Mais de metade dos brasileiros não têm trabalho
Pela primeira vez, mais da metade dos brasileiros não têm trabalho. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, PNAD, apenas 49,5% das pessoas com idade de trabalhar estavam ocupadas no trimestre encerrado em maio: 85,9 milhões de pessoas — perda de 7,8 milhões em apenas três meses, sendo a maioria informal. É o menor nível de ocupação desde 2012, quando o levantamento passou a ser feito pelo IBGE. A taxa de desemprego, que mede a ocupação daqueles que buscam trabalho, subiu para 12,9% no trimestre encerrado em maio, ante 11,6% nos três meses anteriores. O número de desalentados, aqueles que desistiram de procurar um emprego, saltou 15,3% no trimestre, e agora está em 5,4 milhões, mais um recorde na série. E as pessoas que não estavam trabalhando nem procurando cresceram em nove milhões de um trimestre para o outro, chegando a 75 milhões. Todos recordes. (CNN Brasil)
Míriam Leitão: “Quando a pandemia tiver passado, e a economia começar a voltar ao normal, o número de desempregados vai aumentar muito. O país estará com mais confiança, empresas que sobreviverem pensarão em investir e é nesse momento que mais pessoas responderão sim à pergunta: ‘você procurou emprego e não encontrou?’ Dessa resposta sai o índice do desemprego. E hoje muita gente não procura. Por causa da pandemia, da crise, da certeza de que não será contratado. E, se não procura, não entra na estatística de desocupados. Quando setembro vier, pensa o economista Bruno Ottoni, o número subirá. Ele acha que no terceiro trimestre é que será o fundo do poço. Há números que parecem bons, mas não são: caiu a informalidade para o menor percentual da série, 37,6%. Já foi mais de 40%. E aumentou o rendimento real habitual em 3,6%. Em outro momento, isso seria sinal de que informais passaram a ter emprego com carteira assinada e que estavam ganhando mais. Infelizmente, contudo, eles são sinais de que o desemprego bateu mais fortemente nos mais vulneráveis. O Brasil já estava mal quando veio a pandemia. É isso que precisa ficar claro. Estava mal porque não tinha se recuperado da recessão iniciada no governo Dilma, e que consumiu 7% do PIB entre 2015 e 2016. E estava mal porque a recuperação estava perdendo o pouco de força que tinha quando veio a pandemia. O Brasil tem vários trabalhos a fazer depois de vencer o vírus para superar os desequilíbrios do mercado de trabalho. A situação já era ruim antes e ficou muito mais grave com a queda brusca da economia nesta nova recessão. O remédio terá que ter a grandeza da crise.” (Globo)
O governo confirmou que vai prorrogar por mais dois meses o auxílio emergencial no valor de R$ 600 cada. Mas o pagamento deve ser dividido em quatro parcelas. Paulo Guedes não quer ir além desta extensão. (G1)
A dívida pública, aliás, atingiu o seu maior nível desde 2006: chegou a R$ 5,9 trilhões em maio, 81,9% do PIB. (Globo)
Sem ter jamais tomado posse, Carlos Alberto Decotelli entregou ontem, pessoalmente, seu pedido de demissão ao presidente Jair Bolsonaro. O grande número de pontos questionados em seu currículo tornaram inviável que assumisse o MEC. A demissão foi necessária porque sua nomeação havia sido publicada no Diário Oficial. (Poder 360)
Por 44 votos a 32, o Senado aprovou o projeto de lei contra fake news, em sua versão escrita por Angelo Coronel. O texto determina que, em casos de denúncia, as plataformas com mais de 2 milhões de usuários devem cobrar dos membros que apresentem seus documentos para comprovar identidade. Haverá um limite do número de contas que cada usuário pode controlar. Todas as contas movidas por robôs devem ser identificadas. E as empresas têm de ter sede no Brasil. Ainda é necessária aprovação da Câmara. (G1)
Julio Vellozo, da Universidade Mackenzie: “Não voltaremos ao normal. Não há retorno possível porque uma nova realidade nascerá. 1. Crise de hegemonia no sistema internacional entre China e EUA, ou entre Oriente e Ocidente, de acordo com o gosto do freguês; 2. Crise econômica estrutural que já vinha de antes da covid; 3. Crise ecológica, com o aquecimento global; 4. Crise demográfica,; 5. Crise de saúde pública, provocada pela(s) pandemia(s). O que virá não será a somatória simples dessas crises: a resultante será algo diferente e superior, uma síntese complexa delas. O mundo configurado no século 19, resultado das revoluções Industrial e Francesa, está condenado a se transformar profundamente e, talvez, a perecer. O que virá?” (Twitter)
Viver
Miguel Otávio, de 5 anos, morreu após cair de uma altura de 35 metros, no dia 2 de junho. O Instituto de Criminalística de Pernambuco (IC) constatou que Sari Corte Real, ex-patroa da mãe da criança, acionou a tecla da cobertura às 13h10, saindo do elevador em seguida. O laudo contradiz a versão dada pelo advogado de defesa de Sari. Segundo a perícia, a criança chegou a acionar a tecla de alarme antes chegar ao 9º andar, de onde caiu. A ocorrência foi considerada um acidente pelos peritos.
No documento de 82 páginas, a que a TV Globo teve acesso, o Instituto de Criminalística indica que Miguel entrou e saiu cinco vezes dos elevadores social e de serviço do Edifício Píer Maurício de Nassau, no bairro de Santo Antônio, no Centro do Recife, uma das Torres Gêmeas, como é conhecido o conjunto. A primeira entrada ocorreu às 13h06, quando a criança aciona a tecla correspondente ao 9º andar do elevador social, mas Sari não solta a porta. Durante essa movimentação, a mãe da criança havia saído para passear com o cachorro da família dos patrões.
No Sul do país, três óbitos ocorreram em Santa Catarina, e um quarto, no Rio Grande Sul, após a formação de um "ciclone bomba" (ou ciclone extratropical). O fenômeno provoca chuvas torrenciais, queda drástica nas temperaturas e ventos de mais de 100 km/h — de acordo com a Defesa Civil de Santa Catarina, os ventos chegaram a 120 km/h.
Em Peruíbe, no litoral de São Paulo, duas lanchas e sete barcos afundaram na noite de ontem devido à passagem de um ciclone extratropical intenso pela região.
Cultura
O tríptico, inspirado na peça Oresteia de Ésquilo - um dos 28 trípticos de grande formato pintados por Bacon entre 1962 e 1991 - foi a estrela de um leilão considerado histórico. Foi uma batalha de quase 10 minutos entre um comprador da China, conectado on-line, e outro ao telefone com um especialista da Sotheby's, em Nova York. O último venceu a disputa. De propriedade do colecionador norueguês Hans Rasmus Astrup desde 1984, o valor da obra havia sido calculado entre 60 e 80 milhões de dólares. Foi vendida por 84,6 milhões.
Pois é... Garden Party, de Joan Mitchell, que foi vendido por 7,9 milhões de dólares. Veja.
Os leilões da Sotheby's indicam que, apesar da pandemia e mesmo sem público, muitos estão dispostos a gastar milhões em obras de arte. Previstas para 10 de julho, a expectativa da Christie's é de grandes vendas.
Prestes a completar 80 anos, Ringo Starr é o convidado da série de vídeos da Rolling Stone Interview: Special Edition. O ex-baterista dos Beatles falou sobre longevidade, isolamento, os primeiros anos de sua carreira solo, o próximo documentário de Peter Jackson, Let It Be Beatles e a falta que sente de George Harrison e John Lennon. Starr, que recentemente afirmou seu apoio ao Black Lives Matter, também falou sobre a segregação racial nos EUA.
Ringo Starr: “Músicos negros eram nossos heróis”.
Cotidiano Digital
O feed do Facebook vai começar a priorizar publicações das fontes originais. E rebaixará notícias que não creditem o autor. As mudanças, por enquanto, só serão aplicadas para conteúdos em inglês. Mas são feitas em meio a um boicote de empresas contra as políticas do Facebook para coibir fake news e discurso de ódio. Segundo o World Federation of Advertisers, que representa 90% dos gastos das empresas com publicidade do mundo, quase um terço das maiores marcas suspenderá gastos nas redes sociais.
O Spotify vai começar a exibir letras de músicas, no idioma original, para todos os usuários.
E uma novidade do Google. Agora, ao pesquisar dinossauro pelo smartphone, será possível ver, por meio de realidade aumentada, como eram na vida real.
A Comissão Federal de Comunicações dos EUA decidiu classificar a Huawei e a ZTE como ameaças à segurança nacional. A medida proíbe as teles americanas de acessar o fundo de US$ 8,3 bilhões para equipamentos ou serviços produzidos ou fornecidos pela empresas chinesas.
Outra chinesa também sofreu com uma recente represália: o TikTok perdeu os 200 milhões de usuários indianos, o seu maior mercado fora da China. O app está entre os 59 aplicativos chineses que foram barrados na Índia, indefinitivamente. A proibição acontece após um conflito na fronteira entre as tropas indianas e chinesas no início deste mês.