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Delegado revê depoimento e agrava situação dos Bolsonaro

O número dois da Polícia Federal, Carlos Henrique Sousa, procurou os investigadores e prestou o segundo depoimento, ontem. “O depoente gostaria de esclarecer que foi procurado no dia 27 de abril do corrente ano pelo delegado de polícia Alexandre Ramagem, que perguntou para ele, depoente, se aceitaria ser diretor-executivo da Polícia Federal durante sua gestão; que o depoente afirmou que aceitaria”, fez registrar oficialmente. Na semana passada, havia afirmado que não tinha sido procurado por ninguém. Agora, afirma ter lembrado. Ele é uma das testemunhas no inquérito que investiga a denúncia, pelo ex-ministro Sérgio Moro, de que o presidente Jair Bolsonaro tentou intervir na PF do Rio com objetivos pessoais. Sousa era o superintendente no estado, até ser retirado para o novo cargo. (G1)

Pois é... A mudança radical no depoimento contradiz Ramagem, favorito de Bolsonaro para o comando da PF. Se confirmada, indica que ele ocultou dos investigadores que a troca de comando no Rio já estava definida, destaca o Painel. (Folha)

A Polícia Federal também já está investigando que delegado pode ter vazado, para a família Bolsonaro, detalhes do inquérito que tinha entre os alvos o senador Flávio Bolsonaro e seu principal assessor, Fabrício Queiroz. O advogado do filho Zero Um foi pago pelo PSL com dinheiro público — ao todo meio milhão de reais. Victor Granado Alves confirmou que esteve com o empresário Paulo Marinho e Flávio entre o primeiro e o segundo turnos, mas diz que o sigilo profissional em defesa de seu cliente o impede de comentar o que foi falado. É o período no qual, acusa Marinho, Flávio soube da investigação. (Correio Braziliense)

Então... A peça-chave no inquérito é o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, onde o presidente teria ameaçado Moro de demissão caso não permitisse a troca de comando da PF fluminense. O relator do caso, ministro Celso de Mello, já o assistiu. Segundo seus assessores, ficou incrédulo. O decano do Supremo decide até sexta se tornará público na íntegra. (Estadão)

Ameaçado politicamente, Bolsonaro se move. Nos cálculos do Planalto, os cargos e controles de verba distribuídos pelo Centrão já lhe garantem 172 votos na Câmara, que é suficiente para impedir a abertura de um processo de impeachment. Por margem justa. Busca, agora, apoio dos 34 deputados emedebistas. Ao menos por enquanto, não está interessando — a cúpula do MDB resiste. (Estadão)

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O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, deve assinar hoje um novo protocolo recomendando a médicos que utilizem cloroquina e hidroxicloroquina desde o início do tratamento de Covid-19. Dois médicos que passaram pela pasta durante a pandemia se recusaram a fazê-lo. Ontem, as principais entidades médicas brasileiras publicaram um documento com suas diretrizes para o cuidado e destacam — “Sugerimos não utilizar hidroxicloroquina ou cloroquina de rotina no tratamento”. A avaliação técnica no momento é de que se há benefícios são negligenciáveis e os efeitos colaterais podem ser sérios. Desde o início da crise sanitária, o governo federal já distribuiu quase três milhões de comprimidos, que estão sendo fabricados pelo Laboratório Químico Farmacêutico do Exército. Sua produção aumentou em 900% quando comparada à média anual. Nesta terça, pela primeira vez, foram registradas a morte de mais de mil brasileiros. Ignorando o fato, em uma live, Bolsonaro fez graça. “Quem é de direita toma cloroquina, quem é de esquerda, tubaína.” (Metrópoles)

A Opas, Organização Pan-Americana da Saúde, também fez uma mudança em seu protocolo, ontem. “Nossa recomendação é clara de que elas não devem ser usadas ainda”, afirma Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis. “Na verdade estudos estão sugerindo uma maior taxa de efeitos colaterais e problemas cardíacos em pessoas que utilizam.” (Reuters)

Valdo Cruz: “Os militares da ativa estão preocupados com a militarização do Ministério da Saúde e temem um desgaste para as Forças Armadas, principalmente se forem adotadas medidas que depois se mostrem equivocadas e gerem prejuízos para a população. Segundo interlocutores dos militares, eles não podem, por uma questão de hierarquia, recusar a convocação que está sendo feita pelo Palácio do Planalto para reforçar a equipe do Ministério da Saúde. O uso da cloroquina é citado como exemplo. A depender da forma que o novo protocolo for publicado, há o risco de, no curto prazo, o uso da cloroquina começar a provocar mais mortes em pessoas contaminadas. Aí, a responsabilidade será atribuída não só ao presidente, mas também aos militares que por ventura tenham cedido às pressões do Palácio do Planalto.” (G1)

O Senado aprovou por 75 votos a 1 o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, queria realizá-lo em novembro, o que prejudica inúmeros estudantes sem acesso a aulas online. A Câmara deve confirmar a decisão. O único voto para manter a data do Enem foi do Zero Um. (Poder 360)

Viver

Foram 1.179 mortes registradas nas últimas 24h e 17.408 novos casos, segundo o Ministério da Saúde. O Brasil soma 17.971 mortes por Covid-19 e 271.628 casos confirmados.

Algumas características do Brasil contribuem para a disseminação. São 5,1 milhões de domicílios em áreas adensadas, que são prejudiciais para o isolamento social. O número do IBGE representa 7,8% dos domicílios brasileiros e estão espalhados por 734 das 5.570 cidades. (Globo)

Oito dos 10 estados mais afetados pelo coronavírus no país têm as maiores proporções de moradias irregulares ou em condições precárias, como Amazonas, Pará e Rio de Janeiro. (Estadão)

Os pacientes dessas comunidades são mais jovens e chegam aos hospitais já em estado grave, segundo o cirurgião Nacime Salomão Mansur, superintendente da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, que administra 16 hospitais públicos no estado de São Paulo. Esses hospitais ainda enfrentam outros problemas como falta de respiradores e dificuldade de contratação de profissionais. (Folha)

No Rio de Janeiro, apenas metade dos leitos de UTI dos hospitais de campanha vai ter respirador. (G1)

A ONU também fez um alerta para a disseminação entre os povos originários. Com o Brasil emergindo como um epicentro, muitos vivem em áreas isoladas ou remotas, onde não têm acesso a serviços de saúde, água limpa e sabão. (UOL)

Nas partes mais afastadas da Amazônia, os médicos estão transferindo de avião esses pacientes em estado grave. Manaus possui as únicas UTIs da região. Pelo menos 23 indígenas morreram pela Covid-19, segundo a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). Mais 103 óbitos foram confirmados até abril pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), que contabiliza os casos de coronavírus entre indígenas que migraram para áreas urbanas. (G1)

O aumento de casos pelo país já tem levado os médicos a escolherem quem terá acesso a UTI. “Fazemos essa escolha todos os dias, é algo rotineiro. Mas não é fácil. Dá uma sensação de impotência muito grande, de que estamos lutando contra algo muito maior do que a gente”, diz uma médica que trabalha na emergência de um dos maiores hospitais públicos de Fortaleza. (BBC Brasil)

Muitos dos que trabalham nas linhas de frente estão enfrentando consequências na saúde mental que provavelmente continuarão pós-pandemia, segundo especialistas. Estudos internacionais encontraram taxas crescentes de ansiedade e insônia em profissionais de saúde que trataram pacientes com o vírus. (New York Times)

Sinal positivo. Pesquisadores na Coreia do Sul estão encontrando evidências de que pacientes que testaram positivo para o coronavírus depois de terem se recuperado não são capazes de transmitir o vírus e podem ter anticorpos. (Bloomberg)

Enquanto na China, mais de 100 milhões de pessoas estão voltando ao confinamento após surgimento de novos casos. (Bloomberg)

E três semanas após a reabertura, o Irã, um epicentro inicial da pandemia, está sendo atingido por uma nova onda. (New York Times)

Um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) busca mapear os sonhos dos brasileiros em meio à pandemia de Covid-19. O objetivo: entender como estamos lidando psicologicamente com a incerteza e angústias geradas pelo confinamento. Entre as constatações iniciais, está o aparecimento de sonhos de perda, de fuga ou perseguição, de intrusão e de vulnerabilidade devido ao isolamento social. Os pesquisadores estão recolhendo no Instagram relatos de sonhos que ocorreram durante a quarentena. Gilson Iannini, do Departamento de Psicologia da UFMG, diz que a ideia de realizá-lo surgiu em sala de aula, enquanto analisava o livro A Interpretação dos Sonhos, publicado pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud.

João Pedro, estudante, tinha 14 anos. Foi morto a tiros dentro de casa durante uma operação da polícia numa favela da região metropolitana do Rio. Queria ser advogado. A Delegacia de Homicídios confirmou que o adolescente era inocente e que está investigando o crime.

Cultura

No Spotify, uma playlist montada por Gilberto Gil com as 26 músicas que ele mais ouve enquanto está em casa.

E para os pais cantarem junto com os filhos e vice-versa, outra playlist.

Já a seleção Cozinhando em Casa, cujo nome é auto-explicativo, inclui sucessos de Seu Jorge, Céu e Duda Beat.

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A Netflix divulgou o novo trailer de Space Force, comédia estrelada por Steve Carell. Dos criadores de The Office, estreia em 29 de maio. Confira.

Um dos quadros mais reconhecidos da história da arte, O Grito, do pintor norueguês Edvard Munch, está desbotando. Mas uma equipe de cientistas do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália está tentando reverter a situação. Um estudo, publicado na revista científica Science Advances sugere que o que causa impacto na tinta amarela à base de cádmio é a umidade. Os cientistas descobriram que, mesmo no escuro, o pigmento ainda se degrada, indicando que a luz não é um fator-chave na deterioração da pintura. O Museu Munch reavaliará seu modo de conservação.

Para quem curte obra de arte, a plataforma de artistas emergentes Young Space está apresentando uma seleção on-line de 24 artistas de todo o mundo em um programa intitulado Keep for Old Memoirs. De acordo com Kate Mothes, “todos os artistas abordam, de alguma forma, o acúmulo de história, memória e mitologia e visam refletir como o tempo em que estamos é histórico”. Esta exposição também é o início do Young Space Views, uma plataforma que servirá como uma galeria on-line. Mais informações a partir do perfil @yngspc no Instagram.

E mais eventos de arte imperdíveis pelo mundo esta semana. Todos na internet.

Cotidiano Digital

A IFA, uma das principais feiras de tecnologia do mundo, realizada em Berlim (Alemanha), vai ter um evento presencial neste ano. Num esquema bem diferente, a edição será realizada entre os dias 3 e 5 de setembro. Segundo o TechCrunch, será dividido em quatro. O evento costumava durar uma semana, mas desta vez serão apenas três dias, e estas “divisões” da feira ocorrerão em locais distintos , em que haverá um limite de 1.000 visitantes por dia.

E o principal executivo de streaming da Disney, Kevin Mayer, deixará a gigante do entretenimento para se tornar CEO do TikTok.

O Facebook anunciou que está lançando o Shops, um serviço que permitirá às empresas exibir e vender produtos em suas plataformas. Mark Zuckerberg enxerga o Shops como uma ferramenta para pequenas empresas, muitas das quais tiveram que fechar suas portas devido à pandemia de coronavírus. Atualmente, o Facebook permite vendas na plataforma através do Marketplace, que foi lançado em 2016 e permite que os usuários vendam seus pertences pessoais, assim como o Craigslist.

Por um sorriso ao menos: o Google celebra hoje a memória do músico e ativista havaiano Israel Kamakawiwo’ole, mestre do ukelele com um doodle para lá de simpático. Iz faria 61 anos.

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