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Filha de Lampião, Expedita Ferreira Nunes, de 92 anos, iniciou uma ação judicial contra Tiago Pavinatto, autor do livro Da Silva: A Grande Fake News da Esquerda, que trata a história do cangaceiro como uma “grande mentira engendrada pelo comunismo brasileiro”, conforme descrição da Editora Almedina. Há décadas, historiadores debatem os crimes, o contexto social e as motivações dos cangaceiros. No livro, Pavinatto, abertamente de direita e que ganhou notoriedade como apresentador da Jovem Pan News, não oferece uma nova visão sobre Lampião, mas o associa ao presidente Lula e ao Partido dos Trabalhadores (PT). Além de uma indenização de R$ 245 mil, a herdeira e seu advogado, Alex Daniel, pedem a supressão de “adjetivações excessivas” e a inclusão, nas próximas edições, de um texto informativo destacando que a versão do autor não possui respaldo em pesquisas históricas. A editora e Pavinatto, que já afirmou na internet que não vai se retratar, não responderam aos contatos da BBC News Brasil. A expectativa é que uma audiência de conciliação ocorra nos próximos meses. (BBC News Brasil)

Mais quatro países doadores — Austrália, Reino Unido, Canadá e Finlândia — uniram-se aos Estados Unidos e suspenderam temporariamente o financiamento da agência da ONU de ajuda humanitária aos palestinos em Gaza. A decisão segue a demissão, na sexta-feira, de 12 funcionários da UNRWA por suspeita de participação nos ataques terroristas do Hamas, em 7 de outubro. Os principais doadores, Alemanha, França e União Europeia, expressaram preocupação com o caso, mas não disseram se suspenderão o financiamento. (New York Times)

Um novo tipo de estrela que expele uma nuvem de fumaça após ficar silenciosa por longos períodos de tempo foi descoberta por cientistas no centro da Via Láctea, em um estudo publicado nesta sexta-feira pela Royal Astronomical Society. Chamadas de “velhas fumantes”, esses astros são gigantes vermelhas, que ganham tamanho e perdem temperatura no fim da vida. Por serem muito pálidos e avermelhados, eles acabam se tornando imperceptíveis. Os pesquisadores procuravam por protoestrelas (recém-nascidas), quando encontraram 21 corpos celestes exalando fumaça, que provavelmente ocultou uma observação do telescópio Vista, localizado no Chile, em outros momentos. (Folha)

O pedido de recuperação judicial feito pela Gol à Justiça americana foi aceito nesta sexta-feira. O juiz da corte de falências de Nova York Martin Glenn aceitou a solicitação de proteção pelo Chapter 11 para reestruturação da dívida de cerca de R$ 20 bilhões da empresa. Com isso, todas as partes, como pessoas físicas, sócios e empresas, estão proibidos de tomar várias ações como obter bens ou propriedades da companhia aérea e de suas subsidiárias — que no processo nos EUA inclui a Smiles — e de iniciar ou continuar qualquer ação judicial ou administrativa contra a Gol. A aérea também pediu nesta sexta-feira autorização para fazer um empréstimo de US$ 950 milhões. Desse total, US$ 350 milhões já entrariam na companhia assim que o juiz americano autorizar provisoriamente a transação. Outros US$ 150 milhões virão com a autorização final. (Estadão)

O Ibovespa encerrou o pregão desta sexta-feira com alta de 0,62%, aos 128.967 pontos. Com a desistência do governo de tentar emplacar Guido Mantega na Vale, a mineradora subiu 1,67%, contribuindo para o bom desempenho do principal índice da Bolsa brasileira. Na semana, o resultado ficou positivo em 1,04%. Em Nova York, o dia fechou com resultados mistos. Dow Jones fechou em alta de 0,16%, S&P 500 recuou 0,07% e Nasdaq cedeu 0,36%. Já o dólar caiu 0,24%, a R$ 4,91, com desvalorização de 0,33% na semana. (Valor Investe)

Ex-presidente americano e pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump foi condenado nesta sexta-feira a pagar US$ 83,3 milhões à jornalista E. Jean Carroll por declarações públicas feitas em 2019, negando suas acusações de estupro, determinou um júri federal de Manhattan. O júri concluiu que Trump deve pagar uma indenização de US$ 18,3 milhões — sendo US$ 11 milhões para financiar uma campanha de reparação de sua reputação como jornalista e US$ 7,3 milhões por danos emocionais. Ele também terá de arcar com US$ 65 milhões como punição pelos danos causados por suas falas. O valor total é oito vezes maior do que o solicitado por Carroll na petição inicial. Ela processou Trump em novembro de 2019 por ele ter negado, cinco meses antes, que a tivesse estuprado cerca de 30 anos antes no provador de uma loja de departamentos em Manhattan. Em maio de 2023, um outro júri federal de Manhattan concedeu a ela US$ 5 milhões em danos – quase US$ 3 milhões por difamação – após descobrir que Trump abusou sexualmente da jornalista e depois fez declarações públicas negando as acusações em 2022. Trump criticou o veredicto e disse que vai recorrer da decisão. “Absolutamente ridículo! Discordo totalmente de ambos os veredictos e vou apelar de toda essa caça às bruxas dirigida por Biden focada em mim e no Partido Republicano. Nosso sistema jurídico está fora de controle e sendo usado como uma arma política. Eles tiraram todos os direitos da Primeira Emenda. ISTO NÃO É A AMÉRICA!”, postou na rede Truth Social. (CNN e Reuters)

Em carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), datada do último dia 17, seu colega americano, Joe Biden, afirmou que Brasil e Estados Unidos estarão “lado a lado para garantir que a democracia continue triunfando”. O republicano chama Lula de amigo, diz que há muito a ser feito pelos dois e expressa concordância com o discurso do brasileiro no aniversário dos atos golpistas de 8 de janeiro. “Meu amigo, ainda temos muito a realizar. Como você afirmou com tanta razão em seu discurso marcando o triste aniversário da tentativa de golpe de Estado no Brasil, a democracia nunca está pronta, precisa ser construída e cuidada todos os dias”, escreveu. Os ataques às sedes dos Três Poderes ocorreram dois anos após a invasão do Capitólio dos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, por pessoas que não aceitavam a derrotada do republicano Donald Trump nas urnas. No último dia 23, Lula respondeu a Biden, convidando-o para vir ao Brasil, ressaltando a boa relação e o aniversário de 200 anos das relações diplomáticas entre os dois países. (g1)

O Festival Sundance, o mais importante do cinema independente dos Estados Unidos, anunciou nesta sexta-feira os vencedores de sua 40ª edição, que ocorre em Utah. O grande prêmio do júri na competição dramática foi para In the Summers, escrito e dirigido por Alessandra Lacorazza Samudio. O longa conta a história de duas irmãs que acompanham seu pai amoroso, porém difícil, durante suas visitas anuais de verão, no Novo México. Entre os documentários, Porcelain War foi premiado por retratar artistas que se tornam soldados na Ucrânia. Na principal categoria dedicada a produções globais, o documentário A New Kind of Wilderness venceu mostrando uma família norueguesa que vive em um ambiente selvagem, mas precisa retornar ao mundo urbanizado após uma morte prematura. Na categoria narrativa, Sujo foi o escolhido com a trama sobre um órfão de 4 anos que acha impossível escapar de um futuro trabalhando para um cartel de drogas. (Variety)

Jason Willick: “O termo ‘solução de dois Estados’ assume sua própria conclusão. Se os Estados Unidos e outras potências reconhecessem amanhã os territórios palestinos anteriores a 1967 como um Estado, o conflito israelense-palestino não seria resolvido. A solução virá apenas com a demonstração de uma governança palestina eficaz e de um envolvimento com Israel – e com as concessões israelenses que poderão surgir, sob pressão de Washington e dos Estados árabes, em resposta. A paisagem dizimada de Gaza mostra o preço a pagar por se errar nessa sequência”. (Washington Post)

O estado de São Paulo bateu recorde de ocorrências de estupro em 2023, com 14.504 casos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Essa é a maior marca da série histórica iniciada em 2001, quando houve 3 mil estupros. O número de registros teve um aumento expressivo a partir de 2009, quando a legislação passou a considerar estupro qualquer ato sexual praticado sem consentimento. Para Carolina Ricardo, diretora-executiva do Instituto Sou da Paz, o recorde está relacionado à redução de verbas federais durante o governo Bolsonaro para combater a violência contra mulheres e menores de idade e o isolamento social durante a pandemia de covid, que forçou uma maior convivência entre vítimas e agressores, já que 73% desses crimes ocorrem dentro de casa. Vias públicas (10%), escolas (4%) e hospitais (2%) são outros locais mais comuns. Para o governo estadual, o aumento de ocorrências é explicado por um crescimento de conscientização das vítimas, que passam a denunciar mais, e uma maior confiança no serviço de segurança. (g1)