Rio está sob intervenção federal; Comando Militar do Leste assume segurança

A pedido do governador Luiz Fernando Pezão, sai agora de manhã um decreto pelo qual as Forças Armadas assumem o comando da segurança no estado do Rio de Janeiro. É uma intervenção federal. O comandante militar do Leste, general Walter Souza Braga Neto, por ordens do presidente da República, toma do governador as responsabilidades sobre a área. É uma medida radical. Enquanto um dos entes federativos está sob intervenção, qualquer mudança na Constituição é de presto suspensa. Discussões sobre a reforma da Previdência, por exemplo, não acontecem mais. (O que, aliás, é conveniente para o Planalto, pois não tinha os votos.)

A decisão foi tomada ontem à tarde, no Rio, em uma reunião que juntou Pezão com os ministros da Defesa, Raul Jungman, e o da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Segundo os jornais de hoje, foi Pezão quem pediu. À noite, Temer convocou ministros e os presidentes de Senado e Câmara ao Jaburu para definir a intervenção. Rodrigo Maia, cujo pai Cesar deve sair candidato ao governo estadual, não gostou de ser pego de surpresa, conta Maria Lima. “Não vou ficar contra, mas também não vou opinar”, disse. Pezão o convenceu. “Rodrigo, não dá mais. Não temos saída.” O decreto de intervenção, ainda não publicado até o fechamento da edição, precisa determinar que áreas sofrem intervenção e qual o prazo para o fim do jugo federal. O Congresso Nacional também terá de aprová-la. (Globo)

Porém... O tom da Agência Estado, ainda ontem, era outro: Temer enviara Jungman e Moreira na Quarta de Cinzas para pressionar Pezão por, no mínimo, uma intervenção branca.

Aliás... O governo passou, ontem, o dia discutindo sobre a criação de um Ministério da Segurança Pública. O ex-governador paulista Luiz Antônio Fleury Filho chegou a ser sondado, segundo Andréia Sadi, recusou. Era quem comandava São Paulo quando houve o Massacre do Carandiru. Diz o jornalista Ricardo Noblat que o ministério vai para o ex-secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame. E que seu primeiro trabalho será a intervenção no estado.

Flávia Barbosa: “Com a decisão de decretar uma intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro, a reforma da Previdência não poderá ser votada. Isso sugere que o cálculo político do Palácio do Planalto pode ter mudado, de uma agenda impopular e que não consegue apoio parlamentar para um tema que mobiliza a população brasileira. É preciso ver se o governo federal resistirá à pressão dos agentes econômicos ao adiar a votação da Previdência. Porém, se decidir seguir este caminho, começará outra empreitada. Temer terá de provar que a medida não será rasa; terá de apresentar em curto período de tempo resultados que os quatro planos de segurança pública com digital do governo federal lançados desde 2001 nunca conseguiram alcançar.” (Globo)

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O primeiro a dar foi O Antagonista. Minutos depois, a Folha confirmou. Luciano Huck anuncia, hoje, que não sairá mesmo candidato à presidência. Não é uma decisão que vem sem luto. “É como quem interrompe uma gravidez”, disse a um amigo, que repetiu o diálogo a Mônica Bergamo. “O corpo todo se preparava e se movia para a chegada dessa nova vida. E ela teve que ser interrompida. É frustrante.” Ele acreditava conseguir se eleger com popularidade suficiente para tocar reformas grandes nos primeiros cem dias. Acreditava, igualmente, que poderia carregar consigo um bom número de deputados estreantes. Mas a ameaça da TV Globo de cortá-lo, e de não permitir sua volta depois, fez com que interrompesse os planos.

Como explica José Roberto de Toledo, a pressão da mulher, dos pais e do irmão para que desistisse era grande. Angélica, afinal, também perderia o programa. A insatisfação da família Marinho era notória. A história do jatinho financiado pelo BNDES lhe deu mostras do que teria de enfrentar. E há o TSE, que arquivou denúncia por abuso de poder econômico pela aparição do apresentador no programa de Fausto Silva — mas que seria retomada, caso a candidatura fosse confirmada.

Decisão já pública, o PSDB tem planos de seduzi-lo como cabo eleitoral. (Estadão)

Igor Gielow: “A um amigo, Huck disse nesta semana que o processo final de decisão havia lhe ‘fritado os neurônios’. Agora, frito está o campo do centro político brasileiro, que havia apostado pesadamente na hipótese de Huck se lançar. Há pouca confiança entre os políticos do governismo no nome de Alckmin. Com isso, o assanhamento entre os partidos menores, e mesmo entre o maior de todos, o MDB, é natural. Se Henrique Meirelles (PSD) perdeu o ímpeto que de resto a realidade nunca lhe permitiu ter, Rodrigo Maia (DEM) segue desfilando como nome a considerar apesar de números não encorajadores. Ambas as candidaturas podem acontecer, claro, mas dificilmente terão perna para a maratona. De negativa em negativa, seja a atribulação legal de Lula ou as questões pessoais de Huck, o quadro eleitoral de 2018 vai se construindo.” (Folha)

Há um movimento interessante acontecendo no Supremo. O ministro Luís Roberto Barroso enviou para a primeira instância um caso no qual o senador mineiro Zezé Perrella é acusado de posse irregular de arma de fogo. Ter a espingarda calibre 20, cano duplo, apreendida durante uma operação de busca pela PF, é crime comum. Barroso ignorou, pois, o foro privilegiado. E com argumento: a maioria dos ministros já definiram, por voto, que o foro só vale para acusações relacionadas ao exercício do cargo e durante o mandato. Um julgamento que só não terminou por que Dias Toffoli pediu vistas. E pelo menos um ministro já começou a agir como se o foro já estivesse restringido. (Folha)

Receita do “novo” PSDB tem ingrediente indesejado

Tony de Marco

 
Caldeirao-do-FHC

Cultura

Se é que alguém ainda tem ânimo, o Bloco Navio Pirada do BaianaSystem estreia, amanhã, na avenida 23 de maio. Mas nem só de carnaval vive São Paulo. O Instituto Cervantes abre uma mostra do cineasta espanhol Vicente Aranda. Uma exposição revela o trabalho de Pierre Verger, na Galeria Marcelo Guarnieri. E Juçara Marçal canta o repertório da francesa Brigitte Fontaine, no Sesc Belenzinho, amanhã.

No Rio, a Caixa Cultural traz duas exposições. Rugendas, com a visão do artista alemão do Brasil oitocentista, e Francisco Brennand, com cerâmicas, desenhos e pinturas do artista pernambucano. Enquanto isso, ali ao lado, o CCBB mostra a leitura teatral do Grande Sertão Veredas feita por Bia Lessa, com Caio Blat, Luíza Lemmertz e Leon Góes. No Blue Note, o cantor e compositor Mario Lucio, de Cabo Verde.

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Mais dois candidatos ao Oscar estreiam esta semana. Um é Três Anúncios para um Crime (trailer), no qual Frances McDormand faz a mãe que aluga três outdoors para criticar a polícia por não resolver o assassinato de sua filha. O outro, Lady Bird, A Hora de Voar (trailer), a jovem Christine (Saoirse Ronan) confronta a mãe e deseja escapar para uma faculdade longe da opressão familiar. Para quem é de pipoca, estreia também um novo filme Marvel — Pantera Negra (trailer). Veja as outras novidades.

Aliás... Começa a rolar um teaser de Os Incríveis 2, desenho da Pixar previsto para junho. Nele, o marido da família de heróis fica em casa com as crianças para que a mulher salve o mundo.

Uma história de amor que nasceu nas ‘notas de um violino’ durante uma viagem. Foi contando essa história que a brasileira Gisele Fialho Mota tornou-se uma das vencedoras do prêmio Cara Julieta, que escolhe as melhores correspondências enviadas para a Casa de Julieta, museu italiano que homenageia a heroína de William Shakespeare. A casa foi tema do filme Cartas para Julieta, que conta a história de Sophie, uma aspirante a escritora que viaja para a Itália acompanhada de seu noivo, acaba conhecendo as secretárias de Julieta e ajudando-as com o trabalho de responder as correspondências. (Estadão)

A cantora Demi Lovato voltará ao Brasil em abril para uma série de shows com a sua nova turnê, Tell Me You Love Me. Ela se apresentará em São Paulo, Recife, Fortaleza e Rio de Janeiro.

Viver

Para ler com calma. Em 1991, um grupo de mulheres da Escola de Artes do Antioch College criou uma Política de Prevenção da Ofensa Sexual. As ‘Regras de Antioch’. Consentimento sexual precisa de um ‘sim entusiasmado’ dos envolvidos. Até ali, era consensual enquanto ninguém falava ‘não’. Foi uma das primeiras vezes que a antiga compreensão da nossa cultura de consentimento — ‘não significa não’ — colidiu com um emergente ‘sim significa sim’. Em 2008, as escritoras feministas Jaclyn Friedman e Jessica Valenti publicaram o livro Sim significa sim! (Amazon) e popularizaram de vez a frase. Em 2014, a Califórnia tornou-se o primeiro estado americano a transformar o consentimento afirmativo em lei. Movimentos como o #MeToo mostram que a linguagem em torno do consentimento se expandiu. Um sentimento incômodo após uma relação, antes indefinido, agora pode ser categorizado como uma situação ‘Cat Person’ ou um ‘encontro Aziz’. E enquanto a sensação de muitas mulheres que se depararam com essas histórias foi a de ‘eu sei como é’, o de muitos homens foi o de ‘eu pensei que ela estivesse gostando’. Para Michael Kimmel, professor de Sociologia na State University of New York, o consentimento afirmativo, ‘sim significa sim’, é o único caminho possível rumo a um bom lugar para todos. Se for, é uma estrada longa.

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E São Paulo é a única cidade brasileira entre as dez com o pior tráfego do mundo. Está no quarto lugar do ranking Global Traffic Scorecard, da INRIX.

São pequenas, porém reais, as chances de o Tesla enviado a bordo do foguete Falcon Heavy colidir com a Terra nos próximos 3 milhões de anos. Precisamente, 6%. A probabilidade é pouca, mas maior que a de uma colisão do automóvel com Vênus ou Marte. Se rolar, só após a extinção humana.

Só por via das dúvidas... É possível rastrear o carro de Elon Musk.

E por falar... Insatisfeito com a educação de seus filhos, Musk resolveu tirá-los da escola em que estudavam. E criou sua própria escola, a Ad Astra (em latim, ‘Para as estrelas’).

Cotidiano Digital

Em junho de 2017, o ataque do vírus NotPetya, que encriptava os dados dos computadores tomados e cobrava um resgate, circulou o mundo, mas atingiu fortemente a Ucrânia — empresas privadas e órgãos do governo. Kiev, desde o início, acusou o Kremlin de organizar a operação, que abalou a economia do país. Agora é a vez do Reino Unido. Segundo o governo britânico, há fortes sinais de que a Rússia foi mesmo responsável. E mais: embora sugerisse um resgate para recuperar dados, NotPetya não foi desenhado para reverter o processo. Seu objetivo não era fazer dinheiro com resgates e sim inutilizar máquinas e provocar a perda de informação.

Jack Dorsey, CEO do Twitter, bateu duro na própria plataforma. “Um terço das duas milhões de novas pessoas que chegam a nós diariamente se desapontam.” Segundo ele, dá muito trabalho entender o Twitter. Mudanças grandes estão nos planos. A primeira: mais vídeo, menos texto. A segunda: compreender o que interessa ao usuário e facilitar que descubra este conteúdo. Radical.

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