Interventor encontra PM em desordem
É na semana que vem que o general Walter Braga Netto, interventor da segurança no Rio, deve apresentar seu plano de ação. O anúncio foi feito pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann. Que, aliás, aproveitou para criticar o Congresso sobre o projeto de afrouxar o porte de armas. “É algo que tem de ser muito controlado, muito regulado”, afirmou. “Mais armas não significam, sem sombra de dúvida, mais paz.”
Aliás... Também será um general da ativa o novo secretário de segurança do Rio. Seu nome ainda não foi divulgado. O mais cotado é Richard Fernandez Nunes, atual comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. (Globo)
Das coisas que os interventores estão descobrindo. 3.113 PMs, bombeiros, policiais civis e agentes penitenciários estão cedidos em todo o estado do Rio. Mais policiais trabalham na segurança do governador Pezão do que no bairro carioca da Ilha do Governador. Serão todos reconvocados. (Globo)
E... A PM do Rio tem mais sargentos do que soldados ou cabos. (Folha)
Tem pressa para faturar, o Planalto. Já fez circular uma propaganda festejando a vitória da intervenção. Com cara de anúncio de banco, diz: “O governo, que está tirando o país da maior recessão de sua história, agora vai tirar o Rio de Janeiro das mãos da violência.” Durante o fim de semana, comprou a capa de três das quatro principais revistas semanais para convencer a população de que a reforma da Previdência era boa. Na segunda, desistiu do projeto.
Helena Chagas: “Investigadores da força tarefa andam desconfiados de que, junto com a estrepitosa operação que desviará o foco das atenções para a ação do Exército no combate à violência, pode vir a pá de cal na Lava Jato. Afirmam que, além de usar a intervenção para fugir do fracasso da Previdência e tentar turbinar sua popularidade, Temer quer dar um salto triplo carpado para passar da posição de investigado a candidato à reeleição. E aí entra a preocupação com a nova pasta extraordinária da Segurança, que vai esvaziar o Ministério da Justiça e mudar o lugar da Polícia Federal no organograma oficial. A atribuição da PF de ajudar no enfrentamento à violência em intervenções federais não é, em tese, incompatível com as investigações de corrupção. Só que pode acabar sendo. Dividirá o foco, as atenções da mídia, o pessoal e os recursos. Mais ainda, fornecerá boa desculpa para atrasos no andamento de outras investigações, sobretudo se elas já não estiverem mais nas manchetes e nos telejornais.”
Enquanto isso, no front paulista... Wagner Ferreira da Silva, um dos chefes do PCC, foi assassinado por volta das 20h a tiros de fuzil na frente do hotel Blue Tree de Jardim Anália, zona leste de São Paulo. Duas hóspedes foram feridas, um carro e a porta do hotel foram atingidas. Há cerca de uma semana, o número 3 do comando, Rogério Jeremias de Simone, foi também fuzilado, no Ceará. (Folha)
Gilberto Alves dos Santos, principal suspeito do assassinato de Jeremias, tentou organizar uma fuga cinematográfica para o principal líder do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. Segundo a Ponte, Marcola foi o mandante da morte no Ceará.
A Lava-Jato do Rio prendeu, agora de manhã, o presidente afastado da Fecomércio Orlando Diniz. Ele é acusado de desviar ao menos R$ 3 milhões do Sesc e do Senac, através de notas frias. Fazia parte do esquema de Sérgio Cabral. (Globo)
Luís Roberto Barroso: “A corrupção no Brasil não foi um conjunto de falhas individuais e pequenas fraquezas humanas. Ela é parte central de um pacto oligárquico que foi celebrado entre boa parte da classe política, da classe empresarial robusta e da burocracia estatal. Um pacto de saque ao Estado brasileiro. A fotografia é de um presidente que teve duas denúncias de corrupção e obstrução de Justiça, um ex-presidente condenado, outro que já foi denunciado criminalmente. Três presidentes da Câmara foram ou ainda estão presos. Dois chefes da Casa Civil. Mais de um governador de estado foi ou ainda está preso. A delação da Odebrecht envolveu 400 figuras políticas.” (Globo)
Mas... A Justiça Federal de Brasília criou uma nova unidade. A 12ª Vara se especializa em lavagem de dinheiro. Os casos relacionados ao tema na capital deixam as mãos dos magistrados com quem estavam. E, assim, a Lava Jato perde um de seus juízes marcantes, Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara. Inclusos aí estão a investigação sobre Lula na Operação Zelotes e as de Geddel Vieira Lima, Eduardo Cunha, Henrique Alves e Lúcio Funaro por desvios da Caixa. O novo juiz, Marcus Vinicius Reis, é garantista e deve dar nova leitura aos processos.
O PSB tem uma lista de exigências para apoiar Geraldo Alckmin. Querem retribuição nas eleições de governador no Espírito Santo, Tocantins e Distrito Federal. Sugerem incluir Minas Gerais na lista — o grupo de Aécio Neves não gosta da ideia. Concordam que Alckmin tenha dois palanques em São Paulo - um tucano, outro socialista. Se não fecharem um acordo, a outra hipótese é apoiar Ciro Gomes. (Folha)
Pois é. Ao menos em casa, Alckmin não deve mais ter trabalho. Arthur Virgílio acena com abandonar a ideia de disputar prévias.
Enquanto isso... Com autorização de Lula, Fernando Haddad começa a circular em busca de acordos para o PT. (Valor)
A Gol vai cobrar pela marcação de assento no momento da compra da passagem. Gratuidade só no período do check-in, a partir de uma semana antes do voo.
A Dimpus, uma das últimas grifes cariocas que, com Company, Philipe Martin e Yes Brasil marcaram a moda brasileira dos anos 1980, fechou as portas. (Globo)
E por falar naquele tempo... O Jornal do Brasil volta a circular em papel no domingo.
Uma das teorias mais badaladas por quem defende a liberação do porte de armas, nos EUA, é que uma pessoa armada bem-intencionada é a melhor defesa contra um atirador enlouquecido. Pois havia um policial treinado e armado no campus da escola de Parkland, Flórida, onde 17 foram assassinados em seis minutos na semana passada. O oficial Scot Peterson congelou e se escondeu. Demitiu-se ontem da Polícia e uma investigação foi aberta na corregedoria. (New York Times)
Cultura
Tem Nelson Rodrigues, em São Paulo, Nossa Senhora dos Afogados na versão de Jorge Farjalla, no Teatro Porto Seguro. Estreia hoje. Já no Itaú Cultural, Inútil Canto e Inútil Pranto pelos Anjos Caídos reflete sobre o encarceramento a partir dos textos de Plínio Marcos. E Caravanas, de Chico Buarque, chega à cidade natal do compositor. No Tom Brasil, ingressos à venda online.
Já no Rio de Janeiro, Iara Rennó, Zé Miguel Wisnik e outros apresentam-se na Caixa Cultural com o projeto Transversais do Tempo. O IMS aposta na exposição O Caso Flávio, em que fotos de Gordon Parks e Herni Ballot mostram, simultaneamente, a pobreza No Rio e na Nova York dos anos 1960, levantando um debate na imprensa do tempo. Mais: Lygia Clark, Amilcar de Castro, Richard Serra, Jesús Soto e mais na exposição Raro Percurso, inaugurando o novo prédio da Galeria de Arte Ipanema.
Para mais indicações culturais, assine a newsletter semanal da Bravo!
E por falar... Votações abertas para a edição 2018 do Prêmio Bravo! Celebra a cultura popular e a erudita em inúmeras categorias. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 27 de março.
É um fim de semana pipoca. Aaron Sorkin, roteirista-estrela de Hollywood, estreia na direção com A Grande Jogada (trailer). Esquiadora que não pôde ir para as Olimpíadas na última hora, Molly Bloom se reinventa e cresce e enriquece noutra carreira. Pôquer. Ilegal. Até que um dia o FBI bate à porta. Já Matt Damon estrela outro filme - Pequena Grande Vida (trailer). Descobre-se o segredo para encolher e, encolhidas, as pessoas vivem em microcomunidades nas quais se gasta muito menos de tudo. Bom para o planeta. Mas o destaque tem de ser um terceiro filme: Trama Fantasma (trailer), último papel para o cinema de Daniel Day-Lewis. O mestre-ator faz um estilista obsessivo e grosseiro, que veste a sociedade britânica, e se apaixona por uma garçonete. A relação dos dois não terá nada de simples. Veja as outras estreias.
Aliás... A Vanity Fair listou todas as 21 performances de Day-Lewis para o cinema, da melhor à pior. Todos grandes trabalhos dentre os quais três lhe valeram Oscars. O pintor paralisado de Meu Pé Esquerdo (trailer), escolheram para terceiro lugar. Seu Lincoln (trailer), dirigido por Steven Spielberg, é o segundo.
E... Um dos favoritos ao Oscar, Guillermo del Toro foi acusado de plágio. Seu A Forma da Água (trailer), com 13 indicações, pode ter sido copiado da peça Let Me Hear You Whisper, de Paul Zindel. A história original acompanha uma faxineira que, trabalhando num laboratório onde são realizados experimentos em animais, se fascina por uma criatura submarina encerrada em um tanque de vidro. Conversa com o ser graças à música de alguns discos antigos. Quando descobre que as autoridades planejam acabar com o ser, a moça traça um plano para libertá-la.
Viver
Antidepressivos são, há décadas, vistos com desconfiança. Mas um estudo comprovou sua eficácia. Funcionam. Aliviam os sintomas de depressão, doença que afeta uma em cada 20 pessoas no planeta. Segundo a pesquisa, a chance de uma pessoa melhorar com um antidepressivo é de 37% a 113% maior do que com um placebo. (Folha)
E um chaveiro argentino conseguiu, por acaso, fotografar o nascimento de uma supernova.
Cientistas estão propondo uma nova categoria na escala de furacões. A atual, que vai até a categoria 5, estaria obsoleta, incapaz de refletir os ciclones tropicais que se tornam cada vez mais fortes por conta das mudanças climáticas. Seriam os casos do furacão Patrícia, o mais poderoso já registrado, que atingiu o México em 2015 e chegou a registrar ventos de 345 km/h, e do tufão Winston, que em 2016 atingiu as Ilhas Fiji com ventos de até 280 km/h. (Globo)
Cotidiano Digital
Pedro Doria: “O IBGE soltou, esta semana, a PNAD Contínua: 30% dos brasileiros não têm internet em casa. Os estados cobram impostos ali no teto das empresas de telecomunicações por um único motivo. É fácil. Todo mundo usa celular, TV a cabo, as contas são altas. Mete um imposto caro, o cofre enche fácil. Corte o imposto em telecomunicações e os estados, já falidos, não fecham as contas de jeito nenhum. Têm baixa eficiência administrativa, capacidade de recolher impostos pulverizados limitada, folhas altas e não entregam o que a população precisa. Cobrar caro do celular não é estratégico. É só fácil. Porque o imposto é caro, quem fica sem internet, hoje, é o pobre. Resultado a longo prazo: um país menos conectado porque conectar equipamento demais é caro. Por isso, um país sem infraestrutura inteligente. Sem população capacitada a trabalhar na indústria 4.0. Não há nenhuma razão para otimismo.” (Globo ou Estadão)
Volta à Câmara, na terça que vem, o projeto que regulamenta Uber, Cabify e 99. O projeto dos sonhos dos taxistas já havia sido aprovado pelos deputados. Os senadores, porém, vetaram a obrigação de que os motoristas fossem donos de seus carros, tivessem placa vermelha ou fossem proibidos de transitar por cidades vizinhas. A versão atual, pois, está assim: funcionariam como já funcionam. A Câmara terá de dizer se topa. (Folha) via Pioneiros
Kylie Jenner, a celebridade que fez estourar o Snapchat, publicou um tweet, quarta. ‘Alguém ainda vai ao Snapchat?’ Mais de um milhão de fãs protestaram contra o redesenho da plataforma. As ações da rede social despencaram.
