Doria e Alckmin seguram PSDB no governo

Geraldo Alckmin e João Doria têm medo de um governo Rodrigo Maia. Temem, em essência, que ele se torne um presidente forte o bastante para se candidatar à reeleição — com Temer, não há risco. E é isso, conta Andréia Sadi, que mantém o PSDB indeciso. Maia é do DEM — e o conflito afasta os tucanos de seu principal aliado durante o governo FH.

Aliás... A turma de Alckmin vê com alarme o movimento de Maia para atrair dissidentes do PSB para o DEM. Acreditam que o partido do presidente da Câmara tenta suplantar o PSDB no Congresso. (Folha)

Ricardo Noblat: “A nove dias da sessão da Câmara que decidirá se o presidente Michel Temer será julgado por corrupção, o PSDB, terceiro maior partido em número de filiados e o segundo em número de governadores e de ministros, ainda não sabe se é a favor ou contra. A um ano das convenções que indicarão os candidatos à próxima eleição, o PT tem candidato — Lula. O PDT, também — Ciro Gomes. O REDE tem — Marina Silva. Até o minúsculo PSC tem candidato — Jair Bolsonaro. O PSDB não tem. O partido é uma nau à deriva, desgovernada. Não é sequer uma biruta de aeroporto que aponta para o lado que o vento sopra.” (Globo)

Noutro capítulo das relações palacianas, a Folha analisa em animação a possível amizade entre Eduardo Cunha e Michel Temer.

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José Roberto de Toledo: “Quem mais se incomoda com o aumento dos impostos e em pagar mais caro pelos combustíveis não é o eleitor de Lula. Esse já desprezava Temer e sua turma. O segmento da população mais sensível é o que acreditou que Dilma caiu por causa das pedaladas fiscais. Ou seja, o presidente traiu a confiança justamente de com quem talvez ainda pudesse contar. Por mais essa, Temer deve deixar de ser vice de Sarney e se tornar o presidente campeão brasileiro de impopularidade. Como repercutirá no Congresso esse provável recorde de Temer? Os deputados que disputam voto em colégios eleitorais competitivos terão que pesar a carga de carregar o governo nas costas e sopesá-la com os agrados recebidos de Temer. Não será surpresa se acabar em traição.” (Estadão)

Nas contas do movimento 342 Agora, 207 deputados dizem que votarão por permitir que o STF julgue Temer. 159 garantem que são contra. Faltam 135 votos e há 147 indecisos.

Elio Gaspari foi atrás do Diagnóstico FIES (PDF), estudo do Ministério da Fazenda. Em 2012, havia 600 mil empréstimos para pagamento de mensalidade em faculdades particulares — passaram a 1,9 milhão, em 2015. Estudantes com zero em redação no Enem conseguiram dinheiro. A inadimplência está em 51,4%. O dinheiro fácil inflacionou as mensalidades e fez crescer o ensino privado superior, enriquecendo muita gente. O estudo conclui que, por existir o Prouni — sistema de bolsas para alunos que vieram do ensino público —, não havia qualquer necessidade de expandir o Fies. (Globo ou Folha)

Ao longo de 26 anos como parlamentar, o deputado presidenciável Jair Bolsonaro apresentou 97 projetos de lei com benefícios para militares (32% do total) e 44 para segurança pública. Não conseguiu aprovar nenhum. Só dois projetos que apresentou em toda carreira viraram lei — um estendendo isenção de IPI para bens de informática, outro autorizando o uso de uma droga específica para câncer. (Estadão)

O MBL, Movimento Brasil Livre, fazia discurso contra o loteamento de cargos. Em 2016. A Folha encontrou vários deles em cargos comissionados pelo país. Em 2017.

Para ler com calma: Os últimos sete secretários de Segurança Pública de São Paulo vieram do Ministério Público. E o MP paulista não questiona a dura repressão a manifestações e a política prisional do estado. Uma pesquisadora da FGV, Luciana Zaffalon, mergulhou na questão. Analisou 566 processos movidos contra o governo estadual entre 2012 e 2015 — só encontrou um caso em que os desembargadores do TJ deram perda para o estado. Era um pedido de aplicação do teto da remuneração do serviço público para o Judiciário. O governador Geraldo Alckmin, aliás, é autor de inúmeras leis que aumentam suplementos, benefícios e outras rendas do Poder Judiciário. No Valor, os detalhes da tese de doutorado de Zaffalon mostram como funciona a relação de contínua troca de favores entre governo, MP e juízes paulistas.

Emmanuel Macron chegou à presidência francesa com 64% de aprovação. Um mês depois, está com 54% — uma queda brusca para o governo que mal começou. Afetam sua percepção a reforma trabalhista, que o governo prepara, assim como os planos de aumentar as contribuições para bancar o sistema de Seguridade Social. Os franceses também olham com desconfiança os excessos de marketing — como o vídeo anti-Trump convidando cientistas americanos para o país.

Cultura

O fim de semana foi da San Diego Comic-Con, a feira de cultura pop que reúne estúdios, realizadores, atores e, por conseguinte, anúncios de lançamentos de séries e filmes. Leia-se: chuva de trailers. A HBO mostrou o teaser da segunda temporada de Westworld; a Netflix exibiu o teaser da continuação de Stranger Things; a AMC lançou a oitava temporada de Walking Dead, e a Warner Bros, o trailer do aguardado novo longa de Spielberg, Ready Player One — este, previsto para 2018, tem como personagem central um adolescente dentro de um jogo de realidade virtual num mundo distópico.

A propósito: em 1970, não mais que 300 pessoas visitaram a primeira edição da Comic-Con, na Califórnia. Neste fim de semana, foram 150 mil os visitantes por lá. A BBC conta como a feira virou o jogo, impulsionada principalmente pelo boom de filmes de super heróis e de ficção científica.

Uma Netflix brasileira. É o que propõe a Snapcine, plataforma de streaming para produções nacionais. Há cerca de cem títulos no catálogo, mas o objetivo (ambicioso) é de chegar a mil até o final deste ano, entre séries, longas e curtas-metragens de ficção ou documentais.

Lista: 15 filmes brasileiros para assistir na Netflix.

Sonia Braga ganhou o prêmio Platino de melhor atriz pela atuação no filme Aquarius. Entregue em cerimônia no fim de semana, em Madri, o prêmio é uma espécie de Oscar latino, como definiu o Estadão.

Chico Buarque entrou para o Instagram. O primeiro post de seu perfil foi o nome do novo disco, previsto para agosto, Caravana. E, para além de marketing, também fez post engraçadinho. Publicou o meme mais famoso de si mesmo: aquela capa de disco de 1966, que traz dois retratos seus — de um lado, sisudo; do outro, sorridente. (Estadão)

Roberto Carlos terá não apenas um, mas dois filmes sobre sua vida, informa Lauro Jardim, no Globo. O primeiro longa vai narrar a trajetória do ‘rei’ da infância até 1970. O outro, de lá até os dias de hoje. 

O bigode de Salvador Dalí não morreu. Surgiu intacto, firme e horizontal quando peritos fizeram a exumação do corpo do artista, na última sexta, a pedido da Justiça espanhola. “O bigode estava na posição clássica, marcando dez horas e dez minutos”, precisou o secretário-geral da Fundação Gala-Dalí, Luis Peñuelas Reixach. Além de admirar-se a longevidade do bigode (Dalí morreu 28 anos atrás), coletou-se material para um exame de DNA, reivindicado por suposta filha do artista.

Autor dos livros que inspiram Game of Thrones, George R.R. Martin diz que pode lançar “um, talvez dois” títulos novos em 2018. Um deles seria a já aguardada sequência The Winds of Winter. O outro, Fire and Blood, dedicado apenas a histórias dos Targaryen. “Ainda tenho alguns meses pela frente. Ainda tenho dias bons e ruins, e é tudo o que vou dizer”, declarou, misterioso.

O Museu Tussauds, em Manhattan, tirou de cena sua Beyoncé de cera, por um dia, na última semana. Fãs da cantora, ao verem uma foto da ‘obra’ nas redes sociais, queixaram-se que a diva esculpida parecia branca demais se comparada à real. O museu a devolveu no dia seguinte à confusão da foto na internet, mas não confirmou ter retocado a cor de sua ‘pele’ — alegou ter ajustado apenas a luz e a instalação de Beyoncé no espaço.

Viver

A Anvisa enviou ao Supremo parecer contrário à liberação do cultivo da maconha, seja para fins científicos ou medicinais. Alega que a questão pede uma regulamentação específica, à qual vem se dedicando um grupo de trabalho do órgão, que, entre outras ações, consulta autoridades sanitárias de outros países, como Canadá e EUA. Sem tais regras específicas, argumenta a Anvisa, seria “perigoso” liberar o plantio da erva, correndo-se, por exemplo, o risco de desvio de seu uso para fins recreativos. (Globo)

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O Bope tem sua própria igreja evangélica, com direito a pastor e seus sermões em tons agudos e a cultos com fiéis que se prostram de joelhos, empunhando a Bíblia em direção ao céu. A chamada Congregação Evangélica do Bope, o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar do Rio, foi construída com R$ 50 mil (provenientes de doações) na Tavares Bastos, comunidade onde está a sede do grupamento policial, tido, aliás, como o mais agressivo da cidade. (Folha)

Responder a cada tweet de Donald Trump como se fosse uma mensagem pessoal. É o que faz Josh Patten, um roteirista da equipe do Saturday Night Live, desde o último dia 16, numa espécie de projeto/sacanagem com o presidente americano e seus (muitas vezes desnecessários) posts no Twitter. Um exemplo: se Trump publica que está em trânsito rumo à Alemanha, Patten responde um “Me ligue quando aterrissar”, qual íntimo do presidente.

Goleiro da seleção brasileira na Copa de 1982, Waldir Peres morreu ontem, aos 66 anos, vítima de infarto. Foi um dos maiores ídolos do São Paulo, clube pelo qual disputou 617 partidas, entre 1973 e 1984. Com a seleção, além de 1982, participou das Copas de 1974 e 1978. (Globo)

Cotidiano Digital

Poucas funções foram menos impactadas pela tecnologia do que a dos serviços prestados em casa — o técnico da TV a cabo, o da geladeira, o eletricista. Isso pode mudar no encontro de inteligência artificial com internet das coisas. Máquinas serão capazes de autodiagnóstico preciso e poderão disparar pedidos de conserto antes de o defeito aparecer ou informar ao técnico qual o conserto necessário, poupando tempo. Além disso, sistemas que levam em consideração o GPS do carro de conserto, o trânsito e até o tempo serão capazes de marcar hora com precisão e manter o cliente informado. A vida, afinal, pode ser melhor.

Em 2009, um algoritmo propôs uma lista de startups que dariam certo nos anos seguintes. Estavam lá Spotify, Evernote, Etsy, Zynga — todas, de fato, tiveram sucesso. A revista Businessweek propôs à mesma turma que elaborasse uma nova versão. Na lista final entraram startups razoavelmente desconhecidas que operam em áreas como realidade aumentada, reconhecimento de imagem, educação digital, drones, casas inteligentes, inteligência artificial e tecnologia espacial.

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