (O Globo)
Novos filmes entram em cartaz no circuito brasileiro. O destaque é Licorice Pizza (trailer), do diretor Paul Thomas Anderson, que pode finalmente ganhar o Oscar após sair de mãos vazias com os trabalhos Sangue Negro, Magnólia e Vício Inerente. Licorice se passa na Califórnia dos anos 1970 e conta a história de um jovem ator de TV que se apaixona por uma moça mais velha que não quer nada com ele. O jovem é interpretado por Cooper Hoffman, filho de Phillip Seymour Hoffman, morto em 2014. Outros destaques são Sempre em Frente (trailer), com Joaquin Phoenix, Uncharted: Fora do Mapa (trailer), longa baseado no jogo homônimo e que conta com Tom Holland e Mark Wahlberg, e A Jaula (trailer), filme brasileiro com Chay Suede, que perdeu nove quilos para viver ladrão que fica preso dentro de um carro. (Folha)
Elvis, a cinebiografia do astro, teve trailer divulgado. Sob a direção do australiano Baz Luhrmann (O Grande Gatsby), o filme contará a história entre o cantor, interpretado por Austin Butler (Era uma Vez em Hollywood), e o empresário Coronel Tom Parker, vivido por Tom Hanks.
A série Stranger Things entra na reta final com sua penúltima temporada, que foi dividida em duas partes. A primeira estreia em 27 de maio, e a segunda, em 1º de julho, ambas na Netflix. O anúncio veio com quatro pôsteres de divulgação, que dão uma ideia de onde a trama se passará. (UOL)
Acusado de racismo, o diretor artístico Vinicius Coimbra foi afastado do trabalho pela Rede Globo. Atrizes da novela Nos Tempos do Imperador, na qual ele trabalhava, dizem que Coimbra e a equipe tiveram falas preconceituosas e segregavam atores brancos e negros nos estúdios, inclusive com camarins separados. (UOL)
Cotidiano Digital
O Twitter liberou uma nova opção para contas automatizadas se identificarem como robôs. A partir de agora, os tuítes de perfis automatizados são marcadas pelo ícone de um robô, que aparece ao lado do avatar, seguido do rótulo “Automático”. Um alerta semelhante também é visto na página principal do perfil. O recurso será útil para robôs no Twitter que não tentam se passar por uma pessoa. Esse tipo de conta, também conhecida como bot, faz ações programadas por meio de uma Interface de Programação de Aplicações (API) do Twitter. Com ela, desenvolvedores podem automatizar a publicação de tuítes ou respostas em postagens de outros usuários, por exemplo. (g1)
O CEO da Apple, Tim Cook, pode ter o pagamento barrado na companhia. Uma empresa de consultoria especializada em gerenciamento de ações aconselhou os investidores da gigante de tecnologia a vetar um pacote de compensações de US$ 99 milhões direcionado a Cook. Em carta aos acionistas, a Institutional Shareholder Services (ISS) expressou preocupações com a “magnitude do prêmio em ações” feito ao CEO em 2021, e que ele “não possui critérios de desempenho”. A decisão dos investidores não é definitiva e pode ou não ser acatada pelo quadro executivo da empresa. Cook está no cargo desde 2011 e recebeu o pacote por completar uma década no cargo. (Financial Times)
