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Biden já começa transição, Bolsonaro ainda não sabe como agir

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar hoje os nomes do grupo de trabalho que darão estrutura a um plano de combate à pandemia a partir de 20 de janeiro, quando ele tomar posse. As duas metas iniciais são estabelecer um sistema nacional para testagem de casos e organizar, também nacionalmente, a cadeia de fornecedores de insumos e equipamentos. A Covid-19 não é sua única prioridade — recuperação econômica, combate ao racismo e mudanças climáticas completam a lista de temas que o novo governo deve encarar já no primeiro dia. Biden, esta semana, começará conversas com deputados e senadores para tentar influenciar na aprovação de novo auxílio emergencial, de forma a fazer dinheiro circular no país e evitar maior degradação da economia. O futuro presidente também enviará uma carta às Nações Unidas anunciando que seu governo voltará a ser signatário do Acordo de Paris, com compromissos para redução da emissão de carbono, logo que assumir. (New York Times)

Pois é... Mas há limites de ação. O governo Trump não liberou o dinheiro para que ocorra o processo de transição. O próprio presidente Donald Trump, que não fala em público desde quinta para sexta-feira, não reconhece a vitória do adversário e insiste que houve fraude eleitoral. “Se o argumento para não reconhecer a derrota é de que houve fraude”, disse ontem na TV o ex-governador de Nova Jersey, Chris Christie, “então mostre os indícios que você tem. Nós não podemos apoiá-lo sem provas concretas.” Christie é um dos muitos republicanos que trabalhou próximo de Trump. “Temos diferenças políticas, mas Joe Biden é um bom homem que venceu nas urnas o direito de liderar e unificar nosso país”, declarou ontem o ex-presidente republicano George W. Bush. “Liguei para ele e lhe disse o mesmo que já havia falado aos presidentes Trump e Obama: rezo por seu sucesso e prometo ajuda-lo de toda forma que puder.” (Washington Post)

Nem o presidente Jair Bolsonaro, nem o chanceler Ernesto Araújo, congratularam o presidente eleito americano por sua vitória. Na América do Sul, apenas os líderes de Brasil e Suriname não o fizeram. Mesmo aliados do presidente Donald Trump, como o israelense Benjamin Netanyahu e o húngaro Viktor Orbán, já deram os parabéns formais. (Globo)

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Meio em vídeo: Há algo que a esquerda latino-americana não compreende a respeito dos EUA. Com todos seus defeitos, o país é uma inspiração democrática para muitos no mundo. Quando sua democracia se porta como uma República das Bananas, quando seu presidente atua como golpista, a notícia é ruim para todos. Assista.

Tomou posse em La Paz o novo presidente da Bolívia, Luis Arce, que venceu em primeiro turno com 55,1% do votos. Em seu discurso, ele adotou um tom conciliador, prometendo “um governo para todos”. O Brasil foi representado em La Paz pelo embaixador, enquanto Argentina, Paraguai e Colômbia mandaram seus presidentes para a posse. Exilado na Argentina, o ex-presidente Evo Morales, líder do partido de Arce, já está a caminho da Bolívia.

A Justiça Federal determinou que a empresa Isolux, dona da Companhia de Eletricidade do Amapá, restabeleça até terça-feira o fornecimento de eletricidade em todo o estado, que está parcialmente às escuras desde o dia 3. Perdendo alimentos nas geladeiras, sem água limpa e enfrentando uma temperatura média de 35 graus, os moradores ainda encaram ondas de protestos por conta do apagão. A CEA divulgou no domingo um programa de racionamento para o estado. O blecaute teria sido provocado pela explosão de um transformador em Macapá.

E o drama do Amapá faz o Centrão esticar o olho para a cadeira de Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia. Ele é da ala militar, e sua saída não era cogitada. Mas isso foi antes do apagão. (Estadão)

O fim de semana foi de articulação na centro-direita. O apresentador de TV Luciano Huck se encontrou em Curitiba com o ex-ministro Sérgio Moro para discutir uma “terceira via” diante de um cenário de polarização entre o presidente Jair Bolsonaro e um nome da esquerda em 2022. João Doria, com quem Moro conversou em setembro, também estaria na aliança. Para eles, o nome de esquerda a ser batido é o de Ciro Gomes (PDT), não do ex-presidente Lula (PT), que continua inelegível. Moro, que enfrenta resistência entre os partidos do Centrão, não integraria a chapa. (Folha)

Painel: “Ainda que Luciano Huck dê sinais de que deseja construir uma ampla frente contra Jair Bolsonaro em 2022, a inclusão de Sergio Moro no grupo acaba com qualquer possibilidade de união, avaliam representantes da esquerda e da centro-esquerda. A explicação é que o ex-juiz é bolsonarista na essência, não é dissidente de fato do governo, porque saiu quando não tinha mais poder, e é inimigo pessoal de Lula e de outros personagens importantes para o bloco. Para políticos próximos a Huck, o diálogo em direção à direita é a única chance de vencer o presidente em sua tentativa de reeleição.” (Folha)

O hoje senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) aumentou seu patrimônio em R$ 1 milhão entre 2010 e 2014, quando era deputado estadual, apenas com o esquema das “rachadinhas” na Alerj, a prática ilegal de receber parte do salário de assessores. A acusação faz pare da denúncia apresentada contra Flávio e outras 16 pessoas pelo MP do Rio. A defesa do senador diz que há “erros matemáticos” e nega a acusação. (Folha)

E o Fantástico levou ao ar uma reportagem mostrando quem é Luiza Sousa Paes, ex-assessora de Flávio que entregou ao MP as provas do esquema ilegal. Entre o material com os promotores estão extratos bancários e mensagens de texto. Numa delas, ela comenta com pai as primeiras denúncias contra o então deputado e seu ex-braço-direito Fabrício Queiroz. “Agora deu ruim”, escreveu Luiza.

Viver

O coronavírus não distingue ricos e pobres, mas as consequências da pandemia não apenas os distinguem como ampliam o fosso entre eles. Segundo pesquisa do DataFavela, 55% dos estudantes que vivem em comunidades em todo o Brasil não tiveram como estudar durante o período de isolamento social. Para 34%, o problema foi falta de acesso à internet, enquanto 21% não receberam atividades das escolas ou faculdades. (Globo)

Mas o drama da educação não se deve só à Covid-19. Mesmo antes da pandemia, a desigualdade educacional já havia se aprofundado em quase 58% dos municípios brasileiros. A conclusão, a partir de dados do Ideb apurados entre 2015 e 2019, é da ONG Todos Pela Educação. Os estados do Nordeste são os que estão conseguindo maior progresso na redução dessa desigualdade. (Folha)

Antônio Gois: “Ainda é cedo para mensurar todo o impacto do fechamento repentino das escolas em múltiplas dimensões afetadas pela educação, mas já começam a surgir alguns estudos que dimensionam o tamanho do estrago. Os resultados implicam que, na média, os alunos fizeram pouco ou nenhum progresso enquanto estudavam em casa, e sugerem perdas muito maiores em países menos preparados para o ensino remoto.” (Globo)

O Brasil passou o fim de semana sem ter uma ideia precisa dos números da Covid--19, pois quatro estados e o Distrito Federal não atualizaram suas informações. O Amapá enfrenta um blecaute, enquanto DF, São Paulo, Paraná e Minas Gerais estão com dificuldades em acessar o sistema do SUS devido a um ataque hacker na semana passada. Com isso, o consórcio de veículos de comunicação computou somente 88 mortes no país até a noite de domingo, com 7.968 novos casos.

E o Datafolha apurou uma informação alarmante. Entre outubro e novembro, o número de pessoas que disseram não ter intenção de tomar vacina contra a Covid-19 cresceu de 20% para 30%. O que querem se imunizar caíram de 75% para 65%. (Folha)

Lançado mundialmente em 2014, Sapiens - Uma Breve História da Humanidade (Amazon), do historiador israelense Yuval Noah Harari, foi um sucesso imediato, com 16 milhões de exemplares vendidos. Numa linguagem acessível ao público não acadêmico, falou das revoluções cognitivas e tecnológicas que levaram nossa espécie de quebrar pedras a quebrar átomos. Agora, no melhor estilo “se não entendeu, eu desenho”, chega às livrarias Sapiens - O Nascimento da Humanidade (Amazon), uma graphic novel em que Harari, o roteirista francês Daniel Casanave e o ilustrador belga David Vandermeulen “traduzem” o livro para a linguagem do quadrinho. Em entrevista ao Globo, o historiador falou da experiência de virar personagem, das mudanças que a pandemia trouxe e de como a ciência é o nosso mecanismo de defesa: “As religiões são orgulhosas, a ciência é humilde”.

Cultura

Como se a pandemia de Covid-19 já não tivesse prejudicado a indústria da música o suficiente ao inviabilizar shows, o isolamento impediu que, mesmo tendo músicas novas, artistas gravassem vídeos para divulgá-las. O jeito foi apelar para a animação, recurso usado por estrelas tanto estrangeiras, como Katy Perry, Dua Lipa e Billie Eilish, quanto artistas do Brasil, como Pablo Vittar e Kevin O Chris e MC Kekel. Confira os dez melhores clipes de animação na pandemia.

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Morreu aos 73 anos, numa casa de repouso em Santos (SP), a cantora, compositora e atriz eventual Vanusa. Nascida no interior de São Paulo e criada em Minas, ela começou a carreira aos 16 anos e, ao longo de décadas, jamais se prendeu a estilos. Gravou MPB, como Paralelas (Youtube), de Belchior, música dita brega, como Manhãs de Setembro (Youtube), dela e de Mário Campanha, e até rock – What To Do, que ela gravou em 1973 teria inspirado o riff de Sabbath Bloody Sabbath, que o Black Sabbath lançou mais tarde naquele ano (ouça as duas no Youtube). Segundo a família, Vanusa sofria do Mal de Alzheimer e morreu de insuficiência respiratória.

Foi um fim de semana triste para a arte e o entretenimento em todo o mundo. A Covid-19 matou o cineasta e ativista argentino Piño Solanas, de 84 anos, enquanto o câncer levou, aos 62 anos, Bones Hillman, baixista da banda australiana Midnight Oil, e Alex Trebek, de 80 anos, apresentador por mais de três décadas do famoso programa de TV americano Jeopardy!.

Cotidiano Digital

Depois das avaliações do Xbox Series X, a vez é do PlayStation 5. Como o console da Microsoft, a Wired não vê o PS5 como revolucionário, mas sinaliza para um futuro mais inovador. As especificações técnicas são semelhantes ao seu concorrente: vem com armazenamento SSD e suporte a 120 Hz, o que torna o carregamento dos jogos muito mais rápido. Com games exclusivos como Spider-Man: Miles Morales, aproveita melhor o 4K em comparação com o Series X. “Infelizmente, a compatibilidade com versões anteriores é limitada apenas aos títulos do PlayStation 4”, ressalta a Wired. “O PS5 definitivamente perde alguns pontos aqui, em comparação com a compatibilidade quase universal do Xbox com jogos mais antigos”. Para o Engadget, a capacidade de armazenamento também pesa. “A Sony permitirá que os jogadores conectem SSDs de terceiros para expandir seu armazenamento, mas esse recurso ainda não está pronto, então não há como atualizar além de seus 667 GB iniciais de espaço gratuito”. O destaque, no entanto, não fica pro console em si, mas o seu controle DualSense. “O controle é equipado com novos gatilhos adaptativos com tensão variável, oferecendo resistência física dependendo do que você está fazendo”, escreve o Verge. “Ao mesmo tempo, o controle apresenta feedback tátil na forma de vibrações mais sutis que dão a você uma noção melhor do que está acontecendo em um jogo”. Porém é consenso que o design do PS5 não agrada. É um dos maiores consoles já criados.

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