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Ação contra Wagner põe em risco plano-B petista

A Polícia Federal amanheceu, ontem, na casa do ex-governador baiano Jaques Wagner. Segundo as investigações, ele recebeu R$ 82 milhões em dinheiro desviado das obras do estádio Arena Fonte Nova, para a Copa. Na maioria das vezes, os aportes eram entregues por um representante da Odebrecht a prepostos de Wagner. Em uma ocasião, porém, o pacote foi para a casa da mãe do petista, no Rio de Janeiro. Foi o maior pacote - os doleiros de Salvador não conseguiram juntar tanto dinheiro, pediram ajuda aos cariocas. A polícia chegou a pedir prisão temporária do político e do secretário da Casa Civil baiano, Bruno Dauster, mas o TRF-1 negou. (Estadão)

A PF apreendeu, na casa de Wagner, 15 relógios de luxo. Segundo os delatores da Odebrecht, o ex-governador os pedia para que pudesse presentear amigos. O petista nega. “São relógios simples.” Mas Lauro Jardim lembra pelo menos duas histórias do passado em que ele foi presenteado com jóias do tipo. (Globo)

Igor Gielow: “A Operação Cartão Vermelho, que é prima mas não está sob o guarda-chuva da Lava Jato, atingiu em cheio um dos dois nomes citados como eventual presidenciável do PT. A batata quente pode sobrar para outro plano B de plantão, o ex-prefeito Fernando Haddad, embora Wagner fosse predileto da burocracia partidária. Além disso, o impacto na Bahia pode ter reverberação além das fronteiras. Internamente, é prejudicado o governador petista Rui Costa, pupilo de Wagner, que concorre à reeleição com bastante chance. A vantagem que o dano de imagem dá a seu rival mais provável, o prefeito de Salvador, ACM Neto, é potencialmente evidente. Mas tem também a ganhar o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin, que não só vê o rival PT em dificuldades como também pode ter o reforço num campo de batalha estadual importante.” (Folha)

Aliás... José Dirceu é um que não acredita que Lula será candidato. Defende, até, que caso seja preso o ex-presidente tem de fazer algum gesto de resistência, estimulando uma ida dos militantes à rua. (Folha)

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Observado pelo Poder360: um general — Joaquim Silva e Luna — ocupa, a partir de hoje, o Ministério da Defesa. Ele, o ministro da Segurança Institucional general Sérgio Etchegoyen e o general-interventor Walter Braga Netto formam, pela primeira vez desde o fim da Ditadura, um núcleo de poder político real no Palácio do Planalto.

Bernardo Mello Franco: “Bolsonaro foi ao Japão e o governo surrupiou mais uma de suas bandeiras. Instalou um general no Ministério da Defesa. Desde que foi criada, em 1999, a pasta sempre esteve em mãos civis. Na primeira vez em que os militares tentaram tomá-la, Fernando Henrique Cardoso resistiu e anotou em seu diário: ‘É preciso não retroceder nos avanços.’ Michel Temer retrocedeu.” (Globo)

Assinam hoje a ficha de filiação ao PSB os deputados Alessandro Molon e Aliel Machado. Ao perder os dois, a Rede fica com apenas três parlamentares. Os grupos jornalísticos, portanto, deixam de ser obrigadas a convidar a candidata do partido, Marina Silva, para os debates presidenciais.

O acordo de delação premiada firmado entre a Procuradoria-Geral da República e o empresário Wesley Batista foi rescindido. O ministro Edson Fachin, do Supremo, precisa ainda confirmar a decisão. Ela não afeta, porém, as provas entregues pelos executivos da JBS. No ano passado, o mesmo já havia ocorrido no acordo com seu irmão, Joesley. (Globo)

Pois então: Raquel Dodge esteve ocupada. Também pediu, ao STF, que ordene ao diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, que se cale a respeito de inquéritos em curso sob pena de afastamento do cargo. Segovia havia desdenhado de uma investigação que envolve Michel Temer. (Estadão)

Cultura

A The Weinstein Company, principal empresa de Harvey Weinstein, o produtor acusado de assédio e abuso contra dezenas de mulheres em Hollywood, não conseguiu vender seus ativos. Declarou falência.

O nome do clipe: New Rules. A cantora, Dua Lipa. Uma moça inglesa de 22 anos e sobrancelhas grossas que começou no YouTube fazendo covers. O primeiro single saiu em 2015. New Rules, publicado no YouTube em julho, veio acompanhado de seu primeiro álbum (Spotify). E, na semana passada, juntou-se ao seleto clube dos vídeos com mais de um bilhão de views na plataforma. São pouco mais de cem que chegaram neste nível desde o primeiro, Gangnam Style, do coreano Psy, em 2012. Com Dua Lipa, porém, o feito está se diluindo. Atingir um bilhão de views começa a ser o piso dos grandes sucessos. Feito é chegar aos dois bi. Nesta lista só há 20.

E os Rolling Stones começam em maio sua primeira turnê no Reino Unido, em casa, desde 2006. Eles se apresentarão no London Stadium e no Old Trafford, de Manchester. Por enquanto, não há previsão de passagem pelo Brasil. (Estadão)

Estreia em maio, na HBO, a série Farenheit 451, baseada no romance distópico (Amazon) de Ray Bradbury. O título vem da temperatura na qual as páginas de papel entram em combustão. Neste futuro imaginado pelo escritor, o governo queima livros, seu objetivo é aniquilá-los todos por terem o poder de criar diferenças na sociedade. O ator principal vem do sucesso Pantera Negra — é Michael B. Jordan. Já tem trailer.

Viver

Está fazendo barulho o artigo publicado pela GQ e assinado pelo jornalista e apresentador Tiago Leifert. Ele defende que eventos esportivos não serverm para manifestações políticas. “Do ponto de vista do atleta: ele veste uma camisa que não é dele (que, aliás, ele largará por um salário melhor), uma camisa que representa torcedores que caem por todo o espectro político. A câmera e o microfone só estão apontados para aquele jogador por causa da camisa que ele está vestindo e de sua performance esportiva. Não acho justo ele hackear esse momento, pelo qual está sendo pago, para levar adiante causas pessoais. É para isso que existe a rede social: ali, o jogador faz o que quiser. No campo? Ele está para entreter e representar até mesmo os torcedores que votam e pensam diferente.”

O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, se filiou esta semana à Rede e deve sair candidato a deputado. Eurico Miranda, do Vasco, é ligado ao PP e já foi deputado. Andrés Sánchez, presidente do Corinthians, é deputado federal — do PT. Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte, presidiu o Atlético Mineiro. Getúlio Vargas não fazia seus discursos do Dia do Trabalho no Estádio de São Januário à toa. A capital federal inteira se empenhou na construção do Maracanã como mostra de país moderno para a Copa de 1950. Emílio Médici se meteu na escalação da Seleção brasileira de 1970, derrubando o técnico que montou o time, João Saldanha. E, na Copa do 7 a 1, o Brasil novamente se mobilizou — politicamente — na construção e na crítica à construção de novos estádios. O futebol sempre foi político. E qualquer curso de ciência política ensina, logo na primeira aula, que política é a vida.

Um bom livro: O Futebol Explica o Brasil (Amazon), de Marcos Guterman, editorialista do Estadão.

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Isto posto... Um exame confirmou que Neymar sofreu uma fissura no quinto metatarso do tornozelo direito. O machucado o tira dos gramados por um mês, mas não deve ameaçar a Copa.

Os millenials serão a geração com maior número de pessoas gordas na história. Uma pesquisa da organização britânica Cancer Research UK constatou que sete em cada dez dos nascidos entre as décadas de 1980 e 90 terão sobrepeso na meia idade. Entre os que nasceram logo após a Segunda Guerra Mundial, os chamados baby boomers, o índice é de cinco em cada dez. (Globo)

Uma pesquisa encomendada no Reino Unido pela Children's Society e pela YoungMinds mostrou que quase metade dos adolescentes já experimentou mensagens ameaçadoras, intimidadoras ou abusivas em mídias sociais como o Facebook, o Twitter e o Snapchat. 40% afirmam que as redes tiveram um impacto negativo sobre a forma como se sentem sobre si mesmos. E eles estão expostos cada vez mais cedo: 59% dos entrevistados tiveram sua primeira conta nas redes com 12 anos ou menos, apesar das plataformas afirmarem que os usuários devem ter mais de 13 anos para usá-las.

Galeria: um projeto de escola na zona rural de Tocantins foi eleito o melhor edifício de arquitetura educacional do mundo. (Estadão)

Cotidiano Digital

Ken Hu, CEO da Huawei, fez um duro pronunciamento no Mobile World Congress, que acontece em Barcelona. Queixa-se das acusações de que sua empresa, assim como outras chinesas, plantam portas nos equipamentos para permitirem que seu governo espione via hackers quem neles confia. “Não é justo que nossos 30 anos de histórico sólido em segurança seja ignorado perante uma acusação baseada numa suspeita sem nenhuma acusação sólida”, disse. “Discussões a respeito de segurança baseadas em fatos sólidos são bem-vindas.” FBI, NSA e CIA recomendam aos consumidores americanos que não adquiram produtos da Huawei e ZTE. Além de celulares, as empresas também fabricam equipamentos pesados para a infraestrutura de redes como a futura 5G.

O Facebook aproveitou a Conferência de Ação Política Conservadora, que aconteceu em Washington, para demonstrar sua tecnologia de realidade virtual. E escolheu, para isso, um game no qual o jogador faz alguém que mata inimigos numa estação de trem com armas semi-automáticas. Uma semana após 17 estudantes serem assassinados na Flórida. Via Twitter, o vice-presidente de RV do Facebook se desculpou pela falta de tato.

Louis Rossetto, fundador da revista Wired, financiou coletivamente via Kickstarter o romance Change is Good. Uma história da revista que moldou a cultura da internet em ficção. Pois imprimiu o livro em letterpress, o formato popular até os anos 1950 e baseado em placas com alto-relevo que carimbavam as páginas, deixando uma textura em cada letra. Analógico na veia. Ele explica: “Me tornei escritor, editor, homem de mídia, aventureiro da web — minha vida cada vez mais efêmera, deixando os átomos em direção aos bits. Quando deixei a Wired, fundei uma empresa de chocolate. Máquinas grandes, sacos de grãos, navios que circulam o mundo, fazendeiros plantando, colhendo e fermentando. Tudo para produzir uma placa de átomos que você só compreende colocando-a na língua. Em outras palavras, voltei a imergir na sensualidade. Tinta e papel são assim. Telas emitem, papel reflete. Papel captura a luz, e ela muda de acordo com seu toque e ângulo, a cor muda dependendo da hora do dia, da fonte de luz. O papel atiça mais sentidos: o toque é liso, ou rude, ou suave, é fino ou é espesso. Tem cheiro: as tintas, o papel, a cola, todos trazem seu odor sutil. A tinta tem um passado e um futuro, não apenas o presente da tela. Você até ouve o papel. Aquele amassado do virar. A única coisa que não faz é prová-lo.”

A própria Wired publicou um capítulo.

Aliás... O romance acompanha uma playlist no Spotify. Para instigar os sentidos.

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