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— Os editores
Davos aguardava Bolsonaro como estrela; se desapontou
O presidente Jair Bolsonaro dedicou sua estreia em Davos, no encontro anual do Fórum Econômico Mundial, a um discurso curto, que não chegou a seis minutos. Na ausência de Donald Trump, e dada a ascensão da neodireita em todo o mundo, ele era aguardado como uma das estrelas do evento. “Tenham certeza de que, até o final do meu mandato, nossa equipe econômica nos colocará no ranking dos 50 melhores países para se fazer negócios”, afirmou. O fórum dedicou um bom naco da terça-feira ao debate sobre sustentabilidade. Imediatamente antes de Bolsonaro vir ao palco principal, o príncipe William havia tido uma longa conversa com o naturalista sir David Attenborough. Bolsonaro tentou tranquilizar o público. “Nossa agricultura se faz presente em apenas 9% do nosso território”, disse, “nossa missão é avançar na compatibilização entre a preservação do meio ambiente com o necessário desenvolvimento econômico, lembrando que são interdependentes e indissociáveis.” Leia ou assista a íntegra do discurso.
A cobertura da imprensa internacional a respeito do discurso do presidente Jair Bolsonaro, em Davos, foi menos crítica do que a brasileira. Ainda assim, as observações são similares. O presidente era um dos nomes que despertavam maior curiosidade. ‘Medo de palco’ foi o título dado pelo Washington Post, que descreveu a fala como “sem vida”. “Um discurso recebido com aplausos tímidos”, seguiu o New York Times. Mesmo o Financial Times, bem mais preocupado em sua cobertura com a economia do que com outros temas, dedicou metade da análise do discurso à aflição com a possibilidade de uma política descuidada com o meio ambiente. De forma mais sucinta, em seu título, o Quarz resume a desconfiança — ‘Jair Bolsonaro está tentando convencer o mundo de que se preocupa com o meio ambiente’. O Wall Street Journal também indicou estar desapontado. “Em um evento para a elite dos negócios mundiais, Mr. Bolsonaro deixou investidores frustrados ao lhes negar qualquer detalhe sobre sua política econômica.”
O discurso do presidente foi escrito por Filipe Martins, seu assessor internacional, e um dos homens ligados a Olavo de Carvalho no Planalto, informa Guilherme Amado. Martins, diga-se, negou via Twitter. Sugere que Bolsonaro escreve todos seus discursos. (Época)
A Arábia Saudita barrou a importação de frangos vinda de cinco frigoríficos brasileiros. O argumento é técnico, e outros 25 continuam exportando normalmente. Mas, segundo Gerson Camarotti, é visto como um pouco discreto aviso. Se a embaixada brasileira for transferida para Jerusalém, haverá represálias comerciais.
O senador eleito Flávio Bolsonaro empregou, em seu gabinete, a mãe e a mulher do capitão PM Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado pelo MP-RJ como homem-forte do Escritório do Crime, uma organização de mercenários suspeita do assassinato da Marielle Franco. Flávio, enquanto deputado estadual, também homenageou o policial na Assembleia Legislativa, embora seu nome já circule como suspeito de assassinatos há mais de dez anos. Adriano, preso ontem, também acusado de chefiar a milícia de Rio das Pedras, seria ligado ao assessor de Flávio, Fabrício Queiroz. Foi justamente em Rio das Pedras que Queiroz se escondeu quando veio à tona sua movimentação bancária irregular. (Globo)
Cultura
Foi divulgada ontem a lista dos indicados ao Oscar 2019. A cerimônia acontecerá no dia 24 de fevereiro, em Hollywood. Lideram as indicações os filmes Roma (trailer) e A favorita (trailer), com 10 categorias cada. Nasce uma estrela (trailer) concorre em nove. Já a grande surpresa da lista é o polonês Guerra Fria (trailer), que recebeu três indicações. Veja todos os indicados.
Vale lembrar: Roma é a primeira indicação da Netflix ao prêmio de melhor filme. E a plataforma trabalhou arduamente para essa nomeação: gastou US$ 25 milhões em sua campanha publicitária na temporada de premiações — na produção do filme foram apenas US$ 15 milhões.
E Pantera Negra (trailer) é o primeiro super-herói indicado ao Oscar de melhor filme. A produção da Marvel concorre ainda em direção de arte, figurino, edição de som, mixagem de som, trilha sonora e canção original. (Folha)
Mais uma vez, nenhum longa-metragem dirigido por uma mulher está entre os oito indicados na categoria de melhor filme. Com isso, continuam sendo apenas 13 os filmes dirigidos por mulheres que concorreram na principal categoria da premiação em todos os seus 91 anos de história. Até hoje, apenas um foi premiado: Guerra ao Terror (trailer), de Kathryn Bigelow. Também são apenas homens os que disputarão o prêmio de melhor direção.
Chris Brown foi preso ontem, em Paris, após uma acusação de estupro. A queixa foi apresentada por uma jovem de 24 anos e o crime teria acontecido durante a noite de 15 de janeiro. O cantor já teve vários desentendimentos com a Justiça, incluindo um processo por incentivar e auxiliar o estupro de uma mulher durante uma festa na sua casa em 2017. Em 2009, o rapper agrediu a cantora Rihanna, sua namorada na época.
O último videoclipe de Mehdi Yarrahi, um dos mais celebrados músicos pop do Irã, está incomodando os aiatolás. É uma crítica pública à celebração da violência que se tornou parte da cultura do Oriente Médio nas últimas décadas. “Mais uma geração foi à guerra e não voltou”, canta em um dos versos. “Sou o último de minha tribo, uma tribo sem comida ou água.” Assista. (É em persa, mas as imagens dão o tom.)
Viver
David Attenborough tem mais de 90 anos. E desde a década de 1950, quando a televisão ainda era em preto e branco, ficou conhecido pelos seus documentários sobre a natureza na BBC. É conhecido por alguns como a ‘voz da vida selvagem’ e por ter revolucionado os programas de história natural. Ontem, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ele sentou-se ao lado do Príncipe William, do Reino Unido, para ser entrevistado por ele. Juntos, criticaram a demora dos líderes mundiais no combate às mudanças climáticas. “Somos agora tão numerosos, tão poderosos, tão onipresentes, que os mecanismos que temos para a destruição são tão grosseiros e tão assustadores que podemos realmente exterminar ecossistemas inteiros sem sequer notá-los”, disse o naturalista. Falaram ainda sobre carreira e prêmios. O Duque de Cambridge pediu-lhe também uma mensagem chave para os políticos e líderes empresariais reunidos no evento. “Não apenas cuide do mundo natural, mas o trate com um grau de respeito e reverência.” A entrevista, na íntegra, em vídeo.
Para os curiosos: Um dos famosos documentários de Attenborough, Light on Earth (YouTube), sobre as espécies que têm a capacidade de produzir sua própria luz.
O argentino Emiliano Sala foi a contratação mais cara do time britânico Cardiff. Ele foi anunciado no último sábado pelo clube, que desembolsou 15 milhões de libras pelo atacante. E no fim de semana, justamente quando fazia o percurso rumo a sua nova cidade e ao seu novo clube, desapareceu. Ontem, foi confirmada a suspeita de que Sala estava a bordo, junto ao piloto, de um avião particular que sumiu no Canal da Mancha, na travessia França-País de Gales, na noite de segunda-feira. As buscas pela aeronave foram suspensas por falta de visibilidade.
Segundo um amigo de Sala, o atacante argentino disse a amigos próximos que estava com medo de voar antes mesmo de o avião decolar. Ele mandou uma mensagem de Whatsapp dizendo que se não o encontrassem já sabiam o que havia acontecido.
E durou pouco a carreira de Usain Bolt no futebol. O ex-velocista jamaicano sequer chegou a assinar um contrato profissional, mas já anunciou sua aposentadoria dos campos. Segundo ele, foi divertido enquanto durou, mas seus planos agora são no ramo dos negócios.
No ano passado, o pesquisador chinês He Jiankui revelou que havia feito modificações nos genes de duas garotas gêmeas nascidas em novembro. À época, ele sugeriu que poderia haver uma segunda gravidez relacionada ao experimento. Agora, a informação foi confirmada: mais uma mulher está grávida de um feto editado geneticamente na China. Ele tem atualmente entre 12 e 14 semanas. O experimento envolveu oito casais — os possíveis pais deveriam ser HIV positivos e as mães, soronegativas, e o objetivo era impedir que os bebês nascessem com AIDS. O cientista foi muito criticado e investigações das autoridades chinesas acabaram revelando uma série de irregularidades gravíssimas — o professor conduziu toda a pesquisa em torno dos bebês transgênicos de forma independente, sem o conhecimento da Universidade de Ciência e Tecnologia do Sul da China, onde atuava.
Aliás... Jiankui foi demitido da universidade na última segunda-feira.
Cotidiano Digital
A Comissão Nacional de Proteção de Dados francesa multou o Google em US$ 57 milhões por não ter se adequado à GDPR, nova legislação de privacidade digital europeia. A autarquia considerou que não havia opção de consentimento para personalização de anúncios de forma clara no site de buscas. Também considerou inadequada a maneira como o Google explica aos usuários para que usa seus dados — difícil achar e, quando acha, espalhado por várias telas de forma confusa. A multa é principalmente um alerta para o Vale do Silício: é hora de entregar transparência a seus usuários.
Aliás... O Google estuda a possibilidade de implementar algumas mudanças no Chromium, o software que serve de base para inúmeros browsers como Chrome e, brevemente, Microsoft Edge. O argumento técnico para justificar o que muda é que traz segurança. Em termos práticos, inúmeras extensões não terão mais acesso a certas partes do código. Ou seja, vários bloqueadores de anúncios deixarão de funcionar. Título da matéria no Register: “O gigante da propaganda na web Google vai bloquear bloqueadores de propaganda.”
Alguns usuários já estão vendo a nova interface do Twitter na web.
E por falar... O app para celulares do Twitter vai ganhar um dark mode verdadeiro, no qual a tela fica realmente preta, em breve. Os smartphones mais recentes, com telas OLED, desligam os pixels que estão em preto puro, o que gera real economia nas baterias.
Uma família de Orinda, cidadezinha californiana não longe do Vale do Silício, viveu uma tarde de terror, no último domingo. Laura Lyons estava na cozinha quando ouviu uma sirene alta na sala, seguida de um alerta noticioso informando que três mísseis nucleares vindos da Coreia do Norte tinham por destino os EUA. Seu filho se escondeu sob o tapete, o marido congelou na sala e ela saiu fazendo planos. Mas a TV continuava transmitindo um jogo e, nos canais de notícias, nem sinal do alerta nuclear. Ligou para a polícia, nada. E não conseguiam entender de onde viera a sirene e o informe. Uma voz dentro da sala. Até descobrirem. Um hacker havia entrado em suas câmeras de vigilância, da marca Nest, e de lá emitiu o alerta. Era trote. Eles sequer sabiam que o aparelho tinha caixa de som.
Os celulares mais bonitos de todos os tempos.