Bolsonaro quer reforma da previdência este ano

Numa entrevista concedida ao vivo à TV Record, o presidente eleito Jair Bolsonaro informou que pretende se encontrar com Michel Temer na semana que vem. Pedirá que ele se empenhe pela aprovação da Reforma da Previdência ainda neste mandato. “Aprovar senão como um todo, parte do que está sendo proposto”, disse. Aproveitou o espaço, também, para bater nas estatais. “Não vamos fazer nenhuma maldade com servidor público nem vamos simplesmente desfazer desse nosso capital sem muita responsabilidade”, afirmou. “Mas parte das estatais servem apenas como cabide de emprego”

Eleito com uma plataforma liberal na economia, Bolsonaro tem a missão de cumprir as promessas que fez ao mercado financeiro. Ficará, no entanto, sob escrutínio da indústria, que teme uma abertura unilateral da economia, nos moldes do que foi feito pelo ex-presidente Fernando Collor. (Valor)

A Miriam Leitão, o vice eleito Hamilton Mourão afirmou que uma das primeiras ações da equipe é estabelecer contatos internacionais. As prioridades são EUA, União Europeia e China. (Globo)

Paulo Celso Pereira: “Em seu primeiro dia como presidente eleito, Bolsonaro finalmente emitiu sinais claros sobre qual personagem encarnará no Palácio do Planalto. Na economia, aparentemente a política será, de fato, liberal. A diplomacia tende a se alinhar aos Estados Unidos e, como os republicanos de lá, a política pró-armas deve se tornar prioritária. Só que, apesar dos acenos à oposição, o presidente eleito deixou explícito que o fim da campanha não sepultou traços de autoritarismo. Ao prometer cortar verbas da imprensa crítica, o que o PT só fez após a eleição de 2014, o presidente eleito mostrou desconhecer que o dinheiro público é dos governados, não dos governantes.” (Globo)

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Durante a entrevista ao Jornal Nacional, William Bonner pediu ao presidente eleito uma defesa da liberdade da imprensa. Bolsonaro partiu contra a Folha de S. Paulo. “Não quero que ela acabe mas, no que depender de mim, na propaganda oficial do governo, imprensa que se comportar mentindo descaradamente não terá apoio do governo federal.” Queixava-se da reportagem do diário paulistano que identificou uma funcionária que recebia dinheiro de seu gabinete parlamentar para trabalhar em sua casa de praia. “Por si só esse jornal se acabou. Não tem prestígio mais nenhum. Quase todas as fake news que se voltaram contra mim partiram da Folha.” Assista.

A turma do Aos Fatos checou as entrevistas de Bolsonaro à TV. Ao Jornal da Band, por exemplo, afirmou que não houve ditadura entre 1964 e 85.

Aliás... Começou bem. Deputada estadual eleita pelo PSL de Bolsonaro, a catarinense Ana Caroline Campagnolo disparou uma campanha online incitando estudantes a filmar seus professores quando fizerem “manifestações político-partidárias”. A Secretaria Estadual de Educação se viu obrigada a divulgar nota lembrando que a Constituição assegura liberdade de ensino e que, localmente, uma lei estadual proíbe o uso de celulares em salas de aula. O MPSC abriu inquérito para investigar a parlamentar.

Bernardo Mello Franco: “A campanha da deputada Ana Caroline Campagnolo lembra os tempos sombrios do macarthismo nos Estados Unidos. Ela estimulou os alunos a filmar e gravar eventuais críticas em sala de aula. ‘Descreva o nome do professor, o nome da escola e a cidade. Garantimos o anonimato dos denunciantes’, afirmou. Nos anos 1950, o senador Joseph McCarthy liderou uma feroz campanha anticomunista nos EUA. Artistas, intelectuais e professores foram investigados pelo FBI por suas ideias e opiniões políticas. O humorista Charles Chaplin foi uma das vítimas mais ilustres da caça às bruxas. Mais tarde, McCarthy perdeu o apoio da opinião pública e caiu no ostracismo.” (Globo)

Pois é... Circula no WhatsApp uma imensa lista de jornalistas e artistas que bons bolsonaristas devem boicotar.

Luís Roberto Barroso: “O Supremo pode ter estado dividido em relação ao enfrentamento da corrupção. Muitos laços históricos difíceis de se desfazerem, infelizmente. Mas em relação à proteção dos direitos fundamentais, ele sempre esteve unido. Em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão. Aliás, esse episódio envolvendo a proibição de manifestação em universidades já sinalizou isso. Por essa razão, não creio que haverá retrocesso.” (Folha)

Isso mesmo. Muitos ministros no Supremo começam a se articular para que a corte atue como barreira de contenção contra medidas que venham do novo governo, via Executivo ou Legislativo. Há quem considere a redução de maioridade penal, por exemplo, inconstitucional. O STF pode questionar também mudanças na política de cotas ou proteger direitos de indígenas. Precisa, porém, negociar com o novo presidente do tribunal, Dias Toffoli, que está decidido a não antagonizar Bolsonaro. (Globo)

Então... Na entrevista ao JN, Bolsonaro afirmou que pretende convidar o juiz Sérgio Moro para o Ministério da Justiça e, em abrindo no futuro, lhe oferecer uma vaga no Supremo. “Costumo dizer que é um homem que perdeu sua liberdade no combate à corrupção”, afirmou o presidente eleito.

A Mônica Bergamo, Moro se recusou a afirmar se foi sondado ou não. (Folha)

Wanderley Guilherme dos Santos: “É bom informar o público que um governo reacionário é uma possibilidade democrática. O país não é fascista. Pode ser conservador e ter um conceito limitado de democracia, mas fascista não é. Constatar que o lulismo acabou não deve nos levar a xingar o Lula. Acabou. É daqui pra frente que se deve planejar o que fazer para recuperar a democracia. Num governo que não precisa violar as leis para ser antidemocrático. É o problema que o mundo inteiro está discutindo só aqui que não. As democracias estão sendo corroídas pelas leis democráticas, depende como estas são aplicadas. Dependendo como se usa a lei essa nossa conversa aqui pode ser considerada um atentado contra a democracia. As instituições democraticas, pelas suas virtudes, de tolerância interpretativa, abrem um espaço para se governar autocraticamente em nome da democracia.” (Valor)

Começou com euforia do mercado financeiro o primeiro pregão após a vitória de Jair Bolsonaro na corrida presidencial. Mas ela não durou muito. Após um início positivo, com dólar em queda e Bolsa em alta, os investidores ficaram receosos no início da tarde em meio a informações de que os Estados Unidos se prepararam para impor mais sanções à China. A Bolsa terminou o dia aos 83.797 pontos, em queda de 2,24%. O dólar, que chegou a operar a R$ 3,58, fechou a R$ 3,70, em alta de 1,36%. (Estadão)

Um dia após a eleição, via Twitter, Fernando Haddad cumprimentou o vencedor. “Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu. “Desejo-lhe sucesso. Nosso país merece o melhor. Escrevo essa mensagem, hoje, de coração leve, com sinceridade, para que ela estimule o melhor de todos nós. Boa sorte!”

Foi na mesma plataforma que Bolsonaro respondeu, não sem uma ponta de ironia. “Senhor Fernando Haddad, obrigado pelas palavras! Realmente o Brasil merece o melhor.”

Vídeo: O sempre excelente Vox explica Jair Bolsonaro para os americanos.

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HealthTech

No futuro, pode ser que com um exame rotineiro de pressão arterial e de sangue, seu médico analise seu genoma em busca de riscos à saúde ocultos no código do seu DNA. Um plano de tratamento para prevenir doenças, adaptado ao risco genético de um indivíduo, é uma das grandes promessas da medicina de precisão. Mas se você não é branco, essa tática pode falhar. Pois é. A predição genética funciona melhor para pessoas de ascendência européia branca, e o motivo é simples: ao todo, eles compõem 80% dos participantes dos estudos de associação genômica ampla, apesar de representarem apenas uma fração da população mundial. Se nada mudar, estaremos desenvolvendo ferramentas de risco genético das quais nem todos poderão se beneficiar.

Enquanto isso... O New York Times se aprofundou na história do doutor Piero Anversa. Ele foi acusado de negligência científica: mais de 30 estudos produzidos em mais de uma década por ele contêm dados falsificados ou fabricados. Ao jornal americano, ele insiste que não fez nada errado, que seus resultados são reais e que foi traído por um colega desonesto que alterou os dados em papel após o trabalho. “Eu sou um homem de 80 anos que trabalhou toda a sua vida na tentativa de ter um impacto na insuficiência cardíaca. Agora estou isolado”.

É como se fosse uma Netflix das farmácias de manipulação: o site se chama Manipulaê. O consumidor envia uma imagem da receita, preenche nome, email, endereço de entrega — e o sistema envia para três farmácias próximas que devolvem cotações. O cliente paga no próprio site a conta daquela que escolher. Segundo um dos sócios, Thiago Colósio, a economia de alguns chega a ser de 40%. Recebeu da Anjos do Brasil um aporte de R$ 525 mil, está para completar dois anos com o cadastro de 120 farmácias, principalmente no Sudeste. E querendo expandir.

Cultura

Aos fãs de 13 Reasons Why, Katherine Langford, a estrela da série, estará na sequência de Vingadores 4. A atriz já até encerrou as gravações de suas cenas, mas ainda não há detalhes sobre seu personagem. O trailer do filme deve ser lançado ainda este ano.

Já a notícia para os fãs de Star Wars não é tão boa assim. O spin-off dedicado a Boba Fett, o famoso mercenário da saga criada por George Lucas, não vai mais acontecer. Segundo a Variety, o projeto, que nunca foi anunciado oficialmente, foi descontinuado pela Disney e Lucasfilm. (Globo)

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E a batalha entre os super-heróis da Marvel e da DC Comics ganhou novos capítulos na TV. É que se no cinema a Marvel leva vantagem, na telinha suas séries patinam enquanto a DC está por cima. Só este mês, duas séries da parceria entre Neflix e Marvel tiveram o cancelamento anunciado: Punho de Ferro e Luke Cage. Já a DC vive a situação inversa. E o jogo deve ficar ainda mais acirrado... (Globo)

Viver

“Existe a possibilidade de que haja vida em outro lugar do universo? E como a vida poderá se desenvolver no futuro?”. Quem questiona é Stephen Hawking. O El País adianta um capítulo do livro póstumo do físico, Breves Respostas para Grandes Questões.

Aliás... A Nasa quer enviar seres humanos a Vênus. Mas a ideia por trás da nova missão da agência espacial não é desembarcar pessoas no planeta — as temperaturas na superfície (460° C) são mais altas do que o ponto de fusão de muitos metais, incluindo o bismuto e o chumbo —, e sim usar sua densa atmosfera como base para a exploração. O plano é utilizar naves espaciais que possam ficar voando na atmosfera superior durante longos períodos de tempo.

O chocolate é mais antigo do que se pensava. Pesquisas anteriores indicavam que a primeira produção teria ocorrido há 3.100 anos, e na América Central. Agora, um novo estudo indica que o primeiro chocolate do mundo foi produzido há cerca de 5.300 anos, na América do Sul. Segundo pesquisadores, as pessoas na parte superior da bacia amazônica estavam colhendo e consumindo cacau que parece ser um parente próximo do tipo usado mais tarde no México — e estavam fazendo isso 1.500 anos antes. (Globo)

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