Lula dispara como favorito; ainda não sabe se poderá disputar

Lula lidera com folga, e se consolida, na corrida presidencial de acordo com o mais recente Datafolha. Com relativa tranquilidade, em todos os cenários, em segundo vem o deputado Jair Bolsonaro. Na consulta, realizada entre 29 e 30 de novembro, levando-se em consideração as presenças de Marina Silva e Joaquim Barbosa na corrida, Lula teria 34%, Bolsonaro 17%, Marina 9% e, empatados, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes, com 6%. Um pleito sem Lula fica mais equilibrado. Bolsonaro teria 21%, Marina, 16%, Ciro com 12% e Alckmin, 9%. No segundo turno, Lula venceria de Alckmin (52 a 30%), Marina (48 a 35%) ou Bolsonaro (51 a 33%). Na ausência do líder petista, Marina se elegeria presidente contra Bolsonaro (46 a 32%). (Folha)

Mas... Na versão espontânea do Datafolha, quando o instituto não apresenta os nomes dos candidatos, Lula tem 17%, Bolsonaro, 11%, todos os outros 1% ou menos. 19% dos brasileiros respondem: ninguém. E 46% não têm ideia.

Alon Feuerwerker: “O Datafolha deste fim de semana traz como maior novidade a ampliação da vantagem de Lula sobre os adversários no segundo turno. Isso é consistente com duas variáveis. Uma mensurável: a taxa de rejeição do ex-presidente vem caindo. A outra não se mede com números: são as dificuldades objetivas e subjetivas para montar uma ampla coalizão antilulista. O antilulismo de agora é formado por cinco afluentes principais: o antipetismo político, o pró-capitalismo radical, o conservadorismo moral, o horror à esquerda e a rejeição ao que se convencionou chamar de velha política. O problema dos alquimistas da direita é juntar todos esses ingredientes num único bolo que seja digerível. A busca frustrada do novo é sintoma da dificuldade. Quanto do bolsonarismo se disporia a trocá-lo por um tucano clássico para vitaminar a frente antilulista? Quantos eleitores tucanos estariam dispostos a apoiar Bolsonaro contra Lula? O eleitorado de Marina na hora h vai à direita ou à esquerda? Em 2014 ele se dividiu. O agronegócio apoiaria Marina contra Lula? E a velha política, teria alguma razão para priorizar o antilulismo?”

Diz Lauro Jardim que o TRF-4 julga Lula entre março e abril. Uma condenação aí o impede de se candidatar. (Globo)

Enquanto isso... Marina Silva declarou ser, oficialmente, candidata. Num cenário sem Lula, ela está entre os favoritos.

Já Bolsonaro terá de responder, agora, à acusação de nepotismo. Ele e seus filhos empregaram Ana Cristina Valle, sua ex-mulher, a irmã dela e o pai de ambas. (Globo)

E... Henrique Meirelles diz que o governo terá candidato. Mas que não será Alckmin. “Gradualmente a população perceberá a melhora da economia e, a partir daí, criam-se condições favoráveis para candidatos que defendam esse projeto de reformas”, afirma. (Folha)

PUBLICIDADE

Num jantar ontem à noite, o presidente da Câmara Rodrigo Maia recebeu em sua casa Michel Temer, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, e líderes de partido responsáveis por 320 deputados. Temer, que vinha de outro almoço com parlamentares, estava aflito com a tentativa de salvar a reforma da Previdência. Todos saíram com uma missão: passar o pente fino nas demandas e insatisfações para conseguir aprová-la. “Espero que a gente tenha condições de votar a reforma esse ano”, afirmou. (Estadão)

No próximo dia 19, Marcelo Odebrecht deixará a prisão em Curitiba. Foi condenado a 10 anos de prisão. A primeira fase, em regime fechado, foi de dois anos e meio — e se encerra agora. Os próximos dois anos e meio serão de prisão domiciliar, proibido de sair, com tornozeleira eletrônica. Daí mais dois anos e meio podendo sair durante o dia e com prestação de serviços à comunidade e, por fim, regime aberto. Por questão de segurança, Odebrecht pagará por um jatinho particular que o levará a São Paulo. (Globo)

O general Mike Flynn, que por pouco mais de um mês ocupou o cargo de assessor de segurança nacional no governo Trump, reconheceu oficialmente ser culpado do crime de ter mentido à Justiça. Robert Mueller, o procurador especial que está no comando da investigação sobre o possível conluio entre a campanha que levou Donald Trump à presidência com os russos, poderia ter acusado Flynn de crimes mais graves. O reconhecimento oficial de culpa é indício de que os dois chegaram a um acordo. Segundo o professor de Direito Seth Abramson, diz muito. “Acordos deste tipo só são oferecidos quando a testemunha pode delatar alguém acima hierarquicamente”, diz em uma série de tweets. No seu cargo, só há dois acima. O vice-presidente. Ou o presidente. via Pioneiros

Cultura

João Gilberto gravou um vídeo, ainda não publicado, no qual chama de ‘imoralidade’ o processo movido por seus filhos mais velhos que o interditou e defende a mulher, Claudia Faissol.

A ex-consulesa da França no Brasil, Alexandra Loras, inaugurou no último sábado a exposição Pourquoi pas? (Por que não?) na galeria Rabieh, nos Jardins, em São Paulo. Nela, Gisele Bündchen, Silvio Santos e outras dezoito personalidades brancas são retratadas como se fossem negras. Choveram críticas e comparação aos tempos da ‘blackface’, quando brancos pintavam o rosto para interpretar negros de maneira caricata e estereotipada. “Estou sendo massacrada. Militantes dizem que sou racista. Eu pensei que as obras incomodariam os brancos, não os negros”, diz Alexandra.

Dean Baquet, que comanda o jornalismo do New York Times, entrevista o rapper Jay-Z. Na pauta: racismo, a briga com Kanye West, a traição a Beyoncé, o que pensa sobre Donald Trump — e sobre Barack Obama. “Ele não é um super-herói. E é injusto colocar expectativas sobre esse homem apenas por causa de sua cor. Ele esteve lá por oito anos. Teve que desfazer o que os 43 presidentes anteriores fizeram. Em oito anos. Não é justo.”

A nova coqueluche das séries é Dark (trailer), da Netflix alemã. Passada em uma pequena cidade no interior do país, acompanha um policial alarmado com o desaparecimento de dois adolescentes, um seguido do outro. A trama, que se inicia com uma pegada de suspense, logo envereda entre o terror e a ficção científica.

Há quem goste de Star Wars — e há quem se dedique plenamente à saga da família Skywalker. Entre o episódio VI, o Retorno de Jedi no qual morre Darth Vader, e o episódio VII, quando começa a nova trilogia, se passam três décadas. Essa história existe: foi contada em livros, quadrinhos e até videogames. Um episódio aqui, outro ali. A turma do io9 montou o quebra-cabeças e conta o que se passou.

Viver

Completaram-se, no último domingo, 50 anos da primeira vez que uma cirurgia de transplante de coração foi realizada no mundo. O paciente era Louis Washkansky, de 54 anos, que 18 dias depois morreu de pneumonia. Efeito colateral das drogas imunodepressoras necessárias para reduzir os riscos de rejeição. Hoje, segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 72% dos pacientes que passam pelo procedimento vivem, pelo menos, mais cinco anos, enquanto 20% alcançam duas décadas. A técnica operatória não mudou. Mas as formas de evitar a rejeição, sim. (Globo)

O governo brasileiro passará a disponibilizar no SUS a terapia PrEP (sigla para profilaxia pré-exposição). Um comprimido por dia que previne a infecção pelo HIV. Tem efeitos colaterais e, por isso, só é indicada para pacientes em grupos de risco.

PUBLICIDADE

Em meados do século XIX, o médico americano James Marion Sims, ‘pai’ da ginecologia, criou o espéculo. O instrumento é utilizado em exames para afastar as paredes vaginais e tornar o colo do útero visível. Para muitas mulheres, no entanto, seu uso é doloroso, desconfortável, gera ansiedade e medo. Três designers e uma engenheira mecânica querem acabar com isso: criaram Yona, o espéculo redesenhado. (Nexo)

Foi aos 50 minutos do segundo tempo, mas, de virada, o Flamengo garantiu uma vaga na Copa Liberadores da América. O time comandado por Reinaldo Rueda venceu a equipe do Vitória por 2 a 1 na 38ª e última rodada do Campeonato Brasileiro. Chegou aos 56 pontos e terminou na sexta colocação.

No G-6, Corinthians, Palmeiras, Santos, Grêmio e Cruzeiro também se classificaram para o torneio. Coritiba, Avaí, Ponte Preta e Atlético-GO vão encarar a segunda divisão, em 2018. Veja como ficou a tabela completa.

Cotidiano Digital

O iPhone X já começa a aparecer em pré-venda nas lojas de ecommerce. O modelo mais barato é o de 64Gb, que sai por R$ 6.999.

O psicanalista paulistano Christian Dunker acaba de lançar Reinvenção da Intimidade (Amazon), um pequeno livro sobre como lidamos com o sofrimento hoje em dia.

Christian Dunker: “As redes nos impactam de duas maneiras. A primeira é afetar nosso sistema de identificação. Gira em torno de quem sou eu, quem é você, quem somos nós. Segundo: nosso sistema de demanda. Elas criam a experiência de supor que nosso clique é importante. Isso causa uma deformação no tamanho do eu. Você pode afirmar: eu amo mais isso e menos aquilo, uma certa arrogância. E fetichizamos: ‘Dei um unfollow no cara!’ O ego cresce sem referência no outro. Mas o outro é importante para regular nossas fantasias. Então vem um terceiro processo, depois da identificação e da demanda: a criação do ódio. Seria natural passar do like, da afinidade, para um percurso de viagem comum. Amigos estão na mesma viagem, estão engajados. Quando você tem uma fidelidade, um compromisso, vem a questão: o que descobrimos junto? Este terceiro polo está ligado à intimidade, às noções de público e de privado. Você não consegue passar dos grupos de WhatsApp para experiências de incerteza — ali você só compartilha certezas sem nuances. O que acontece com essa inflação do eu? Como os outros não respondem ao seu sistema de identificação, seu mundo diminui. Conforme o seu ego cresce, a empatia pelos outros some. Assim, você só consegue falar com os outros que falam igual a você. Daí você tem a política de identidade, e não de interesses, utopias, ideologias, futuros possíveis. Você vive numa bolha e acha que só ela existe.” (Estadão)

Encontrou algum problema no site? Entre em contato.