MBL ligado a distribuição de fake news

Foram o site Ceticismo Político e o MBL que deram tração para espalhar as notícias falsas referentes à vereadora carioca assassinada, Marielle Franco. Repórteres do Globo, com ajuda do Laboratório de Cibercultura da Ufes, traçaram o fluxo da notícia nas redes sociais. O site aproveitou-se de que a desembargadora Marília Castro Neves foi uma das que publicou as informações falsas para construir uma matéria fake com o título “Desembargadora quebra narrativa do PSOL e diz que Marielle se envolvia com bandidos”. Levado ao Facebook, o texto explodiu e logo ganhou força sendo replicado pelo MBL. Os jornalistas Gabriel Cariello e Marco Grillo enviaram e-mails com perguntas ligeiramente mudadas tanto ao MBL quanto ao site, editado pelo pseudônimo Luciano Ayan. E o site respondeu à mensagem do MBL, fazendo sugerir que o veículo de notícias falsas e o Movimento Brasil Livre têm relação.

Aliás... A Veja desta semana também identificou, entre as táticas do MBL, a de contorcer os fatos sempre que conveniente. Segundo a revista, o Movimento inspira-se no americano Ryan Holiday, autor de um livro sobre como plantava notícias falsas na imprensa para fazer dinheiro.

Logo depois... O Facebook tirou do ar a página do Ceticismo Político e os dois perfis falsos sob o nome Luciano Ayan. O autor, então, veio a público se identificando como Carlos Afonso, um especialista em tecnologia conservador que afirma ter desenvolvido um “método para a guerra política”. O MBL, por sua vez, partiu para o ataque. Acusa Globo e Veja de produzirem fake news e afirma que apenas repercutiu, como toda a imprensa, as afirmações da desembargadora. Site e MBL, porém, omitiram o que a imprensa tradicional informou: que a desembargadora repassava informações reconhecidamente falsas.

Isto posto: Paula Cesarino Costa, ombudsman da Folha, faz um alerta. Embora frequentemente as reportagens do jornal incluíssem a informação de que as afirmações da desembargadora eram falsas, os títulos não deixavam claro. E cita o jornalista Pedro Burgos, que fez crítica geral à cobertura no Facebook. “Em termos de informação, as reportagens estão ‘corretas’. Mas podiam ser melhores. A ‘informação’ mais importante era que algo patentemente falso estava se espalhando pelas redes e um dos vetores era uma desembargadora que confiava demais em coisas do WhatsApp.”

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O MBL tem candidato à presidência. É Flávio Rocha, o empresário dono da rede Riachuelo de lojas. Luís Lima, da Época, mergulhou em seu universo. Descobriu um homem religioso, que frequenta a Igreja Sara Nossa Terra, prega a valorização dos bons costumes, combate ao politicamente correto e, na economia, deseja um Estado menor.

Kim Kataguiri: “Ninguém fica se matando pra discutir a taxa de juros, por mais importante que seja para o mercado financeiro. Agora, sobre aborto, feminismo e cotas, as pessoas têm convicções. É algo que mobiliza bastante e faz com que a divergência política aflore. O Bolsonaro defende mais o senso comum do que valores conservadores. Ele não os conhece, não fundamenta aquilo que ele defende. Ele não sabe o porquê do que ele defende, e o Flávio sabe.” (Época)

A Folha reuniu um grupo de oito eleitores paulistanos que pretendem votar em Jair Bolsonaro para presidente. Quis ouvir deles o porquê. “Enquanto jornalistas e intelectuais estão preocupados com banheiro unissex”, diz um, “ele está falando dos 60 mil assassinatos que ocorrem todo ano no Brasil, falando desse massacre da classe trabalhadora.” Do grupo, três votaram no PT a um ponto. Todos consideram a Folha um jornal de esquerda. “A Rede Globo é a pior, mascara tudo o que é importante.” Nenhum defende um retorno da ditadura. “Tudo o que ele fala ou faz se torna polêmico. Querem que a população interprete de outra forma, mas ele é autêntico. É uma pessoa, um ser humano. Não estamos elegendo um super-homem.”

A internet de esquerda está em pé de guerra por conta da série O Mecanismo, dirigida por José Padilha, que estreou sexta na Netflix. Via Twitter, o crítico de cinema Pablo Villaça foi o primeiro a se manifestar. “Estou cancelando minha assinatura”, afirmou. Foi o gancho para que o site Brasil247 tentasse puxar um movimento de boicote. A ex-presidente Dilma pulou dentro. “A série é mentirosa”, escreveu em seu site, “o diretor inventa fatos. Não reproduz fake news, ele próprio tornou-se um criador de notícias falsas.” A presidente não gostou das mudanças feitas na história real para criar a ficção. Uma das principais queixas é de que a frase de Romero Jucá, ‘estancar a sangria’, na versão fictícia termina na boca da personagem que representa Lula.

José Padilha: “Essa turma não entendeu que a série é uma crítica ao sistema como um todo e não a esse ou àquele político ou a qualquer grupo partidário. Por isso se chama O Mecanismo. Assim, misturar falas ou expressães de um político-personagem que o público pode confundir quem falou não tem a menor importância, pois são todos parte do sistema.”

Uma crítica, por Bruno Cava: “Na série, a corrupção não é confinada numa questão entre as outras. Uma questão que, a seguir, caberia ser tratada como problema moral ou moralista. Ao contrário, a corrupção é comparada ao câncer, uma doença em geral disparada por razões ambientais e que se alastra molecularmente, com efeitos catastróficos sobre o corpo. A conexão entre a condição mental do protagonista e o autismo da filha, leva-os ao clímax revelador da primeira temporada: a lógica fractal da corrupção sistêmica. A corrupção se espalha nos níveis micro e macro, como uma ressonância que afeta o todo. Não é caso de esquerda ou direita e termina por contaminar todas as demais questões, como um processo multiplicador. Todos são engolfados pelo mecanismo.”

Aliás... Uma cena de O Mecanismo: os presos celebram. “Foi para o Supremo.”

O TRF-4 julga, hoje, os recursos da defesa do ex-presidente Lula e pode terminar a fase de segunda instância do julgamento. Às 13h30. O tribunal tem canal no YouTube.

Joaquim Barbosa deve se filiar ao PSB na primeira semana de abril, informa Lauro Jardim. Não garante a candidatura, mas respeita o limite de data para filiação de quem deseja ser candidato. (Globo)

E... Informa Vera Magalhães, Luciano Huck deve se filiar ao PPS. Por via das dúvidas.

Centenas de milhares de americanos saíram às ruas no sábado na Marcha Por Nossas Vidas, movimento liderado pelos sobreviventes do massacre na escola secundária de Parkland, na Flórida. É o maior protesto por restrição às vendas de armas já ocorrido no país. Na principal passeata, em Washington, a estudante Emma González protagonizou o momento mais tocante. Mal tinha começado seu discurso – e se pôs em repentino silêncio. Aí voltou a falar. “Desde o momento em que subi ao palco, se passaram seis minutos e vinte segundos. O atirador parou e logo abandonará seu rifle, se misturar aos alunos que escapam, e caminhará livre por uma hora até ser preso.” (New York Times)

Foi gente de todo tipo. Incluindo Paul McCarney. “Um dos meus melhores amigos morreu por violência ligada a armas, esta causa é importante para mim.”

Cotidiano Digital

Jornais americanos e britânicos circularam, no domingo, com um anúncio de página inteira do Facebook. É um pedido de desculpas. “Temos a responsabilidade de proteger sua informação”, afirma em título, “Se não conseguimos, não merecemos.”

Dois nomes importantes do Vale se posicionaram a respeito da crise aberta por Cambridge Analytica e Facebook. Elon Musk fez retirar, da rede social, as páginas de Tesla e Space X, suas principais empresas. Mas Tim Cook, CEO da Apple, foi além. “A situação é tão séria e tão grande que uma regulação bem construída se tornou necessária”, disse em um encontro, na China. “Que alguém tenha a habilidade de saber por que sites você passou há anos, quem são seus contatos, o que você gosta e o que desgosta, no meu ponto de vista isso não devia existir.”

Aliás... Muitos usuários vêm baixando o arquivo com todos os dados que o Facebook tem a seu respeito. E descobriram que a plataforma registrou os telefonemas dados e as mensagens SMS enviadas de vários usuários Android. Segundo um porta-voz do Face, estes dados só foram coletados para usuários que deram expressa autorização. O editor de Segurança Nacional do site Ars Technica, Sean Gallagher, desmente a plataforma. Segundo ele, o padrão do aplicativo no Android é de armazenar mensagens e ligações. Até 2016, usuários tinham de desmarcar as preferências para impedi-lo.

Para baixar o arquivo e ver o que o Facebook armazenou a seu respeito, vá em Configurações e clique o último item: ‘Baixe uma cópia de seus dados’. Veja um guia.

Cultura

Uma perícia comprovou que as gravuras de Emil Bauch que ficaram expostas por quatro anos no Itaú Cultural são as mesmas que foram furtadas da sede da Fundação Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, há 14 anos. O Instituto assinou um termo de compromisso para devolvê-las à fundação fluminense. Cerca de 30 outras gravuras do instituto paulista poderão passar por perícia ainda neste mês. (Folha)

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Galeria: Em São Paulo, o Autódromo de Interlagos recebeu uma média de público de 100 mil pessoas em cada um dos três dias do festival Lollapalooza Brasil. Foram mais de 70 atrações. Veja fotos.

Certa vez, o jornalista Luiz Cesar Pimentel pediu ao produtor musical Carlos Eduardo Miranda, morto na semana passada aos 56 anos, para indicar músicas que seus filhos deveriam ouvir pelo menos uma vez na vida. A lista, no Spotify.

Viver

A Grande Porção de Lixo do Pacífico, a enorme área de lixo flutuante no oceano, é maior do que se pensava. A extensa faixa de detritos, que tem 1,6 milhão de quilômetros quadrados, mais de duas vezes o tamanho da França, contém pelo menos 79 mil toneladas de plástico, segundo uma nova pesquisa publicada na revista Nature. É 16 vezes mais do que as estimativas anteriores.

A estação espacial chinesa Tiangong-1 deve reentrar na atmosfera terrestre neste feriado de Páscoa, entre os dias 30 de março e 3 de abril. Os cientistas chineses perderam o controle dela em março de 2016. A expectativa é de que a estação seja quase totalmente destruída na reentrada mas, devido às suas dimensões, alguns fragmentos (em especial de peças maiores e mais resistentes, como os bocais de seus foguetes) podem “sobreviver” e chegar à superfície do nosso planeta. As chances de que eles atinjam uma região povoada, no entanto, são ínfimas. (Globo)

Mais de 50 jornalistas, apresentadoras, repórteres e produtoras que trabalham com esporte lançaram ontem nas redes sociais o manifesto #DeixaElaTrabalhar. O objetivo é lutar contra o assédio moral e sexual sofrido por elas nos estádios, nas ruas e nas redações. Clubes como Corinthians, Cruzeiro, Botafogo e Grêmio aderiram rapidamente ao manifesto. Assista ao vídeo do movimento.

E por falar... Na série Vozes, do programa Esporte Espetacular, Galvão Bueno lembra emoção de narrar a disputa de pênaltis na final da Copa do Mundo de 1994. Quem não se lembra do marcante grito de “É Tetra!”?

Galeria: No sábado, a ‘Hora do Planeta’ escureceu grandes cidades de todo o mundo em um alerta às mudanças climáticas. Veja imagens. (Globo)

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