Prezadas leitoras, caros leitores –

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Assim surgiu por aqui o projeto que batizamos Pioneiros. É como chamamos os leitores que já tornaram o Meio um hábito cotidiano. São vocês, pois, que nos acompanham e nos recomendam. E para vocês, nossos Pioneiros, desenvolvemos cá um sistema cujo objetivo é facilitar o envio de convites para assinar o Meio. Basta clicar aí em cima desta e das próximas edições: Convide seus amigos. Este link é só seu e identifica quem chegou aqui por seu intermédio.

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E obrigado pela leitura

— os editores

O embate na Câmara vai começar

Se tudo seguir conforme os planos, a Câmara decide amanhã se o presidente Michel Temer pode ou não ser processado pelo STF pela acusação de corrupção passiva. 81% dos brasileiros, segundo o Ibope, desejam que a Justiça avalie o caso. Mas dificilmente os deputados o permitirão. No Congresso, nem a oposição tem dúvidas de que Temer vencerá em plenário — afinal, seriam necessários pelo menos 342 votos para encaminhar o caso aos ministros do Supremo. Por isso, as brigas do governo são outras. Não é à toa que, nas enquetes promovidas pelos jornais, 40% dos deputados não tenham se posicionado ainda. Os parlamentares desejam as benesses oferecidas pelo Planalto, mas não querem se expor declarando-se a favor do presidente. Só que ao menos dois terços deles precisarão aparecer. Em caso contrário, a decisão será postergada. Além de garantir o quórum, o governo tem esperanças de conseguir bem mais do que 250 votos — algo entre 280 e 300. Caso contrário, será indício de que mesmo abrindo o cofre sua base apoio é rala e não sobreviverá quando vier a segunda denúncia. (Globo)

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Diga-se: o Congresso Nacional não é para os fracos de estômago. O deputado paraense Wladimir Costa, por exemplo, apareceu do recesso com a bandeira nacional e o nome ‘Temer’ tatuados no ombro. “A dor valeu a pena”, afirmou. “Parceiro que é parceiro derrama até a última gota de sangue.” Pode ser. Um tatuador experiente de Brasília botou o olho, achou borrado e diagnosticou rápido. É tatuagem de henna. (Estadão)

Enquanto isso, no Senado, os peemedebistas Roberto Requião e Romero Jucá batiam boca. Não nos corredores. Tampouco no plenário. Em público, pelas redes sociais. “Se eu solto meus cachorros atrás de você”, disse Requião em vídeo, “vai ser bem mais sério do que uma busca da Polícia Federal.” Jucá não piscou. “Eu não tenho medo”, falou, “não sou réu, diferente do senhor que é réu em várias ações aí no Paraná.” Começamos bem.

Os procuradores da Lava Jato apresentaram recurso ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região pedindo aos desembargadores que aumentem a pena que o juiz Sérgio Moro impôs ao ex-presidente Lula. Esperam que ele devolva R$ 87,6 milhões — os prejuízos causados à Petrobras — e não apenas R$ 16 milhões, como fixou a corte de Curitiba. (Estadão)

Por sua vez, Moro decretou a prisão preventiva do ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine e dos irmãos André Gustavo e Antônio Carlos Vieira. Estavam detidos temporariamente — agora não têm mais prazo para sair. (Globo)

Em Brasília, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recorreu ao Supremo pedindo que afaste Aécio Neves do Senado e o prenda. Aécio fora liberado por uma ação monocrática do ministro Marco Aurélio Mello, no último dia de trabalho do STF. Janot pede que, no mínimo, Aécio seja proibido de contatar outros investigados.

Virando-se contra seu partido, o deputado Jean Willys publicou uma carta aberta contundente — e bem argumentada — de repúdio ao governo Maduro, na Venezuela. Na esquerda, a Rede foi o único partido a se declarar claramente contra a guinada venezuelana por controle total dos três poderes pelo PSUV bolivariano.

E... Durante a madrugada, pelo menos dois líderes da oposição — Leopoldo López e Antonio Ledezma — foram levados pelo governo para local desconhecido.

Aliás... O link de ontem para a música Temer Balança, inspirada no Barão Vermelho das antigas, falhou. Este é definitivo. E o cover, divertido.

Cultura

Dramaturgo, diretor e ator respeitado, Sam Shepard morreu aos 73 anos na semana passada — a família só anunciou ontem. Vencedor do prêmio Pulitzer em 1979, Sheppard criou mais de 55 “peças alucinógenas que redefiniram a paisagem do Oeste americano e seus moradores”, como definiu o New York Times. Também atuou em mais de 50 filmes, escreveu prosa e colaborou em roteiros. Conquistou da Broadway a Hollywood, resumiu o Guardian. Mas foi no teatro, de fato, que deixou sua marca e se firmou como “um dos autores mais originais de sua geração, conhecido por capturar o lado sombrio das famílias de seu país”, segundo a Folha.

Galeria: o NYT reuniu fotos de Shepard como ator, de um de seus cadernos e de uma cena de Buried Child, peça pela qual ganhou o Pulitzer.

Aliás... A crítica celebrou, ontem, a memória de Jeanne Moreau. Como escreveu Inácio Araújo na Folha, “a cada novo trabalho ela reafirmou o gosto da liberdade, a rebeldia e o pouco apreço à rotina”. Quando despontou nos cinemas nos anos 1950, “quebrou paradigmas de beleza do star system de sua geração, dominado pelas formas voluptuosas de Marilyn Monroe e de Brigittte Bardot”, lembrou o Globo.

Galeria: a diva francesa em fotos, dos anos 1940 aos 2000, no Guardian.

Galeria 2: a atriz em gifs numa seleção feita cá pelo Meio.

Apresentada pelo namorado a um reality show promovido pela célebre Ru Paul, Pabllo Vittar descobriu o mundo das drag queens. Tinha 18 anos. “No início era só por diversão”, contou à Billboard. “Aí descobri uma estética da qual gosto.” Ela explodiu internacionalmente esta semana por conta do clipe Sua Cara, no qual contracena com Anitta em música da dupla Major Lazer. A drag atraiu os olhares do duo no Carnaval deste ano, quando emplacou o hit Todo dia. O novo clipe já passa de 25 milhões de visualizações no YouTube — só de domingo para cá. Conheça sua história.

A HBO foi vítima de um ataque hacker. Episódios da nova temporada de Game of Thrones podem ter vazado, como informou a empresa. Eram guardados a sete chaves pela emissora, mas sucumbiram a um ataque cibernético cuja data não foi divulgada pelo canal, segundo o Washington Post. Entre os materiais roubados, estão roteiros, relatórios e outros arquivos, que somam 1,5 terabytes. No G1, a história abreviada, em português.

Trabalhando em disco novo, Paul McCartney anunciou: o álbum terá uma música sobre Donald Trump. Em palestra para estudantes de artes em Liverpool, o ex-Beatle disse que “sentiu que devia escrevê-la”. Não deu detalhes sobre a canção, apenas divagou: “Às vezes, a situação do mundo está tão louca, que você precisa falar sobre isso”.

Viver

Na última década, na Nicarágua, 1.600 meninas entre 10 e 14 anos foram estupradas e engravidaram em decorrência da violência sexual. O aborto por lá é ilegal. O país tem a maior taxa de gravidez entre meninas dessa faixa etária na América Latina. “Não há opções para uma menina que sofra violência sexual e engravide por causa disso”, diz ao El País Marta María Blandón, diretora da organização IPAS, que realizou estudo no país. “Há 10 anos, com a penalização do aborto na Nicarágua, não resta outro caminho à menina neste país senão parir.”

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A historiadora Emily Skidmore encontrou relatos de homens transgêneros desde a virada do século XX. Estão no livro True Sex, em que a americana defende o gênero como algo fluido há muito tempo, antes mesmo dos anos 1920 — década a que se prendem historiadores em geral, segundo ela, ao tratar do tema da fluidez de gêneros. Ao longo da história, afirma Skidmore, os trans experimentaram diferentes tratamentos pela sociedade e receberam as mais variadas definições — por exemplo, no fim do século XIX, homens transgêneros eram chamados de ’female husbands’, ou maridos femininos.

Galeria: a comédia da vida selvagem, em fotos (divertidas, pois) que disputam a final do prêmio Comedy Pet Photography.

Cotidiano Digital

De janeiro para cá, pelo menos cinco hackers russos foram presos enquanto passeavam pela Europa. Todos especialistas em spam ou vírus que permitem controlar remotamente o computador. Um deles, Pyotr Levashov, pode estar para ser extraditado pela Espanha para os EUA. Em todos os casos, segundo a AP, são suspeitos de tentar interferir nas eleições americanas de 2016.

Vic Gundotra, que há algum tempo foi um dos principais executivos do Google, afirmou numa caixa de comentários do Facebook que iPhones tiram fotos melhores do que Androids. Segundo ele, a mágica da fotografia, hoje, não está nas lentes e sim no software que processa a imagem. Porque a Apple faz tanto o programa quanto a máquina, a integração é perfeita. Já os diversos fabricantes de celulares Android têm dificuldade de integrar o hardware que constroem com o sistema feito pelo Google.

Pobres crianças... um modelo de minivan da Honda, recém-lançado no mercado americano, vem com monitor que permite ao motorista ver tudo o que se passa nos bancos de trás. Ele pode dar zoom. Via microfone, tem como recitar instruções aos meninos bagunceiros de trás como faz o comandante numa aeronave. As instruções, se o motorista quiser, passam por filtro de voz e soam tal qual Darth Vader.

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