Chuvas transformam São Paulo em caos
Uma tempestade que teve início na noite de domingo, e não foi interrompida por boa parte da segunda-feira, deixou prejuízos que podem ultrapassar R$ 140 milhões na capital paulista. Movimento em restaurantes caiu, lojas permaneceram fechadas em vários pontos da cidade e muitas empresas sequer abriram suas portas. As chuvas devem continuar até a quarta-feira, 12, embora bem mais fracas. (Folha)
Desde 2015, as administrações de Fernando Haddad, João Doria e Bruno Covas planejaram gastar R$ 3,8 bilhões em intervenções no sistema fluvial de São Paulo. Mas investiram apenas R$ 1,1 bilhão. (Estadão)
O dado fundamental: São Paulo teve o equivalente a três ‘chuvas da década’ nos últimos quatro anos. As chuvas de ontem bateram as de janeiro de 2017 e junho de 2019, elas próprias já recordistas. O Estadão publicou gráficos detalhados sobre os impactos, ontem. (Estadão)
As fotos dos alagamentos em São Paulo.
E um vídeo mostra parte de ponte sendo arrastada em erosão provocada por temporal em Botucatu. Chuva causou pelo menos 40 pontos de alagamento e desabrigou famílias na madrugada de segunda-feira.
Washington Fajardo: “Inimaginável ver uma das maiores metrópoles do mundo, situada 760 metros acima do nível do mar, embaixo d’água. Por muito menos, grandes cidades do mundo já teriam estabelecido um gabinete de crise com prefeitos, vereadores, governadores, e equipe técnica em diálogo com o presidente e mobilizando forças locais e nacionais. Assustador constatar que as lideranças também estão mergulhadas em fossas de negação do novo normal: a emergência climática. Nestas ocasiões costuma-se falar muito de investimentos, mas raramente de sistema, ou de cultura, e principalmente de engajamento, planos, metas e responsabilização. Sem responsabilização sobre os gestores, nada mudará. Observem que prefeitos são obedientes à responsabilidade fiscal, mas completamente arruaceiros no cumprimento de planos urbanísticos e ambientais. Agora, o mais fácil, e paradoxalmente, o mais complicado, quase impossível: as grandes metrópoles precisam de uma Agenda Nacional Urbana. É relativamente simples pois implica na definição de orientações comuns para a reciclagem das cidades brasileiras, preparando-as para a próxima década, onde o ano de 2030 definirá para todo o planeta o marco onde saberemos se vamos sobreviver ou não. Sem tal pactuação, com necessária definição de recursos humanos e financeiros, nenhuma cidade conseguirá. Nem São Paulo.” (Veja São Paulo)
Pois é...cientistas descobriram um vírus misterioso no Brasil: o Yaravirus. Foi encontrado dentro do Lago Pampulha, em Belo Horizonte, e 90% dos seus genes nunca foram encontrados antes - o que sugere que o genoma do organismo seja inteiramente novo para a ciência.
Uma versão prévia do artigo foi publicada pela equipe na revista científica bioRxiv. No texto, especialistas explicam que o microrganismo afeta amebas e que foi batizado como Yaravirus brasiliensis — uma homenagem à “mãe das águas”, segundo a mitologia indígena tupi-guarani.
Marcas esportivas — assim como os atletas — também dão a volta por cima. A Puma é exemplo disso. Seis anos atrás, seus lucros encolhiam enquanto as rivais Nike e Adidas registravam fortes ganhos. A Puma projetou uma reviravolta incrível com a ajuda de parcerias com a cantora Rihanna e o velocista Usain Bolt. Suas ações aumentaram 74% no ano passado, em comparação com 46% da Adidas e 25% da Nike. Este ano, a alemã figura na Forbes Fab 40 pela primeira vez, ocupando o sexto lugar na categoria de negócios com valor de marca. Confira as outras marcas esportivas mais valiosas do mundo segundo o Forbes Fab 40, que determina o valor das principais marcas no esporte seguindo uma metodologia própria.
Por falar em Puma e Adidas, a briga histórica envolvendo os irmãos Dassler, na década de 1920, é tema do ótimo livro Invasão de Campo. Andava em falta nas livrarias, mas voltou.
Política
Adriano da Nóbrega tinha em sua mão uma pistola austríaca 9 mm e foi baleado após reagir a tiros contra a polícia. De acordo com vizinhos, a ação foi rápida, com barulho de tiros por pouco tempo. O repórter João Pedro Pitombo não encontrou indícios de troca de tiros no interior da casa, como sugere a versão oficial. O ex-PM era suspeito de envolvimento no esquema de rachadinha do gabinete de Flávio Bolsonaro. (Folha)
No governo Bolsonaro, o Bolsa Família foi congelado e sofre seu período mais longo de baixo índice de novos beneficiários. Já são um milhão na fila. Todos os 200 municípios de menor renda do Brasil tiveram recuo na cobertura do programa. O orçamento foi de R$ 32,5 bilhões em 2019 para R$ 29,5 bilhões este ano. (Folha)
Executivo e Legislativo estão em queda de braço pelo controle do Orçamento. O Congresso vai analisar amanhã os vetos presidenciais ao projeto que mudou as regras orçamentárias. A proposta tira do Planalto e dá para deputados e senadores o poder de escolher para onde vão os repasses. O Executivo perderia o controle de mais de R$ 42 bilhões anuais. Com a preocupação da equipe econômica, articuladores do governo e até mesmo Bolsonaro começaram uma intensa negociação para tentar manter alguns vetos. Historicamente, o governo usa a liberação de emendas parlamentares para negociar votações no Congresso. Perante as dificuldades de conversa entre Congresso e Planalto, os parlamentares decidiram mudar isto. (Congresso em Foco)
E por falar... Os novos deputados gastam tanto quanto os da ‘velha política’. Cada parlamentar novo, quase que metade da Câmara, teve um gasto médio anual de R$ 315.384 mil. O valor está um pouco acima dos veteranos, que usaram, em média, R$ 304.416 mil. (Metrópoles)
Acontece hoje, em New Hampshire, a segunda prévia do Partido Democrata americano para definição de seu candidato à presidência. Deve vencer o senador Bernie Sanders, seguido do ex-prefeito Pete Buttigieg. (FiveThirtyEight)
E a banda de indie rock nova-iorquina, The Strokes, realizou um show em apoio ao senador Bernie Sanders, pré-candidato democrata à presidência dos EUA. Assista.
Cultura
Entre R$ 72,60 e R$ 274,80. É o que custa para assistir os filmes vencedores nas principais categorias do Oscar 2020. E sem contar a pipoca.
Uma curiosidade sobre Parasita, primeiro longa não falado em inglês a ganhar o prêmio de Melhor Filme, é a analogia com o fluxo da água. No Festival Internacional de Toronto, Bong Joon-ho contou não ter reparado inicialmente nessa relação, mas que depois gostou da ideia. Ele disse que o elemento "corre de cima para baixo, e serve como um elemento trágico e dramático no filme", acrescentando ainda que "a água sempre flui dos mais ricos para os mais pobres, nunca ao contrário". Outras 12 curiosidades sobre o grande vencedor do Oscar.
Fã de Glauber Rocha, Joon-Ho apontou o cinema latino-americano como uma forte influência em seu trabalho, desde os tempos da faculdade e dos cineclubes em Seul. Foi em entrevista ao GLOBO em 2017.“Tenho curiosidade sobre a comunidade coreana em São Paulo e sou fascinado pela estética dos desfiles das escolas de samba no Rio, há algo extremamente cinematográfico neles. Tenho medo, mas ao mesmo tempo enorme interesse em experimentar a energia sem fim do carnaval brasileiro. Mas antes precisarei começar um regime para poder ir à praia e desfilar no sambódromo sem passar vergonha”.
Ainda sobre o Oscar, o vencedor na categoria Melhor Curta-metragem de Animação, Hair Love, fala sobre a importância da representatividade a partir da relação de uma garota negra com seus cabelos. Embora não tenha sido uma produção co-criada com a Dove, a marca aparece entre os patrocinadores nos créditos do curta-metragem. Assista.
Uma série de quatro imagens garantiu ao fotógrafo russo Oleg Ershov o primeiro lugar do prêmio Landscape Photographer of the Year. Ele desbancou 3,4 mil registros de 840 fotógrafos de todo o mundo com fotos de paisagens na Inglaterra e na Islândia. Confira.
Cotidiano Digital
Os aplicativos de entrega estão levando pequenos restaurantes à falência. As principais queixas dos empreendedores são que não conseguem lucrar com as promoções e a ofertas constantes oferecidas nas plataformas. Outra crítica é a falta de transparência em como o sistema escolhe quem aparece primeiro dentro das categorias, como lanches, padaria, comida brasileira etc. Os apps tendem a privilegiar as suas dark kitchens, ou restaurantes virtuais, voltados apenas para o delivery. (BBC Brasil)