Governo quer demissão voluntária de funcionários

O Ministério do Planejamento anunciou um Programa de Desligamento Voluntário. Os funcionários públicos ligados ao Poder Executivo Federal que optarem por se demitir terão direito a uma indenização de 125% do salário multiplicados pelo número de anos de serviço. A expectativa do governo é de economizar algo como R$ 1 bilhão por ano. Os trabalhadores também poderão optar por reduzir a jornada com diminuição correspondente dos proventos.

Aliás... Servidores públicos foram um dos principais temas da longa conversa entre o presidente Michel Temer e Delfim Netto, no domingo. Delfim, velho conselheiro de todos os presidentes, vê o corporativismo público como um dos maiores problemas dos governos brasileiros. Servidores, afinal, têm emprego e aposentadoria garantidos — diferentemente de quem está no setor privado; e têm o direito de fazer greve, coisa que as Forças Armadas não têm. É, portanto, plena liberdade de pressão sobre o governo, sem qualquer risco. (Estadão)

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Em maio, manifestantes sem terra invadiram a fazendo do coronel reformado João Baptista Lima Filho. Tinham uma reivindicação: que o Incra adquirisse uma área em Bauru para assentamento. Baptista é amigo pessoal de Temer e, segundo a Lava Jato, operador de propinas do presidente. A pressão dos manifestantes deu certo e o Incra está atendendo sua reivindicação. Enquanto o MP investiga o uso de tráfico de influência — a amizade do presidente garantiu um assentamento que não ocorreria.

Lula: “A palavra propina foi inventada pelos empresários para tentar culpar os políticos — ou pelo Ministério Público. Por tudo o que leio na imprensa, os empresários sempre deram dinheiro para campanha. Eu não conheço um político em Manaus ou em São Paulo que vendeu a casa para ser candidato. Todos eles pedem dinheiro para empresário, a vida inteira, desde que foi proclamada da República. A diferença é que agora transformaram as doações em propina, então ficou tudo criminoso. Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral, de criar um fundo de financiamento de campanha para que não fiquem mais dependentes de empresário, o Brasil não vai ter jeito.” (Globo)

Joel Pinheiro da Fonseca: “Em algum momento, alguém acreditou que a internet e as redes sociais poderiam servir para unir as pessoas e solucionar discordâncias. Ocorreu o contrário. Confrontados com a opinião alheia que nos desagrada, reafirmamos ainda mais nossa convicção. A quantidade de informação circulando na rede é tamanha que dá para cada grupo encontrar os fatos de que precisa para montar sua própria narrativa.”

Leonardo Sakamoto: “À medida em que avançamos em direção a 2018, políticos vêm perdendo o pouco pudor que tinham com relação ao jornalismo, atacando-o à luz do dia. Enxergando-se como seres acima do bem e do mal e não aceitando a circulação de qualquer notícia negativa sobre eles, soltam fortes declarações, muitas vezes grávidas de ódio contra jornalistas. Estas acabam por dar à luz a campanhas digitais, organizadas ou não, contra os profissionais de imprensa.”

Andres Malamud: “O Brasil é pequeno no mundo: a sua capacidade militar está mais próxima da Colômbia que da Índia (para não falar dos EUA, China ou Rússia). A sua participação no comércio internacional não chega a 1,5% (tendo 3% da população mundial) e o seu desenvolvimento científico e tecnológico é baixo. O Brasil teve, durante 16 anos, dois presidentes excepcionais: FHC e Lula. A Argentina, por exemplo, há décadas que não tem nenhum dessa hierarquia, ainda menos dois. Com Dilma e Temer, o Brasil voltou à normalidade dos presidentes medíocres: daí a perda de imagem internacional e soft power.”

Uma história brasileira: Breno Fernando Solon Borges, 37 anos, foi preso com 130 quilos de maconha, 199 munições de fuzil calibre 762 e uma pistola nove milímetros. Aí foi solto pelo TJ-MS e seus mandados de prisão, suspensos. Sua mãe é desembargadora no mesmo tribunal, informa Ancelmo Gois. (Globo)

Viver

“Era tão feio, como um monstro, com cabelos compridos. Cheirava tão mal. Tinha tanto medo que não conseguia olhá-lo. Me estuprou todos os dias, durante seis meses. Tentei me matar. Como consigo contar tudo isso sem chorar? Fiquei sem lágrimas.” Ekhlas, uma jovem iraquiana da minoria yazidi, foi sequestrada no norte do Iraque aos 14 anos. Tornou-se escrava sexual do Estado Islâmico até conseguir fugir. Hoje, três anos depois, vive num hospital psiquiátrico na Alemanha.

Maior campeão olímpico da história, o nadador Michael Phelps perdeu para um tubarão branco. Por dois segundos. O duelo, que o medalhista dizia ser um sonho, foi organizado pelo Discovery Channel, no fim de semana. Os dois, peixe e atleta, não nadaram juntos — primeiro, o tubarão cumpriu seus cem metros; Phelps encarou a meta em seguida. Mas na TV apareceram lado a lado, graças a efeitos especiais, separados por boias, como numa piscina olímpica. A diferença é que a temperatura da água estava a 12°C. Uma piscina costuma ficar a 26°C. “E eu não sou alguém que goste da água fria”, disse o atleta.

Durante 20 anos, Stubbs foi o prefeito de um diminuto povoado no Alasca, que, a bem da verdade, não tinha sequer prefeitura. Reza a lenda que uma eleição, em 1997, alçou-o ao cargo. Há quem conteste — aquele pleito, garante o Alaska Dispatch News, jamais existiu. Pouco importa, posto que Stubbs ‘governou’, entre cochilos, sachês de atum e nenhum escândalo de corrupção, até o último sábado, quando morreu (dormindo, claro). Foi o primeiro gato a ocupar uma prefeitura. 

Cultura

A Flip deste ano vai pagar a conta da falta de diversidade passada — ao menos com as mulheres. Pela primeira vez em 15 anos de evento, a festa literária de Paraty terá mais mulheres do que homens na programação.

Jornalista e editor, curador de duas edições da Flip, Miguel Conde acaba de lançar um podcast. Trata-se do programa Chamada Literária, na Revista Pessoa. Na primeira edição, ele entrevista a curadora da Flip deste ano, Joselia Aguiar.

A Pessoa, aliás, cresceu. Fundada em 2010, tornou-se referência em Literatura. Recentemente, engrossou o corpo de colunistas e terá programação especial nesta Flip.

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É possível pintar hoje com pincéis que Edward Munch usou outrora, em meados dos séculos 19 e 20. Sete deles foram coletados nos depósitos do Museu Munch, em Oslo, e recriados digitalmente pela Adobe. As ferramentas foram anunciadas como forma de promover o legado do pintor de O Grito — e, claro, também surgem como produtos vendáveis em torno do aclamado artista. O Artsy conta como foram concebidos e como funcionam os tais pincéis digitais.

Está confirmado, segundo o New York Times: Daniel Craig continua no papel de James Bond. O ator estará no próximo filme da franquia, previsto para novembro de 2019.

Cotidiano Digital

A Receita Federal estabeleceu uma norma para investimento-anjo em startups no Brasil. A mordida do imposto é gorda: 22,5% sobre os rendimentos. Os anjos são aqueles que põem o dinheiro inicial em uma empresa, geralmente digital, para que ela consiga sair do papel. A nova regra vem sobre uma lei igualmente nova, que permite este investimento. Antes, ou o empresário precisava contrair um empréstimo com o investidor ou, então, o investidor precisava se tornar sócio — o que o obrigava a se responsabilizar por quaisquer problemas. O que veio como boa notícia para as startups se tornou um problema com a nova carga tributária. Investir em empresas iniciantes traz um baita risco — é comum que se perca tudo. Ao diminuir as possibilidades de rendimento, o imposto tira o atrativo e põe em risco o já cambaleante mercado de startups nacionais.

O Guardian conta a história de Victor (29) e Nicole (26), um casal com três filhos que vive numa garagem alugada em Menlo Park, coração do Vale do Silício. Ambos trabalham em um dos restaurantes internos do Facebook e, por isso, moram em um dos metros quadrados mais caros dos EUA. Recentemente, os trabalhadores terceirizados da empresa formaram um sindicato. Victor se criou na região num tempo em que o pai era proprietário de casa e, ele, gerente de restaurante, podia pagar aluguel. São mostra da crescente má distribuição de renda local.

O Paint, programa tradicionalíssimo que acompanha todas as versões do Windows desde 1985, foi condenado à morte. Não terá mais atualizações e, em data ainda por definir, deixará de ser incluído no pacote de sistema operacional da Microsoft.

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