PGR se prepara para denunciar Temer

Logo após sua vitória no TSE, o presidente Michel Temer levou dona Marcela à festa de aniversário do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Foi celebrar mais do que os anos do deputado. Mas a escolha do local não foi apenas por ter em Maia um aliado. A próxima briga que o presidente tem de enfrentar se dará na Câmara. É a denúncia que a Procuradoria-Geral da República deve apresentar contra o presidente, no Supremo, até o dia 19, segunda-feira. Temer só pode ser processado caso a Câmara o permita por dois terços dos votos — 342 dos 513. Ou seja, precisa do apoio declarado de 172 deputados. O objetivo de seu grupo é ir a plenário com a garantia de pelo menos 200. E os parlamentares querem fazer isto o mais rápido possível. (Globo)

As emendas e benesses distribuídas pelo governo para angariar simpatia no Congresso preocupam o Ministério da Fazenda. Vão custar caro.

Mas a briga do TSE não acabou. O procurador-geral eleitoral Nicolao Dino vai recorrer da decisão perante o Supremo. Tem 15 dias de prazo a partir da publicação do acórdão, que ainda não ocorreu. O STF é um problema para o presidente. Com os votos de Luiz Fux e Rosa Weber a favor da cassação, na corte eleitoral, e só podendo listar entre os certos a seu lado Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, há mais dúvidas do que certezas para o Planalto.

O problema no Supremo pode ser ainda maior. Segundo reportagem de capa da Veja, Temer ordenou à Abin que levantasse o passado do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin, para encontrar munição para atacá-lo. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança, general Sergio Etchegoyen, nega que a agência de espionagem tenha sido usada. Mas a ministra Cármen Lúcia, que preside o Supremo, soltou uma nota forte. “É inadmissível”, escreveu. “Se comprovada a sua ocorrência, as consequências jurídicas, políticas e institucionais terão a intensidade do gravame cometido.”

Aliás... A PGR tem um áudio inédito de conversa entre Temer e Joesley Batista, informa o editor da Época, Diego Escosteguy.

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Há um mistério correndo Brasília: quem é Edgar? Em uma das gravações da JBS, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures informa a um executivo que ‘Edgar’ pode receber as outras malas de dinheiro. A Polícia Federal perguntou ao presidente de quem se trata — mas Temer recusou-se a responder às perguntas da PF. Há três suspeitos: um homem ligado ao ministro Eliseu Padilha, outro de uma empresa no Porto de Santos e, o terceiro, alguém citado em delação premiada. A investigação continua.

O PSDB se reúne hoje para decidir (ou não) se continua no governo ou se sai. Nem o ex-presidente Fernando Henrique, nem o presidente afastado do partido Aécio Neves, devem estar presentes. (Estadão)

Sérgio Abranches: “Estabilidade é o que esta decisão não trará. As consequências políticas dessa leniência deliberada são muito preocupantes. Livre do TSE, Temer continua um presidente agônico, sob ameaça da justiça, agora criminal. Portanto, usará todos os poderes e influência residuais que lhe restam, para obstruir a Justiça e tentar travar a Lava Jato. O ministro Gilmar Mendes tem investido contra o ministério público, contra as prisões preventivas e contra as colaborações premiadas. É tudo parte da mesma agenda política. Ela pretende neutralizar instrumentos que têm se mostrado os mais eficazes de que se tem notícia na história do Brasil no combate à corrupção.”

Sérgio Besserman Vianna: “Se o uso da força militar está vetado pela valorização do estado de direito e se a ‘conciliação entre as elites’ (do PT ao DEM) é a tendência, como será desatado esse nó? Só a pressão de uma frente ampla democrática pode viabilizar um caminho. Uma Assembleia Nacional Constituinte da reforma política e temas associados — proibida a participação como constituintes de parlamentares e proibido por, digamos oito anos, que constituintes concorram a eleições — é a única estrada reta.” (Globo)

Alon Feuerwerker: “Os desdobramentos do triunfo do governo no TSE permitem desconfiar: terá sido uma vitória de Pirro? Fechou-se uma porta para a remoção do presidente, mas ao custo de imenso sacrifício de recursos políticos, materiais e simbólicos. Quem discorda dirá que não, que se alcançou o essencial. E é verdade. Mas é fato também que o custo foi mesmo altíssimo.”

Fernando Gabeira: “Isaac Deutscher afirma que certas forças políticas tomam decisões estúpidas, não porque sejam necessariamente pouco inteligentes, mas sim porque sua margem de manobra torna-se muito estreita na crise. Isso aconteceu com Dilma e acontece agora com Temer. Substituiu o ministro da Justiça e desalojou Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala. Resultado: não conseguirá controlar a PF, e um dos seus cúmplices está preso, sob o risco de delação premiada. Desmentiu a notícia de que viajou num avião de Joesley Batista para, logo em seguida, admitir que o fez sem saber quem era o dono do avião. Sabemos que é mentira, inclusive Temer. Nesse momento, já não se preocupa mais com credibilidade, apenas a se agarrar ao cargo.”

Vera Magalhães: “Não haverá estabilidade política até 2018. A sorte do Brasil é que, a despeito da sucessão de governantes descompromissados com isso, ele atingiu a duras penas outra estabilidade: a institucional.” (Estadão)

Pedro Doria: “Depois de uma semana atordoante, é hora de começarmos a lidar com uma possibilidade. Michel Temer pode ser, muito bem, o Richard Nixon brasileiro.”

Paulo Roberto Silva: “A classe política, liderada pelo governo Temer, botou as asinhas de morcego de fora. Em nome da governabilidade e das reformas econômicas, prepara um golpe de morte sobre as investigações da Lava Jato. É o momento do ‘salva Lula, salva todo mundo’.”

As revelações do ex-ministro Antonio Palocci em sua delação premiada já somam 40 anexos. Mas ele tem encontrado dificuldades em prová-las. E Eduardo Cunha começou a procurar um advogado para negociar a sua.

56% dos eleitores confirmam que as mídias sociais terão influência na escolha de seu candidato a presidente. A pesquisa, do Ibope, foi divulgada por José Roberto de Toledo. Imprensa tradicional, família e amigos, os itens que costumavam liderar este quesito, ficaram para trás. Movimentos sociais, partidos, políticos e igrejas, nem pensar. Artistas e celebridades terminaram em último. (Estadão)

As eleições parlamentares francesas, ocorridas ontem, sugerem ampla maioria para o jovem partido Em Marcha, do recém-eleito presidente Emmanuel Macron. Com um perfil de centro-esquerda embora ligado ao mercado financeiro, e abertamente europeísta, o grupo pode fazer mais de 400 das 577 cadeiras, segundo projeções. Muitos dos candidatos são novatos, no início da carreira política, sugerindo uma completa refundação da política no país. Este pleito não é definitivo: só serão eleitos os parlamentares que fizerem mais de 50% dos votos em seus distritos. Os outros passarão por um segundo turno, domingo que vem. Menos de 50% dos franceses foram às urnas, o pior resultado da história recente.

Viver

O conselho do Uber estuda a possibilidade de afastar o CEO Travis Kalanick por três meses. Seu lugar-tenente, Emil Michael, pode ser demitido. Há um motivo para a licença — um acidente de lancha matou sua mãe e deixou seu pai hospitalizado no final de maio. Mas a complacência do comando da empresa com inúmeros casos internos de assédio sexual começa a afetar a imagem pública e preocupar os conselheiros. A demissão de seu número dois e a licença forçada de Kalanick são uma forma de enfraquecer sua influência interna ao mesmo passo que tenta prestar contas ao público. (New York Times)

Dias depois da saída dos Estados Unidos do Acordo do Clima, os ministros do Meio Ambiente do G7 reúnem-se na Itália. Começaram ontem a debater mudanças climáticas, sustentabilidade e afins - mas, sobretudo, o impacto da retirada dos EUA do acordo, decisão que abalou o G7 desde seu anúncio, no final de maio. De ontem para hoje, segundo porta-voz da ministra da Alemanha, as autoridades buscam saber se o país desertor tem “propostas mais concretas” para tratar do assunto. O principal alvo dos ministros era, pois, o americano Scott Pruitt, chefe da Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos.    

Ele, por sua vez, só aumentou o climão. Defensor ferrenho da retirada dos EUA do acordo, Pruitt deixou o encontro logo depois da abertura, alegando outro compromisso. (Estadão)

“Minha ex-mulher não entendia o motivo da separação, porque, afinal, eu não disse. Mas um dia, não aguentei mais. Já estávamos separados quando eu a chamei para jantar e disse: Não me separei porque eu não gosto de você, me separei porque eu sou gay.” Adriano é um dos quatro homens que contam ao El País como assumiram a homossexualidade - para si próprios e para as famílias - depois de anos casados com mulheres

Cultura

Anitta superou Shakira, Rihanna e Beyoncé. A proeza deu-se ao menos numa lista da Billboard, a dos 50 artistas mais influentes nas redes sociais. Anitta figura em 15º lugar no ranking, elaborado a partir de dados diversos, como o número de seguidores em páginas na web e a performance em serviços de streaming. (Estadão)

A façanha, aliás, é fruto principalmente do novo clipe da brasileira, que passa de 30 milhões de views no YouTube. Foi gravado em Nova York. Não por acaso. É parte de estratégia da artista para se lançar no mercado internacional. O Globo detalha o plano que, garante Anitta, é tocado por ela mesma, sem empresário ou marqueteiro.

Ainda assim… o líder pop do momento é outro, o porto-riquenho Luis Fonsi. Sua “Despacito” está há quatro semanas no topo das mais tocadas nos Estados Unidos. Só caiu no Brasil quando surgiu a nova música de… Anitta. Os dois, relata a Folha, foram alavancados pela mesma força - a do streaming.

 

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Agora, aos clássicos: compiladas no Spotify, 1.200 faixas contam a história da música clássica desde o século 11. A lista contempla Idade Média, Renascimento e Barroco. Handel, Vivaldi, Bach, Beethoven, Mozart, entre outros, conduzem o ouvinte até o século 20 - quando Philip Glass, por fim, fecha a seleção.

Para lembrar Adam West, morto na sexta-feira aos 88, um de seus melhores momentos na pele do Batman. Em vídeo. :-)

Cotidiano Digital

Esta é a semana da E3, a maior feira de games do mundo. No domingo, começaram as apresentações de grandes fabricantes e estúdios à imprensa. A Microsoft anunciou a nova versão do seu console, o Xbox One X, que só começa a ser vendido em novembro. O foco principal é a resolução de 4k. Já a Bethesda, um dos grandes estúdios produtores de games, apresentou uma série de novos jogos, inclusive versões de clássicos como Doom, Quake e Wolfenstein. O site Polygon organizou uma lista com todos os trailers dos games que a Bethesda anunciou.

A transmissão de Brasil x Argentina levou o Facebook a um recorde no live. A partida foi vista online por 2,7 milhões de pessoas na rede social, UOL, TV Cultura e TV Brasil. O amistoso de amanhã, contra a Austrália, também será transmitido ao vivo na internet.

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