Correios entram em greve
Os servidores dos Correios entram hoje em greve convocada pela Fentect, que os representa. Têm uma longa lista de queixas. A primeira é que a estatal planeja que os funcionários contribuam com o pagamento do plano de saúde, como ocorre no setor privado. A empresa também pretende retirar os dependentes dos contratos. (O Tribunal Superior do Trabalho julga à tarde se a mudança é legal.) Reclamam, também, do fechamento anunciado de 2.500 agências. Exigem a abertura de concurso público para a contratação de novos trabalhadores. A lista se completa com a exigência de que a ECT não elimine, como planeja, o cargo de Operador de Triagem — que separa, confere e reencaminha internamente cartas e pacotes. (A função, em empresas como a Amazon, é automatizada.)
A proposta do TST é que funcionários arquem com 25% do valor do plano, incluindo cônjuges e filhos. Pais e mães seriam excluídos como dependentes. A última greve foi no ano passado. A Justiça determinou que pelo menos 80% do pessoal deveria trabalhar. (Globo)
A ECT é considerada a pior empresa nos últimos 30 dias, pelo ranking do Reclame Aqui.
Veja: de um site de concursos, as carreiras à disposição na estatal.
Nos últimos cinco anos, a empresa sofreu um corte de 20 mil funcionários — 15% do quadro. Em grande parte, trabalhadores que optaram pelo plano de demissão incentivada. Segundo a direção, o objetivo é automatizar diversas funções. Os sindicalistas sugerem que a ECT está sendo sucateada para que seja privatizada. O governo nega que privatização esteja nos planos.
A greve fere de morte um bom naco do ecommerce brasileiro. As paralisações constantes empacam o crescimento das empresas pequenas — as grandes já operam com transporte privado. Mas o MercadoLivre, por exemplo, segunda maior em faturamento do comércio por internet no Brasil, depende da ECT.
A 49ª fase da Lava Jato, que ocorreu na sexta, promoveu nove mandados de busca e apreensão para investigar o pagamento de propinas na construção da Usina de Belo Monte. Um total, segundo o MP, de R$ 135 milhões. R$ 60 milhões seriam para o PT, outros R$ 60 para o MDB e R$ 15 milhões para o ex-ministro Antônio Delfim Netto. Delfim foi acusado por um dos delatores, Flávio Barra, ex-executivo da Andrade Gutierrez. Delfim atuou na montagem do consórcio de empresas que venceu a licitação.
Delfim nega. Ele confirma que ajudou a montar o consórcio e que foi pago por esta consultoria — menos do que R$ 15 milhões. “Não recebi propina. Não sou funcionário público”, afirmou ao Valor. Propinas são recebidas por funcionários públicos em troca de vantagens indevidas.
Seis meses após sua posse como procuradora-geral da República, Raquel Dodge não firmou um único acordo de delação premiada, informa Lauro Jardim. (Segundo a PGR, há tratativas. Elas apenas não vazam mais.) (Globo)
Do ex, Rodrigo Janot, via Twitter:“Vai ser assim?”
Fernando Limongi: “Enquanto a inelegibilidade de Lula era uma possibilidade, os interesses pessoais do ex-presidente e do partido estavam alinhados. Para Lula, o melhor continua a ser esticar a corda. Não pode sequer ‘abrir brecha’ para a emergência de candidatura alternativa, pois ‘se eu fizer isso, minha filha, estou dando o fato como consumado.’ Mas essa estratégia entra em conflito com os interesses eleitorais do PT. Se há um plano B, quanto antes ele virar o plano A, melhor. O candidato ungido precisa de tempo para se viabilizar. O PT está paralisado, incapaz de desatar o nó que o prende ao destino de Lula. Ao adiar a substituição inevitável, coloca em risco sua hegemonia eleitoral sobre as forças de esquerda, conquistada e mantida desde 1989.” (Valor)
Gerson Camarotti teve acesso à pauta do Supremo em abril. E a ministra Cármen Lúcia não incluiu nenhum julgamento que trate de condenação em segunda instância.
Enquanto isso... O PSOL formalizou, sábado, a pré-candidatura de Guilherme Boulos à presidência. Recebeu, de uma conferência que reuniu o comando do partido, 87 votos contra 27 de Plínio de Arruda Sampaio Filho e 7 para Hamilton Assis.
Marcos Lisboa: “A preocupação com a desigualdade, com a diversidade, Lula teve o mérito de trazê-los para o centro do debate. E mostrou no seu primeiro mandato que é possível a combinação da responsabilidade social com o cuidado com as contas públicas. Esse é um mérito que ele teve. Se houve desvios, eles devem ser avaliados. Acho que na gestão econômica eles são inegáveis. Em algum momento a esquerda terá de fazer esse acerto de contas com o seu projeto de país. Ela defendeu a agenda do Lula 2 e do governo Dilma. Foi a favor do nacional-desenvolvimentismo, achava que o Brasil era pobre por uma conspiração internacional. A esquerda deveria ser pelo fim da pobreza, pelo combate à desigualdade; ela virou a defesa da burguesia que vive dos favores do Estado e não do empresariado que produz; não do setor produtivo e das políticas sociais. O seu discurso de política econômica, inclusive, era muito ao igual ao da direita autoritária, do Regime Militar. Por exemplo, não há divergência em termos de política econômica entre o que apresentava o governo Geisel e o que apresentou o governo Dilma.” (Estadão)
Na véspera da intervenção federal na segurança do Rio, o general Walter Braga Netto se declarou contra a ideia para o ministro Raul Jungmann. E disse que não gostaria de ser nomeado interventor. Foi. Entre os generais quatro estrelas, há queixas de que o plano do governo federal é um festival de improvisos. Na Piauí, Fabio Victor conta os bastidores.
Os bancos estão preparando uma nova fórmula para reduzir os juros do cheque especial. Deve ser anunciada este mês para vigorar no segundo semestre. Os clientes que usarem até 15% do limite da conta por 30 dias terão uma opção de crédito mais barata. Em janeiro, a taxa média dos juros do cheque ficou em 324,7%. (Estadão)
O Burger King Brasil deve anunciar uma segunda marca em breve. (Estadão)
E o Grupo Boticário comprou a marca Vult. Deve passar agora a deter 15% do mercado de maquiagem no país. (Estadão)
Cotidiano Digital
A BBC localizou ao menos 131 perfis falsos no Twitter usados, ainda em 2010, para distribuir com ranking alto textos disfarçados como jornalismo em prol da candidatura Dilma Rousseff contra, na época, o senador José Serra. A fraude envolveu, também, o já falecido Orkut. O serviço era prestado por uma empresa de marketing.
Pois é. O Twitter está numa guerra interna contra a prática. Na sexta, mais contas foram suspensas por violarem, em conjunto, as regras de spam. São, no jargão digital, tweetdeckers. Pessoas que controlam inúmeros usuários fakes e, pelo software TweetDeck, fazem retuítes em massa puxando para cima o ranking do que escrevem. Ou do que escrevem outros. A prática foi denunciada em janeiro pelo BuzzFeed. O objetivo da companhia é eliminar tantas formas de manipular seus trending topics quanto possível. Parta de bots, parta de espertos.
As holandesas Philips e ABN Ambro Bank estão testando uma nova tecnologia para traders no mercado de capitais: um bracelete que analisa a atividade eletrodérmica. Em essência, a pele conduz mais ou menos eletricidade de acordo com o suor presente — e suamos mais de acordo com o nível de emoções. Negociadores num estado mais intenso tendem a avaliar mal riscos e pagar acima do necessário. Alertados por seus próprios computadores, têm a oportunidade de repensar a decisão de fazer um negócio. É uma das tecnologias que permitem medir o estado do usuário. Inclui, também, leitura do rosto, dos olhos. Se melhora a produtividade, por um lado, por outro levanta um debate sobre o quanto uma empresa pode entrar na privacidade de cada empregado. Ler as emoções está valendo? via Pioneiros
Cultura
O ex-presidente americano Barack Obama negocia produzir conteúdo para a Netflix, segundo o New York Times. Nada para responder ao atual presidente Donald Trump ou aos críticos conservadores. A ideia é trabalhar com histórias inspiradoras.
Pantera Negra ultrapassou a marca de US$ 1 bilhão na bilheteria mundial. O longa é o quinto filme da Marvel a chegar a esse valor de arrecadação.
Viver
Sete anos após o desastre nuclear de Fukushima, no Japão, 50 mil pessoas ainda não voltaram para suas casas. Atraí-los não será fácil — já construíram suas vidas noutros cantos. Na cidade de Okuma, por exemplo, os residentes verificam suas casas periodicamente. Mas não podem pernoitar. O que deixa a cidade menos deserta é uma espécie de esquadrão que vigia o local — viajam por uma ou duas horas e realizam patrulhas voluntárias. Ficam de olho em atividades suspeitas e se esforçam para manter a cidade limpa, procurando danos causados por javalis e tirando o lixo acumulado das ruas. São mais velhos, menos preocupados com a exposição à radiação do que a geração mais nova. “Nós não temos muitos anos à nossa frente de qualquer maneira”, diz um dos aposentados.
Mara de Anda Romeo, sobrinha-neta da artista mexicana Frida Kahlo, não ficou impressionada com a nova linha de bonecas que a Mattel lançou para o Dia Internacional da Mulher. Disse que a Barbie de sua tia não se parece com ela. Nas redes sociais também houve reclamações. Os usuários disseram que a boneca não incluía as sobrancelhas grossas e quase unidas de Frida, nem apresentava as roupas que ela usava. A magreza das bonecas também foi ressaltada. A atriz Salma Hayek, que foi indicada ao Oscar pela interpretação da artista em Frida foi uma das que teceu críticas na internet. A sobrinha de Frida disse ainda que Mattel não tem o direito de usar a imagem da artista. A essa acusação, a empresa se defendeu: afirmou que negociou com a Frida Kahlo Corporation para obter permissão.
No fim de semana, duas ambientalistas deram declarações otimistas sobre o futuro do planeta. A esperança: as crianças. Na BBC, Sylvia Earle, em entrevista ao repórter João Fellet, afirmou que a humanidade nunca teve tanto conhecimento sobre o funcionamento da Terra e a necessidade de preservá-la. “As pessoas mais inteligentes que já viveram não tinham como saber o que crianças de dez anos de idade podem saber hoje. E isso é motivo para esperança.”
E no Guardian, Fiona Gell diz que crianças são bombardeadas com histórias sobre o desaparecimento do oceano, mas que precisam saber que há alguns finais felizes. “Meu filho entende que, se ele não joga lixo e explica aos amigos porque isso é importante, seu comportamento beneficiará diretamente a reserva natural marinha na baía onde moramos.”
