STF quebra sigilo bancário de Temer

Numa decisão inédita, o ministro Luís Roberto Barroso determinou a quebra de sigilo bancário do presidente Michel Temer, de 1º de janeiro de 2013 a 30 de junho de 2017. Nunca o STF havia autorizado um avanço do tipo contra quem está sentado no terceiro andar do Planalto. O objetivo é buscar indícios de recebimento de propina no decreto dos portos. Temer afirmou que divulgará na imprensa seus extratos.

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O STJ julga hoje o habeas corpus preventivo pedido pelos advogados do ex-presidente Lula, que desejam evitar sua prisão imediata após o TRF-4, de segunda instância, avaliar o último recurso. Começa às 13h e será transmitido pelo canal de YouTube da Corte.

Pois é. A presidente do Supremo, Cármen Lúcia, está sob pressão cerrada para que paute a discussão sobre prisão após condenação em segunda instância. Ela não quer, porque o pleno pode reverter sua decisão anterior. A prisão foi fundamental para o sucesso da Lava Jato. Mas, conforme se aproxima a ordem a ser dada a um ex-presidente, os níveis de pressão aumentam.

A Polícia Federal dedicou a manhã de ontem à Operação Trapaça, terceira da fase da Carne Fraca. Seu alvo se concentrou em seis unidades da BRF em Santa Catarina, Paraná e Goiás. Em São Paulo, prendeu Pedro de Andrade Faria, que comandou a holding entre 2015 e dezembro último, além de outras nove pessoas. A empresa é acusada de fraudar laudos sanitários para driblar a fiscalização do Ministério da Agricultura e esconder as infecções de salmonela, principalmente em aves. O objetivo era adequar às normas de saúde rigorosas de alguns países importadores. A empresa é dona das principais marcas consumidas no país, Sadia e Perdigão. Ao total, perdeu R$ 5 bilhões em valor de mercado durante o dia. (Estadão)

A holding teve, no ano passado, R$ 1,1 bilhão em prejuízo. Por conta, os fundos de pensão Petros e Previ, que são acionistas, vinham pressionando o conselho de administração a destituir seu presidente, Abilio Diniz. A crise se agravou e o conselho será inteiramente mudado. (Globo)

Por enquanto, não há qualquer indício de que as fraudes afetem as carnes a ponto de dano à saúde.

A turma da Torabit está monitorando a participação dos pré-candidatos à presidência nas redes sociais. Bolsonaro é de longe quem tem mais fãs, mais curtidas e mais compartilhamentos. Lula vem em segundo. Não custa lembrar: presença nas redes não quer dizer vitória nas urnas.

Não foi Silvio Berlusconi o maior vencedor das eleições italianas. A boca de urna errou. Em primeiro lugar chegou o Movimento Cinco Estrelas, nascido na internet. Politicamente ambíguo, tem posições progressistas no que tange casamento gay e questões ecológicas, mas em temas como imigração se alinha com a direita — favorável à imediata deportação de quem não chegou legalmente. Não tem posição clara sobre a União Europeia. O M5S disputou sozinho o pleito e, por conta da larga votação, quer o direito de formar governo. A coalizão mais votada, porém, é a de centro-direita, encabeçada não pelo grupo de Berlusconi e sim pela antiga Lega Nord, que largou o norte do nome para ser apenas Lega, também nascida de um movimento avesso aos partidos tradicionais, porém posicionada à extrema-direita e, esta sim, anti-UE. Teve muito mais votos do que a Forza Italia do ex-premiê. A coalizão também diz ter direito a formar o gabinete de governo. O Partido Democrático, que encabeça o atual governo, foi a segunda legenda mais votada — mas sua coalizão de centro-esquerda ficou em terceiro. O diário La Stampa pôs em sua manchete: ‘Itália ingovernável’. O programa do M5S o impede de formar alianças, portanto não poderia se juntar com a centro-esquerda para governar. Porém, com 30% dos assentos no parlamento, poderá bloquear todas as decisões de qualquer gabinete.

O presidente da Câmara americana, o republicano Paul Ryan, está bombardeando pelas redes seu companheiro de partido, Donald Trump. Por conta do abrupto aumento de tarifas para o aço.

Ryan está de olho no futuro: ele pode perder o cargo em 2019, se nas eleições de novembro os democratas conquistarem pelo menos 24 cadeiras que hoje pertencem aos republicanos. Nas seis vezes em que o presidente da República teve aprovação menor do que 50% na eleição parlamentar de meio de mandato, a oposição ganhou pelo menos 43 cadeiras. Trump é aprovado por 40%.

Cultura

O dicionário Merriam-Webster revelou sua lista das palavras mais procuradas durante a cerimônia do Oscar. Foram elas: ‘inclusão’, ‘cinematografia’, ‘em memória’, ‘feminismo’, e ‘cláusula’.

A última, associada ao termo ‘cláusula de inclusão’, que também teve um salto de buscas no Google. Mencionada pela atriz Frances McDormand no final do seu discurso, ela é uma ferramenta legal que permite que os atores exijam contratualmente mais diversidade nos elencos e equipes.

Falando em diversidade... Um grupo britânico recriou cartazes de filmes famosos substituindo as fotografias dos personagens principais por pessoas negras. De Harry Potter a Doctor Who e Skyfall. Os pôsteres foram impressos e espalhados em pontos de ônibus de Londres com a frase: “Se você está surpreso, significa que não vê pessoas negras em grandes papéis. Junte-se a nós na missão para a melhor representação dos negros na mídia.” (Globo)

The Waste Land, o poema épico e obra-prima de T.S. Eliot, editado pelo não menos genial Ezra Pound, ganhou nova tradução para o português. Na versão, do poeta paranaense Gilmar Leal Santos, chama-se A Terra Árida. Seu objetivo foi tornar os versos claros e imediatamente compreensíveis. Escrito após a Primeira Guerra, reflete o pessimismo do tempo — uma terra arrasada, sem esperanças. A edição, independente, é da HMC. (Estadão)

Jonathan McAloon: “A crise descrita em The Waste Land não era apenas global, era também pessoal. A mulher de Eliot, Vivienne Haigh-Wood, tinha a saúde mental debilitada e ele espalhou no poema referências à vida de ambos. Ela lhe pediu que retirasse alguns versos por serem muito pessoais, mas muitos outros, sobre um marido e mulher lidando com doença metal foram mantidos. Há inúmeros indícios de que a história de uma mente tentando se reencaixar de volta à realidade após uma crise está presente nos rascunhos do poema.”

Os produtores de Black Mirror assinaram com a Netflix um contrato para filmar uma quinta temporada para a série. Ainda não há data para a estreia.

Viver

Os mosquitos picam mais os mais pobres. A cidade de Matamoros, no norte do México, e de Brownsville, no sul dos Estados Unidos, são coladas uma na outra. Compartilham o mesmo clima. Mas um estudo sobre dengue mostrou que o município texano tinha uma incidência de 4% da doença, enquanto o mexicano tinha sete vezes mais. O comportamento e os fatores socioeconômicos são os mais influentes quando se trata de doenças causadas por vetores — a forma de armazenar a água, de tratar ou não os resíduos, ou do uso de ar-condicionado, por exemplo. As classes mais baixas sofrem mais. Mas mesmo em condições iguais, há outros fatores que podem levar uma pessoa a ser mais picada que outra: as diferenças genéticas. Segundo pesquisadores, os mosquitos preferem aquelas que têm mais colesterol ou esteroides na pele, que emitem mais dióxido de carbono, como as grávidas, as que fazem exercícios, transpiram mais e produzem mais calor corporal, as do grupo sanguíneo O, e as que bebem álcool — especialmente cerveja.

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A China quer construir um avião hipersônico. Ele iria de Pequim a Nova York em poucas horas — hoje, voos comerciais realizam o percurso em aproximadamente 14 horas. Mas além das dificuldades de design, nada garante que haverá mercado para ele.

E o Stratolaunch, a aeronave de 226 toneladas que, quando pronta, deve se tornar o maior avião do mundo, foi testado no solo. Alcançou 74 quilômetros por hora sem sair do chão. Assista.

E a start-up francesa que desenvolveu um método para criar ‘conexões olfativas’ extraindo odores humanos a partir de peças usadas por alguém e criando perfumes. A fragrância personalizada leva cerca de duas semanas para ficar pronta e custa US$ 650. (Nexo)

Cotidiano Digital

O governo americano pediu à Qualcomm, que faria hoje sua reunião de acionistas, que adie o encontro por um mês. A fabricante de chips sofreu uma tentativa de aquisição hostil pela Broadcom, da Cingapura. Preocupada com o avanço chinês sobre o setor de tecnologia, e por conta de a Qualcomm ser uma das principais fabricantes de infraestrutura digital, Washington não gosta da ideia de a empresa deixar de ser americana. A guerra comercial está em curso.

A Apple deve lançar, ainda este semestre, um MacBook Air mais barato. A base de linha dos notebooks da empresa é o Air que, nos EUA, sai a US$ 999. O novo modelo estaria abaixo desta faixa. Mais de um analista observou que é uma máquina que canibalizará os iPads.

Não é o único lançamento nos planos. Um par de headphones de modelo sobre a orelha, de alta qualidade, com o logo da maçã, deve vir para brigar com os Boses. Será capaz de cancelar ruídos, funcionará sem fio e, possivelmente, será capaz de receber ordens por voz com a assistente Siri.

Enquanto isso... Um grupo de Stanford, a universidade alma mater de meio Vale do Silício, fez um protesto em frente à Apple Store número um, de Palo Alto. “50% dos adolescentes estão viciados por seus smartphones e 69% dos adultos os checam ao menos uma vez por hora”, explicou uma estudante. Os aparelhos são feitos para sugar nossa atenção. Os manifestantes se juntam a um crescente movimento que exige, das empresas de tecnologia, medidas concretas para que os aparelhos não ocupem nossas vidas.

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